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História Just a Kiss - Just a Kiss


Escrita por: ladyghoul

Notas do Autor


Primeira fic de Miraculous, espero q gostem :)

Capítulo 1 - Just a Kiss


Marinette estava deitada na cama quando tudo aconteceu.

Já era noite, fizera todos os exercícios do dia e ainda adiantou uma parte, evitando que esquecesse futuramente por causa das responsabilidades como Ladybug. Uma chuva breve fazia gotas baterem contra a clarabóia e a saída do seu quarto, lhe dando uma sensação gostosa de sono.

Embalada pelo som da chuva e a cama macia e quentinha, bisbilhotou pelos olhos semicerrados Tikki, sua companheira, tão cansada quanto a mestiça, deitada do outro lado do colchão, dormindo delicadamente.

Sorriu e decidiu fazer o mesmo.

Fechou os olhos, sua respiração se tornando cada vez mais lenta e curta. O cansaço escorrendo pelos membros, fixando-se nos lençóis da cama e desgarrando de seu ser já exausto por natureza. Gostava de noites assim. Sem nenhum empecilho ou distração, somente ela, o quarto e a chuva.

Quando o corpo dobrou-se numa soneca e Marinette finalmente achava que seu dia terminara, um baque surdo provindo do lado externo do quarto a acordou. O coração bateu mais forte, pensando o que raios poderia ter caído na sua varandinha enquanto, cautelosamente, seguia até a escada para fora.

O chuvisco passara a ser uma chuva forte, onde gostas grossas se chocavam contra o vidro da portinhola, assustando nossa heroína e fazendo-a cogitar transformar-se em Ladybug caso uma figura estranha surgisse.

Fechando o casaco no peito, sorrateiramente se aproximou da pequena saída, tentando enxergar entre o breu e as pancadas rudes de água que respingavam e tornavam tudo mais enevoado. Olhou por mais alguns segundos, pois embora não visse nada além de escuridão, sabia que algo despencara na sacada.

Num suspiro aborrecido, depois de tanto esperar por qualquer movimento, pôs-se a regredir a cama, quando uma breve movimentação a chamou pelos cantos olhos. Num giro rápido de cabeça, voltou sua atenção à noite e finalmente achou o motivo de tirá-la de um sono tão gostoso.

Abriu a clarabóia depressa, a chuva sequer demorou a encharcá-la da cabeça aos pés devido sua intensidade, mas não desistiu até tocar no corpo inerte do garoto louro trajando roupas negras.

Reconhecendo Chat Noir, o coração perdeu o compasso e esqueceu dos problemas imediatamente. Foi até ele, cutucou-o diversas vezes para que respondesse, ignorando as trovoadas e relâmpagos, iluminando e retumbando dentro de si.

Chat demorou a responder e quando o fizera, não era mais que um resmungo dolorido. Contente por saber que estava vivo, puxou o rapaz para cima, passando um braço na cintura e outro segurando o pulso dele, evitando uma queda.

Chat Noir era pesado e somado à ausência de consciência não foi de ajuda nenhuma. Conseguiu trazê-lo para dentro com esforço, a roupa pingando pelo quarto inteiro e uma breve coceira na ponta do nariz insinuando uma possível gripe.

Repousou o menino na cama, não ligou para as cobertas molhadas, só precisava ter certeza de que ele estava vivo.

Analisou-o bem devagar e algo dentro do peito espremeu e ficou do tamanho de uma ervilha.

O rosto dele estava todo machucado. Marcas intensas de roxo se misturavam ao vermelho do próprio sangue devido aos arranhões e a um corte profundo no lábio inferior. Sem precisar checar nada, sabia inconscientemente de mais hematomas escondidos por baixo da roupa preta e máscara e isso a deixou destroçada.

Marinette correu para o banheiro, pôs uma roupa seca e limpa e trouxe consigo uma caixinha rosada consigo. Até mesmo Tikki havia acordado em meio ao alvoroço da garota e agora fitava o corpo inerte do companheiro de sua mestra.

- O que aconteceu? – a kwami perguntou baixinho, os olhos grandes e azuis demonstrando tristeza plena.

Marinette negou com a cabeça e se sentou ao lado dele. Tirou de dentro da caixa um pedaço de algodão e molhou no álcool 70. Usava para limpar os ferimentos de batalha. Ardia muito, muito mesmo, porém evitava uma infecção.

Trêmula, estendeu a mão até a face enrugada de dor de Chat. Um choro baixo prendeu na garganta. Vê-lo daquela forma a tinha deixado mais abalada do que imaginava.

Encostou o algodão no canto inferir do lábio, cujo um rasgo profundo cuspia boa quantidade de sangue, quando Chat acordou de seu coma temporário – provavelmente pela dor repentina do remédio em contato com seu hematoma – , girando o braço de Marinette para trás de uma única vez e sufocando a garganta dela com seu bastão prateado.

