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História Just a girl - Conforto.


Escrita por: hysterical

Capítulo 2 - Conforto.


Naquela noite, liguei pra minha mãe, contei sobre o que havia acontecido antes, e me disse como me senti. Totalmente perdida. Ela como sempre me encorajou e basicamente usou o mesmo discurso que Karin “saia da sua zona de conforto, tenho certeza que valerá a pena” antes de desligar. Mesmo assim eu não estava convencida. É estranho isso não? Ao mesmo tempo você querer algo, mas ainda sim ter tanto medo que você que faz você pensar que não quer tal coisa. Quando abri minha geladeira, percebi que havia uma garrafa de vinho lá. Às vezes eu comprava vinho pra fazer minha noite bêbada, mas não se lembrava daquela garrafa ali. De qualquer forma, caiu como uma luva ‘pra me ajudar a pensar.

 Na manhã seguinte eu acordei mais de ressaca que meu pai nas festas de fim de ano. Maldita garrafa de vinho. Enfim, depois de crises de choro com Depeche Mode, e crises de me sentir maravilhosa com Bananarama, eu ainda não havia decidido! SIM! Eu, Sakura, sou uma completa porta! Um suspiro baixo deixou minha boca enquanto eu andava os corredores ao pensar nisso. Me virei para entrar na sala e vi meus colegas avulsos. O que era estranho, porque eu estava atrasada e a aula era do Orochimaru.

- Ei, Sakura! – Karin acenou e eu me aproximei. – Aceitou o pedido?

- N-Não, o pior é que eu estive pensando a noite toda e ainda não consegui decidir nada. – Bufei me apoiando na janela. – Mas Karin, onde ‘tá o Orochimaru?

- Ah! – A ruiva ajeitou os óculos sorrindo. – Parece que ele teve um problema e não veio dar aula! Sabe o que isso parece? Chance divina!

Ri com o comentário dela ao perceber que ela pensava a mesma coisa que eu.

- Mas mesmo assim, eu não sei onde eles estão. – Mordi o lábio encarando a porta.

Karin entortou a cabeça e aumentou o sorriso.

- Mas eu sei! – Ela ergueu as sobrancelhas, se levantou, colocou a mochila em um ombro e pegou meu pulso. – Vem comigo!

Quando Karin começou a me puxar pelo campus eu não sabia se agradecia ela, se chorava, se achava que ela era maluca por causa do sorriso, ou se eu tinha sorte. Meu coração acelerou durante o percurso, não pelo exercício físico porque, por favor, cresci no mato! Mas sim porque cada vez que eu pensava em que eu ia sair da zona de conforto, me trazia desconfortos gigantes! Próximo ao bloco de artes, Karin parou pra respirar e eu achei aquilo fofo. Ela estava completamente vermelha com a mão no peito.

- Se... – Ela estava completamente ofegante. – Eu estiver certa... E eles não tiverem aula devem estar no galpão do fundo! Lá tem um jardim enorme e um galpão velho, a turma deles reformou e ficam lá grande parte do tempo.

- Eles têm tanto dinheiro assim? – Karin riu. “você não tem idéia” ela respondeu limpando os óculos. – Você... Pode ir comigo? – A ruiva pareceu não esperar aquele pedido.

- Claro. – Ela voltou a segurar meu braço e foi me puxando pelos cantos do bloco. No fundo, havia realmente um jardim, e pelo jeito um tipo de entrada de labirinto, mas não havia um labirinto e sim mais flores e gramas e realmente um pequeno galpão velho. Karin se aproximou da estrutura para ouvir se havia alguém lá e então sorriu, abrindo a porta do local. – Ei idiotas!

Juntei as sobrancelhas, impressionada com a intimidade dela.

- AH, KARIN! – Ouvi uma voz gritar. – Fecha a porta, ta muito claro! – A ruiva apenas riu, me puxando pra dentro e fechando a porta.

Lá dentro era... Como eu poderia falar? Um celeiro? Mas todo decorado. Tinha desenhos incríveis pintados nas paredes, uma mesa de sinuca, puffs, uma maquina de fliperama e uma maquina de pinball, fora o sofá vermelho e a mesa de centro. Quando parei de observar em volta, percebi que Karin gritava com um loiro “Ta matando aula?! Tia Kushina sabe disso?!” enquanto ele apenas a mandava calar a boca.

- Karin? Por que- AHHH! – O grito da Ino me fez encolher. – VOCÊ!

Percebi que sai se posicionou ao meu lado sorrateiramente, passando a mão em minha cabeça e eu me afastei rapidamente. Sinceramente, eu parecia um bicho acuado.

