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História Judas - Sobre O Começo


Escrita por: Gabizuuu

Notas do Autor


Oe oe, sou eu a Gab com um projeto novinho em folha.
Por favor dêem muito amor a esta história que euzinha escrevo com tanto carinho.
Bem vindos ao universo de Judas ♡
Boa leitura.

Capítulo 1 - Sobre O Começo


 

 Eu sou um prisioneiro do meu vício
Estou viciado em uma vida tão vazia e tão fria
Eu sou um prisioneiro das minhas decisões          
 
Prisoner - The Weekend feat. Lana Del Rey                          

 

 

XXX   ~ 7 anos atrás.

 

Meus olhos encontram certa dificuldade para se manterem abertos. A algema que une minhas mãos, me deixando incapaz, está apertada, as marcas em meu pulso denunciam isso.Minha respiração está quieta e meus passos lentos, já não resisto mais, meu corpo se cansou, e entrou em estado de inércia, agora ele apenas acompanha as movimentações externas através de movimentos mecânicos e dolorosos.

 

Minha mente viaja, me transportando para o momento da decisão. Eu me sentia tenso, meu corpo tremia, e minha voz falhava.Estava obviamente com medo, afinal sou humano, não estou isento de emoções, mas eu a amava demais, por ela faria tudo, independentemente das consequências.

Eu fiz uma escolha, tida por muitos como traição. Mas quer saber? Naquele momento, eu não me importava com os dedos que me apontavam, com os gritos de "JUDAS" que eram direcionados para mim, tão pouco com os socos e pontapés que levei.Era tudo ou nada, e ela havia se tornado meu tudo, em hipótese alguma eu poderia me desfazer dela, perdê-la, para mim, era o fim do meu mundo, pois nada fazia sentido sem ela.

Agora cá estou eu, sendo levado para o local em que as almas esperam a morte, a espécie de purgatório que eu conhecia muito bem.E o pior, é que tudo que eu fiz de nada serviu, me encontro aqui, sem minha dignidade, liberdade, e sem ela.



 

XXX ~ Dias atuais.



- "Penso logo existo" - René Descartes.

Li a frase do famoso filósofo e matemático, baixinho encolhida em meu assento na faculdade.Enquanto o professor falava sobre técnicas de comunicação, eu me ocupava em forçar o meu cérebro a encontrar qualquer ideia para o meu trabalho de conclusão de curso de minha amada faculdade de jornalismo.

Fiquei repetindo essa frase várias vezes, no intuito de obrigar o meu cérebro a trabalhar, o que ele claramente não queria.

- Deus o que eu vou fazer? - Protestei, um pouco alto demais.

Quando me dei conta, todos na sala de aula olhavam para mim com cara de: O que essa louca tá aprontando dessa vez? Sim, eu tinha um histórico nada agradável de aluna desastrada que está sempre arranjando problema, o que claramente não era verdade,  bom, pelo menos eu não achava.

- Eu posso saber o que é mais importante neste momento do que minha aula S/N? - Disse o professor Heiden Heisenberg, obviamente irritado.

- Nada, eu só estava pensando alto. - Disse eu, engolindo em seco.

- Se você não está disposta a refletir sobre o assunto em pauta, sugiro que se retire. - Disse Heisenberg, firme.

- Perdão, senhor Heisenberg, prometo me concentrar.

Senhor Heisenberg me fuzilou com os olhos por mais alguns minutos, só então continuou a aula. E somente quando ele parou de me encarar, eu fui capaz de respirar. Obviamente não consegui prestar atenção na aula, agora me dividia em tentar arrancar qualquer ideia do meu cérebro para o meu TCC, e em tentar entender porque um professor tão jovem era tão ranzinza.

Senhor Heisenberg tinha no máximo 30 anos, e eu o admirava muito por ainda no auge de sua vida ter se tornado professor de uma universidade conceituada, mas ele era um cara tão irritado e chato. Acho que ele estudou tanto para estar onde está, que seu bom humor foi se esvaindo com o tempo.

A aula finalmente acabou, e enquanto eu guardava minhas tralhas na bolsa, todos saíram rapidamente, todos, exceto eu e senhor Heisenberg.Eu me senti estranhamente nervosa por estar sozinha ele, o clima tenso estava quase palpável.
Me levantei e com minhas pernas bambas, caminhei lentamente até  porta, quando toquei na maçaneta, ouvi meu nome ser chamado.

- S/n?

- Sim, professor Heisenberg. - Respondi, sem coragem de me virar para encará-lo.

- Como anda o teu trabalho de conclusão de curso? - Indagou.

- Está tudo correndo perfeitamente bem. - Menti,  ainda encarando a porta de madeira leve e azul a minha frente.

- Sei que se sairá bem. - Disse Heisenberg, e eu podia jurar, que ouvi ele sorrindo.

Eu não fui capaz de responder suas palavras gentis, senhor Heisenberg nunca havia agido dessa forma, consequentemente, eu simplesmente não sabia lidar como aquela situação.Respirei fundo, abri a porta, e iniciei minha caminhada pelos corredores da faculdade, sem sequer dizer um "até logo".

                                    

XXX



Após duas estações de metrô, e muito sufoco, cheguei em casa. Que dia difícil, parece que toda população de Nova York resolveu fazer um passeio de metrô hoje.Abri a porta de meu pequeno apartamento, e a empurrei de volta com o pé. Larguei os vários livros e documentos que haviam em minhas mãos em cima do sofá, e me joguei ao lado dos mesmos.

