História Jóia rara - CAMREN - Lúcia Vives

POV'S CAMILA

Os últimos dias não foram fáceis, Lauren está me ignorando desde aquele dia. Tô começando a me arrepender de ter dado aquele beijo.

E que beijo em...

 É  como  se eu tivesse com lepra ou alguma doença transmissível, sei lá. Ela mau olha na minha cara. E agora que o Mike vai fazer uma viagem com o Shawn vai ficar muito difícil a nossa convivência, e o trabalho vai ser em dobro.

— A vida não ta fácil, amigo. – comentei com o cavalo a minha frente. Passei a mão em sua crina e ofereci um pouco mais de feno.

Trovão era um cavalo da raça Frísio, com 1,60m de altura. Robusto e bem forte, um coice desse animal chega a ser fatal. Só escolhi esse cavalo porquê Mike disse que essa raça é bem disposta, viva, ativa e energética. E é mesmo, tem que ser forte.

Tem que aguentar o tranco!

    [...]

Tinha acabado de chegar do aeroporto e fui direto pra casa grande. A casa estava silenciosa, parecia que não havia ninguém. Se já não bastasse um mês inteirinho de trabalho pesado ainda tenho que tomar conta da filha do patrão.

— Meu deus! – choraminguei e caí exausta no sofá. Tirei a minha bota deixando de lado, peguei o meu chapéu e coloquei no meu rosto. 

POV'S LAUREN

Hoje eu não havia acordado em um bom dia, passei a manhã inteira no meu quarto. Meu pai e Shawn fizeram uma viajem há negócios para Santa Catarina. Então seria um mês sem a presença dos dois, só eu, Normani, Rita e Camila...

Estou evitando ela já faz algum tempo desde aquele acidente no estábulo. Aquela estúpida sempre aparece onde estou e agora que o meu querido pai deixou ela na minha cola, vou ter que atura-la querendo ou não. Desci a grande escada e me deparei com alguém dormindo no sofá. Caminhei sem fazer o menor barulho possível até o sofá e tirei do rosto o chapéu que eu conhecia bem de quem era, confirmei a minha teoria. Camila dormia calma no sofá, talvez eu possa dá o troco nessa estúpida.

Fui até a cozinha e enchi um copo com água e voltei até a sala. Camila estava na mesma posição de antes, fiquei de joelhos na altura do seu rosto e deixei um selinho casto em seus lábios.

 Camila sorriu inconsciente.

fiquei de pé e virei lentamente o copo com água no rosto de Camila. Ela levantou em um pulo do sofá, segurei o riso e dei um passo para trás.

— Por que você fez isso? – Ela perguntou com raiva. Peguei o copo e balancei sorrindo debochada.

— Se bem me lembro você é paga para trabalhar e não ficar dormindo no sofá. – Ela respirou fundo e pegou o chapéu que estava no chão. — Cuidado pra não dormir por aí, Camz. – debochei, ela saiu bufando porta a fora. Fiquei rindo por alguns minutos e fui até a cozinha.

 — Normani, dispense todos os empregados da casa depois do almoço. – a negra assentiu.

Subi pro meu quarto e troquei de roupa, iria cavalgar um pouco.

Cheguei ao estábulo e acariciei a crina de alguns cavalos até chegar em Raio.

— Encilhe esse cavalo. – ordenei Carlos, ele assentiu e pegou as coisas necessárias. — Espero lá fora.

Caminhei até o picadeiro onde estava alguns peões sentados nas cercas. Subi em uma e pude ter uma visão melhor, Camila estava em cima de um cavalo que parecia bem bravo.

— O que está acontecendo alí? – perguntei para um peão.

— Karla ta tentando domar o tempestade, só tentando mesmo porque esse aí é o cavalo mais arisco de toda a fazenda Jauregui. – ele falou.

Fiquei vendo até onde essa burrice de Camila a levaria, o que essa mulher tem na cabeça? Já montada o cavalo da o primeiro salto bem auto, Camila segura firme nas rédeas.

— Essa mulher é abestada, onde já se viu? Nem um peão domou esse bicho e ela acha que vai conseguir. – um peão debocha ao meu lado.

Quando coloquei os meus olhos em Camila ela já estava andando em círculos com o animal.

Ela havia domado o animal.

Palmas e gritos foram escutados, Camila desceu do animal e entregou a um homem. Fiquei surpresa com a facilidade dela com o tão temido tempestade.

— Aqui senhora. – Carlos me entregou Raio.

    [...]

Parei no lago pra hidratar raio e aproveitei para molhar o rosto. A água estava uma delícia e aproveitei pra nadar um pouco, tirei a minha bota, calça e em seguida a camisa que eu estava, ficando assim, só com o conjunto de lingerie azul bebê. 

POV'S CAMILA

Nunca pensei que conseguiria domar aquele cavalo, acredito que foi sorte. Provei também que eu não sou de brincadeira, quando deixei o tempestade com o Eduardo, vi que Lauren observava de longe.

Eu ainda estava meio brava pelo o que ela fez mais cedo.

— E eu pensando que você ia levar uma queda no primeiro salto dele. – Dinah disse ao meu lado. — Ainda bem que eu mordi a lingua.

— Eu também achei. Viu pra onde foi a Dona? – não quero arranjar problemas com Mike, ainda mais em relação a filha dele que está me dando muita dor de cabeça.

— Parece que foi lá pro rumo do lago, eu acho. – assenti e montei em trovão.

     [...]

Quando cheguei no lago vi que o cavalo dela estava aqui, deixei o meu um pouco longe dalí e fui olhando entre algumas folhas e cipós. Vi a roupa que ela usava mais cedo em cima da pedra.

E lá estava ela, mergulhando como uma sereia. Andei um pouco mais para a beira sem fazer barulho, não queria que ela me visse nessa situação.

Me peguei sorrindo feito besta olhando ela. Vi que já era hora de sair dalí e fui embora antes que ela me visse.

Aquela cena... Eu nunca esqueceria.

POV'S LAUREN

Quando voltei pra casa tinha uma mulher parada no meio da minha sala, Camila não era porque o volume traseiro dessa mulher não era tão grande assim...

— Senhora, essa mulher quer falar com o senhor Michael. Eu já falei que ele não está mas ela insiste em falar com alguém. – Rita praticamente sussurrou. 

— okay, já pode ir, Rita.

Rita saiu deixando somente eu e a tal mulher na sala.

— Em que posso ajuda-la? – perguntei, ela rapidamente virou em minha direção.

— E você quem é? – ela perguntou.

Fiz uma pequena análise: morena, alta, bonita.

— Lauren Jauregui. E você? 

— Lúcia Vives. – estendeu a mão em cumprimento.

— Então Lúcia...– fiz gestos para que ela sentasse. — Em que posso ser útil?