História Just a Chance - Bad Boy

“Seja meu garoto mau, seja meu homem

Seja meu amante do fim de semana

Mas não seja meu amigo”

-Bad Boy, Cascada.

Nathaniel estava em sua sala, verificando os últimos papéis de sua papelada, quando Melody, sua colega de trabalho, adentrou sua sala. Melody era simpática, alegre e gostava de ajudar os outros, logo o loiro e ela simpatizaram e se tornaram amigos.

-Nathaniel? – a menina o chamou.

-Sim? – desviou, por alguns instantes, os olhos âmbares das folhas à sua frente, para olhar a amiga.

-O senhor Lamartine está o chamando em sua sala. – sorriu de forma maliciosa.

O sangue em suas veias parou de correr. Castiel estava o chamando? Por quê? Ele havia feito algo de errado? Não podia deixar de ficar tenso, é claro. Ainda mais porquê se tratava do ruivo que havia o assediado no fim de semana passado...

-E... Você sabe porquê ele está me chamando? – o aquariano indagou, querendo enrolar sua ida até a sala do chefe.

-Se ele o chamou em sua sala, deve ser porque é algo sério. – Melody garantiu.

-Ok... – suspirou.                                       

O loiro levantou-se e caminhou o mais lentamente possível até o seu destino. Ao chegar em frente a porta, respirou fundo várias vezes antes de bater levemente na mesma. Ouviu um “entre” vindo de dentro da sala e a adentrou.

A primeira visão que teve foi maravilhosa.

Castiel estava sentado em cima de sua mesa, as pernas cruzadas de forma elegante, a cabeça inclinada para trás e entre seus lábios descansava um cigarro pela metade. A expressão do ruivo era de puro êxtase. Como se ele estivesse a mais de uma década sem fumar e agora finalmente matasse seu desejo.

Assim que viu Nathaniel, um sorriso malicioso surgiu em seus lábios rosados.

-Estava à sua espera. – o leonino informou.

-Eu sei. Melody disse que você estava me chamando. – o aquariano foi direto.

-Ah, sim. Eu pedi para que ela o avisasse. – descruzou as pernas, sentando-se em uma postura mais ereta, mas continuando em cima da mesa – É uma bela garota, não? – indagou e, em seguida, expirou a fumaça de seu cigarro pela boca.

Nathaniel acho aquilo tão sexy que gostaria de ter filmado.

-S-sim... – respondeu, desconcertado.

-Mas ela não é mais bonita do que você, loirinho. – levantou-se, indo em direção ao mais novo e vendo o mesmo ruborizar – Mas vamos direto ao ponto. Eu o chamei aqui porque quero marcar um encontro com você. – acariciou a bochecha rosada do loiro, que ficou ainda mais vermelho.

Um encontro? Um encontro com o seu patrão? Não! Isso não era certo... Mas a proposta parecia tão tentadora...

-Por que? – Nathaniel quis saber.

Castiel o encarou, com os seus olhos cinzentos profundos e as pupilas dilatadas, antes de responder.

-Porque eu quero conhecê-lo melhor, apenas isso. – deu de ombros – E então? Você aceita?

Nathaniel ponderou. Sabia que deveria negar com todas as suas forças aquele convite, porque esse encontro era mais do que errado. Mas os olhos do ruivo o encaravam tão profundamente, a proximidade entre os dois era enorme, os narizes quase se tocavam e era tão tentador...

-C-certo... Eu aceito ir. – o aquariano se rendeu. Fechando os olhos em seguida, repreendendo-se mentalmente.

O sorriso que iluminou o rosto de Castiel fora tão grande, que até ele mesmo se surpreendeu.

-Então eu irei buscá-lo ás 21:00min. – deu uma piscadela.

-Mas você não sabe meu endereço...

-É aí que você se engana, meu caro Nathaniel. Como todo bom chefe, eu li sua ficha de inscrição, sei seu endereço, seu número de telefone, o seu nome completo, o nome dos seus pais... E que também é alérgico á pólen.