Mortalizada, a mestiça gemeu pela dor inesperada, deixando o algodão úmido cair de suas mãos.

- C-chat...?

Chat Noir arregalou os olhos, tomando nota da situação e se afastou da garota, que tossiu algumas vezes, repousando a mão sobre garganta dolorida. Ele tinha força, isso ela não podia negar.

- Ma... Marinette?

A própria se virou para ele, encarando um garoto de ombros tensos e olhar cansado, ainda que em alerta, a boca entreaberta e o peito subindo e descendo mais vezes que o normal para um humano.

- O-oi.

 

Chat desconversou muitos dos assuntos da mestiça. Bem, não era culpa dele, pois Marinette insistia em saber o que raios estava fazendo ali e como havia conseguido todos aqueles machucados.

“Briga de gato de rua”, ele disse, e Marinette por pouco não dava um bom cascudo na cabeça dele.

- Ladybug vai querer saber o que houve – comentou, enquanto respirava fundo, vendo todas as suas chances de compreendê-lo irem embora. – Ferimentos assim não somem do nada.

Chat deu de ombros, os olhos baixos fitando o chão.

- Ela não precisa saber – ele murmurou, talvez para si e não para ela. De qualquer forma, ela escutara e iria questioná-lo quando se encontrassem na outra forma. – Bem, vou indo. A noite é uma criança e não quero envolvê-la nas minhas brigas de beco.

Ele sorriu.

Um sorriso vivo e debochado, como todo sorriso do Chat Noir, mas Marinette captou algo a mais: o sorriso não ia até os olhos dele que exibiam um brilho triste e solitário.

Chat se ergueu, deu alguns passos até a saída, abriu a clarabóia e se preparava para pular quando a mão fina de Marinette puxava seu pulso para baixo.

- Fica. – pediu, fazendo sua melhor expressão. – Ao menos deixa limpar seus ferimentos.

O garoto parou na posição de salto, observando o semblante enrugado de preocupação e os olhos azuis gritando para que permanecesse ali dentro.

Ótimo Chat, acabou de envolver alguém inocente nessa história toda. Disse a si mesmo retrocedendo ao interior, permitindo que Marinette o guiasse até a cama novamente, sentando um de frente para o outro.

A garota tinha mão leve, quase uma pena. Os dedos longos e delicados tocavam sua pele, fazendo-o se perguntar se ela realmente o fazia. Só tinha plena certeza disso quando a ardência insuportável do remédio entranhava nas feridas abertas, obrigando-o a engolir o gemido, mas não a contração muscular.

- Desculpe – ela pedia, mesmo não tendo culpa – Sei que dói, mas é para não infeccionar.

Ele assentia, reaproximando o rosto da mão dela, retomando ao trabalho.

Conforme os minutos passavam, a chuva ia aumentando. Vez ou outra um relâmpago iluminava o quarto da garota, sombreando o cômodo e dando um tom mais azul aos olhos dela.

Estavam próximos, possivelmente até demais. A respiração concentrada dela batia em seu queixo e Chat tinha uma visão perfeita da face branca e delineada.

O cabelo exalava um perfume delicado de fruta, os cílios lânguidos davam graça ao olhar e a boca fechada possuía um avermelhado natural e tentador.

Como Adrien, eram raros os momentos em que podia olhá-la tão de perto. Metade francesa e metade chinesa. Reconhecia a beleza singular de Marinette, embora evitava admitir ou dizer em voz alta. Sentia que traía sua parceira e verdadeiro amor.

Mas agora, olhando a garota tão de perto, algo fez seu coração bater mais forte.

Gostava de ser Chat Noir por ter chance de presenciar instantes tão raros como aquele. Desde quando seria capaz de chegar tão perto de Marinette? Cuja sempre gaguejava e se distanciava dele.

Uma aura fluida envolveu seu corpo, entorpecendo seus sentidos e até mesmo o ardor dos hematomas e sem programar as próximas falas, viu sua boca mexer e soltar:

- Você é bonita.

Marinette retraiu o braço, sem retirar os olhos de algum machucado perto da boca. Um sorriso fraco desenhou nos lábios da mestiça, encantando Chat ainda mais. As íris vivazes subiram lentamente até os olhos do louro que arrepiou-se com a intensidade delas. Remetiam a alguém muito familiar.

- Você também é – ela disse.

Chat abriu as pálpebras levemente, engolindo a fala dela e tentando processar seu significado. Ela o achava bonito? Mesmo sem ver por baixo da máscara?

- Como pode ter tanta certeza? – questionou, a cabeça pendendo um pouco mais para frente. Marinette não recuou.

- Eu sinto isso. Aqui. – e a mão dela tocou seu peito, onde um coração aquecido batia.

