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História Just for Benefits ( Yixing Long Imagine ) - Guilty


Escrita por: TaeSmile

Capítulo 30 - Guilty


Com o passar dos meses, o caso envolvendo Chanyeol e eu foi sendo criado aos poucos, juntando provas médicas sobre meu estado após o ataque, sobre as perseguições psicológicas feitas logo depois que nos encontramos pela primeira vez após o término, o porte de uma faca no dia do ataque e o ataque armado feito ao Yixing.


Minha vida nesse período ia seguindo da forma mais corrida o possível. Depois do término do recesso, voltei ao trabalho e pude então começar as negociações das quais o Presidente havia me encarregado, dentre esse processo, algumas viagens até minha antiga casa/país, que acabaram sendo vez por outra comprometidas pelas investigações e depoimentos constantes.


Eu sabia que todo esse processo ia custar muito trabalho, mas que não ia ser tanto, afinal tinham visto ele fazendo então não seria muito difícil. Durante todo o processo, descobri que ele não só fez isso com o Yixing e eu, mas - pelo o que meu advogado falou - mais 2 caras foram vítimas do surto bipolar dele, um em uma briga de bar e outro numa festa. Em ambos os casos, eles não chegaram a ir à delegacia mas a polícia foi chamada, e por falta de provas, nada foi acrescentado a ficha criminal dele.


Mas mesmo com toda essa dificuldade, o andamento do acordo internacional da empresa fluía normalmente, e ao que tudo indicava, tudo terminaria de forma positiva. Como consequência desse acordo, eu consegui o tão querido aumento, e por causa dele, o desejo de comprar o meu próprio apartamento só crescia.


Não era como se a casa do Yixing não fosse aconchegante o suficiente, ou que ele de repente agisse como se não me quisesse mais lá, mas eu sempre gostei de ter um refúgio meu. Um lugar em que pudesse ficar sozinha, com meus problemas, pensando na vida ou simplesmente dormindo, mas mesmo assim, algo pessoal.


Dividir a casa com ele era ótimo, sempre tinha companhia de manhã, alguém pra conversar ou dormir de conchinha, mas novamente, eu queria algo mais pessoal, mais meu.


-Jagi, eu já disse que não precisa se mudar.


-Mas eu quero a minha casa, eu já consegui o aumento então dá pra comprar um apartamento bom. - resmunguei me jogando no sofá, largando o notebook na mesinha de centro.


-É bom ter você morando comigo, é como se nós fossemos casados.


-Eu não quero me casar com você - brinquei cutucando ele com o pé.


-Você não devia dizer coisas sem certeza.


-E quem disse que eu não tenho certeza?


-O jeito que você me beija.


-Um beijo não quer dizer muita coisa.


-Mesmo? - perguntou se inclinando sobre mim e me puxou para cima pela cintura.


-Uhum - concordei encarando a boca dele e o vi sorrir.


-Então acho que a gente não vai mais se beijar - me soltou novamente e sentou ao meu lado.


-Yixing!!


-Você que disse que um beijo não diz muita coisa.


-Seu idiota - resmunguei trazendo o notebook para o meu colo e voltei a procurar apartamentos.


-Esse parece bom - falou largando o celular e se aconchegou ao meu lado.


-Mas é longe da empresa.


-E esse?


-Eu já ouvi dizer que não é um bairro seguro.


-Viu? É melhor morar comigo, é seguro e perto do trabalho.


-Olha! Esse é perfeito!


-Não.  


-Por que?


-Porque eu não quero que você vá - falou de um jeito manhoso e tirou o notebook do meu colo - Me acostumei com uma rotina a dois, principalmente a parte de dormir com você.


-Mas eu quero ter uma casa só minha Xing - falei arranhando o pescoço dele e ele negou com a cabeça.


-Eu não quero voltar a dormir sozinho ________.


-Você é grudento.


-Uhum, mas a culpa é sua de ser tão… grudável. - falou com uma careta ao terminar a frase sem saber ao certo se aquela palavra existia.


-Você podia me beijar nesse exato momento.


-Eu achei que você não pensasse que um beijo significava muita coisa.


-Ai, esquece - resmunguei o trazendo até minha boca.


Enquanto meus dedos se perdiam no cabelo dele, e os seus na minha cintura, meu celular começou a tocar freneticamente.


-Quer atender?


-Não - respondi o trazendo para perto novamente.


Pouco depois do meu ter parado, foi a vez do celular dele começar a tocar.


-Deve ser importante - sussurrei contra a boca dele e ele concordou se afastando de mim.


Enquanto ele falava com a pessoa, eu continuei mexendo no computador à procura de um apartamento ideal.


-Era o advogado, ele disse que marcaram a audiência pra quinta.


-Mesmo?


-Sim, concluíram as investigações, e agora ele tem 3 processos nas costas. Conseguiram provar que ele tava envolvido naqueles dois casos, então alêm das 3 acusações do nosso processo, tem as individuais desses ultimos.


-Hum… - murmurei abaixando a vista e fingi mexer no computador.


-Ele vai pra cadeia, você sabe disso.


-Olha esse - mudei de assunto, apontando um apartamento aleatório e ele suspirou.


-O outro é melhor - falou se aproximando, fingindo também que não falávamos de nada antes.


