História Just a Chance - Rebel Love Song

“Coloque sua mão na minha

Esta é a nossa noite

Isto é uma canção de amor rebelde

Corações vão se sacrificar

É fazer ou morrer”

-Rebel Love Song, Black Veil Brides.

Castiel encarou Debrah, completamente horrorizado. Como se ela fosse algum tipo de vírus letal, do qual ele precisava manter distância. Mas a garota parecia querer vê-lo de perto, tanto que aproximou-se mais de sua mesa.

-Sentiu minha falta, gatinho? – Debrah indagou, com uma voz extremamente aguda e manhosa, coisa que pareceu incomodar o restante das pessoas presentes na sala, mas ela não se deixou abalar por isso. Esticou a mão, tentando tocar nos cabelos do ruivo, que apenas se afastou dela – O que foi, gatinho? Eu vim aqui só para te ver! Não faça desfeita com a minha visita! – sorriu, cínica.

-Eu nunca pedi para que você viesse até aqui. – o leonino rosnou.

-Ora, quanta falta de educação! Você não era assim na época em que nós...

-Não ouse continuar! – ordenou Castiel – O que você está fazendo aqui? Como descobriu onde eu trabalho? – perguntou, visivelmente irritado com a presença da garota.

-Eu descobri que existiam empresas com o seu sobrenome, então eu imaginei que fossem suas... Eu visitei cada uma delas só para te encontrar. – sorriu orgulhosa, como se aquilo fosse o ato de “amor” mais lindo do universo.

-Você foi à vinte e cinco empresas ao redor do mundo só para me ver? – o ruivo a encarou, espantado.

-Exatamente!

-Você é doida! – exclamou – Escute bem Debrah... Quero que saía daqui imediatamente. – apontou para a porta.

-Mas gatinho, eu... – a menina tentou argumentar, mas foi interrompida novamente.

-Pare de me chamar de gatinho! – Castiel colocou as mãos na cabeça, vermelho de raiva – Eu pensei ter deixado bem claro, há seis anos atrás, que nunca mais queria ver você outra vez! Então faça o favor de dar o fora daqui.

O sorriso cínico que Debrah tinha em seu rosto murchou. Sua expressão passou a ser de irritação. Ela apertou os punhos enquanto dizia:

-Eu não esperei todos esses anos para desistir tão facilmente! Escute o que eu estou te dizendo, Castiel: Você ainda será meu novamente! – bateu o pé e saiu da sala.

Ao virar no corredor, Debrah deu de cara com um loiro. Ela logo o reconheceu como sendo Nathaniel, o cara com quem Castiel estava saindo ultimamente. Como ela sabia disso? Nada que uma noite os observando não lhe revelasse grandes segredos...

-Ah, achei você! – ela exclamou – Ouça bem loirinho, porque eu detesto ter que repetir: Saía de perto do meu ruivo, entendeu? Ou então terei que eu mesma tirá-lo do meu caminho. – apontou o dedo para o aquariano, que a encarava assustado.

Quem era ela? E o que ela queria dizer com o “meu ruivo”? Será que ela estava falando de Castiel? Será que ela o conhecia? Seria ela a namorada dele?

[...]

-O que pretende fazer à respeito de Debrah? Você sabe que ela não vai desistir tão facilmente, não sabe? – Lysandre encarou o amigo.

O leonino suspirou antes de responder.

-Eu sinceramente não sei. Não sei o que ela faz aqui. E muito menos o que quer comigo... Só sei que não deixarei que ela atrapalhe minha vida de novo.

-O que ela quer com você é muito fácil de adivinhar, Castiel. Ela quer o seu dinheiro, a sua fama. Exatamente como da última vez. Ela deve ter pensado que você se esqueceu de tudo o que ela lhe fez no passado. – o escorpiano sentou-se.

-Eu já disse que não deixarei que isso aconteça outra vez. Se for preciso, chamarei até a polícia. – trincou os dentes.

