História Just a Chance - Wildest Dreams

“Ele é tão alto e terrivelmente bonito,

Ele é tão mau, mas faz isso tão bem

Eu posso ver o fim enquanto isso começa”

-Wildest Dreams, Taylor Swift.

O loiro dava socos terrivelmente fortes em um saco de pancadas vermelho, durante suas horas praticando Boxe. Já fazia um certo tempo que ele praticava tal esporte, mas desde que entrou para a faculdade, não tivera tempo para voltar a treinar.

Estava irritado consigo mesmo e esse era o motivo dos socos tão violentos no objeto vermelho. Desde de o encontro que tivera com Castiel, não conseguiu mais olhá-lo por um segundo sequer sem lembrar do beijo e ficar encabulado.

Estava arrependido? Talvez sim, talvez não. Nem ele mesmo sabia direito. Havia gostado do beijo? Claro que sim! Mas... Uma parte de sua mente, a parte mais sensata, dizia que aquilo tinha sido errado, afinal ele era seu chefe! Não podia se envolver com ele!

O real problema é que ele estava começando a nutrir sentimentos que não deveria pelo ruivo e ele não sabia se o leonino sentia o mesmo por ele.

“É claro que não!” pensou o loiro, “Estamos falando de Castiel Lamartine! Um cara que pode ter tudo o que quiser, inclusive alguém melhor do que eu. Foi apenas um beijo.”

Era o que ele queria acreditar...

-Não acha que já chega por hoje? – Kentin o tirou de seus pensamentos.

-Preciso relaxar. – resmungou.

-Você já está relaxando a duas horas! Vamos para casa logo! – insistiu.

O loiro bufou e seguiu o amigo para fora da academia, com sua garrafa de água completamente vazia e uma toalha branca molhada em volta do seu pescoço.

-O que o fez ficar com tanta raiva à ponto de quase rasgar aquele saco de pancadas? – o pisciano quis saber.

-Nada. – respondeu seco.

-Eu sei que tem alguma coisa aí. – disse, convicto. Enquanto dirigia rumo a casa do amigo – E posso garantir que tem algo a ver com aquele ruivo metido. – olhou para o amigo de soslaio.

Nathaniel não pode evitar de arregalar os olhos. Kentin era esperto demais. É claro que ele descobriria uma hora ou outra o que havia acontecido.

-Nós nos beijamos. – murmurou, descontente.

-O quê?! – Ken freou bruscamente – Por que não me contou antes?

-Você acha que é fácil para mim contar a alguém que eu o meu patrão nos beijamos em um encontro meloso que tivemos? – encarou o moreno, um tanto irritado.

-Ok, entendo. – suspirou – E o que esse beijo tem a ver com o seu estresse?

-Eu não consigo sequer olhar para ele sem lembrar desse maldito beijo! Isso não deveria ter acontecido! Ele é meu chefe. – colocou as mãos na cabeça, em um ato desesperado.

-E daí que ele é seu chefe? Só por causa disso não significa que vocês não possam namorar. Isso são apenas cargos diferentes. – disse de forma simples.

-Kentin, imagina se alguém descobrir que ele me beijou... – tentou argumentar.

-Isso é problema dele e não das outras pessoas. E se ele te beijou, foi porque ele quis. – deu de ombros – Se eu fosse você, parava com todas essas preocupações e apenas aproveitava o cara que você gosta.

-E se ele não sentir o mesmo que eu? – soltou um muxoxo.

-Isso veremos com o tempo. Se for recíproco, vocês podem engatar um namoro, senão, bola pra frente. –sorriu.

Nathaniel se sentiu um pouco mais relaxado após a sua conversa com Kentin. Ele realmente sabia o que dizer para confortar as pessoas, além de ser um bom ouvinte.

[...]

Castiel tamborilava os dedos sobre a escrivaninha de seu quarto, enquanto mantinha seus pensamentos em apenas uma pessoa: Nathaniel. Se perguntava porque o loiro não falava mais com ele, ou sequer o olhava...

Não era do seu feitio pensar muito em alguém, mas o aquariano estava o tirando do sério. Talvez ele estivesse apenas com vergonha? Ou ele podia ter se arrependido do beijo... Não! Ele parecia ter gostado muito do que fizeram no encontro.

O ruivo precisava mandar um e-mail muito importante das empresas que agora eram suas, mas nada lhe vinha à mente. Era como se ele tivesse esquecido completamente do que precisava escrever.

Acendeu um de seus últimos cigarros e então decidiu que precisava de mais deles. Também era uma ótima desculpa para ir dar uma volta. Já eram por voltas das 18:30min, o Sol estava se pondo para dar lugar a Lua e o leonino apreciou o pôr do Sol por alguns segundos.

Comprou o seu terceiro maço de cigarros só naquele mês e lembrou-se de que Nathaniel morava naquela mesma rua... Pensou durante alguns minutos e por fim decidiu que iria até a casa do loiro para saber o que estava acontecendo.

Sentiu-se estranho. Era a primeira vez que fazia isso por alguém... Tsc. Deveria ser apenas mais uma daquelas paixões passageiras de verão, só que no inverno rigoroso de Paris.

[...]

-Tem certeza de que vai sobreviver sem mim? – Kentin zombou, pronto para retirar-se da casa do amigo.

-Sim. E vá logo! Alexy deve estar te esperando vestindo uma linda lingerie vermelha. – riu Nathaniel.

-Nem brinque com isso! – Ken riu também, um tanto ruborizado – Enfim, não tente algo imprudente quando eu for embora.

-Se eu quisesse me matar, já teria feito isso antes, com ou sem você aqui. – deu de ombros.

-Sei... – estreitou os olhos – Sei também que quando eu sair por aquela porta – apontou – Você vai voltar a pensar naquele ruivo. – sorriu maliciosamente.

O loiro ficou tão vermelho quanto um tomate. Kentin não sabia, mas Nath estava pensando em Castiel exatamente naquele momento, enquanto falava com ele.

-C-claro que não! – mentiu.

-Uhum. – o pisciano caminhou até a porta – Bem... Até amanhã. E procure não pensar muito nele. – retirou-se antes mesmo que o outro tivesse a chance de retrucá-lo.

Ken estava certo. O aquariano não parava de pensar no leonino. Se perguntava o que ele estava fazendo, se ele se arrependia do beijo, se sentia o mesmo pelo loiro... Infinitas perguntas perambulavam por sua mente. Todas elas sem resposta.

Nem mesmo a companhia de Ken havia conseguido distraí-lo de tais pensamentos por mais de alguns minutos. Decidiu que um bom filme poderia atrair sua atenção.

Mas logo no início da película, Nathaniel identificou um dos protagonistas como sendo o “irmão gêmeo de Castiel”. Ele possuía os mesmos cabelos vermelho-sangue, com o mesmo corte, a mesma postura ousada, os mesmos olhos intensos...

Maldição! Até a porcaria de um filme estava lhe pregando uma peça! Será que não podia ficar menos de dois segundos sem pensar no ruivo? E tudo por causa daquele maldito beijo! Deveria ter recusado o convite para o encontro desde o início. E não teria que se incomodar com os pensamentos nada inocentes que passavam por sua mente.

Surpreendeu-se quando a campainha tocou. Quem seria? Não lembrava-se de ter convidado ninguém... Talvez fosse Kentin, que havia esquecido algo em sua casa.

 Girou a chave e abriu a porta, encontrando a última pessoa que queria ver naquele momento parada em frente a si, com um cigarro pelo fim entre os lábios e os cabelos sobre o rosto.

Castiel.

Mas o que ele estava fazendo ali?