História Jovanna - Pra sempre com você - Revelações (parte três)

— Exato! Hoje eu entendo que esse foi um dos maiores erros que eu podia ter cometido. Me arrependi tanto que hoje eu tô aqui para me redimir. – falou.

— Que Bom! Só que até agora não ouvi nada realmente convincente vindo de você. – podia estar parecendo um pouco rude, mas vejam o meu lado, ele já falou, falou, mas não disse nada cem por cento.

— Eu quero te explicar tudo, desde o início. Não quero que fique nenhum assunto pendente. Meu planejamento pra hoje é você sair por aquela porta sem nem um pingo de dúvida sobre o que eu sinto. – ele disse isso com uma carinha super triste que me fez querer consolá-lo.

— Vá em frente!

— Eu e ela namoramos por maus um ano, fomos felizes e como eu disse, não dá para negar que ela me fez bem durante todo esse tempo. Só que acabou, eu me sinto um completo idiota ao lembrar o motivo, mas é a realidade. A muito tempo eu não me sentia completo. Não é nada com ela, muito pelo contrário, ela é uma ótima pessoa, mas talvez ela possa ter chegado na minha vida no momento errado. – desabafou.

— Não. Ela chegou em sua vida no momento exato. Ela te ajudou a crescer, a amadurecer. Você deve muito a ela por isso, você mesmo disse que ela te fez bem. O problema não foi o momento em que ela chegou, foi a forma em que ela chegou.

— É, tenho que concordar. Com isso percebo que você já sabe o que eu preciso contar. – é, ele estava certo.

— Pode ser. Só preciso que você deixe claro. 

— Giovanna, lembra quando você me disse que queria me falar algo, há uns dois anos atrás? Então, eu meio que já desconfiava o que seria. Alguns dias anteriores à esse, o pessoal da novela me chamou para uma conversa junto da minha mãe, da Larissa e da mãe dela. Nessa conversa eles fizeram à mim e à minha mãe, juntamente com a Larissa e sua mãe, a proposta de assinar um contrato que consistia em  um namoro entre mim e a Larissa. A proposta era que começássemos a nos aproximar e que deixássemos isso bem exposto para a mídia e os fãs, por sua vez, eles começariam a desconfiar e isso naturalmente aumentaria mais audiência à novela, como se fosse “a vida imitando a arte”. Teríamos que fazer isso por todo o decorrer da novela, depois deixaríamos passar um tempo para que não houvesse desconfiança das pessoas de fora, e aí sim poderíamos “terminar”. – ele soltou essa bomba em mim rapidamente, acho que para ela demorar a “estourar”.

— Caramba! – foi o que eu consegui dizer. Já esperava por isso, mas ouvir essas palavras saindo da sua boca é muito mais impactante.

— Mesmo com toda essa situação, o namoro foi de verdade. Ou pelo menos uma parte dele. Desde que a gente assumiu, o sentimento já havia se iniciado, passar tanto tempo com uma pessoa faz isso. Sem contar que ela é uma boa pessoa. Tudo o que aconteceu dali pra frente foi de verdade. Nós aprendemos a nos amar. Mas chega uma hora que a gente cansa, e a minha hora acabou chegando “cedo de mais”, chegamos a um ponto em que tudo me irritava, eu fiz coisas que não me deixaram satisfeito e, obviamente, não satisfizeram ela. Foi nesse momento que eu quis terminar. Nós conversamos a sós primeiro, pensamos que aconteceram coisas nada legais, tínhamos um contrato, mas isso não estava nos fazendo bem, já havíamos terminado as gravações, os fãs estavam percebendo, e podemos concordar que essa situação não era nada certa. Foi com esses argumentos que fomos conversar com a pessoa que estava por trás dessa idéia. Depois de muita insistência, ele concordou conosco e permitiu que anunciassemos o fim, queríamos apenas poder anunciar mesmo, porque entre nós já havia acabado, ele permitindo ou não. A única coisa que mudaria era que, se ele não permitisse, voltaríamos ao início, onde não nos gostávamos de verdade mas éramos obrigados a fingir isso para todos por causa desta droga de contrato. – concluiu seu esclarecimento.

— Sério, eu nem sei o que dizer. Isso é muito errado! – constatei o óbvio.

— É, eu sei. E é por isso que você por favor, tem que ficar de boca fechada. Eu garanti à todos os envolvidos que o que eu te falei não iria ser contado a mais ninguém. – afirmou como se fosse um pedido.

— Ah, claro. Até porque seria super a minha cara sair por aí contando para Deus e o mundo um absurdo desses né. – falei em um tom estupidamente irônico. — Tipo: “Amiga você não sabe da última, Jolari era fake. Babado!” – brinquei com a voz fina, mas ainda estava irritada.

— Mesmo brava você consegue me fazer rir – falou rindo — Eu sei que você não é assim, mas não custa avisar.

— Não tem graça alguma! – eu ainda estava irritada.

— Agora, falando sério, eu me sinto muito aliviado por ter te contado tudo. Tirei um peso das minhas costas. Mas o que você acha?

— Uma loucura. O mundo está perdido mesmo… só não te culpo porque sei que você foi “obrigado” a fazer isso. Se eu não tivesse escutado a conversa, estaria brigando com você agora, confesso. – falei. Estava um pouco aliviada, depois de tanto escutar, finalmente chegamos a tão esperada verdade. Até o ar parecia estar mais leve.

— E agora? Digo, com você sabendo de tudo, como a gente fica? – perguntou um pouco receoso

João Guilherme

— Olha, eu não sei. Ainda está tudo muito confuso na minha mente, preciso me organizar. Aconteceram muitas coisas. Coisas que poderiam ter sido evitadas, mesmo com essa mentira. Preciso colocar minhas ideias no lugar. – Confesso que sua resposta me deixou um tanto desapontado, tinha esperanças que, depois dessa conversa, seríamos “felizes para sempre”, mas vejo que me enganei. Esqueci de descer da nuvem e encarar a realidade: Nem sempre as coisas saem como queremos.

— Nós somos amigos, Giovanna. Não quero que toda essa história estrague a nossa relação. Nós podemos voltar a ser como éramos antes, ou até melhor! – falei isso torcendo para que ela melhorasse sua cara.

— Sim, pode até ser, mas nós vamos continuar como estávamos aos poucos. Isso que você me contou foi apenas um pequeno regresso, mas acho que se quisermos mesmo a presença um do outro em nossas vidas, vamos naturalmente voltar a ser como antes.

— Tá bom então! Me dá um abraço? – pedi com manha

— Não sei, deixa eu pensar... – ela nem falou mais nada, já fui ao seu encontro dar o abraço que eu mais esperei desde que começou toda essa confusão.