História Just a Chance - Hate

“Eu odeio você, hey, não, não

Eu não preciso de você, hey, não, não

Eu não quero saber

Suas mesmas desculpas todo dia

Eu não quero ter

Lutas intermináveis todo dia

É sem sentido. Estou cansado disso”

-Hate, 4MINUTE.

Castiel afrouxou a gravata em seu pescoço, tentando manter a calma. Andava de um lado para o outro no corredor, nervoso. Se perguntava como aquilo foi acontecer? Assim que encontrasse o culpado pelo acidente de Nathaniel, faria questão de acabar com ele.

O ruivo havia sido avisado sobre o acidente há uma hora atrás e até agora não teve notícias do estado do loiro. Castiel uma pessoa pessimista, sempre esperando pelo pior. Mas dessa vez, ele forçou-se a criar um pouco de esperança (não muito, é claro) de que Nathaniel não estivesse tão ferido.

-Senhor Lamartine? – um dos policiais responsáveis por cuidar do recente acidente adentrou o hospital.

-Sim? – o leonino arqueou uma das sobrancelhas.

-Eu investiguei o local como me pediu... – aproximou-se – E parece que quem quer que tenha feito isso, não foi muito esperto em deixar suas digitais no carro. Ele desligou os freios do veículo, o que causou o acidente com o seu empregado. Tudo o que encontrei nos leva a Henri Simon. Mas ele não foi o único responsável... Parece que ele trabalha para uma tal de Debrah Fournier.

Ao ouvir aquele nome, o corpo de Castiel paralisou por completo. Então fora Debrah quem causou o acidente? Mas é claro! A volta da mesma e todo aquele teatrinho sobre ter visitado cada uma das empresas Lamartine’s atrás do leonino com certeza não podia ser coisa boa! Mas como o ruivo não percebeu isso antes?

-Vocês irão prendê-la, não é? – Castiel indagou, sentindo sua raiva para com Debrah aumentar.

-É claro, meu jovem. Porém... Ela foi mais rápida que nós e conseguiu desaparecer da Europa... Mas não se preocupe, daremos um jeito nisso. – o policial deu um meio sorriso antes de desaparecer novamente.

-Eu espero que resolvam isso logo... – resmungou.

Se Debrah continuasse solta por aí, o próprio Castiel faria questão de colocá-la atrás das grades. Ela nunca fora uma boa influência e muito menos uma boa pessoa. Mas Debrah pareceu ficar pior com o passar dos anos. E o ruivo se sentia um idiota por não ter percebido isso antes, há 6 anos atrás, quando se relacionou com ela no ensino médio.

No entanto, o relacionamento não deu certo. Passaram três meses juntos e o leonino percebeu que aquilo não daria certo e decidiu terminar. É claro que Debrah insistiu para que eles continuassem juntos, além de jurar que mudaria seu comportamento e tentaria ser alguém melhor. Mas Castiel não se deixou enganar e recusou. Desde então, Debrah vem perseguindo o ruivo há anos. Sempre tentando reatar. Além de obsessiva, ela também tinha interesse na fortuna de Castiel.

O leonino sentiu dor de cabeça apenas por lembrar-se da época do relacionamento dos dois. Uma época que ele gostaria muito de esquecer e apagar de seu passado. Aquilo era algo que jamais deveria ser relembrado.

O ruivo fora tirado de seus devaneios por uma das enfermeiras o chamando, avisando que o estado de Nathaniel não era grave e que ele já poderia receber visitas. Castiel nem a esperou terminar de falar e já começou a caminhar rumo ao quarto onde o loiro estava. Não lhe interessava se Kentin e Alexy também estavam ali e também queriam vê-lo. Ele seria o primeiro.

Respirou fundo e adentrou o quarto. Caminhou lentamente até a maca, encontrando um Nathaniel já desperto, o olhando um tanto surpreso e curioso. Haviam alguns arranhões e roxões no rosto no aquariano, mas não parecia ser algo grave.

-Como se sente? – o leonino indagou.

O loiro apenas deu de ombros, como se nem ele mesmo soubesse como estava se sentindo.

-O que aconteceu? Eu só me lembro de estar indo até o cinema e nada além disso... – Nathaniel franziu o cenho, como se forçasse a sua memória.

Castiel suspirou, sentando-se na ponta da maca.

