História Just for Benefits ( Yixing Long Imagine ) - Trip

-Você tá cansado? - perguntei passando a mão no rosto dele e ele fechou os olhos.

-Muito.

-Por que?

-O presidente me deu três contratos que tavam dando problema.

-Mas você já resolveu?

-Já.

-Então pronto - sorri e ele fez o mesmo, me dando um beijo.

-Que bom encontrar vocês dois juntos - a conhecida voz do presidente disse atrás de nós, e eu praticamente empurrei o Yixing.

Meu sangue gelou e meu coração parou por alguns segundos. Já faziam dois meses que nós dois namorávamos, e mesmo que o Yixing fizesse questão de muito contato físico, parecia que ninguém tinha reparado, ou pelo menos ficavam em rumores.

-Senhor… - Yixing começou mas foi interrompido.

-Por favor, me acompanhem - falou simplista e deu a volta, indo em direção a sua sala.

Nos olhamos por breves segundos e senti a mão dele segurar a minha e sussurrou “vai ficar tudo bem”.

-Podem sentar por favor - nos disse ao entrar e sentou atrás da mesa.

Nós dois nos mantivermos calados e fizemos o que ele pediu.

-Bem, eu pretendia começar essa conversa perguntando sobre esses rumores de que vocês tinham um relacionamento, mas pelo o que vi, a resposta já foi dada. Então vamos para a segunda parte, vocês sabem que aqui tem uma política séria de não existirem relacionamentos amorosos entre os funcionários, certo?

-Sim - concordamos em uníssono e ele concordou.

-Então vocês sabem que o que estão vivendo não é de agrado à norma da empresa.

Ok, agora é fato. Vamos ser demitidos.

-Desculpe, mas nós dois trabalhamos aqui a quase 6 anos e o Senhor sabe do nosso comprometimento com nosso serviço. - Yixing começou e eu apenas o olhei calada.

-A meta que a regra de não relacionamento entre os funcionários quer alcançar é justamente, evitar a queda no desempenho diante futuros desentendimentos entre o casal. Me perdoem a grosseria, mas caso o relacionamento de vocês acabe, que garantia eu teria de que os dois não iam refletir esse término no desempenho?

-Nós temos compromisso. Sabemos que somos responsáveis por grande parte dos lucros, não podemos simplesmente deixar que coisas de fora afetem nosso emprego.

-Tudo é muito bonito na teoria Senhor Zhang, mas na prática, vários problemas são detectados.

-Um relacionamento pode atrapalhar um desempenho sim - comecei e percebi que os dois me olharam surpresos com o rumo que meu argumento tomaria - Mas não necessariamente por serem da mesma empresa. Uma pessoa pode discutir com um namorado ou com quem é casado mas que não é da empresa, e pode trazer o problema para dentro. É uma questão relativa.

-Você está sugerindo que vocês dois tem condições psicológicas suficientes para que discussões particulares, não atrapalhem o desempenho?

-Sim senhor. - senti meu tom de voz sair confiante, mas por dentro, nenhum órgão meu funcionava como de costume.

-Fiquem cientes de que vocês são uma exceção à regra - disse depois de um longo silêncio - Mas saibam que caso algo dificulte o devido funcionamento da empresa por conta de questões particulares, essa chance lhes será tomada.

-Não precisa se preocupar com isso, temos ciência de que nossos compromissos são muito importantes. - Yixing respondeu notavelmente feliz e eu acabei sorrindo.

-Podem se retirar. E não quero ver vocês dois namorando pelos corredores da empresa, profissionalismo é algo que exijo de todos.

-Sim senhor - nos curvamos rapidamente e saímos da sala.

-Eu achei que você ia dizer que ele ia atrapalhar muito, eu quase disse pra ele não considerar o que você falasse - comentou com alívio e eu acabei rindo.

-Você realmente acha que eu ia piorar a situação pra o nosso lado?

-Como eu posso saber o que passa na sua cabecinha problemática? - perguntou cutucando minha testa com o indicador.

-Você é problemático - dei uma tapa na mão dele e acelerei o passo.