O ruivo se encontrava nervoso e irritado com a aparição de Debrah. Por que ela tinha que aparecer justo agora? Ela não tinha nem que chegar perto dele, ele já havia deixado bem claro que a odiava. Mas por que ela insistia tanto? Tudo isso só por dinheiro? Ou havia algo a mais?

[...]

-Você tem certeza de que nunca a viu antes? – Kentin indagou, ajeitando-se no sofá da casa de Nathaniel.

-Sim. Ela não é o tipo de pessoa com quem eu gostaria de fazer amizade. – garantiu o loiro.

O aquariano havia contado para o amigo o incidente com aquela garota em seu trabalho hoje de manhã.

-E como você sabe que ela estava falando de Castiel? –Ken voltou a perguntar.

-Porque ele é o único ruivo que eu conheço além da Iris. – exclamou, lembrando-se de sua amiga.

-Bom... ela pode ser apenas uma doida que escapou do manicômio. – o pisciano deu de ombros.

-Com certeza, não. Ela parecia estar falando sério à respeito de Castiel... – o loiro encarou o amigo.

-E que tal você se esquecer deles durante alguns minutos, hein? O que acha de sairmos? – sorriu.

Nathaniel não estava com ânimo suficiente para sair com o amigo, mas isso parecia ser uma boa forma de distrair-se.

-Ok, tudo bem. Onde vamos? – indagou o homem de olhos âmbares.

-Em um Pub famoso por aqui.

-Quer me embebedar? – o aquariano riu.

-Talvez. Se isso for ajudá-lo a esquecer daquele ruivo e daquela garota estranha, vou embebedá-lo sim. – riu também.

Nathaniel nem ao menos importou-se de trocar de roupa, afinal, ia apenas sair com o amigo, não iria muito longe. Logo ele se viu dentro de um luxuoso Pub à algumas quadras da sua casa.

A maioria dos clientes no local eram homens, de diferentes idades. Entre 20 e 50 anos. O loiro sentiu-se um tanto desconfortável com os olhares que foram direcionados a ele quando entrou junto com Kentin.

Seguiu o mais novo até uma mesa, onde uma pessoa de cabelos azulados já estava sentada. Alexy.

-Foi por isso que me trouxe aqui? Por que sabia que Alexy estaria aqui também? – o aquariano indagou, sem que o geminiano ouvisse, dando um meio sorriso.

-Quase isso. – Ken riu – Eu sabia que haveriam chances de encontra-lo aqui, mas não tinha certeza de que aconteceria. Você precisa se distrair e eu preciso dele. “Matei dois coelhos com uma cajadada só”. – deu de ombros.

Nathaniel observou Kentin e Alexy se cumprimentarem com um selinho rápido e quase se sentiu sobrando ali. É claro que ele ficava feliz em ver os amigos juntos, mas ele também queria ter alguém para estar junto dele. E nesse momento, foi inevitável não pensar em Castiel.

E se o ruivo e aquela garota estranha fossem mesmo namorados? Ou ex-namorados? E se Castiel resolvesse dar uma segunda chance para ela?

O loiro balançou a cabeça, tentando afastar tais pensamentos de sua mente confusa. Um garçom apareceu ao lado de sua mesa e ele optou por pedir apenas uma cerveja. Não queria ficar bêbado e atrapalhar a diversão de seus amigos.

Instantes depois, ele estava sozinho na mesa. Kentin e Alexy estavam em algum canto por aí, aos beijos. A última coisa que ele ouviu Alexy dizer antes de sair acompanhado por Ken, foi: “Tente encontrar alguém para se divertir essa noite, Nath!”

O único problema era que ninguém naquele Pub parecia interessante. Ou não queriam nada além de sexo.

Nathaniel passou os olhos pelo lugar, vendo um homem gordo com os seus 46 anos jogando cartas, um outro cara querendo arrumar encrenca, uma das poucas mulheres presentes ali tentando seduzir um garoto e... Espere! O que era aquela massa de cabelos vermelhos sentada em uma mesa no fundo do Pub?

Castiel.

