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História Joias de Bellona - Primeiro sussurro


Escrita por: CacauVegano

Notas do Autor


O trecho citado no inicio é do poema "The Hollow Men" por T. S. Eliot.

Bem, este é o começo de uma tentativa de colocar meus pensamentos de forma compreensível e útil para quem quer que esteja interessado. Resolvi usar uma linha de tempo um pouco diferente do normal, pois se aproxima mais do tempo da nossa mente (e de certa forma, do inconsciente). Fiz o possível para ser legível e acho que estou conseguindo sucesso. Boa sorte na jornada!

Capítulo 1 - Primeiro sussurro


Fanfic / Fanfiction Joias de Bellona - Primeiro sussurro

É assim que o mundo termina,

não com um estrondo, mas com uma choradeira.

(This is the way the world ends

Not with a bang but a whimper)

As palavras vieram como um jato d'água fria acordando a garota de um sono profundo.

 

Primeiro não sentia nada, não sabia de nada. Depois, percebeu-se caindo em um vácuo enquanto memórias enxiam sua mente. Sentiu-se bem, sentiu-se horrível. Como nascer já tendo absoluta consciência do mundo. Mundo, Mente, Memórias... Oceano, praia, terra, arvores, montanha, nuvens, azul, corpo, pássaro... Vida... Cruz, Cristo, Casa, Café... Ah! Como queria uma xícara de café! Uma sensação estranha e conhecida encheu seu corpo enquanto a imagem do pó preto vinha à mente. Mente... Tato... Terra. A consciência do chão a baixo de si... Uma dor aguda atingiu o que parecia ser seu corpo, porém, passageira à sensação de prazer de um aroma cafeeiro. Imagens de um pequeno apartamento e uma mesa ocupada com plantas, - frágeis ao sol, lembrou, por isso ocupava um lugar especial de acordo com a necessidade - entre elas uma figura de homem gordo e sorridente. Buda. Outra sensação estranha e um movimento involuntário da mão para o peito fez-lhe perceber tantas coisas indescritíveis em poucas palavras.  Abriu os olhos e decepcionou-se pelo embasado. "Foco garota, foco" ordenou-se. Foco... Câmera, equipamentos, mochila. "Aqui esta a grande sortuda da turma! Parabéns pelo primeiro lugar! Quanto sangue perdeu para os mosquitos só por uma foto?" A voz dizia em uma memória de tempos distantes, ou era o que parecia... Tempo, relógio.... De repente as lembranças fluíram de forma nostálgica: Sofia Menezes Santos, fotografa da natureza, escritora, bióloga ou artista, depende do ponto de vista. Filha do meio de família tradicional, seus parentes cristãos em maioria tiveram uma grande surpresa ao serem apresentados a uma namorada com "A".

Sim... Como que conectados, seus olhos focaram junto as lembranças.

-Que horas são?

-Queria eu saber...

Admite-se uma certa surpresa pela resposta, mas continuou:

-Quem é?

-Outra coisa que quero saber. - A voz soava distraída e um pouco... Sarcástica?

"Aaaagh..." sibilou em dor e reclamação pelas palavras pouco convincentes.

-Ei, paciência, vai por mim, forçar só piora.- A voz parecia diferente desta vez. Mais macia e madura. Seguindo o conselho, apenas ficou de deitada e de olhos fechados.

-Sabe quem você é? Seu nome? - continuou a mulher de voz macia.

-humm... algo como Sofia... e algo como Brasil...

-Wow! Você está em melhor condição que todos ein! - A voz, desta vez, soava masculina e infantil.

-Brasil? Você sabe que está falando Latim, né? Todos estamos. Além dessa eu consigo falar árabe... e inglês... Bem, apesar disso não consigo lembrar meu nome - A maciez agora soava triste...

- Eu só sei duas, esta mais mandarim, minha língua nativa. Meu nome, bem... Não importa. - a súbita quebra em ansiedade poderia fazer qualquer um esquecer a arrogância inicial.