-Nós tínhamos combinado de ir até o cinema e você decidiu ir sozinho no seu carro... E acabou sofrendo um acidente... Um acidente planejado pela minha ex-namorada obsessiva... – murmurou o mais velho.

O loiro arregalou os olhos, tentando digerir tudo o que havia ouvido.

-Ex-namorada? Por acaso é aquela moça desconhecida que apareceu lá na empresa há alguns dias trás? – arqueou as sobrancelhas e remexeu-se na maca, tentando chegar mais perto de Castiel.

-Você não pode se esforçar, fique quieto aí onde está. – o leonino empurrou os ombros do mais novo, o forçando a ficar deitado e não se mover muito – Bem... Sim, é ela... Nós namoramos no ensino médio, mas as coisas entre nós dois não deram muito certo e eu terminei... Desde então, ela não para de me perseguir, tentando reatar... Mas o real interesse dela não é em mim e sim na minha fortuna – fez uma pausa – A polícia já está cuidando dela. Não se preocupe.

Nathaniel respirou fundo, tentando processar todas aquelas informações. Sua cabeça latejava por forçá-la tanto. Sem contar as dores provocadas pelo acidente... Ficaram um tempo calados, apenas o som de suas respirações se fazendo presente, além de alguns aparelhos presentes ali no quarto também.

-E... V-você ainda gosta dela? – o aquariano gaguejou, sentindo-se corar. De onde havia criado coragem para fazer aquela pergunta?

O ruivo encarou o mais novo incrédulo.

-É claro que não! – respondeu de imediato – E eu gostaria de não tocar mais nesse assunto... – resmungou.

O loiro acabou rindo sem querer. Apesar de tudo, achava engraçado aquele jeito resmungão e “durão” do mais velho.

-Eu estava pensando em viajarmos depois que você se recuperar... – Castiel comentou.

-Viajarmos? Tipo, só você e eu? – o mais novo engasgou-se com a água que tomava.

-Exato – sorriu – Eu já estava planejando isso antes do acidente... Acho que precisamos de descanso.

-Mas não faz tanto tempo assim que comecei a trabalhar...

-Apenas aceite, ok? – o leonino riu, interrompendo o mais baixo.

-Ok...  – corou – E pra onde vamos?

-Eu estava pensando na Coréia do Sul. – deu de ombros.

-Coréia do Sul? O que tem de tão interessante lá? – franziu o cenho.

-É um lugar diferente, com costumes diferentes dos nossos, pessoas diferentes... Achei que seria legal conhecermos lugares novos e pessoas novas. – sorriu.

Nathaniel quase se derreteu com aquele sorriso, no entanto, soube como se controlar. O tempo de convivência com o ruivo estava o ajudando a controlar algumas coisas. Já outras, era meio impossível para o mais baixo...

Desde que entrara por aquela porta, Castiel havia sorrido mais do que o normal e o aquariano estava estranhando aquilo, mas é claro que não comentou nada. Gostava de quando o mais velho sorria e aproveitaria aquilo.

-Tudo bem, eu aceito. – o loiro deu-se por vencido.

[...]

- E você aceitou? – Kentin indagou, quando ele e Alexy finalmente conseguiram ver Nathaniel depois do acidente, já que Castiel passou mais de duas horas com o loiro – Tem certeza disso?

Para Kentin, o culpado pelo acidente não havia sido apenas Debrah, mas Castiel também. Se não fosse pelo ruivo ter se metido na vida de Nathaniel, isso nunca teria acontecido. Ou talvez sim... Mas Ken não odiava o ruivo nem nada, apenas não achava que ele era a pessoa certa para o seu amigo. Mas ele não se meteria na vida do aquariano. Este já era adulto e sabia o que fazia.

-Sim. Talvez Castiel tenha razão... Talvez essa viajem nos faça bem... – o loiro deu de ombros. 

-E quem sabe assim você consegue “fisgá-lo” de vez, hein? – Alexy riu, provocando risadas nos outros dois também.

Mas por dentro, Nathaniel sentia-se ansioso com aquela viajem. Ele e Castiel em um país totalmente desconhecido por ambos. Não sabia se esperava pelo pior ou pelo melhor... A primeira opção parecia a mais provável.  Porém, ele só saberia isso daqui a um mês.