O aquariano sentiu sua respiração falhar ao ver o homem que ele secretamente amava no mesmo local que ele. Desde que havia se entregado de corpo e alma para o ruivo na casa dele, os dois não se falaram mais. E é claro que o loiro não podia deixar de temer que o mais velho desistisse dele.

Estava pronto para retirar-se e voltar para casa, onde teria uma longa e perturbada noite de sono, quando Castiel virou o rosto e os olhares de ambos se cruzaram. O leonino sorriu, daquela forma ousada de sempre.

Alguns segundos foi o suficiente para que o ruivo se sentasse na mesma mesa que o mais novo, o encarando de forma felina, quase como se o devorasse com os olhos.

-O que uma pessoa tão certinha como você faz aqui? – Castiel indagou, sorrindo sapeca.

Nathaniel levou um bom tempo para responder. Ele sentia as palavras presas em sua garganta, como se tivesse desaprendido a falar.

-Eu... Eu estou aqui com uns amigos... – tentou parecer indiferente, mas a verdade era que a presença do mais velho o deixava nervoso.

O homem de cabelos vermelhos arqueou uma das sobrancelhas, visivelmente curioso.

-Quem? – perguntou de forma simples.

-Kentin e Alexy. – respondeu, dando de ombros.

-Ah, sim. Sei quem são. – Sabe? – E onde eles estão?

-Eu realmente não sei... – o loiro sentiu-se idiota por não saber onde os próprios amigos estavam.

O ruivo sorriu, vendo ali uma forma de transformar sua péssima noite em uma ótima noite.

-Quer dar uma volta pela praia? – indagou.

O aquariano hesitou. E seus amigos? O que eles pensariam quando voltassem e não o encontrassem ali? Mas a proposta era tão tentadora para ele...

-Certo. – murmurou – Mas podemos ser rápidos? Não quero deixar Kentin e Alexy preocupados.

-Claro. Voltaremos em alguns minutos, prometo. – deu uma piscadela.

O conversível vermelho do leonino os levou até a praia, que era a apenas alguns quilômetros do Pub onde estavam anteriormente. Como já era noite, a praia estava iluminada por postes de luz que haviam no local.

A brisa refrescante bagunçou os cabelos de ambos. Eles caminharam até a beira do mar, apreciando o reflexo da Lua na água.

-O que acha de entrarmos no mar? – Castiel indagou, já tirando as próprias roupas.

-O-o quê? Mas está frio e água deve estar congelante. – Nathaniel protestou, abraçando o próprio corpo.

-Não se preocupe com isso. Eu esquento você. – sorriu maliciosamente.

O ruivo andou até o loiro, tirando o casaco pesado do mesmo, sua camisa, suas calças e sapatos. Agora os dois estavam só de boxers. O mais velho arrastou o outro até o mar.

O aquariano sentiu um choque atravessar seu corpo. A água estava realmente muito gelada! Conforme afundavam mais, seu corpo foi se acostumando com a baixa temperatura da água.

Castiel notou que o mais novo tremia o queixo, denotando seu frio. Aproximou-se, envolvendo o corpo de Nathaniel em seus braços fortes.

-Eu disse que o esquentaria. – riu.

O mais novo sentiu sentiu-se arrepiar, não apenas pelo vento gelado, mas também pelas palavras do leonino. Ele afundou o rosto na curva do pescoço do ruivo, aspirando o cheiro forte de sua pele.

Iluminados pela luz da Lua, Castiel grudou seus lábios nos do loiro, dando início à um beijo delicioso. Conforme moviam as línguas, ruídos escapavam por suas bocas.

Tudo parecia tão mágico naquele momento que Nathaniel quase pensou que estivesse sonhando. Beliscou a própria mão, dando-se de conta que não. Não era um sonho.

É claro que ele queria perguntar ao ruivo sobre a garota estranha que aparecera na empresa mais cedo, mas decidiu deixar o assunto de lado naquele momento. Queria apenas aproveitar o tempo em que estava junto do leonino.