Uma sensação semelhante a uma espetada de alfinete pinicou seu umbigo e depois embrulhando seu estômago, convertendo em um milhão de borboletas agitadas.

A boca retorceu um sorriso de canto e ousou se aproximar mais dela.

- Espero que tenha razão, princesa – e selou os lábios nos dela.

 

Marinette jamais experimentara coisa parecida. Sentiu calor, frio, alegria, tristeza, tudo simultaneamente.

A visão fora cegada pela escuridão das pálpebras, a audição selada pelo eco do próprio beijo, o tato dedilhando no couro cabeludo de Chat, o olfato embalsamado pelo cheiro corporal dele e a boca invadida pelo sabor de seus lábios.

Marinette julgava-se estar no céu e na terra ao mesmo tempo, experimentando a salvação e a realidade numa troca infinita de lugares, deixando-a zonza e ainda mais hipnotizada por Chat.

Estaria finalmente enlouquecendo? Ainda que a roupa de super heroína só tomasse forma quando pedisse, Ladybug vivia dentro dela vinte e quatro horas por dia. A qual evitava constantemente as investidas daquele gato preto e só caía nos braços de Adrien.

Porém e agora?

A mente gritou para parar, ordenou que interrompesse aquele ato imediatamente, enquanto o coração negava todas as ordens do cérebro, obrigando as mãos a permanecerem na nuca dele e permitindo que o corpo deitasse lentamente sobre a cama.

O sabor ferroso de sangue chegou às papilas, embora não tenha parado nem para terminar a limpeza dos machucados dele. Bem, Chat aparentava estar tão inerte na situação que nem mencionara dor ou algo parecido e Marinette não fez questão de chamá-lo.

Outro relâmpago brilhou dentro do quarto. Marinette sobressaltou o corpo, findando o beijo, mas não a proximidade.

A mão de Chat acariciava a cintura dela, o couro roçando em sua pele parcialmente descoberta. Os olhos dele tomaram vida, sugando o último suspiro de Marinette e roubando um sorriso por parte dele.

Sem ligar para o cenário ao redor, o louro abaixou o rosto e repousou a cabeça no espaço entre o pescoço e o ombro dela, apreciando o carinho e silêncio daquele lugar inesperadamente familiar.

Passou os braços para baixo do corpo dela e somente fechou os olhos. Se dependesse dele, jamais iria embora... até o beep do anel apitar.

Diferente das outras vezes, Chat não se desesperou e saiu correndo, pelo contrário, resmungou e abraçou ainda mais forte a silhueta de Marinette, não querendo se desgrudar da mestiça, com receio de perdê-la para um sonho ilusório.

Já tivera vários sonhos desse tipo, em quase todos sua mãe estava presente e mais tarde o choro de tristeza ao acordar e perceber ter sido tudo mentira.

O segundo beep.

Chat se agarrou com mais firmeza em Marinette.

- Chat, acho melhor ir embora – ela avisou, mas hipócrita do jeito que era, não parou o carinho na cabeça dele.

- E se eu não quiser? – a voz abafada perguntou.

- Não seria legal – e ela sorriu.

- Eu confio em você – disse.

- E a Ladybug?

Chat remexeu o corpo sobre o dela, encaixando ainda mais os espaços entre o casal.

- Tenho certeza que ela não se importaria.

Marinette ponderou por alguns segundos. Ladybug não sentia nada por Chat Noir. Para ela, ele era apenas um companheiro, enquanto que para Marinette, talvez ele tenha se tornado um pouco mais. Será que não haveria problema em descobrir a identidade dele? Ver quem era Chat Noir por baixo da máscara e sanar aquela sede por respostas?

O penúltimo beep a fez acordar dos pensamentos.

- Chat, de verdade, vá embora. – não dissera em tom rude e ele próprio compreendera a importância daquele pedido.

Portanto, relutando, ele saiu de cima dela, um frio repentino cobrindo o corpo da mestiça. Chat foi até a saída uma segunda vez, rezando para que Marinette o impedisse como fizera horas mais cedo. Ele abriu a portinhola, a chuva se transformara num chuvisco, perfeito para fugir e chegar bem rápido em casa antes da transformação findar.

Se preparou para saltar, na esperança de sentir a mão dela repousar sobre a sua.

E realmente sentiu.

Marinette puxou seu rosto para si e depositou um beijo casto na boca de Chat, o olhou nos olhos e falou:

- Volte.

Realizado, sorriu para ela.

- Seu pedido é uma ordem – e fugiu na calada da noite.


Notas Finais


Bem galerinha, apenas uma inspiração repentina. Tenho q escrever rápido pq a internet tá escassa, mas torço para q curtam e comentem e assim eu possa postar outras fics através da motivação de vcs
Reviews positivos e negativos são muito bem vindos, só peço para q peguem leve kkkk
Muitos beijos :3


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