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História Jornada nas Estrelas, a série - Episódio-Piloto: O Laboratório da Morte, parte 2


Escrita por: LegendaPirata

Capítulo 2 - Episódio-Piloto: O Laboratório da Morte, parte 2


 

     O capitão Kirk fecha os olhos por um momento, respirando profundamente, chegando a suspirar claramente pra tentar transmitir à vulcana a ideia de que está se conformando com a situação sob um forte peso emotivo, cuja representação é imprescindível para dar à vulcana uma maior consolidação de sua sensação de poder, aumentando sua autoconfiança, um nível de consciência emotivo do qual nem mesmo os vulcanos escapam.


     Representações simples assim por parte do comando são importantes para diminuir o nível de desconfiança do inimigo. Como exímio enxadrista e estrategista, Kirk sabe bem como se comportar.


     — Estou perfeitamente inclinado a concordar, Raw-har...mas espero que a Sra. entenda que uma decisão como esta, eu jamais poderei tomar sozinho. Preciso notificar a tripulação de nossa situação e me reunir com meus oficiais superiores da nave. Peço que por gentileza nos dê 30 minutos para isso, e uma vez que a Sra aguardou tantos meses pelo surgimento de cobaias como nós, 30 minutos de seu tempo não é muita coisa, imagino.


     — De fato, capitão, seu pedido é lógico e seria aceitável, não fosse pelo risco de vocês estarem mentindo de alguma forma que ainda não alcancei, já que sua espécie é famosa pelo engôdo, e por isso podem estar preparando alguma cilada. Portanto lhe darei apenas 10 minutos, e se meus sensores registrarem a mínima ativação de suas armas, ou realizarem qualquer manobra que eu interprete como procrastinatória, inicializarei imediatamente meus experimentos em vocês, mas prometo mesmo assim poupar o máximo de vidas humanas, pois eu não os menosprezo.


     Raw-har não é uma boa estrategista. No entanto, por considerar todas as possibilidades, e mesmo apesar de estar enfêrma sob loucura obsessiva, uma espécie de "curto-circuito" neural que pode ocorrer em fêmeas jovens sob pressão e frustração, dependendo de seus desvios genéticos, ela mesmo assim admite o risco da derrota e captura, e mesmo tendo um certo desdém pela espécie humana, ela não vê razão lógica para a grosseria e nem para o assassinato desnecessário, nem mesmo em se tratando de espécimes que ela considera inferiores.


     — 10 minutos?! Mas é impossível nesse pouco tempo, Raw-har...


     — 10 minutos, e nada mais, capitão Kirk.


     — Está bem, obrigado. - disse Kirk, demonstrando resignação.


     A comunicação é encerrada.


     — Spock, espero que tenha boas notícias.


     — Não creio que possam haver boas notícias, capitão, uma vez que estamos reféns em um...


     — Spock! Eu estou me referindo ao inibidor que vocês estão preparando.


     — O senhor poderia ter sido mais direto, capitão. O senhor parece ter tido sucesso em ganhar tempo para nós, inclusive os equipamentos já estão prontos, e estamos na artilharia acoplando aos torpedos.


     — Os equipamentos?


     Scoth toma a vez na fala:


     — Isso mesmo, capitão. Como era um procedimento simples inverter a cadeia dos spins dos Dilítiuns, removendo somente as partículas subatômicas bratkas, pudemos sem dificuldade...


     — Procedimento simples? - interrompe Kirk, estupefato.


     — Ué...claro, capitão...


     — Scoth...quantos inibidores vocês conseguiram?


     — Cinco, capitão. - finalizou o suspense, Spock - e podemos com isso abrir um corredor em linha reta à nossa frente para uma fuga, mas o problema...


     — Estou ouvindo, Spock - disse Kirk, impaciente com a longa pausa do vulcano.
     
     
     — O problema é que não temos mais como entrar em dobra espacial, e só conseguiremos inibir a ativação das minas por 6 minutos e quarenta segundos, o suficiente até a nossa saída da área hostil.


     Chekov complementa:


     — Mas as minas estão em constante movimento, capitón, e elas se movem mais rápido que nós, podendo nos alcançar.


     — Impulsionadas pelos propulsores magnéticos instalados em todas essas rochas, essas minas podem nos superar em velocidade em ponto 2 velocidade sub-luz. Morreríamos em instantes. - completa Spock.


     — Teríamos só o prazer da luz. - reflete em voz alta, o capitão.


     — O prazer da luz, capitão? - argue Scoth, curioso.