O loiro arregalou os olhos dourados, com uma nítida expressão de surpresa e espanto no rosto.

-Não precisa de assustar. Não pretendo sequestrá-lo. – riu – Talvez não agora. –lambeu os lábios, provocando o outro – Agora volte para a sua sala e não comente isso com ninguém, certo? Detesto que se intrometam na minha vida. – ordenou afastando-se do mais novo.

O aquariano apenas assentiu e virou-se para a porta. Quando estava quase abrindo-a, a voz do ruivo soou novamente:

-Espere! – caminhou até o outro.

O homem de olhos âmbares voltou-se para o patrão e este se aproximava rapidamente de si, o encarando de forma felina. Os rostos ficaram próximos novamente e então os lábios macios de Castiel encostaram-se na bochecha do outro, em um suave beijo. O loiro paralisou. Não sabia o que fazer.

-Até mais tarde. – sussurrou para o mais novo, afastando-se outra vez.

Ainda um tanto aturdido, retirou-se da sala do mais velho, voltando para a sua rapidamente. Passou o resto da tarde com as bochechas ardendo e a marca dos lábios de Castiel em uma delas.

[...]

-Dessa vez você vai colocar o terno cinza, não vai? – Kentin encarou o amigo, esparramado na cama do mesmo.

-Ok, você venceu. Vamos de cinza. – Nathaniel riu, mas por dentro estava tenso. Faltava 15 minutos para o seu encontro com um certo ruivo metido...

-E se você deixasse esses ternos de lado, hein? – Alexy pronunciou-se. O loiro havia convidado Ken e este aproveitou para levar o “amigo” de cabelos azuis junto, já que ele era um “especialista” em moda – Fala sério Nath! Você vai para um encontro e não para um casamento! Que tal um look mais despojado? – sorriu.

O geminiano caminhou a até o guarda-roupas do aquariano, retirando dali uma calça jeans escura, uma blusa com uma estampa qualquer e um camisa xadrez azul de botões.

-Pronto! – estendeu-as em direção ao amigo de olhos dourados.

Nathaniel aceitou os conselhos de Alexy, já que ele entendia de roupas bem mais que do si. Vestiu-as em alguns minutos, se sentindo um tanto desconfortável, já que passava quase todos os dias dentro de ternos caros.

-Perfeito! Com essas roupas você vai conquistar o coração do ruivo de vez! – o de cabelos azuis riu, vendo o loiro ruborizar.

-É só um encontro. Não estamos apaixonados nem nada. – Nathaniel resmungou. Ainda não estavam apaixonados... Ainda...

-Mas sabe o que futuros casais fazem quando querem se “conhecer melhor”? Isso mesmo! Eles marcam encontros! – Alexy voltou a insistir e Kentin riu da cara indignada que o aquariano fez.

-Já disse que não somos um casal. Vamos apenas... sair. – deu de ombros, tentando parecer desinteressado.

-Espero que pelo menos role um beijo. – murmurou o geminiano.

Nathaniel estava pronto para rebater o amigo, dizendo que NÃO eram um casal apaixonado como nos filmes, mas a campainha tocou, atraindo a atenção dos três.

-Parece que o seu homem chegou! – Alexy cantarolou.

O loiro bufou, se dirigindo até a porta do quarto.

-Não destruam minha casa enquanto eu estiver fora. – avisou.

-Pode deixar. – Kentin piscou de forma sacana.

Nathaniel caminhou até a porta da frente, sentindo o coração acelerar cada vez mais. Respirou fundo e abriu a porta, encontrando Castiel apoiado no batente da mesma, vestindo roupas tão despojadas quanto as dele e algumas mechas de seus cabelos estavam surpreendentemente presas para trás, enquanto outras mais rebeldes caíam sobre seu rosto.

-Boa noite. – o ruivo sorriu galanteador. – Podemos ir?

