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História Judge Me - Why Do We Say Goodbye?


Escrita por: writeoncim

Capítulo 39 - Why Do We Say Goodbye?


Fanfic / Fanfiction Judge Me - Why Do We Say Goodbye?

"Você acredita em vida após a morte? Eu sim. Não necessariamente em corpo, não necessariamente em alma, mas na memória de todas as pessoas que o falecido amou. Não importa quanto tempo passe, as pessoas sempre conhecerão aquele que se foi, seja por recordações ou por histórias que ouviu de pessoas próximas aquela pessoa. A morte é uma maneira de dizermos adeus à matéria e, na maioria dos casos, de se dar conta de que somos mais um no meio de tantos bilhões. Você pode ser um pedinte ou o cara mais milionário do mundo, isso não importa, porque no final tudo o que restará de você são memórias alheias."

– Eu trocaria metade dos meus dias pra ter ela de volta. – comentei com Camila enquanto tentava secar minhas lágrimas – Isso não pode estar acontecendo.

– Nem eu consigo acreditar. – sentou-se ao meu lado e colocou a mão em minhas costas – Não sei o que fazer com Ally, ela não quer mais se alimentar.

– Eu também não tenho mais fome desde que... – interrompi minhas palavras para me deixar ser tomada pelas lágrimas – Porra! – murmurei –

– Shh, vai ficar tudo bem. – sussurrou tentando me acalmar –

Coloquei as duas mãos no rosto e me perguntei pela milésima vez se aquilo era real ou se eu estava apenas dentro do meu pior pesadelo. Perder minha melhor amiga foi a pior coisa que poderia me acontecer, nenhuma das coisas ruins que estavam ocorrendo chegava a ser tão desesperador e torturante quanto a sensação e a certeza de que eu jamais a veria novamente, jamais chegaria em casa e reclamaria com ela por ter jogado farelo de comida em meu carpete ou gargalharia ao ouvir sua risada ecoando pela casa. Quando recebi a notícia de que ela havia partido, uma parte de mim se foi também, e agora nada conseguia me preencher.

Vi mais um grupo de pessoas chegar no estacionamento do apartamento em que eu morava, pessoas próximas à Keana. Nos reuniriamos alí antes de seguirmos até o velório da mesma, que aconteceria no final da tarde. Eu tinha a certeza de que Alexa havia feito aquilo, e eu não descansaria até me vingar pela morte de minha amiga. Se ela não fosse presa pelo o que fez eu mesma faria justiça com as minhas próprias mãos, mesmo que isso sujasse minha carreira e me fizesse passar o resto de minha vida na cadeia.

Após a família da loira chegar, vi Ally chegar acompanhada de Dinah e Normani, que à todo o momento tentavam lhe acalmar com carícias a palavras de apoio. Eu definitivamente não saberia definir quem estava mais desacreditada e afetada com tudo aquilo, se era Allyson ou eu. Apesar de conhecê-la à menos tempo, Ally estava muito próxima à ela nesses últimos dias e sem dúvidas completamente apaixonada, foi por causa de Keana que a garota se assumiu para a família e agora ela não tinha nada.

Percebi as garotas se aproximarem de mim e de Camila aos poucos, juntando-se a nós no banco em que estávamos sentadas. Coloquei a mão nas costas de Ally e acariciei de leve, lançando-lhe um sorriso fraco na esperança de que ela se acalmasse e parasse de chorar por pelo menos alguns segundos. Eu setia a sua dor, eu sentia a minha dor e a dor de todas as pessoas que estavam alí. Viver sem Keana seria o pior castigo da minha vida.

– De que horas vai ser o... – se interrompeu – Uh, vocês sabem. – Dinah perguntou sem jeito –

– 6:00pm. – respondi com a voz falha – Mas sairemos daqui às 5:40, são 20 minutos daqui até o cemitério. – engoli seco ao dizer a última palavra, ouvindo Ally soluçar mais forte –

– Cara, isso é surreal. – Normani comentou – Parece que foi ontem que ela abriu a porta daquele elevador e pegou Dinah e eu nos beijando. – riu sem graça – Ela passou a semana toda nos zoando por isso.

– É, eu lembro. – Dinah disse com um sorriso fraco – Isso é uma merda.