     — É uma alusão à um poema antigo, Scotty...de um jovem preso em cativeiro que consegue escapar, mas sua hemorragia lhe mata. Seu único alívio foi poder finalmente voltar a ver a luz do sol após tantos meses antes de seu último suspiro.


     — Espero que tenhamos melhor sorte, capitão. - pondera Scoth.


     — Também espero, Scotty... - diz o capitão. E complementa: 


     — Spock, esteve acompanhando a ponte pelo comunicador óptico enquanto montava o equipamento, correto?


     No episódio da desavença com Nero, o infame capitão viajante do tempo da nave cargueira romulana, enquanto Spock se habituava com os comandos da pequena nave de seu equivalente vulcano, ele roubou da pequena nave um pequeno transmissor peculiar muito interessante usado no século 24. Um comunicador com visor em uma lente de contato, que passa informações de vídeo e surpreendentemente também de áudio apenas pelo nervo óptico, podendo inclusive acessar controles da nave sob sua responsabilidade com comandos de pensamento.


     Spock entregou a tecnologia à Frota Estelar, mas ganhou dela o direito da patente sem informar seu equivalente vulcano desta "aquisição" por ordem da própria Frota, à qual seu uso ficou restrito exclusivamente para os capitães e imediatos, como é o caso de Kirk e Spock.


     Desta forma, mesmo quando se encontrava na engenharia ocupado com Scoth e o equipamento, ele ouvia e via tudo o que se passava na ponte.


     E Spock responde:


     — Acompanhei tudo, capitão. É deveras preocupante. - comentou Spock. - Pelo que parece, capitão, Raw-har sofre de D'cjul, um transtorno semelhante ao que os terráqueos chamam de Transtorno Obsessivo-Compulsivo, estou certo, Dr. Maccoy?


     E o bom doutor complementa:


     — Capitão, isso quer dizer que ela é perfeitamente racional e consciente do que faz, porém ela é escrava completa de sua própria obsessão pela ciência. Isto ocorreu com ela porque ela passou da época do Pin Farr, o equivalente ao Pon Farr masculino vulcano. É provável que ela seja irreversivelmente estéril desde o nascimento, o que pode provocar este quadro raro, sem ter tido direito a nenhum pretendente sequer.


     — Exato, doutor. - confirma Spock.


     — Então estamos diante de uma assassina fria e calculista obsecada unicamente por sua ciência... - reflete em voz alta Kirk - Spock...me diga...vocês retiraram a ogiva fotônica desses cinco torpedos, então eles não tem efeito destrutivo, correto?


     — Perfeitamente, capitão.


     — Podem armar esses torpedos para detonarem o pulso inibidor a cada 6 minutos e vinte segundos?


     — Ahhh! Entendi,...- surpreendeu-se Scoth - então o senhor quer montar um perímetro ao redor da estação para que ela não envie o comando de detonação das minas!


     — Isso mesmo Scotty, não arme o primeiro torpedo. Arme do segundo ao quinto em sequência a partir de agora!



     — Uma vez armado, é totalmente impossível desarmar, capitão. Todo o perímetro num raio de cinquenta quilômetros será afetado...não teremos comunicações nem teletransporte.


     — Estou ciente, disso. Prossiga.


     "Diário de bordo, suplemento: A vulcana Raw-har nos deu 10 minutos pra nos reunirmos e notificar a tripulação. Nos resta decidir se consentimos em sermos abatidos como ovelhas, ou nos comportarmos como raposas. A segunda opção é arriscada e ilógica, como diz Spock, mas eu diria que é da natureza humana preferir a morte do que a submissão. Vamos arriscar tudo em um plano calculado, porém incerto. Temos ainda mais dois minutos pra terminar o prazo dado por nossa problemática anfitriã. Eu pedi a Mccoy para realizar alguns procedimentos na enfermaria."


     Spock já se encontrava na ponte como o capitão pediu, porém com o uniforme um pouco sujo devido ao trabalho na engenharia. Kirk já não se encontrava mais na ponte, e quem está sentado na cadeira do capitão é Spock.


     Aos nove minutos e cinquenta segundos do prazo, Spock faz uma saudação à estação científica, e a vulcana prontamente abre a comunicação, erguendo a sombrancelha esquerda ao ver um igual no comando da nave alienígena terráquea.


     — Vida longa e próspera! - Saúda Spock à sua anfitriã, de mesmo planeta de origem.


     — Saudações! - diz a jovem acenando com a cabeça. - Eu não sabia que havia um vulcano à bordo de uma nave alienígena.


