História Just a Chance - Confident

“(Ah há) O que há de errado em ser,

O que há de errado em ser,

O que há de errado em ser confiante? (ah há)”

-Confident, Demi Lovato.

De forma despreocupada, o ruivo andava pela casa apenas de cueca, com os fones grudados em suas orelhas e, ás vezes, fazendo alguns passos estranhos de “dança”. Castiel só se permitia momentos como este quando estava sozinho, porquê achava que ninguém merecia conhecer esse seu lado menos arrogante.

Sentiu algo roçar em suas pernas e olhou para baixo, encontrando Dragon, seu cachorro, o olhando de forma insistente, como se quisesse algo.

-Hey, garotão! Está com fome? –Castiel indagou e viu o animal pular em cima de si, como se dissesse “sim.”

O ruivo se permitiu dar algumas risadas com o ato de Dragon e em seguida foi até a cozinha, retirando um enorme saco de ração de dentro de um dos armários.

Depois de deixar seu cachorro devidamente alimentado, voltou para a sala e não se surpreendeu quando encontrou Lysandre, seu melhor amigo, entrando pela porta.

-Será que você podia ao menos abrir a porta quando eu bater? – de forma um tanto indignada, o de cabelos platinados resmungou.

-Desculpe, eu não ouvi. – Castiel deu de ombros.

-Talvez se você desgrudasse um pouco esses fones das suas orelhas, você iria me ouvir.

-Música é a única coisa que me traz paz, Lysandre. Não me faça querer parar de ouvi-las, ou vai sobrar para você. – o ruivo fuzilou o amigo com o olhar.

-Não estou dizendo que precisa parar de ouvir músicas, Castiel. Apenas que... – suspirou o escorpiano – Esquece. Enfim, vim aqui para irmos juntos á Celebração de 50 anos das empresas Lamartine’s.

-Eu não vou. Já disse. – o leonino respondeu de forma irredutível.

-Castiel, você agora é o dono dessas empresas. Imagina quantas pessoas vão estar lá para parabenizá-lo? Sem contar que, querendo ou não, você precisa estar lá.

-Não, eu não preciso. Você é meu braço direito, só você estando lá já é de bom tamanho. – encarou Lysandre – E quanto as parabenizações, eu não me importo.

O homem de olhos heterocromáticos suspirou. Sabia como era difícil convencer seu melhor amigo á fazer algo quando ele não queria. Mas não desistiria tão facilmente.

-Você já tem 23 anos, quer fazer o favor de assumir as suas responsabilidades? Você quer honrar seu pai, não quer? Então vá a essa Celebração. Eu garanto que seu pai iria. – Lysandre sabia que tocar no assunto “pai”, era fatal para o ruivo.

Castiel arregalou seus olhos cinzentos e em seguida bufou, dando-se por vencido. Seguiu até seu quarto, relaxou em uma ducha quente e em seguida vestiu um de seus mais belos ternos.

-Ótimo. Agora vamos. – comentou o escorpiano, depois de ajeitar a gravata do mais novo.

Do lado de fora da casa do leonino, a Mercedes Benz de Lysandre os esperava. O trajeto até o destino dos dois foi marcado por ambos cantado algumas das melhores músicas do Rock N’ Roll.

[...]

Do outro lado de Paris, Nathaniel terminava de se vestir para ir ao evento da empresa onde agora ele trabalhava.

-Eu preferia o terno cinza. – Kentin comentou, em um muxoxo de desagrado.

-Mas eu prefiro o preto. – o loiro riu da descontentação do amigo.

Viu o pisciano lhe mostrar a língua, em um ato típico dele.

-E então? Vai levar o Alexy com você? – provocou o aquariano.

O rosto de Kentin ficou vermelho imediatamente. Alexy era um rapaz que ele havia conhecido em um dia qualquer, com um esbarrão, como nos filmes. E desde então, eram bons amigos.

-N-não! Afinal é uma comemoração da empresa e Alexy não trabalha lá. Não quero entediá-lo com isso. – respondeu de forma constrangida.

-Sei... – Nathaniel olhou de soslaio para o outro – Vamos?

Kentin apenas assentiu e logo os dois estavam em um táxi. Apreciando a vista das belas ruas da cidade. Sem contar a maravilhosa Torre Eiffel, que à essa hora se encontrava toda iluminada.

[...]