- Eu só vim trazer a sua modelo – Karin sorriu pra mim, ajeitando os óculos. – Me agradeça! Bom, agora que você ta entregue Sakura, vou tomar meu rumo.

Segurei o braço da ruiva com olhar de cachorro abandonado, ela apenas deu uma risada baixa, sussurrando em meu ouvido; “Vai ficar tudo bem, seja você mesma” antes de sair. Sai voltou a se aproximar e Ino se pôs a minha frente.

- Se você está aqui, quer dizer que aceitou? – A loira piscava os longos cílios em minha direção.

- Eu... Ainda não acho uma boa idéia, quero dizer, eu não sou boa nisso! – Usei os mesmos argumentos, droga Sakura, aceita logo!

- Mas ‘tá aqui – Sai rolou os olhos. – Então seja bem vinda ao grupo, Sakura!

Percebi que quando Sai disse meu nome, os três que estavam de costas se viraram. O primeiro ok, era um garoto loiro de olhos azuis que está sempre fazendo barulho quando vai na biblioteca, uma moça de cabelos azuis e olhos perolados que eu via bastante por lá, e ele... Sasuke né? Ele olhou no fundo dos meus olhos, soltando à fumaça que estava na boca.

- Ah então é ela! – O loiro se levantou apontando. – Ela é da nossa faculdade?

Ri baixo de modo desengonçado. Claro que ele não me conhecia. Ino e Sai o mandaram calar a boca e logo o loiro fez um bico.

- N-Naruto, ela trabalha na biblioteca – A morena falou baixo ainda sentada.

- Isso não importa agora! – Ino elevou a voz. – Afinal, ela vai ser conhecida como minha modelo!

- Na verdade, eu não ligo de ser- -A loira me ignorou, puxando minha mão.

- Vem, Sakura! Esse é o Sasuke! – Ela me botou a frente do rapaz que ainda fumava, jogado no puff. – Ele é um imbecil, mas é bonito e vai fazer a sessão com você! Enfim! – Me puxou mais uma vez. – Essa é a Hinata Hyuuga, ela faz gastronomia! – A morena acenou com a cabeça dando um pequeno sorriso. – Esse é Naruto Uzumaki, o namorado dela! E faz agronomia, mas nunca vai nas aulas então whatever!

- Ei! – O loiro protestou. – Eu faço engenharia assim como o Sasuke!

Sasuke deu uma risada baixa e Ino também.

- Ta, ta, cala a boca. – Sai deu um peteleco em Naruto, sentando no braço do sofá.

- ‘Brigada Sai! – A loira rolou os olhos. – Minha gente bonita, essa é Sakura Haruno e... Uhh, eu não sei muita coisa sobre você...

- Ah... – Parei pra pensar. – Faço biologia... E sou do interior...

Sai piscou insistentemente.

- Agora que eu parei pra reparar, você tem certo sotaque né? – Apenas concordei com a cabeça.

- Isso é tão fofo! – Se eu tivesse que comparar a Yamanaka com algum estereótipo, eu diria que ela é totalmente aquelas patricinhas de filme. – Bom você já sabe o que eu faço, certo? – Assenti.

- Eu faço artes visuais. – Sai levantou a mão. – E estou solteiro.

Pisquei algumas vezes.

- Ok. – Respondi apenas. Eu não tinha intimidade o suficiente para duvidar da sexualidade alheia.

- Sai, não confunde a garota! – O loiro reclamou.

- Bom, tanto faz vocês dois! – Ino se virou pra mim. – Já que você aceitou, posso tirar suas medidas?

Apertei a alça da minha mochila, concordando.

- Ah! – Ela sorriu pegando a própria bolsa. – Vamos à sala de costura pra fazer isso! Vem!

Fiz uma pequena referencia aos presentes e sai atrás da loira.

 

                Ino tinha uma aura incrível! Ela tinha todo um carisma e confiança que pareciam fazer a brilhar, mesmo que pelas costas. Eu estava totalmente encantada por ela, e admito que agora mais calma. Nós subimos o bloco rapidamente até o segundo andar e lá ela pegou um chaveiro gigante da bolsa e abriu a primeira porta. Entrei sem jeito e Ino já havia jogado as coisas dela em cima de uma das mesas, enquanto parecia procurar algo.