     — Sou Spock. A senhora não deve me conhecer. Sou meio vulcano e meio humano. Sou o primeiro oficial desta nave. Tivemos um briefing(reunião militar comum, geralmente pra discutir assuntos da ordem do dia) e nosso capitão se mostrava claramente irracional e relutante em cooperar. Considerei ilógica sua decisão de explodir a nave com corbomite, destruindo sua estação junto com todo este campo de asteróides em todo este quadrante, e por ordem do regulamento 1.223 da Frota, o destituí do cargo de capitão. Ele agora encontra-se em seu alojamento.


     — Entendo sua situação nessa nave, Sr. Spock. E você está à par das ordens que vocês devem obedecer, eu espero.


     — Perfeitamente.


     — Quero então que evacue as cavernas de  838 a 912 de sua nave deixando somente um tripulante e mantenha seus escudos na freqüência que estou transmitindo pra vocês. Espero que já tenha separado os voluntários.


     — Sim, Raw-har. Mas diferentemente de nós vulcanos, os humanos que serão abatidos não sabem desse fato. Eles irão para o local indicado um a um sem saber do que se trata, do contrário entrariam em pânico e realizariam um motim. Somente os oficiais superiores estão cientes da real situação.


     — Capitón Spock, os escudos foram sabotados, senhor. Foram desativados na engenharia! - disse rapidamente Chekov.


     Imediatamente, e na frente de Raw-har Spock aperta o botão digital azul do comunicador no seu painel:


     — Alerta vermelho! Alerta vermelho! Engenharia, temos um sabotador à bordo, reative os escudos imediatamente. Ponte para Segurança. Ponte para Segurança! Dirigir-se à engenharia, isto não é um exercício.


     Ele aperta outro botão, mas é logo interrompido:


     — Capitão Spock, se isto for um estratagema, repetirei o que disse...


      O próprio Spock faz um sinal levantando o indicador esquerdo pra Raw-har, como quem pede um momento desesperadamente e dessa vez é ele quem a interrompe dizendo no comunicador de seu painel:
     
     
     — Ponte para engenharia, Scoth, onde você está?


     Uma outra voz responde:


     — Senhor, ele foi atordoado, aqui quem fala é o capitão-tenente Jacob. Destruíram os controles, senhor, pra reativar os escudos preciso de cinco minutos.


     — Pois faça isso agora, capitão-tenente Jacob. - e Spock aperta outro comando. - Ponte para enfermaria, ponte para enfermaria, homem ferido na engenharia.


     Chekov interrompe novamente:


     — Senhor, uma nave auxiliar não-autorizada está abandonando a nave, estamos sendo sabotados.


     — Raw-har? Isso é ilógico.


     Surpresa com a desconfiança inusitada, a vulcana responde:


     — Não sou eu, Sr. Spock.


     A nave auxiliar se dirigia na direção da Estrutura(estação científica da vulcana). Ela rastreou, mas não encontrou nenhuma arma na inofensiva nave auxiliar, mas sua sonda indicou que havia um humano dentro, então, resolveu esperar curiosa pra saber do que se tratava, afinal lidar com o curioso comportamento humano incomum e inusitado não deixa de ser uma experiência para ela despertadora de curiosidade. E em sua segurança e autoconfiança nas proporções vulcanas, ela não vê perigo algum.


      Tudo o que sua sondagem indicava era que aquela nave auxiliar tinha combustível de cristais de dilitium em excesso, desnecessariamente, o que lha fez raciocinar que esta navezinha parecia estar querendo fazer uma longa viagem, fugindo da Enterprise.


     Sua sondagem à quela distância era incapaz de discernir que o dilítium estava modificado, e mesmo que acusasse isso, ela jamais iria saber que efeitos isto poderia causar, pois não sabe do dispositivo que é indetectável à sua sondagem.


     De repente, da nave auxiliar sai uma comunicação que ambas as tripulações escutam em viva voz:


     — Sua vulcana desgraçada! Você vai morrer! - era claramente amvoz do capitão James T. Kirk. Ele apareceu no visor tanto da Enterprise quanto da Estação.


     Sua pequena nave continuava em rota de colisão com a Estrutura, e Spock diz:


     — Capitão, o que está fazendo é ilógico, o senhor vai desperdiçar sua vida em um suicídio infrutífero! Não faça isso!


     — Cale-se, traidor! Você sempre quis o comando! Malditos sejam todos os vulcanos!


     Spock rapidamente ordenou:


     — Raio trator, Chekov!


     — Está fora de alcance, Spock. - responde Chekov.


     — Sr. Sulu, rota de interceptação... Raw-har, por favor, não dispare, só iremos alcansar a nave auxiliar. - disse Spock calmamente.