-Não precisa ser tão sensível - o ouvi comentar mas segui o caminho que fazia já que agora tinham mais pessoas e não podíamos ter tanto contato.

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-Yeonjoo, tem certeza que você não quer um tempinho de férias não? - perguntei enquanto a esperava para descermos juntas.

-Não precisa unnie - disse com a voz visivelmente cansada, só não sabia de que.

-Você tá realmente acabada.

-Obrigada - disse irônica e eu acabei rindo.

-Desculpa. O que foi que aconteceu?

-Meu namorado… acho que até o final do ano eu tô solteira.

-Por que? - perguntei espantada. Ela sempre falava tão bem dele, e até esperava ansiosa por um pedido de casamento.

-Eu acho que ele tá me traindo, muitas pessoas aguentariam isso, mas eu não tenho estômago pra saber que quando ele não tá comigo, pode estar com outra.

-Eu sinto muito, eu sei como você tá se sentindo.

-O Yixing já fez isso?! - me olhou visivelmente assustada e eu tratei de negar de imediato.

-Não! Ele não, mas meu ex sim.

-Eu gosto tanto dele. - falou respirando fundo e abaixou a cabeça.

-Mas você tem certeza que ele ta fazendo isso?

-Não, mas ele tem passado muito tempo distante, sempre no celular e nunca mais dormiu lá em casa. Agora ele viajou pra ver a família e bem, eu não sei se ele realmente foi fazer isso.

-Podem ser problemas em casa. - tentei não piorar a situação e ela suspirou alto.

-Eu já tô a quase 6 anos com ele, acho que esqueci como é não ter ninguém, ou como é fazer as coisas sem ele.

Pode parecer exagerado para algumas pessoas esse comentário dela, mas eu sei que é verdade, me senti exatamente assim com o Chanyeol e no fundo, só não foi pior porque o Yixing apareceu.

Já se no lugar do Chanyeol fosse o Yixing eu tenho certeza que minha vida ia cair num poço sem fundo por um bom tempo. Ele me conhece mais do que eu mesma, em apenas 2 anos ele conseguiu me desvendar de um jeito que o Chanyeol não conseguiu com quase 8 que nos conhecíamos no total.

-Vai dar tudo certo hum? Eu tenho certeza que tem uma boa justificativa pra ele ter esse comportamento agora.

-Você tá pronta? - senti a mão do Yixing passar na minha cintura quando se aproximou de nós duas na minha sala.

Ok, ok, eu admito que talvez nós sejamos um pouquinho muito grudentos. Mas sinceramente, ele é muito fofo pra que eu consiga dizer não quando ele pergunta se pode ir pra minha casa ou eu pra dele, e isso já custou uma boa quantidade de roupas reservas de um na casa do outro.

-Boa noite - Yeonjoo disse triste depois de nos olhar e saiu até o elevador.

Realmente a cena que ela acabou de presenciar, de dois namorados que provavelmente iam dormir juntos, foi a pior coisa que ela podia ver nesse momento.

-Me solta - disse afastando a mão dele de mim.

-O que foi?

-Você não viu que ela tava triste?

-O que eu fiz? - perguntou espantado e eu cruzei os braços.

Tudo bem que ele não tinha como saber o que a gente tava falando, mas mesmo assim eu desconto nele. TPM realmente não é legal com namorados. Irônico que quando comecei a tomar anticoncepcional, achei essa droga de variação de humor ia acabar, mas o destino quis me colocar na maldita porcentagem que os sintomas da TPM não sofrem grande influência ou até ficam piores.

-Ela brigou com o namorado, ai vem você e faz isso?

-Como eu ia saber do que vocês tavam falando?

-Tá tá, vamos logo que eu tô com sono - resmunguei arrastando ele pela mão.

-Aish, você realmente vai ficar com raiva? Jagi, eu não tinha como adivinhar o que vocês tavam falando.

-Eu já entendi.

-Não, você não entendeu. Desculpa. - disse segurando meu rosto.

-Para com isso, eu tô me sentindo culpada! - afastei as mãos dele e me encostei na parede espelhada do elevador.

-Vocês mulheres são complicadas demais - disse com um sorriso e beijou minha testa. - Já vi que vou precisar comprar muito chocolate.