Castiel olhava para todas aquelas pessoas com o tédio estampado em seu rosto. Velhos chatos querendo roubar-lhe o dinheiro de seu pai com chantagens, mulheres atrevidas querendo ser suas pretendentes, músicas que o faziam ter sono... Por que ele estava ali mesmo? Ah sim. Porque seu melhor amigo o forçará a vir.

Adicionou um lembrete mental para mais tarde não esquecer-se de dizer a Lysandre como ele era um péssimo amigo por tê-lo forçado a ir até ali.

Estava encarando o nada, quando sentiu algo ser derramado em seu ombro direito. Virou-se para trás, dando de cara com um loiro assustado. Nathaniel.

Castiel estava tão estressado com essa Celebração, que acabou esquecendo que o aquariano também estaria ali. A sua diversão estava a um passo de si.

-Me desculpe, senhor Lamartine... Eu... – Nathaniel tentava se desculpar.

-Tudo bem. – o ruivo disse, pegando um dos guardanapos que estavam dispostos sobre a mesa e começou a limpar seu terno.

O loiro estava pronto para retirar-se, com as bochechas explodindo de vergonha, quando uma certa mão agarrou seu pulso, o impedindo de continuar.

-Fique aqui. Estou entediado, preciso de alguém para conversar. – Castiel pediu, com sua voz estando estranhamente manhosa.

Os olhos âmbares do mais novo arregalaram-se, enquanto ele sentia os dedos de seu chefe deslizarem por sua mão e agarrá-la com firmeza.

-Sente-se aqui. – o leonino puxou uma cadeira, perto de si.

Trêmulo da cabeça aos pés, Nathaniel sentou-se na cadeira. O corpo rígido, os músculos tensos, mostrando todo o seu nervosismo de estar na companhia de Castiel.

-E então? É novo na empresa, não é? – o ruivo puxou assunto.

-Sim... – respondeu o loiro.

-E onde você trabalhava antes?

-Eu não trabalhava antes... Ainda estava na faculdade, me formei há pouco tempo...

-Ah sim. – suspirou Castiel, adorando o jeito tímido do outro – E quantos anos você tem?

-Vinte e dois.

Depois da rápida troca de palavras entre os dois, ambos calaram-se. O mais velho observou o outro brincar com a manga da camisa, como se tentasse se distrair. Havia algo em Nathaniel que atraía Castiel, algo que instigava seu lado “predador”.

-Tem namorada? – o ruivo foi direto, sem rodeios.

Mais uma vez, os olhos do loiro arregalaram-se. Visivelmente surpreso com a pergunta. Por que seu chefe queria saber de sua vida pessoal?

-Não...

-E namorado? – bebericou seu champanhe.

-Também não...

-É sozinho?

-Sim.

-Perfeito. – murmurou Castiel, analisando cuidadosamente o outro – E já pensou em ter um namorado?

-N-não... Eu não tenho tempo para isso...

O aquariano já estava começando a se sentir incomodado com todas aquelas perguntas sem sentido algum. Estava preparado para pedir licença e retirar-se dali, quando sentiu o hálito quente do leonino bater contra seu rosto e os seus olhos acizentados o encarando de perto.

-Talvez eu possa fazê-lo mudar de ideia... – o homem de cabelos avermelhados sussurrou ao pé do ouvido de Nathaniel, que arrepiou-se por inteiro.

Em seguida, sentiu o lóbulo de sua orelha ser mordiscado. E depois beijos serem depositados na pele de seu pescoço pálido e fácil de marcar. Não podia negar que estava gostando das carícias recebidas, mas... Castiel era seu chefe! Não podia se relacionar com ele.

Estava mesmo sendo assediado por seu patrão?

Nathaniel levou suas mãos até o peito do leonino, empurrando-o e o afastado de si. Viu os olhos cinzentos do outro o encararem de forma tentadora.

-Desculpe mas... Eu... Eu preciso ir. – o loiro levantou-se em um pulo.

-Tudo bem, você pode até ir. Mas saiba que eu não desistirei tão facilmente. – Castiel murmurou, para que apenas o mais novo pudesse ouvir, dando uma piscadela em seguida.

Riu da forma afobada com a qual aquariano saiu de perto dele, indo até seu amigo Kentin. Finalmente ele havia tido um pouco de divertimento naquela noite. Até que a ideia de vir à essa Celebração não fora de todo mal... Nathaniel era uma presa fácil. Ele apenas precisava de tempo para conseguir caçá-lo.