História Jornada nas Estrelas - Colonização - O Jôio do Trigo - parte 1

 03 de Fevereiro de 2402, Estação Espacial da Terra, 01.

     Quinze anos depois da ameaça contida de explosão da Supernova de Rômulos, continuamos enviando todo tipo de ajuda ao Império Romulano, que tornou sua antiga colônia, Shjin IV como sua nova sede.

     De início nossa ajuda fôra bem recebida para ajudarmos na evacuação do planeta após o sucesso da missão do herói Spock, que infelizmente deve ter morrido acreditando ter falhado.

     Ao ter lançado o dispositivo em sua estrela moribunda, sem perceber, Spock havia viajado no tempo uma vez a mais, tendo ido para o futuro em que a estrela explodia, e logo depois ter entrado em uma fenda dimensional que o lançou definitivamente numa viagem sem volta no tempo de outra dimensão.

     É impossivel resgatá-lo devido ao fechamento e ruptura da fenda. O que Spock conquistou foi apenas o adiamento da explosão que ainda não ocorreu, mas isso nos deu tempo de evacuarmos grande parte da população dos planetas na área de risco o máximo possível.

     Devido à radiação não houve tempo de resgatar o resto da população, que permaneceu nos planetas decadentes.

     Nosso trabalho é ajudar em diversas frentes, como: social, diplomática, econômica, política, tecnológica e militar.

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"O espaço...a fronteira final...essas são as viagens da nave estelar Enterprise em sua missão de pesquisar novos mundos...novas formas de vida...novas civilizações...audaciosamente indo onde ninguém jamais esteve!"

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     "Diário de bordo, data estelar 2502.5. Há um mês atrás havíamos sido chamados de volta para a Terra, porque nossa Enterprise se tornaria uma nave-museu para visitações de civis. Foi uma pena ter que se desfazer de uma velha companheira só por causa de uns poucos quilos a mais de gorduras...quero dizer, ferrugens e obsoletismos generalizados.

     Nossa reformulada tripulação agora tem que se habituar à esse cheirinho de novo causador de espirros ocasionais nos alérgicos dessa nova Enterprise modelo Ômega de formato estranho e capacidades ainda desconhecidas.

     Ainda em meios a alguns ajustes e testes inevitáveis, estamos de volta pra nossa nova casa...casa porque toda a Frota está solidária com a tragédia dos Romulanos, e estamos nos esforçando em ajudá-los já fazem 15 anos. Estamos agora a 18 horas da chegada à antiga Zona-Neutra com equipamentos diversos para entrega.

     Até o momento temos lidado com desentendimentos e acusações, o que não é nada mal em se tratando de romulanos." 

                                                                  ***

     -Capitão, mensagem direta da frota...quer que eu envie pro painel? - pergunta o ex-hiperativo oficial de comunicações, Jorbo.

     O velho capitão Jameson, que estava agachado abaixo do painel de suporte de vida consertando os circuitos junto à técnica em eletrônica, tenente Mikhaela, se volta olhando para ele em resposta, recalibrando a vista por causa da mudança de foco:

     - Envie para meu alojamento por favor, Jorbo...tenho mesmo que checar o açúcar na enfermaria - disse, levantando-se e olhando rapidamente pro Nhermfit, que havia subornado o confeiteiro do Cônsul de Gacsa para preparar o bôlo do 52o aniversário do capitão, que entendeu perfeitamente o que ele insinuava.

     Desde que seu terceiro casamento já previamente arruinado caiu em ruínas de fato, ele voltou a comer doces feito louco. Sua sorte é que sua genética não lhe deixa engordar graças ao metabolismo acelerado e aos chás curativos de Yânulo, uma maravilha que é o sonho das 5 de todo terráqueo da Inglaterra como ele.

     Jameson é Vice-Almirante da Frota Estelar, mas nunca comandou uma nave antes. Passou a carreira inteira em terra firme, na função de Assuntos Estratégicos, tomando decisões da maior importância nos assuntos diplomáticos e de Guerra da Federação dos Planetas Unidos, em associação com a Frota Estelar.

     Ele era membro honorável do Conselho de Assuntos extraordinários, e a maioria das decisões eram tomadas com base em informes de espionagens e pilhas de dados politicos e bélicos. Enfim...toda sua carreira foi pura burocracia e negociação cosmopolítica(uma variante final da geopolítica).

     Jamais entrou em ação, nem tampouco sofreu risco de vida. Sua escolha para capitão de uma nave foi feita baseada em sua notória capacidade argumentativa, diplomática e estratégica... capacidades que são urgentes no comando nos tempos atuais, dadas as circunstâncias.

     E como sua vida pessoal literalmente acabou com o fim do terceiro casamento, e pelo fato de seus cinco atarefados filhos estarem sempre sem tempo para visitá-lo nos fins de semana, a proposta recebida de comandar uma nave na linha de frente veio bem a calhar.

     Enquanto Jameson transitava pela nave, estranhava a diferença de comportamento da tripulação em relação aos oficiais da Frota na Terra, pois lá os subalternos sempre prestam continência ao capitão, enquanto que nas naves da frota isso raríssimamente ou provavelmente nunca acontece. No máximo um aceno com a cabeça em respeito.

     Sempre que o capitão via um subalterno pelos corredores, já se preparava pra responder a continência no automático, mas a iniciativa nunca vinha dos oficiais inferiores e praças.
Isso o fazia se sentir um tanto deslocado, como se estivesse de repente fora do militarismo.

Continua no próximo capítulo...