-O que você está insinuando?

-Que uma pessoa já está mais estressada do que o normal, mesmo tomando remédio. Mas mesmo assim, como eu sou um namorado muito legal, vou comprar chocolate pra ela.

-Nossa, sério? - perguntei irônica e ele riu

-Seríssimo, agora você vai prometer que não vai comer todos de uma vez, e deixar um pouquinho pra os outros dias - piscou e eu tive vontade de bater nele.

-Meu deus, acho que eu vou mudar o código da porta pra você nunca mais entrar na minha casa.

Sim, eu tinha trocado a fechadura porque muitas vezes eu esquecia a chave e isso já tava virando uma rotina irritante na minha vida.

-Pelo visto me enganei com o tempo em que essa mudança ia acontecer - me provocou mais uma vez e eu simplesmente deixei ele sozinho quando a porta abriu, saindo de lá o mais rápido.

Escutei sua risada atrás de mim enquanto ia até o carro dele já que tinha dormido na sua casa ontem. Assim que tentei abrir a porta, percebi que ele ainda não tinha destravado o carro, o que me fez girar para trás e olha-lo com a cara mais mortal que consegui fazer.

-Eu já disse que você é fofa?

-Já, agora abre esse carro.

-Não sem antes você parar com todo esse rancor.

-Eu não tô com rancor, eu quero dormir.

-Pare de ser rancorosa jagiya - disse com um sorriso irritantemente lindo no rosto enquanto passava as mãos na minha cintura.

-Abre esse carro logo Zhang Yixing! - falei com raiva e ele deu uma gargalhada antes de me beijar.

-Se você fosse mais fofa eu acho que seria meu fim.

-Eu quero dormir - falei arrastado e ele me soltou depois de dar um beijo na minha testa, finalmente destravando o carro.

Assim que chegamos, me joguei de bruços no sofá e fiquei com o rosto de lado para conseguir respirar de verdade.

-Jagi, você não quer jantar?

-Não - resmunguei abraçando uma almofada e ele riu.

-Vem - ele me pegou no colo e eu só grunhi.

-Seu sofá é muito bommmm - escondi o rosto no pescoço dele enquanto ele ia até o quarto.

-Uhum - concordou me deitando na cama.

-Ah… isso é muito bom - resmunguei apertando ele perto de mim.

-Eu sei que eu sou muito bom.

-To falando da cama convencido.

-Tem certeza que não quer comer nada?

-Tenho - respondi me aconchegando ainda mais no peito dele.

-Eu só não te obrigo porque essa posição tá realmente confortável - disse com o queixo apoiado na parte de cima da minha cabeça.

-Obrigada.

-Você tem uma mala grande? - perguntou depois de um tempo enquanto seus dedos mexiam no meu cabelo solto.

-Depende do seu ponto de vista.

-Uma que caiba coisas suficientes pra uns 20 dias em um lugar bem longe da sua casa.

-Tenho.

-Ótimo.

-Yixing, isso tem a ver com as nossas férias?

-Sim.

-Eu não vou a lugar nenhum sem antes saber suas intenções! - disse levantando e sentando séria.

-Minhas intenções? - perguntou também sentando enquanto seu rosto estampava uma expressão de diversão misturada com surpresa.

-Claro, vai que agora você surtou e quer me sequestrar?

-Deixa de drama.

-Me diz logo o que você quer fazer oppa!

-A gente vai viajar, pronto.

-Eu acho que eu consegui chegar a essa conclusão sozinha. Eu quero saber pra onde você quer ir!

-Vai estragar a surpresa - resmungou se jogando na cama.

-Eu vou ficar surpresa quando você falar de qualquer jeito, eu só quero saber onde eu vou antes de ir.

-Eu quero que você conheça umas pessoas.

-E a gente precisa de uma viagem tão grande pra isso? Onde você vai?

-China - disse baixo e eu o olhei surpresa.

-O que?!

-Eu sei, é que eu queria que você conhecesse lá.

-Você podia ter dito logo oppa.

-Mas você podia reclamar.

-Reclamar por viajar com você?