- Então! – Ela começou a falar enquanto procurava algo. – Vou fazer mais ou menos, 4 a 5 peças, eu não pensei no tema, mas quando vi você pensei em algo mais fantasioso! Sabe, algo mais jardim e adventure time? – Ela olhou pro meu rosto piscou e voltou a falar. – Bom, eu vou te mostrar os desenhos quando tiver! – Ela abaixou e então levantou de supetão. – ACHEI!

- Ah uma fita métrica! – Ela assentiu, animada.

- Vou tirar suas medidas, feche a porta!

 

X

 

Nós ficamos uns 10 minutos fazendo isso. Ino tirou todas as medidas possíveis, e então me perguntou se eu tinha algo contra ela usa um tema mais fantasioso. Obviamente neguei e frisei de novo que eu não era fotogênica. A loira apenas riu e disse que Sai, que tiraria as fotos, saberia o que fazer. Me separei dela assim que saímos do bloco e decidi ir pra próxima aula mesmo faltando muito tempo,  encontrei a Karin no caminho e contei o que tinha acontecido, e ela disse eu estava feliz por mim. Fui pro meu lugar quando o professor chegou e fiquei la quieta até o fim de todas as aulas. Eu me sentia cansada. Acho que havia sido muita interação pra minha capacidade assimilar, sei lá.

Sei que em algum momento eu comecei a pensar no tal Sasuke. Ele era bonito, afinal.  Mas tanto faz, não tenho muito interesse. Suspirei tentando voltar a prestar atenção na aula. Quando acabou o ultimo sinal, me despedi por aceno de Karin que conversava com outra pessoa e fui correndo almoçar. Odiava quando algum professor enrolava até não poder mais! Sempre deixava menos tempo pra eu almoçar e correr pro trabalho.  Entrei na cantina igual o flash e pedi um sanduíche natural e um salgado, junto de um suco e pelo jeito meu almoço seria esse.

- Sakyyy! – Estranhei o grito vindo de trás. – Sakura!

Reparei que estavam me chamando e me virei Ino simplesmente brotou na minha frente.

- E aí?! – Ela sorriu. – Quer almoçar com a gente? – A loira apontou para a mesa onde os amigos estavam.

- Não dá, - juntei as mãos como um pedido silencioso de desculpas – to sem tempo pra comer porque o professor enrolou e eu preciso ir pro trabalho!

- Ah okay... – Ino fez um biquinho. – Você não trabalha de sábado né?

Paguei a comida, negando com a cabeça.

- Ótimo! Nós vamos sair na sexta, você podia vir junto! – Mordi um pedaço do salgado. “Claro” respondi de boca cheia. – Okay então! Mais tarde a gente se vê!

Ela acenou antes de ir pra mesa. Nós nos veríamos? Resolvi deixar isso pra lá e já ir direto pro trabalho, enquanto comia no caminho.

 

                O que eu mais gosto de trabalhar na biblioteca? É que tirando os fins de semestre, a parte em que eu trabalho é bem silenciosa e monótona! Isso quer dizer que eu tenho tempo suficiente de ler os textos das minhas aulas, isso me deixa além de feliz e bem tranquila.

O resto do dia foi exatamente como eu estava acostumada, sem grandes movimentos e surpresas e loiras de olhos azuis por aí. A única pessoa que eu havia visto tinha sido o Sasori, que veio devolver o livro mais cedo, e pegar outro sobre arte medieval. Entre sorrisos de canto e indiretas, ele tentou puxar algum assunto, mas bleh! Não tenho cabeça pra um relacionamento atualmente.  

O dia foi um como qualquer outro, li, quase dormi, ouvi pessoas falando sobre relacionamentos, falta deles, e tudo mais. No final não vi a Ino ou qualquer outro amigo dela, e admito que apesar de ser cansativo interagir e tudo mais, ao mesmo tempo é solitário. Enfim, voltei para o alojamento e dessa vez não encontrei nenhuma das minhas vizinhas. Entrei em casa, larguei minha mochila e fui mais uma vez pra geladeira. Já disse não? Comida é vida. Minha noite foi normal como sempre, fui fazer trabalho, procrastinei, adiantei alguns desenhos para próximas aulas, joguei algum jogo aleatório de navegador e finalmente fui dormir.

 

X

 

Na manhã seguinte eu não teria as duas primeiras aulas, então aproveitei para dormir bastante, comer e então sair de casa. Apenas quando peguei o celular percebi que haviam 5 mensagens de um numero desconhecido.

