1. Spirit Fanfics >
  2. Jordan Wolfe e a Disputa Maldita >
  3. Corte sem anestesia

História Jordan Wolfe e a Disputa Maldita - Corte sem anestesia


Escrita por: Russo_

Notas do Autor


A história se passa no universo mágico criado por J.K Rowling, mas todos os personagens foram criados por mim. Afinal não existem bruxos apenas em Londres ou somente um escola de magia no mundo não é mesmo?

(Wolfe, se lê "Volfe")

Capítulo 1 - Corte sem anestesia


Fanfic / Fanfiction Jordan Wolfe e a Disputa Maldita - Corte sem anestesia

   Eu mal percebi que havia chegado à praia, apesar de sentir a areia quente sob os meus pés. A temperatura estava caindo à medida que o sol ia se pondo na península do Mussulo. Eu estava com minha regata branca e começava a sentir frio. Zahara andava agarrada ao meu braço direito como se dependesse dele para viver. Ela fez questão de me acompanhar até a praia, eu não gostei muito da idéia, mas aceitei. Eu a conhecia bem demais para saber que nada que eu pudesse dizer iria impedi-la de ir comigo. Quando ela colocava algo na cabeça nada a fazia mudar de idéia. Ela era teimosa, e isso me encantava.
   Até hoje eu não sabia como Zahara Enam se apaixonou por mim. Eu tinha duas hipóteses: ou ela tinha um probelma grave que a impedia de discernir a realidade, ou ela tinha pena de mim por ser um meio gigante de 2, 20 de altura, que sofria bullying do resto da escola e resolveu me namorar por compaixão. Talvez fosse sorte, ou o destino, mas ela era a coisa mais linda que já me aconteceu, meu porto seguro, um presente dos céus que fazia parte de mim.
   Nós havíamos prometido que nada iria nos separar, e só de pensar nisso eu sentia um aperto no coração. Era por isso que eu não queria que ela me acompanhasse até a praia, despedidas eram muito doloridas.
    Eu sempre achei melhor sentir a dor pós-cirurgia do que sentir a dor durante a cirurgia. Despedidas eram como cortes sem anestesia, mesmo sabendo que vai doer depois, a dor na hora do corte é insuportável.
   - Em que você está pensando? - Sua voz suave fez meus pensamentos voarem para longe. Ela Parou de andar e me encarou esperando uma resposta. Eu a encarei de volta, observando cautelosamente seus olhos azuis. Zahara era aquela menina loira, de pele clara e boca desenhada que faria você pensar que era frágil, mas de frágil ela não tinha nada.
   Não queria admitir que talvez aquela fosse a última vez que eu a veria, de que aquilo era realmente uma despedida. Meu estômago despencou e eu desviei o olhar para o horizonte para que ela não visse meu olhos marejados.
   - Estou pensando no quanto eu sou sortudo por te conhecer. - as palavras saíram num sussurro, um nó se formara em minha garganta. Ela ficou calada. Imaginei que também estava segurando a vontade de chorar, mas não me atrevi a conferir.
   Me lembrei do primeiro dia que cheguei à África e conheci Zahara, realmente eu era muito sortudo. Na época eu tinha 12 anos, e estava indo morar ali para fazer intercâmbio na Escola de Magia Bruxaria de Uagadou. Não foi muito difícil convencer meu pai a permitir, ele era o cara mais legal do mundo. Meu pai se chama Jonathan e é um homem negro, forte e careca, com um sorriso maroto, o típico malandro brasileiro. Eu ja perdi as contas de quantas namoradas lindas meu pai já teve, por este motivo eu nunca entendi como ele se envolveu com uma giganta, no caso a minha mãe. Deve ser muito estranho, para não dizer nojento, mas eu nunca tive interesse de saber mais sobre isso, a única coisa que sei sobre a giganta que me pariu é que ela morreu pouco depois de eu nascer em uma briga com outra giganta, mas eu não me importava, pois minha mãe de verdade era minha avó Dionisia, a mulher que me criou com todo amor do mundo.  Tanto minha avó quanto meu pai apoiaram minha ida até a África, pois eles sabiam que meu sonho era me tornar um animago e que Uagadou era referência no assunto.
   Eu cheguei à África muito acanhado, pois tinha medo de reviver as experiências vividas no Brasil, onde sofria bullying por causa do meu tamanho. Quando conheci Zahara eu era um garoto de 1, 70 de altura, sem habilidade nenhuma com a varinha e com difuculdade de socializar. Ela era filha da dona da hospedaria em que eu iria morar nas férias da escola, e foi legal comigo desde o primeiro dia que nos vimos, me ajudou a interagir, me apresentou o vilarejo em que morávamos, e até me defendeu várias vezes na escola. Eu realmente era sortudo por conhece-la.
