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História Just Another Way - A vida é uma performance


Escrita por: 4sevendevils

Capítulo 22 - A vida é uma performance


Fanfic / Fanfiction Just Another Way - A vida é uma performance

São cinco horas da manhã. O sol nasce tímido sob a escuridão de Mojave. As luzes e os flashes do painel de iluminação são acesos e refletem sobre a areia. Estou no meio do cenário, entre o painel e a estrutura do palco, visto um cropped cinza e um short prata brilhoso que se destaca no meio das luzes. Ao meu redor há cerca de cinco tripés com pequenas câmeras posicionadas uma em cada ângulo, Andrea está em minha frente, ela carrega uma filmadora maior nos ombros e focaliza cada movimento do meu corpo, enquanto Ruth segura o arrebatador  fotográfico e a acompanha. O volume da música é ambiente, mas distante. É possível ouvir o barulho da equipe e os gritos do meu coreógrafo Richard Jackson: 

 

 – SENTE A MÚSICA, GAGA!  

 

Danço junto a batida, giro o fio do microfone, esfrego os meus sapatos sobre a areia e a poeira sobe, enfeitando e demarcando cada movimento. Os flashes voltam-se para o meu rosto dificultando a minha visão, coloco minhas mãos sobre os olhos e continuo a dançar como se não houvesse amanhã. É uma sensação incrível. Como se não houvesse nada e nem ninguém, somente eu e o vazio do deserto ao som do rifle de guitarra do refrão de Perfect Illusion: 

     

"Não era amor, não era amor

Era uma ilusão perfeita

 Confundi com amor, não era amor

Era uma perfeita ilusão"

 

A vida é uma performance. E talvez seja essa a mensagem do clipe: a simplicidade das coisas extravagantes. É confuso, eu sei, mas todo exagero nasce de forma simples e da maneira mais pura. Somos nós que não satisfeitos incrementamos as coisas, transformamos os pequenos atos em grandes por prazer, satisfação pessoal ou porque precisamos de algo novo a todo momento e esse é o bom da vida, saber reinventa-la. Eu, por exemplo, costumava viajar os quatro cantos do mundo para hotéis luxuosos e cantar para multidões de fãs... Mas hoje não. Decidi que só quero dirigir o meu carro e performar para os meus amigos mais íntimos no meu lugar favorito. Não é que eu tenha perdido o gosto pelo extravagante, muito pelo contrário, é a melhor parte de mim, mas acontece que para tudo há um princípio, uma essência, a arte não nasce no palco do Madison Square Garden, o nome disso é sucesso, talvez consequência. A arte nasce no meio do nada, através de uma letra simplória e repetitiva acompanhada de três acordes de um violão desafinado. 

 

Giro-me na ponta dos pés e em seguida me jogo no chão, rolando sobre o solo arenoso do deserto. A música finalmente acaba. Richard vem em minha direção e estende o braço, puxando-me pela mão.

 

– Isso foi maravilhoso – ele diz. 

– Espero que tenha ficado bom – levanto-me.

– Eu tenho certeza que ficou! – ele sussurra.

Aproximo-me do painel de luzes e observo o sol nascer no leste de Mojave. Atrás de mim Ruth e Andrea continuam as filmagens, agora captam a estrutura do palco e a movimentação da equipe sobre a área. Viro-me novamente, Ashley está em minha frente, ela sorri, entrega uma garrafa de água e sacode os meus cabelos

 

– Você se sujou inteira! – ela ri.

– É só areia, não faz mal – sorrio de volta.

– Está cansada? – Ash pergunta.

– Um pouco...

 

Ela passa um dos meus braços sobre o seu pescoço e seguimos para uma das tendas alocadas próximo ao cenário. Sento-me, apoiando a cabeça sobre o encosto da cadeira de plástico. Estou suada, exausta e completamente suja de areia, mas satisfeita. 

 

– Está com fome? – Ashley pergunta. 

– Não muita... O que temos? 

– Pizza!

– Se minha mãe souber disso... – solto uma gargalhada.

– Não dá para trazer comida pesada para o deserto – ela ri.

 

Ash me entrega uma fatia sabor pepperoni, minha pizza favorita. Em seguida ela se apoia em uma das colunas na porta de entrada, está séria e parece cansada, talvez muito mais do que eu. Andréa e Ruth entram em seguida. Elas colocam seus equipamentos fotográficos sobre uma das mesas e sentam-se de frente para mim. 

 

– Longa noite, não? – Andrea diz. 

– E tanto... – respondo-a.

– Mas esse lugar é realmente incrível – Ruth comenta. 

– Podemos explorar aquela área atrás do palco e fazer alguns takes – Andrea continua.

– Aqueles flashes – aponto para o painel de iluminação – Me cegaram completamente.