– Será que vocês podem parar, por favor?! – Ally finalmente se pronunciou, chamando nossa atenção – Já está sendo difícil o suficiente saber que eu não vou mais pegar meu celular e encontrar uma mensagem dela, que eu não vou mais perder horas de sono porque passei a madrugada conversando com ela por telefone, que eu não vou mais sentir seus beijos ou ouvir sua voz me chamando de "meu anjo" enquanto me abraça em uma noite assustadora de inverno, então será que vocês poderiam por favor parar de falar dela?!

Nos entre olhamos e o silêncio se fez presente, sendo quebrado apenas pelos soluços da menor ao meu lado e pelos murmúrios das outras pessoas. Respirei fundo e olhei para o teto na tentativa frustrada de não voltar a chorar, mas foi completamente em vão. Passei praticamente toda a minha vida ao lado de Keana, compartilhei todos os meus segredos e guardei os dela como se fossem segredos do governo americano, e agora eu simplesmente não tinha mais pra quem contar minhas frustrações ou recorrer quando precisasse de ajuda com minha carreira ou Camila. Eu me sentia o nada no meio de um todo vazio.

O tempo se passou mais rápido do que eu desejava, passamos a maior parte dele tentando desviar nossos pensamentos para outras coisas ou relembrando o quanto Keana costumava ser divertida e carinhosa. Olhei para o meu celular e vi que já estava quase na hora de pegarmos a estrada pro único lugar que eu não desejava ir naquele momento, mas era necessário. Segui até meu carro e esperei que Dinah, Normani e Ally se acomodassem nos bancos de trás, Camila no carona e eu logo em seguida no de motorista, dirigindo na frente de todos os outros carros pois só eu sabia o caminho e eles me seguiriam.

Ao chegarmos, o padre que faria a missa em homenagem à Keana nos dirigiu até onde seu caixão estava, e ao vê-la já sem vida e com alguns hematomas, meu mundo caiu. Parei no meio do caminho e, ao contrário de Allyson que caiu de joelhos no chão e começou a chorar, eu simplesmente não conseguia reagir. Tudo o que eu sabia naquele momento era observar o corpo que um dia já foi minha melhor amiga e tentar acreditar que ela não estava mais alí. Naquele momento eu tive a certeza de que a vida era um jogo sem segundas chances.

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Tudo estava silencioso e fúnebre naquele lugar, por algum motivo desconhecido os pais de Keana não quiseram que fechassem seu caixão, talvez para lhe dar o último adeus ainda olhando para o seu rosto. Minha namorada estava arrasada, minha melhor amiga aos prantos e o resto das pessoas de cabeça baixa se lamentando pelo ocorrido em silêncio enquanto o padre dizia algumas palavras sobre a loira que se foi. Eu conhecia pouco sobre Keana, mas esse pouco foi o suficiente para me fazer chorar algumas vezes e sentir meu coração apertar ao lembrar que ela não estava mais entre nós, e isso era sufocante.

Toda aquela história de Alexa e Austin havia chegado à um ponto em que algo precisava ser feito, medidas drásticas precisavam ser tomadas. Parecia uma piada ter Austin e Alexa tão próximos em uma droga de penitenciária sem ninguém se quer ver que os dois estavam trocando informações ou que a mulher estava lhe disponibilizando um telefone.

Conversei discretamente com Veronica algumas vezes durante o funeral e a mesma me disse que a polícia já havia confirmado que a placa da viatura se tratava da que Alexa usava para fazer suas rondas, ou seja, as provas de que havia sido ela a responsável por aquela tragédia estavam mais evidentes. Eu desejava de todo o meu coração que ela tivesse o pior tipo de punimento possível, independente de ser pena de morte ou prisão perpétua. Ela precisava pagar pelo o que fez e por toda a dor que nos causou.

Depois de um tempo no local, chegou a hora em que algumas pessoas diriam suas palavras finais antes do caixão ser enterrado, ou seja, a parte mais difícil de se lidar. Primeiro foram os pais de Keana, depois alguns familiares para logo em seguida chegar a vez de Lauren. A morena de olhos verdes respirou fundo e criou coragem para ir até lá, ficando de frente para todos nós antes de começar a falar.