   Absorto nos pensamentos nem percebi que o sol havia cedido lugar para a noite e o frio. Olhei ao redor sentindo uma sensação de déjá vu. A quase 5 anos atrás Zahara me levara para conhecer aquela praia de areia branca e mar azul. Lembro-me de como eu fiquei encantado com o pôr-do-sol da contra-costa da península do Mussulo. A praia continuava a mesma, o pôr-do-sol continuava o mesmo, mas nós não éramos os mesmos. A 5 anos atrás éramos crianças despreocupadas e peraltas, mas hoje havia desespero, medo e aflição em nossos corações.
   - Você não precisa ir, você sabe disso. - Ela falou depois de muito tempo.
   Eu virei meu rosto para ela, com o olhar sério.
   - Eu preciso sim Zahara. Por mais que eu odeie ficar longe de você, seria muito pior te perder para sempre - eu fechei os olhos e respirei fundo para manter minha voz normal; aquele assunto acabava com meu emocional. - Eu vou ir, vou vencer aquele disputa e você vai ficar bem ok?
   Ela não respondeu e eu abri os olhos e vi que ela estava chorando.
   - Oh meu amor, não chora por favor. - Eu me agachei para meu rosto ficar na mesma altura que o dela e limpei suas lágrimas com meus dedos. Eu também queria muito chorar, mas eu precisava ser forte, por mim e por ela.
   - Jordan, eu estou com medo - sua voz era trêmula, parecia que também estava tentando segurar o choro. - Estou com medo desta coisa que está acontecendo comigo e estou com medo do que pode acontecer com você. Essa competição é muito perigosa, várias pessoas morrem em todas as edições, eu não quero que você se machuque, eu não valho tudo isso. - ela colocou as mãos no rosto e chorou com mais intensidade.
   - Calma meu amor. - eu me levantei e a abracei puxando seu rosto para o meu peito.  - vai dar tudo certo. Lembra quando você disse que eu faço parte de você? Pois então, se você sofrer eu também sofro, se eu te perder uma parte de mim vai junto. Eu não posso ficar aqui vendo isso acontecer com você, eu tenho que fazer alguma coisa, eu preciso tentar, por mim e por vocês.
   Ela parou de soluçar e eu comecei alisar seu cabelo sentindo suas lágrimas molharem minha camiseta.
   - Eu confio em você meu amor. - murmurou ela com a voz fraca. - eu sei que você vai conseguir, e nós vamos estar te esperando.
   Fomos interrompidos por um barulho agudo que cortou o ar. Nos viramos para olhar e vimos um grande vulto voando em nossa direção, perdendo altitude a cada metro até pousar na margem da praia à uns 50 metros de distância de onde nós estávamos. Era um imenso navio pirata bastante velho e de aparência fantasmagórica. Minha carona para o Brasil havia chegado e meu coração disparou pois eu sabia que o comandante estava me esperando, e eu tinha pouco tempo para me despedir.
   Olhei para Zahara e tentei falar algo mas o nó na minha garganta não permitiu. Ela se afastou alguns passos de mim e ergueu sua varinha no ar e proclamou olhando em meus olhos:
   - Expecto patronum!
   Um carneiro prateado saiu da ponta de sua varinha e começou a nos contornar. Eu entendi o seu sinal e também ergui minha varinha, e foi imaginando nós dois juntos de mãos dadas, sem preocupações, sem aflições, como se tudo estivesse bem, que eu conjurei o meu patrono.
   Um enorme leão patreado apareceu no ar e começou a brincar com o carneiro acima de nossas cabeças. Eu olhei para ela e ela abriu o meu sorriso preferido, me fazendo sentir uma aperto no peito ao mesmo tempo que meu estômago despencava. Doía saber que eu ficaria longe daquele sorriso.
   - Eu te amo... - sussurrou ela.
   - Eu te amo! - repeti.
   Eu a puxei para mim e entrelacei meus braços em sua cintura, e ela colocou os dela no meu pescoço, enquanto eu me curvava para tocar seus lábios. Eu era como um drogado que consumia sua última pedra de crack. Eu sabia que quanto mais eu consumisse mais seria dificil - e dolorido - minha reabilitação. Mas eu não estava preocupado com isso, eu precisava dela, do seu cheiro, do seu sorriso, do seu beijo, e ia consumir o quanto pudesse. Meu peito parecia estar se rasgando por saber que não a teria mais por perto, mas por ela eu voltaria para o Brasil, por ela arriscaria minha vida em uma disputa idiota, por ela eu faria tudo.


Notas Finais


No próximo capítulo Jordan vai embarcar para a Escola de Magia e Bruxaria de Castelobruxo, no Brasil, não deixe de acompanhar esta jornada!
Se gostou da história curte e comenta, até próxima! Abraços.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...