     Raw-har estava perdida, pois não entendia nada de estratégia e artimanhas. Tudo que ela sabia é que mesmo descarregando todos os torpedos da Enterprise, a  sua Estação está perfeitamente bem protegida com seus escudos levantados, e se ela acionar todas as minas, pelo fato de seus escudos terem a mesma freqüência das mesmas sua estação é totalmente imune à uma enorme explosão. Então sua passividade está coberta de segurança, e na sua opinião, qualquer manobra que a Enterprise tentar, seria algo no mínimo patético para ela, o que lha enche de confiança matemática.


     — Sulu, mais rápido, intercepte aquela nave auxiliar! - ordena Spock. E ele fala pra nave auxiliar: Capitão Kirk, sua vida é valiosa pra Frota, dê meia volta, não a desperdice!


     — Cale-se, traidor!! - grita Kirk, absolutamente irracional.


     Antes da Enterprise alcansar a distância do raio trator, a pequena nave auxiliar acelera, dando um impulso inesperadamente acima da velocidade maxima de impulso, e atinge os escudos da Estação, despedaçando-se imediatamente.


     Todos na ponte da Enterprise ficam boquiabertos, e até a vulcana franze a testa diante de tamanha estupidez humana.


     Imediatamente, a comunicação entre a Enterprise e a Estação é cortada pela radiação silenciosa da explosão da nave auxiliar que carregava o torpedo desativado que Kirk pediu pra Scoth não acionar.


     O teletransporte imediatamente ficou inoperante, assim como as comunicações à longa distância, exceto os circuitos internos físicos de comunicação. O efeito dessa silenciosa explosão terá efeito por seis minutos equarenta segundos.


     Imediatamente, Spock dá a ordem:


     — Levantar escudos no máximo, rota de colisão com a Estação, Sr. Sulu! Disparar tudo, Chekov!!


     Ambos obedecem imediatamente. Raw-har ativa imedxiatamente o botão vermelho ao ver o movimento da Enterprise, mas fica totalmente contrariada ao ver que nenhuma mina explodiu.


      As luzes internas de sua estação piscam por alguns momentos com o impacto dos torpedos fotônicos, mas seus escudos resistem bem, entretanto, eles sempre enfraquecem momentaneamente no local do impacto dos fazers e torpedos, que é o ponto exato onde a Enterprise está se dirigindo para aproveitar a brecha.


     Raw-har aperta alguns comandos para deixar os disparos de fazer, que são a unica arma de sua Estação, no automático atacando inutilmente os escudos da Enterprise, e depois ela corre para um dos laboratórios, e pega uma arma de duas mãos, capaz de disparar um feixe de trátons com alcance de até 30 metros, capaz de atravessar paredes e escudos de baixa intensidade.


     Seu laboratório não possui armas, e como única tripulante, esta é a única arma de que dispõe, entretanto, é indiscutivelmente superior à um fazer. Ela se dirige à Engenharia da Estação e abre uma cápsula de escape, colocando o cartão com os arquivos e avanços científicos descobertos no laboratório por elame sua falecuda equipe, e aciona a transmissão em um desconhecido código vulcano para que chegue até seus investidores vulcanos numa das colônias. Ela aciona a cápsula que é disparada por uma pequena brecha em seus escudos, indo direto ao espaço profundo, fugindo do campo de asteróides do Laboratório.


     — Capitón, uma cápsula de fuga foi lançada, mas não há ninguém à bordo.


     — Destrua, Chekov! Pode ser algum pedido de socorro, e tudo que menos queremos é mais problemas. - ordenou Spock.


     Com dois torpedos, a cápsula foi desintegrada, incapaz de fazer qualquer transmissão.


     — Alarme de colisão! - grita Spock pra toda a tripulação por vários momentos antes do impacto.


     Ainda disparando fâzers e torpedos ao máximo, a Enterprise finalmente se choca com a sólida Estrutura, blindada pelos escudos, pelas ricgas do asteróide e pelo casco do laboratório.


     O violento impacto fez ambos os escudos serem desativados, e vinte metros de casco da Enterprise se fundiu ao material da Estação, ficando ambos os materiais incandescentes e liberando vapores tóxicos mortais.


     A tripulação da Enterprise não teve baixas com o impacto, exceto por fraturas e intoxicações da equipe de reparos e contenção. 


     As estruturas, nas partes fundidas, se tornaram praticamente como um par de dançarinos flutuando descontroladamente pelo campo de asteróides em rotação, e nem a Enterprise e nem a Estação conseguiam se separar uma da outra devido à fundição.


     Uhura emitia saudações de socorro subespacial à Frota, mas as minas triangulavam as mensagens impedindo-as de saírem do campo de asteróides.


    


 



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