“SAKURA, BOM DIA! AQUI É A INO JÁ ‘TA NA FACUKDADE?” “*FACULDADE” “Droga deixei o caps ligado e só percebi agora, desculpa!” “Acho que você ainda não ta na facul né...” “Bem! Me avisa quando chegar!!! <3”

Coloquei os fones e andei até o campus preguiçosamente. Suspirei ao pensar que não responder Ino fosse muita falta de educação, então parei próximo a fonte de água, e abri o celular esperando o wifi conectar.

“Eu estou na faculdade, mas tenho aula daqui a 10 minutos”

A resposta veio quase imediata.

“Então me encontra na hora do almoço!!!!! Preciso falar urgente com você!”

 

                Sabe a curiosidade? Então, ela ta com força total agora. Sério, falar esse tipo de coisa e então dizer ‘me encontra daqui a duas horas’ não é exatamente algo legal! No final, eu mal consegui me concentrar por causa dessa maldita mensagem afinal, o que ela queria? Eu tinha feito algo? Vacas podem voar ou não????? Era muita curiosidade pra pouca Sakura e a minha maior sorte naquele dia foi que a professora Kurenai liberou nossa sala 20 minutos mais cedo por ‘problemas pessoais’ e eu fui direto para a cantina. Eu sei que vêem a cabeça: “Porra Sakura, cantina? As coisas lá são um assalto!” então, o bandejão da faculdade teve um pequeno micro-leve problema de infestação de sei lá, larvas de mosca na comida, depois de meses de tretas e problemas por isso, em breve lá seria reaberto, mas mesmo assim, desse problema a gente fala quando o lugar reabrir. Pedi um prato simples na cantina e me sentei na mesa vaga mais próxima, ficar curiosa me dava fome, enquanto olhava em volta, percebi que o tal Sasuke havia a minha frente na mesa, o encarei de cima abaixo e estralei a mandíbula esperando uma resposta ou pelo menos um oi.

                Ele olhou nos meus olhos e suspirou antes de voltar a ler o livro que estava lendo. Okay, Sasuke Uchiha é um idiota mudo. Quando o número de pedido apitou e finalmente foi o meu, basicamente corri para pegar o prato e voltei à mesa já mordiscando a salada. Eu almoçava tranquilamente, e Sasuke continuava lá, lendo. Ino apareceu alguns minutos depois, desesperada.

- TO ATRASADA DESCULPA! – Ela se jogou em uma das cadeiras vagas, e se virou para Sasuke quando percebeu que ele estava ali. – Uchiha, cai fora! Falo com você depois!

Ele rolou os olhos, bufando, simplesmente se levantou e saiu. Se eu soubesse que era tão fácil, teria tentado antes. Ino voltou a atenção a mim e voltou a falar.

- ENTÃO! Nós vamos sair hoje! – Ino cruzou as pernas pegando o celular de dentro do decote. Ah, inveja de quem tem peito pra isso... – Queria que você fosse! 

Acabei de mastigar, engolindo com certa dificuldade. Quando foi a ultima vez que sai a noite? Uh, a uns 10 anos?

- Uh, eu não acho uma boa idéia... – Ino insistiu.

- Vai ser legal! Sakura, o que diabos você faz pra se divertir?!

- ...Jogo, durmo, como... Fico em casa... – A loira abriu a boca indignada.

- Eu... meu deus! Você ta desperdiçando sua juventude! – Ela abriu os braços dramatizando. Ri baixo tomando um pouco de suco.  – Escuta, você vai sim mocinha! Sabe onde fica a New Radio?

- Uh, não? – Respondi com a cara mais obvia de ‘eu não saio de casa você sabe’ possível.

- Okay okay você não sai de casa! – Ela rolou os olhos. – Faz assim, me encontra na praça do centro as 9h! Os meninos vão as 8h mas preguiça, oito horas ainda to na banheira!

“Banheira?”

- Banheira? – Perguntei involuntariamente, e ela apenas confirmou. Resolvi deixar esse assunto de lado. – Ta - dei-me por vencida – Eu vou! Mas não vou ficar muito.

Ino sorriu de orelha a orelha, e eu soltei um suspiro desgostoso. La se vai minha sexta de jogatina e sonecas. Olhei o relógio de pulso e percebi que já havia passado tempo demais.

- Ino, eu preciso ir! – Coloquei a mochila em um dos ombros, peguei o prato e copo e me levantei.

- Tudo bem, bom trabalho! – Ela acenou sorrindo. Coloquei os objetos no balcão e me despedi.  – AH! Esteja bem arrumada, ouviu?! – Ri sem jeito apenas concordando com a cabeça e sai em disparada para a biblioteca. Bom, eu teria que me preparar psicologicamente urgentemente para sexta, e que os deuses me ajudem. 



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