"OOOOOOW ... Shiiii..." A reclamação teve o resultado esperado. "Arabia, China... Ah, sim o mapa mundi etc. E o outro? Oh! Acho que estou melhorando. Não estou cega!"

-Sei que ninguém perguntou, mas, bem, consigo diferenciar umas quatro... mas os nomes não estão claros... inglês, Latin, fran... algo como man~? Não faço ideia!

"Ótimo! E onde estamos?"

-Também não faço ideia!

- Estamos presos no que parece ser um jardim em estufa em portas.- São as pessoas maduras as primeiras a responder, sempre?

 Olhando ao redor, os quatro viam-se cercados por um jardim de flores bem tratado e com uma aparência simétrica. Parecia formar um círculo dividido em 9 pedaços cujo cada um abriga um tipo de flor diferente. Girassóis, Rosas vermelhasCentaureas azuis, Curcumas brancas rodeadas por flores e caules de verdes impressionantes -um chá de gengibre seria ótimo agora-, Aquilegias lilás e algumas Chocolate Cosmos beirando ao vermelho. Outras quatro Sofie nem se preocupou por não conhece-las, botânica não era sua especialidade, afinal. Sua atenção voltou-se logo às pessoas ao seu redor, analisando seus rostos surpreendente rápido para quem mal conseguia abrir os olhos minutos atrás. 

A dona da primeira voz, de feições asiáticas, cabelos lisos e repicados cujas pontas mal terminam o pescoço. O olhar transmite arrogância e força, mas a energia, ao que podemos sentir, é repleta de calme e proteção. A segunda, de olhos gentis e enormes cabelos sapecos que hora ondulam, hora se rebelam em crespo. Preta de lábios carnudos, alta, com gestos delicados, como impõe a postura reta e o olhar cujo domínio se posiciona sobre os outros em livre e espontânea vontade. O ultimo, um rapaz alto de físico forte que entre em discreto contraste com a forma inocente dos olhos. Claros. "Simples e Tedioso bom rapaz" é a primeira vista, um Teacher Pet, um homem de escritório. Não se iludam, é claro, por esta visualização objetiva. Estamos privilegiados pela terceira pessoa. Podemos ir até o mais fundo deste personagem sem a menor interferência subjetiva da primeira pessoa. Mas que graça há nisso? Pois saiba que quebrarei as regras quando bem quiser, utilizarei meu direito de escritora para ir e vir entre a mente dos meus seres. Não tiro a liberdade de ninguém de se iludir, vou deixa-los livres para que possamos ver o desastre acontecer. Sabe, prefiro entrar na cabeça de outros, deixar o mistério dominar e a subjetividade cegar, como em Dom Casmurro, no qual nossa - e temporária - protagonista tanto adora!

"Ô rapaz ingenuo!", eram as palavras na mente de Sofie. Há entretanto, algo sentido por detrás desta frase, e que por sentido não tem tradução. Um sentido quase visto em imagens, onde por entre os olhos comuns do homem comum, a mais brilhosa constelação,  unica, quase incompreensível. E talvez perigosa, mas que por ainda incompreensível não sabemos. Mas sabemos! Pois é sentida. E o sentimento diz - talvez erroneamente, pois é intraduzível- : Perigo.

-Então não fui a unica que acordou dessa forma estranha?

-Exato. Eu acordei ali. Já essa mulher do cabelão estava lá. E ele... humm... naquele canto perto das rosas vermelhas.

-Ookay... então quer dizer que... todos aqui... quatro no total... acordamos sem lembrar nossos nomes... coincidentemente sabendo várias línguas incluindo uma igual. Em uma estufa postos em posições aparentemente estudadas.

Aquilo foi o suficiente para sentir uma explosão de impaciência. Resolveu pois levantar e explorar por si mesma. E: "ó deus, isso deve ter uns 100 mil metros quadrados"


Notas Finais


Obrigado por ser estranho o suficiente para ter lido isso até o fim!

E sim, eu fiz isso. Os personagens são de países diferentes e a única língua que fazia sentido todos saberem era o inglês ou Latim. Latim parece mais interessante. Mesmo sendo um Latim traduzido para o português.


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