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História Joker's Favor - Joker's Favor


Escrita por: itsgraham

Capítulo 1 - Joker's Favor


Fanfic / Fanfiction Joker's Favor - Joker's Favor

Era uma noite fria. Ela estava descalça em uma estrada de terra, a lama e a chuva enchiam rapidamente buracos que salpicavam o caminho. Rochas e ervas minúsculas despontavam intermitentemente. A escuridão tomava conta do campo. Não havia luz alguma, a não ser aquela que se aproximava, rosnando no escuro. Ela chafurdou descalça na lama gelada. Tão sozinha...

Então começou a correr, correu muito, para a profunda escuridão a sua frente, sentindo os pulmões congelarem no peito, então o ronco se tornou mais próximo, mais alto. Não, por favor!

Ele estava rindo quando desceu da caminhonete. Todos eles estavam. Não, não!

A chuva gelada rasgava sua pele nua quando finalmente uma mão, gigante e carnuda, a alcançou. 

 

“Não!”

Maggie Boran foi arrancada à força de seu sonho quando o telefone tocou. Antes de estar inteiramente desperta, ela disse, com um sorriso:

— Balões e serpentinas.

Seu coração estava acelerado por causa do despertar repentino. Maggie não tinha ideia do que tentou dizer com aquelas palavras. O sonho ainda deixava resquícios de terror em sua pele. Ela tateou para encontrar o telefone que tocava, arrastando-se para fora da cama. Uma voz grave e profunda perguntou se ela estava suficientemente acordada para assimilar uma informação importante. 

Ele estava usando aquela voz, então ela tinha quase certeza de que sabia o que ele estava fazendo. Podia estar em qualquer lugar, até mesmo do lado de fora de sua janela agora. Era estranho como ela ficava em dúvida sobre chamá-lo pelo nome ou não até ao telefone quando sabia o que ele estava fazendo. 

— Bem... talvez, eu realmente não sei como chamar você agora, posso chama-lo de Joe? — ela tentou brincar. Passou a mão a mão pela testa enquanto o pequeno som engasgado que era para ser um riso reverberou em seu cérebro, e percebeu como dessa vez o suor frio dobrou de quantidade. 

Estes sonhos já vinham se tornando corriqueiros, tão constantes que Maggie achava estranho quando não aconteciam. Era a terceira vez que sonhava com o assassinato de Jéssica esta semana, pelo menos com os detalhes que haviam contado a ela, no ano passado.

Ele não riu. 

— Se for se sentir melhor com isso.

Sem graça.   

— O que você quer? — seu reflexo no espelho era terrível, os olhos e as bochechas pareciam caídos, a pele adquiriu um tom doente, quase verde, e a rais do cabelo estava úmida de suor, principalmente na nuca. Maggie se sentia o pedaço nojento de alguma coisa, e seus pensamentos ainda estavam caindo no escuro espaço vazio que se seguia ao sonho enquanto ela escutava. 

— Ouvi dizer que você é muito habilidosa no tratamento de traumas agudos — disse ele. 

— Sim — ela respondeu. Ele sabia que sim.  

Ela engoliu um analgésico e dois comprimidos de ferro enquanto escutava. Ele explicou que precisava interrogar um garoto de 16 anos que testemunhou um duplo homicídio e foi ferido. Durante a noite ele foi transferido para a unidade neurocirúrgica no Hospital Universitário de Gotham. 

— Qual é o quadro dele?— Maggie perguntou, desejando poder voltar para a cama. E não seria uma má ideia se ele estivesse cansado e quisesse deitar ali também. Ela espantou este pensamento rapidamente com um balançar de cabeça, não porquê era repentino ou levianamente indecente, mas porque ele nunca parecia cansado. 

Maggie quase quis agradecer e dar-lhe tapinhas nas costas quando ele resumiu: 

— Não foi estabilizado. Está em choque circulatório e inconsciente. 

— Quem é o médico responsável? — Maggie perguntou. 

— Sophia Coben. 

— Ela é extremamente capaz. Tenho certeza que ela pode... 

— Foi ela quem pediu que ligasse para você. Ela precisa da sua ajuda. É urgente. 

Ah, então ele não havia pensado nisso por conta própria. 

Quando Maggie voltou para o quarto para pegar suas roupas, enormes olhos verdes a encaravam no escuro. Um facho de luz do poste passou brilhando por entre as venezianas. 

— Não quis acordá-lo — disse com suavidade, e rapidamente o gato preto saltou para o chão e começou a se esfregar em suas pernas. Era o gato de Jéssica, Dinxy, e ela havia dado esse nome a ele logo após assistir Entrando Numa Fria.

Geralmente Dinxy fazia um escândalo ao acordar, miando desesperadamente como se não a visse por meses. Algumas vezes Maggie se perguntava se isso não era apenas um grito desesperado de "Você não é a Jéssica!". Mas dessa vez Dinxy apenas ronronou e miou suavemente se enroscando em suas pernas enquanto ela se inclinava para por um punhado de ração em seu prato. Sonolenta, ela demorou para perceber que ainda estava na linha. Com o telefone pressionado entre o ombro e a orelha, Maggie resmungou, como se já não tivesse escolhido a roupa para sair:

— Tudo bem. Mas da próxima vez que você me ligar às três da madrugada, vou chutar seu traseiro obscuro das trevas. 

Ela pensou ter ouvido um riso grave do outro lado da linha, e apreciou o som por um momento.

— Srta. Boran — ele disse. 

— Fala — ela disse, cansada. 

— Belo pijama — então a linha estava muda. 

Maggie correu até a janela, nenhum movimento nem farfalhar na noite. 



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