– Mas o efeito é incrível – Ruth retruca. 

– Eu sei, vale o esforço – levanto-me – Sabem de Mark? 

– Lá fora, no palco... 

 

Estico minhas costas, chacoalho a minha roupa com as mãos e caminho para fora, em direção ao palco. O sol já nasceu por completo e a temperatura começa a aumentar tornando o ambiente seco e denso. Mark está no meio da estrutura, com uma guitarra em seu colo. Ao seu lado estão dois de meus produtores: Kevin Parker e Michael Tucker. 

 

Conheci Kevin em um show do Tame Impala  em L.A. Gosto de seu timbre agudo e psicodélico, me lembra situações de minha infância. Já Michael, foi Mark quem me apresentou, ele é dono de um dos estúdios mais conhecidos de Los Angeles, o Blood Diamonds. Eu costumo utiliza-lo para produzir as demos iniciais das minhas músicas. Ambos são parte dessa fase da minha vida e por isso é tão importante tê-los aqui nesse momento.

Aproximo-me e me apoio sobre o palco, no meio das pernas de Mark.

– Acabamos? –ele me questiona. 

– Por hora sim – respondo animada. 

– Devemos comemorar então, não? – Michael sugere. 

– Tenho uma garrafa de Dalmore escocês em casa – encaro-os –  O que acham? 

– Ótimo! – Kevin me olha caminhando em direção ao carro. 

 

Procuro por Bobby, para avisá-lo de minha volta para casa. Ele está no meio da estrada, ao telefone: 

– Podemos marcar para o dia 22 de outubro – ele diz – Isso... Exatamente, seria maravilhoso. Por nada, querida. Tchau!

– O que teremos dia 22 de outubro? – interrompo-o.

– Entrevistas depois do lançamento... Terminamos? 

– Sim – estico meus braços – Estou morta! 

– Gaga... – ele me olha – Desculpa! Eu venho sendo duro demais com você. É que são tantas preocupações.

– Ah tudo bem! – suspiro – Eu entendo o seu lado... Você só precisa entender um pouco mais do meu.

– Tentarei – ele me abraça aos risos.

 

Bobby parece mais compreensivo do que os últimos dias. Querendo ou não eu entendo que deve ser difícil para ele ter que lidar com tudo sozinho e ainda aguentar as minhas malcriações e a pressão da gravadora.  

– Eu já vou indo para casa – despeço-me

– Tudo bem! Vê se você descansa.

 

Caminho até o carro de Mark e sento-me no banco do passageiro. Ele dirige empolgado, atrás estão Kevin e Michael. Ligo o som do carro. Na rádio toca "Don’t stop me now" de Queen:

"Esta noite eu vou me divertir de verdade

Eu me sinto vivo

E o mundo está virando do avesso, yeah!

E flutuando por aí em êxtase

 

Então não me pare agora

Não me pare Porque eu estou me divertindo, me divertindo

Eu sou uma estrela cadente saltando pelo céu

Como um tigre desafiando as leis da gravidade

Eu sou um carro de corrida passando por aí" 

 

Os meninos cantam empolgados. Acho graça dessa disposição toda, nem parece que passamos dois dias gravando no deserto. Mas eu gosto disso, de gente que me anima, me põe para cima, é desanimador demais trabalhar em algo novo ao lado de pessoas apáticas, que não se pré-dispõe a nada...Eu tenho tanto prazer no que faço, eu realmente dou o melhor de mim e ainda me divirto com isso porque eu sei o quão gratificante é o resultado de tanto esforço. 

 

Chegamos rapidamente em minha casa. Mark, Kevin e Michael sentam-se na beira da piscina. Atravesso o jardim e caminho até a cozinha, mamãe está sobre o fogão. Ela me encara e sorri questionando-me sobre a gravação:

 

– Como foi lá ? 

– Ótimo! – abro o armário.

– O que vocês estão procurando? 

– Sabe aquela garrafa de...

– Álcool, Stefani? – ela me interrompe – São sete horas da manhã e você já vai beber? Você tomou café pelo menos?

– Uhum! – resmungo.

 

Puxo a garrafa de Dalmore, abrindo-a em seguida. Vou até a geladeira pego um recipiente com gelo, despejo dois cubos no copo, o encho até a metade e tomo um gole em seguida. Mamãe agora me observa com uma expressão repreensiva, mas nada diz.  Gosto desse whisky, diferente dos outros ele tem um sabor agradável de frutas secas e um final persistentemente amargo. Caminho até o jardim com a garrafa e o recipiente com copos em mãos. Mark está sentado sobre a grama do jardim, Michael e Kevin dividem um cigarro em uma das cadeiras reclináveis. Retiro os meus sapatos e sento-me na beira da piscina colocando os pés na água. Mark se aproxima, pega a garrafa e nos serve.