– Como todos vocês sabem eu era melhor amiga da Keana, e talvez a pessoa mais próxima que ela já teve. – fechou os olhos e suspirou – Viver toda a minha infância, adolescência e parte da vida adulta com ela foi a melhor experiência da minha vida, ela era acima de tudo minha irmã. – enxugou uma lágrima teimosa – Quando eu recebi a notícia e me dei conta do que havia acontecido eu não soube como reagir, eu só sabia gritar e perguntar para mim mesma se aquilo era verdade, e então eu finalmente caí na realidade e me dei conta de que infelizmente não se tratava de um sonho ruim, mas sim do pior pesadelo que eu poderia viver. – soluçou enquanto chorava – Não vou dizer que ela está em um lugar melhor agora porque o lugar dela era aqui, ao meu lado, mas eu realmente espero que ela esteja bem e que jamais se esqueça do quanto eu a amo, porque eu não vou esquecer o quanto ela me amou.

Ao terminar, voltou ao meu lado e se deixou tomar pelas lágrimas, a abracei da forma mais reconfortante possível e desejei naquele momento tomar suas dores pra mim, pois vê-la daquela forma era como levar milhares de facadas em minhas costas. Assim que ela se acalmou, chamou Dinah, Normani e Ally para perto de nós e todas nos demos as mãos, passando o máximo de apoio uma para a outra. Nós precisariamos disso para o que estava por vir.

– Ally e eu escrevemos uma música para Keana e resolvemos que cantariamos junto com as outras garotas nesse momento tão difícil. – Lauren disse tentando se manter forte – Espero que ela esteja ouvindo.

Ally:

Why do we say goodbye
When it's no good in it at all
My eyes just won't keep dry
Every tear is a waterfall
I'm holding on, to all the memories I can recall
Now I cherish every moment, big or small

[Por que nós dizemos adeus
Quando não tem nada de bom nisso?
Meus olhos não vão ficar secos
Cada lágrima é uma cachoeira,
Eu estou me segurando em cada memória que eu consigo recordar
Agora eu valorizo cada momento, pequeno ou grande]

Lauren:

Now that you're gone
I hold on, to all the laughs we shared and I'll never forget your smile

[Agora que você se foi, eu me agarro à todas as risadas que compartilhamos e eu nunca vou esquecer o seu sorriso]

Dinah:

We've said hello a million times
The hardest thing to do is say goodbye
We've said hello a million times
The hardest thing to do is say goodbye
It's so hard, to say goodbye

[Nós dissemos olá um milhão de vezes
A coisa mais difícil de fazer é dizer adeus
Nós dissemos olá um milhão de vezes
A coisa mais difícil de fazer é dizer adeus
É muito difícil, dizer adeus]

Normani:

Not a day comes, that I don't wish you were near
But where ever you are, I'm still holding you right here, here in my heart

[Não tem um dia, que eu não deseje que você estivesse por perto
Mas onde quer que você esteja, eu ainda te guardo aqui, aqui no meu coração]

Camila:

I hope and pray, that I'll see you once again
'Til then I'll be looking forward to that day

[Eu espero e rezo, que eu te veja mais uma vez
Até então, eu estarei ansiosa por esse dia]

Dinah:

We've said hello a million times
The hardest thing to do is say goodbye
We've said hello a million times
The hardest thing to do is say goodbye
It's so hard, to say goodbye
It's so hard, to say goodbye, goodbye, goodbye, goodbye

[Nós dissemos olá um milhão de vezes
A coisa mais difícil de fazer é dizer adeus
Nós dissemos olá um milhão de vezes
A coisa mais difícil de fazer é dizer adeus
É muito difícil, dizer adeus
É muito difícil, dizer adeus, adeus, adeus, adeus]

Assim que acabamos todas estávamos com lágrimas nos olhos, e quando menos esperei, vi Ally se dirigir até o caixão de sua namorada e acariciar seu rosto já falecido. Ver aquilo talvez tenha sido a coisa mais dolorosa que já presenciei. Continuei a observá-la e logo depois a vi acariciando seus cabelos, para logo em seguida se afastar dois passos antes de se despedir pela última vez.

– Acho que essa é a minha vez de dizer – colocou uma flor em seu corpo – boa noite, meu anjo.



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