Eu estava quase dormindo no móvel, quando ouvi a porta sendo destrancada e em seguida aberta. Encarei a deliciosa figura que me encarava com olhos cansados e cabelos desgrenhados.

Im Jae-bum

Toda vez que o nome daquele cara vinha em minha cabeça eu sentia cada pelo do meu corpo se arrepiar. E eu simplesmente não conseguia olhar pra ele sem soltar um sorriso bobo e desajeitado.
Eu ele dividimos esse apartamento a mais ou menos dois anos, antes uma outra amiga morava conosco, mas quando ela terminou a faculdade, voltou para sua cidade natal.

- Por que você sempre sorri assim quando me vê? - Disse Jaebum, finalmente entrando em casa.

- Eu não sei do que você está falando, meu caro amigo Jaebum. - Disse eu, cruzando os braços sobre o meu corpo, ainda deitada sobre o sofá.

Jaebum sorriu e então deu de ombros.

- Como foi seu dia minha cara amiga? - Disse ele, após depositar um beijinho em minha testa.

- Cansativo, e o seu?

- Igualmente cansativo. - Disse ele soltando um longo suspiro e deitando-se no outro sofá.

Jaebum é um jovem psicólogo, ainda em início de carreira, porém, é muito elogiado por sua perspicácia e talento para área em que se dedicava. Não é atoa que ele conseguiu o cargo de psicólogo principal em um presídio especializado para pessoas com problemas mentais. Era um trabalho extremamente pesado e tenso, eu podia perfeitamente entender o motivo das olheiras e de seu rosto com a expressão quase sempre cansada.

- Jaebum lidar com aquele monte de gente louca todos os dias, não te deixa meio pirado também? - Perguntei, fazendo graça com meu amigo.

- Eu poderia dizer que estou quase ficando tão louco quanto eles. - Disse ele, sorrindo tristonho.

Ficamos em silêncio por um instante, apenas ouvindo os pingos finos de chuva que começaram a cair sobre o teto de repente.

- E o seu trabalho de conclusão de curso? - Perguntou ele, sabendo de minha aflição por conta daquele maldito trabalho.

- Eu não consegui pensar em nada ainda. A não ser aquilo que eu te falei.

- Nem pensar. - Disse ele, autoritário.

- Você ao menos falou com o diretor do Instituto? Ele permitiu? - Indaguei.

- Ele permitiu, mas eu não permito.

- Mas Jae eu com certeza iria tirar dez e passar direto, você não quer isso? - Disse eu, fazendo um draminha básico.

- S/n, eu sou seu amigo, e tudo que mais quero é que você tire um maravilhoso 10 nesse trabalho, mas também porque sou seu amigo que não vou permitir essa loucura, é arriscado demais. - Disse ele.

- Jaebum você ia estar o tempo todo comigo, o que de tão ruim poderia acontecer? - Disse eu.

- Eu não sei, mas não me perdoaria se algo de ruim acontecesse com você. - Disse Jaebum, mudando sua posição no sofá para me olhar nos olhos.

Eu juro por todos os deuses do Olimpo, se esse garoto continuar agindo desse jeito amável e completamente ofensivo para com os meus sentimentos, eu vou amarrá-lo na cama e lhe beijar até o amanhecer.

- Você me ama amigo? - Disse eu.

- Amo. - Disse Jae, sorrindo.

- Então você precisa me ajudar, por favor. - Disse eu, me ajoelhando no chão.

- Você não vai me deixar em paz enquanto eu não ceder, certo? - Disse ele.

- Você nunca esteve tão certo em toda sua vida, meu caro. - Disse eu, estufando o peito.

- Eu sei que vou me arrepender disso, mas tudo bem, você pode fazer o seu documentário. - Disse ele.

- Ahhhh Eu te amo! - Disse, pulando como uma louca pelo meio da casa.

- Ok, chega de histeria, eu estou com dor de cabeça. - Disse ele, fechando os olhos e massageando as têmporas.

- Desculpa. - Disse eu, cobrindo a boca com minha mão.

- S/n, me conta direito sobre esse projeto. - Pediu Jaebum.

Passamos o resto da noite ali, cada um no seu sofá. Ter Jaebum ali para me ouvir explicando sobre o documentário que pretendia fazer com os internos do instituto no qual o mesmo trabalhava era quase como um abraço, pois era bom saber que alguém se interessava por minhas ideias loucas.

Viver tão longe de meus pais por conta dos meus sonhos sempre fora a página mais triste da minha vida, e era nas frias noites de Nova York que eu me sentia como um pequeno bezerro desmamado, mas com Jaebum ali do meu lado o meu peito chorava menos, e eu conseguia dormir em paz.

Contudo o que me conforta é saber que tenho um amigo que sempre estará ali por mim, e em troca eu sempre vou estar aqui por ele, pois somos uma família e família significa nunca abandonar e nem esquecer.


~ Continua ~


Notas Finais


Eu não sei bem se nos Estados Unidos existe TCC, mas se não existir, relevem hauahuahauh
Link da música citada no início do capítulo: https://www.youtube.com/watch?v=l6UlipSXkgE


Por hoje é isso, espero que gostem.

Até mais xuxu's ❤


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