 

– Whisky 18 anos... – ele diz – Vocês lembram o que faziam com 18 anos? 

– Eu ficava chapado – Michael responde – Me trancava no quarto e folheava a coleção de revistas Playboy do meu avô. Bons tempos...

– Eu fui um jovem normal – Kevin  o Interrompe – Era  estudioso, o primeiro da turma, até que larguei tudo e resolvi que queria ser músico. 

– Ainda bem! – solto uma gargalhada.

– E você Stef? – Mark se senta ao meu lado – O que aprontava aos 18?

– Eu fugia de casa para dançar em um bar gay de Nova York – viro-me para ele – O meu pai odiava...

– Joe sabia disso? – Mark questiona surpreso.

– Ele descobriu – sorrio – Eu precisei sair de casa.

A pergunta de Mark me traz recordações. Lembro-me como se fosse ontem: A boate estava cheia aquela noite, eu dançava uma música da Britney Spears esfregando-me sobre uma barra de ferro enquanto meia dúzia de mulheres e homens de meia idade pregavam dólares em minha lingerie. Quando olhei para o meio do bar meu pai estava lá, me encarando com uma expressão que eu jamais tinha visto. Ele nunca entendera, mas foi naquele palco que eu me descobri como artista. Eu tinha toda a atenção voltada para mim, as pessoas gritavam o meu nome e  aplaudiam cada movimento meu, era um espetáculo e tanto... A performance é algo incrível, eu sinto que posso ser o que quiser tanto no palco, quanto em qualquer outro lugar, porque a minha forma de ver a arte me proporciona isso. Passaram-se mais de 10 anos e eu ainda tenho a mesma sensação daquela época a cada show faço. 

 

Mark brinca com os meus pés na água. Kevin e Michael distanciam-se da piscina, deixando-nos a sós.

– Vai fazer algo hoje? – questiono-o

– Estou livre à noite, por que? 

– Vou levar Florence para o estúdio...

– Legal! – ele me encara – Vocês estão bem íntimas, não? 

– O suficiente para trabalharmos juntas. Por que a pergunta? 

– Por nada, ué – ele ri – Ela andou me perguntando sobre você.

– Que tipo de pergunta? – indago

– Sobre a sua forma de pensar, seu jeito de escrever, essas coisas. 

– Compreensível, não? Ela deve querer me...

– Não preciso de explicações – Mark me interrompe – Mas espero que vocês saibam o que estão fazendo. 

– Está tudo sob controle, Mark – deito-me em seu ombro – Pode nos encontrar no Blood Diamonds às oito? 

– Tudo bem! – ele me afaga – Está cansada, não? Deveria ir dormir um pouco. 

 

Levanto-me com a ajuda de Mark. Despeço-me dele e aceno para Kevin e Michael do outro lado do jardim. Caminho até meu quarto. Estou realmente exausta, mas nada que algumas horas de sono não resolvam. Tiro a roupa e deito-me sobre a cama caindo rapidamente no sono 

 

Acordo assustada com as patas de Asia em meu rosto. Viro-me para o lado e pego o meu celular no criado mudo. São duas horas da tarde, acabei dormindo demais e estou atrasada. Levanto-me da cama rapidamente, mas sinto-me tonta e tudo parece girar. Sento-me novamente na cama, apoiando a cabeça sobre a cabeceira. Minhas costas doem, parecem se abrir, minhas mãos estão suadas e eu sinto frio. Ouço passos vindos do corredor e em seguida o barulho da porta que se abre. 

– ASIA! – Ashley grita – Ué já acordada? Não conseguiu dormir?

– Não me sinto muito bem – respondo em voz baixa.

– O que você tem? – ela põe a mão sobre minha testa – Acho que você está com febre.

– Aonde estão os meus remédios? 

– Aqui! – ela me entrega um cumprindo – O que houve? 

– Não sei – apoio-me em seu ombro – Preciso levantar...

Levanto-me com dificuldade com ajuda de Ash. Aos poucos a sensação de vertigem vai embora, mas meu corpo ainda dói, talvez tenha sido uma queda de pressão, talvez eu tenha levantado rápido demais. Vou até o banheiro, ligo o chuveiro e deixo a água gelada cair sobre a minha cabeça. Ash entra logo em seguida, encostando-se sobre o box: 

– Stefani! – ela bate no vidro – Tudo bem aí?

– Sim! Foi só um mal-estar. Pode pegar a toalha para mim? 

– Você vai sair? Desse jeito? 

– Tenho coisas para fazer, Ash – abro o box. 

– O que? – ela me encara.

– Vou levar Florence para um teste de voz. 

– Ah! Michael deixou as chaves do estúdio. Mas acho que você não deveria...