-Boa noite... – cumprimentou de volta – Claro, podemos sim.

O leonino guiou o mais novo até seu carro, um luxuoso conversível vermelho. Assim que entraram no veículo, o som foi ligado pelo dono do mesmo, em um volume aceitável.

-Gosta de Winged Skull? – o mais velho indagou.

Nathaniel apenas assentiu e o som da banda fez-se presente. Ambos murmuravam a letra baixinho, enquanto seguiam pelas ruas movimentadas de Paris.

Jantaram em um agradável e belo restaurante, enquanto falavam sobre amenidades. A conversa seguiu fluindo naturalmente, enquanto desfrutavam de um vinho branco caro, depois de estarem devidamente satisfeitos.

Depois do jantar, Castiel decidiu levar o loiro á outro lugar. Um lugar especial, segundo ele. O trajeto fora longo. Passaram por várias árvores e Nathaniel começou a achar que o ruivo estava o levando para fora da cidade.

Ao chegarem no local, que era cheio de montanhas, deixaram o conversível estacionado por perto e caminharam até a montanha mais alta. Ali sentaram lado a lado e observaram as estrelas e a brilhante Lua.

-Esse lugar é um tanto afastado da cidade. – começou o leonino – Eu sempre venho aqui quando preciso pensar ou relaxar.

-E por que me trouxe aqui? – o aquariano quis saber.

-É um lugar bonito e legal para se ir em um encontro. – riu, dando de ombros.

Nathaniel sentiu-se ruborizar pela trigésima vez no dia. Lá estava aquela palavra de novo. Aquela palavra que desde de hoje cedo, o deixava nervoso. Encontro. Ele estava tendo um encontro com Castiel, um cara irritante, mal-educado, marrento, exibido, lindo, sexy, atraente...

Balançou a cabeça, afastando tais pensamentos e virou o rosto para o lado oposto de onde o ruivo estava e passou a encarar a Lua, como se ela tivesse a solução para todos os seus problemas.

Estava distraído, quando sentiu uma respiração quente muito próxima de sua nuca. E então, o deslize de um nariz pela pele sensível de seu pescoço. Sabia que era Castiel, afinal eles eram os únicos ali.

Instantaneamente, sentiu-se arrepiar por inteiro. A mão do ruivo encaixou-se em sua cintura, puxando-o para mais perto. Os calafrios percorriam o corpo tenso do loiro, demonstrando todo o seu nervosismo.

-Nathaniel... – o leonino o chamou e em seguida, virou o rosto do aquariano para si.

Encararam-se por alguns segundos, antes dos lábios juntarem-se em um beijo suave. As mãos trêmulas de Nathaniel instintivamente foram parar no pescoço do mais velho, que apertava sua cintura magra entre os dedos longos.

As línguas dançavam entre as bocas de forma calma. O que era uma novidade para o ruivo, já que ele costumava beijar de forma mais... afobada.

A luz do Luar iluminava os dois jovens, que estavam perdidos no beijo, que só se acabou porquê a respiração de ambos se fez necessária. Nathaniel não conseguia encarar o leonino à sua frente, tamanha era a sua timidez. E suas bochechas vermelhas o denunciavam.

Já Castiel estava contente por finalmente conseguir um beijo do loiro. E que beijo! Já havia beijado outros homens antes, mas nenhum deles fora tão viciante quanto o do aquariano.

O único som presente era o de suas respirações ofegantes, que foram se normalizando aos poucos. Assim que já se encontravam mais calmos, o mais velho deslizou pela grama, ficando mais perto do tímido loiro, que apenas estremeceu com a proximidade e depositou alguns beijos em seu pescoço arrepiado.

-Eu disse que o faria mudar de ideia. – sussurrou na orelha de Nathaniel, que arregalou os olhos claros.

E Castiel estava certo. O loiro estava começando a gostar mais do que deveria de seu patrão... O que era um tremendo problema.