-Você podia achar meio rápido, sabe? A gente começou a namorar agora.

-Eu não ia pensar isso - sorri segurando a mão dele e ele levantou o rosto.

-Nem se eu disser que eu quero que você conheça minha família?

-Como?!!

-Eu sei, mas eu queria arriscar, você é importante.

-Oppa, você podia ter dito antes!! - bati a mão nele três vezes, o fazendo se curvar para frente.

-Ai jagi! Desculpa.

-Você devia dizer logo! Eu preciso pelo o menos aprender alguma coisa de onde você nasceu!!

-Você não se importa?

-Claro que não Xing! Eu só queria pelo o menos saber alguma coisa de lá, mas agora eu tenho só duas semanas.

-Você realmente só se importou com isso?

-Claro que sim né?! Seu idiota - dei mais dois tapas nele.

-Para jagi!

-Como você quer que eu fale com seus pais sem saber nada além de oi?!

-Eu posso te ajudar.

-Em duas semanas? Nem que você fosse Deus.

Ele suspirou e então falou algo em mandarim.

-É o que? - o olhei confusa e ele repetiu, e mesmo assim, minha reação foi a mesma.

Ele então tateou o celular no bolso da calça e então escreveu com letras do alfabeto mais comum para mim e pude “entender” o que ele falava.

-Wǒ de míngzì shì______ - repetiu apontando para cada sílaba que pronunciava.

-O que é isso?

-Meu nome é ______, em mandarim.

-Você realmente espera que eu consiga pronunciar isso?

-Não é tão difícil. - disse me entregando o celular para que eu pudesse reler aquela frase.

-Wǒ de míngzì shì______ - falei franzindo a testa à medida que as palavras saiam da minha boca com a pronúncia gritantemente diferente da dele, sendo apenas bem sucedida a pronúncia do meu nome.

-Presta atenção na minha boca - disse com um sorriso no rosto, provavelmente por minha pronúncia estranha, e segurou meu rosto -

Wǒ. de. míngzì. shì. ______.

-Oppaaa - resmunguei abaixando a cabeça.

-Só essa frase, eu prometo que depois dela, eu te deixo dormir hoje.

-Wǒ de míngzì shì______ - falei de novo e um sorriso de canto dançou nos lábios dele.

-Foi um pouquinho melhor. É só você não acentuar tanto as palavras como as coreanas. Tenta outra vez.

Precisei pronunciar mais três vezes antes de alcançar um nível compreensível.

-Não foi tão difícil viu? - sorriu antes de me dar um beijo rápido.

-Eu não quero aprender mais nada, isso é complicado demais.

-Nada disso, eu quero ver você trocando mais de duas palavras com meus pais.

-Nada disso digo eu, ninguém te mandou fazer segredo.

-Eu já pedi desculpa!

-Sai, eu quero dormir - o empurrei e me deitei de lado.

-Ei, me desculpa - pediu passando o braço por minha cintura e me trouxe para perto - Era pra você não me achar apressado - disse dando um beijo no meu pescoço - Pra você não pensar que eu era muito grudento - mais um beijo, seguido de uma mordida - Não pensar que eu sou muito meloso - mais uma mordida que me arrancou um gemido baixo.

-Certo - falei tentando soltar a mão dele da minha barriga.

-Eu quero um beijo.

-Yixing…

-Só um - pediu me olhando enquanto descia os dedos por minha cintura - Pra ter certeza que você não tá com raiva.

-Aish - resmunguei me deitando em uma posição mais confortável e apoiei minha mão na parte de trás do pescoço dele, o trazendo em direção à minha boca.

Aos poucos a mão dele foi parar no meu quadril e ele começou a me puxar para baixo dele.

-Sai - o empurrei e ele grunhiu em reprovação - Isso é pra você aprender a não guardar segredo idiota assim.

-Meu deus, dá pra esquecer isso?

-Não - falei séria e levantei, indo pegar uma roupa minha no guarda roupa dele.

-Ahhhhhhh - resmungou enterrando a cabeça no travesseiro.

-E amanhã você vai começar a me ensinar o básico de tudo da China! - adverti entrando no banheiro, ouvindo mais um grunhido dele.