– Ash, não começa, por favor – interrompo-a – Prometi para ela que eu iria e eu vou. 

– Aposto que ela não vai ligar se você desmarcar porque não se sente bem

– Mas eu estou ótima, e com saudades dela.

Ash me entrega a toalha e saímos do banheiro. Ainda não me sinto totalmente bem, mas essas dores são tão recorrentes que eu já estou acostumada e além do mais eu combinei com a Florence e não sou do tipo que cancela compromisso, ainda mais com ela... Mal nos falamos por esses dias por causa das gravações e eu realmente estou com saudade dela, a noite que passamos juntas me marcou de uma maneira tão inexplicável que desde então eu não consigo parar de pensar nela. Eu sinto falta da voz, do cheiro, daquele riso tímido que só ela tem quando fica nervosa... Ainda não posso dizer que tipo de sentimento é esse, mas eu sei que é bom e por isso quero explora-lo. 

 

Visto um short preto desfiado, uma camiseta cavada do Iron Maiden e calço um tênis AllStar cano alto. Ajeito os cabelos de frente ao espelho e viro-me para Ashley questionando-a: 

– O que acha? 

– Sensual demais, não? – ela ri. 

– Você acha? 

– Eu acho, mas não sei de suas intenções...

– Não tenho intenção nenhuma – sorrio para ela – Você anda fazendo julgamentos errados sobre mim.

– Errados? – ela me olha com uma expressão maliciosa – Eu conheço você, Stefani! E não é de hoje. 

Coloco meus óculos escuros, um chapéu humbucker e deixo o quarto em direção a sala. Mamãe e Bobby veem TV no sofá.

 

– Estou saindo! – pego as chaves sobre a estante. 

– Vai aonde? – Mamãe me pergunta.

– No estúdio.

– E que horas volta? Você sabe que seu pai chega hoje...

– Venho jantar em casa, não se preocupe.

 

Entro no carro e acendo um cigarro. Ashley se aproxima apoiando-se sobre a janela. 

– Promete que se você passar mal vai me ligar? – ela puxa o cigarro da minha boca. 

– Prometo! 

Lhe jogo um beijo e sigo para estrada sentido Los Angeles. Acelero a 160km por hora, estou atrasada... atrasada e ansiosa, tanto que até as minhas dores musculares são substituídas por um constante frio na barriga durante todo percurso. Chego na Sunset Boulevard por volta das três da tarde, estaciono o carro na esquina do Chateau Marmont, desço do veículo e caminho até a portaria do hotel. O hall está vazio. Sento-me em um dos sofás próximo a recepção, pego o meu celular e mando uma mensagem para Florence: "Eu estou te esperando aqui embaixo". Passam-se alguns minutos, mas ela não responde. Levanto-me impaciente, caminho de um lado para o outro, olho para escada e ameaço a subir, mas sou surpreendida por uma voz masculina. 

 

– Está procurando alguém? – o homem me pergunta? 

– Estou esperando uma amiga – respondo-o. 

– Tem um cigarro sobrando? – ele pede. 

– Ah claro! – lhe entrego. 

 

O homem se afasta para fumar, eu permaneço estática, frente a escada a esperar por Florence. Ela demora longos dez minutos até que finalmente desce devagar, degrau por degrau. Como sempre ela está linda: veste uma calça jeans cintura alta e uma camisa branca simples que desenha a sua barriga. Ela se aproxima​ e me abraça, um abraço caloroso e demorado, em seguida me beija no rosto, soltando-me posteriormente.

 

– É bom ver você! – ela diz. 

– Ei, garota, eu estava com saudades – sorrio para ela. 

– Eu trouxe a sua jaqueta – ela me entrega – Vi no jornal que vai esfriar...

– Você é uma graça – aperto a sua bochecha levemente – Podemos ir? 

– Claro! – ela ri. 

Caminhamos em direção a portaria. O homem ainda fuma sobre una das colunas da entrada do hotel e parece nos observar atentamente.

            – Boa tarde! – ele nos cumprimenta.

            Florence não o responde apenas balança a cabeça, parece tímida, talvez mais do que o normal. Nos aproximamos do meu carro na esquina e ela se encosta sobre a porta entrando no veículo assim que eu destravo o alarme. Ela ajeita os cabelos jogando-os para o lado, coça as mãos compulsivamente mexendo em seus anéis e ri olhando para mim.

            – O que foi? – questiono-a aos risos – O que vê de tão engraçado?

            – Nada! – ela responde timidamente – Estamos atrasadas?

            – Não... Combinei com Mark as oito.

            – Mas ainda são três da tarde!

            – Eu sei – ligo o carro – Sabe o que significa?

            – O que? – ela me encara.

            – Que temos tempo de sobra... Só eu e você.

Acelero em direção a estrada...

           

 



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