História Jornada nas Estrelas, a série - O Misterioso Mercador Klingon - parte 2

Após um longo mês de trabalho dentro da nova NCC 1701 Enterprise atracada dentro da Estação Espacial 1 para instalação de equipamentos, testes e exercícios, toda a tripulação já estava pronta pra zarpar novamente rumo à sua missão de 5 anos no espaço profundo.

Este era o último dia dentro da Estação antes da partida, e Kirk e Spock aguardam sozinhos e ansiosos dentro do gabinete do comandante-chefe da Frota, Almirante Tales.

— Fique calmo, Spock... essa demora é normal. — dizia o genial capitão James T. Kirk para seu novo "amigo" vulcano, como se estivesse conversando em voz baixa com.seus próprios pensamentos tensos.

— Desculpe, capitão, mas este seu comentário foi profundamente ilógico! — responde, contrariadíssimo e sereno, quase como se estivesse debochando, o que não era o caso, apesar de suas expressões joviais não serem capazes de exalar a famosa austeridade de um vulcano maduro. — Nós vulcanos não usamos a palavra calmo para descrever um estado de espírito ou emocional de nós mesmos, capitão,... exatamente por não possuirmos emoções que necessitem da transição de um estado de espírito caótico para um outro que seja "controlado", por assim dizer...

E assim prosseguia Spock numa longuíssima narrativa explicando incansavelmente os quês e porquês de cada uma das réplicas e tréplicas de Kirk estarem infundadas.

Na verdade, psicologicamente falando, apesar de Kirk e Spock estarem trabalhando lado a lado na mesma nave há poucos meses, eles já desenvolveram automatismos comportamentais curiosos entre si.

Kirk, de um.lado, era humano e estava tenso e inseguro, sem saber se lhe retirariam o comando da nave de última hora, faltando menos de 24 horas para eles zarparem e ele ter certeza de que seu comando.estava assegurado.

Como bom líder que é, ele não se permite e nem pode se deixar permitir transparecer insegurança ou ansiedade.

Então sua estratégia pra aliviar a tensão amplificada pelo silêncio mortal ao estar dentro de uma sala enorme com um rígido vulcano que mais parece uma estátua foi fingir que a tensão pertencia a seu amigo vulcano, e não a si próprio.

Com.esse tipo de estratégia comportamental, Kirk conseue fingir muito bem, empurrando pro seu colega um estado emocional que lertence a si.

Spock, de sua parte, não sabe.dessa estratégia mental.e emocional humana usada por alguns líderes dissimulados e versáteis, porém com caráter, como é o caso do presente humano loiro.

Só restou ao vulcano se indignar de forma.intelectual com o estranho comentário feito por seu interlocutor, quebrando repentinamente um silêncio que para Spock era agradável, pois ele ponderava com a cabeça ligeiramente distante em pensamentos sobre Física.

Mas as falas de.Spock eram pra Kirk um.remédio para amenizar a tensão e a.ansiedade, pois a.voz e o modo lógico e maquinal do vulcano falar causava sono e tédio... curando o capitão da.ansiedade.

Para Spock, este tipo de diálogo era interessantíssimo, pois ele gostava de aproveitar cada oportunidade como essa pra.demonstrar seu saber sobre o quanto os seres humanos se auto-enganam sobre.as coisas. E ele adora apontar alternativas inteligentes sobre como deveria ser a interlocução e o.pensamento humano baseados numa lógica vantajosa.

Mas.Spock ainda é jovem demais e.inexperiente...e ainda não percebeu que Kirk o induz a falar as vezes pra se divertir, principalmente ao lado de Mccoy, ora pra relaxar, como é o presente caso.

Finalmente, após um interminavel diálogo com o sombrancelhudo de orelhas pontudas, entram na sala o comandante-geral da.Frota, almirante Tales, ao lado de dois outros oficiais do alto escalão, e o diplomata da Federação de Planetas Umidos na base, o contra-almirante Sigmund.

     Então os quatro oficiais superiores se sentam após as continências dos jovens e começa a reunião secreta.