-Vou salvar esses. Me diz outro bairro bom.


-Procura por aqui - disse digitando o bairro onde morava no espaço de busca.


-Nossa, apartamento aqui é muito caro.


-Não é não, olha esse.


Passamos mais uns 10 minutos procurando por alguma coisa, até que eu desisti de achar alguma coisa e convenci Yixing de que pizza seria muito bom para acabar o dia.


-Você torna minha dieta impossível jagi.


-Por que?


-Por que? Você tem uma mania incrível de comer besteira, e eu acabo comendo também.


-Mas pizza não é besteira, é vida.


-Vida é a quantidade de tempo que eu preciso passar me exercitando pra não perder o corpo que demorei pra conseguir.


-Dizem que namorados gordinhos são os melhores pra abraçar - comentei segurando o sorriso e ele deu uma risada.


-Mas eu não quero ser um namorado gordinho - respondeu sério e ri, dando um beijo rápido nele.


(...)


Enquanto tentava dormir, minha cabeça era preenchida por pensamentos do julgamento que aconteceria em dois dias.


Eu ia ser a testemunha principal, ou seja, meu depoimento ia ser justamente o responsável por condenar ou inocentar o Chanyeol. Além disso, Yixing iria depor e alguns dos meu vizinhos que chegaram quando ele era espancado.


Ia ser a maior coisa que já tinha acontecido comigo em termos judiciais, e digamos que eu não estou com capacidades psicológicas para isso.


Encarar o Chanyeol e relembrar do que aconteceu é algo que eu realmente não quero fazer nem tão cedo, e se possível, nunca.


-Jagi? - ouvi a voz do Yixing me chamar em meio a escuridão do quarto, me assustando um pouco já que eu tinha deduzido que ele tinha dormido.


-Hum?


-Você ainda tá acordada?


-Não consegui dormir.


-E por que?


-Sem sono - menti arrumando a franja bagunçada dele e tentei dar um sorriso verdadeiro mesmo que estivessemos no escuro


-Você tá pensando no julgamento né?


-Sim - falei baixo e ele respirou fundo.


-Não pensa nisso até que chegue o dia ok? Eu sei que pode parecer fácil falar já que não fui eu que passei pelo que você passou, mas eu sei que relembrar tudo não vai ajudar.


-Eu tô nervosa, só isso.


-Tenta se preocupar um pouquinho menos, quinta tudo vai se resolver e nunca mais você vai precisar se preocupar.


-Uhum. - concordei baixo e o abracei.


Xxx


A temida quinta feira chegou, e eu sentia meu corpo todo reagir ao nervosismo, inclusive, já tinha até vomitado o café da manhã pouco depois de tomá-lo.


Ao chegar no tribunal, meu advogado me chamou para revisar o caso e meu depoimento, repassou as perguntas e eu concordei.


Assim que entramos no tribunal, vi meu lugar à frente e fui acompanhada até lá, algumas pessoas assistiam, grande maioria provavelmente estudantes de direito, e uma pequena bancada era reservada ao júri. Eu comecei a entrelaçar meus dedos embaixo da mesa enquanto esperava trazerem Chanyeol.


Assim que meu olhar se cruzou com o dele, senti que desabaria a qualquer momento. O olhar dele parecia com o de um cachorrinho abandonado e assustado, sem saber o que fazer e pedindo por socorro. Pude ver que ele se arrependia do que tinha feito, mas infelizmente ele não tinha pensado nisso quando foi até a minha casa com a ideia de me matar, não pensou que eu morreria, não pensou que eu nunca esqueceria a cena dele me agredindo.


E eu não podia esquecer isso. O velho Chanyeol tinha morrido quando fez aquilo, na verdade, desde o dia no estacionamento com o Yixing, mas eu fui burra o suficiente para não perceber isso.


Depois que ele chegou, a audiência finalmente começou e foi extremamente cansativa.


Entre as provas apresentadas, tinham as mensagens que ele havia me mandado, as câmeras da frente da minha casa que filmaram ele me esperando e entrando contra a minha vontade na minha casa, a faca, depoimentos, laudos médicos sobre meu estado e tudo mais.


Não tinha como ele escapar, e ele sabia, pude ver isso claramente quando me olhou desesperado assim que comecei a falar o que ele tinha feito como se as provas já não fossem suficientes.


Meu medo era que o juiz dissesse que a audiência seria prolongada para mais um dia, mas felizmente não foi necessário, o veredito saiu no dia, e como esperado, ele foi considerado culpado dos 5 processos e todas as acusações neles presentes, sendo condenado à 20 anos em regime fechado, sem possibilidade de condicional.


Assim que ele ouviu a sentença, a cabeça pendeu para baixo e murmurou um desculpa para mim, antes de ser levado.


-Finalmente acabou - Yixing comentou logo que nós saímos do tribunal, enquanto me abraçava apertado.


-Ele parecia arrependido - acabei pensando alto e senti a respiração dele parar por alguns segundos.


-________…


-Esquece o que eu disse - o interrompi assim que percebi o meu “erro” - Vamos pra casa.


-Não. Não fica achando que ele é inocente _______! Ele errou, e muito, não tem pra que se sentir culpada disso.


-Eu não tô me sentindo culpada, eu só tô com… pena?


-Ele quase te tirou de mim e de todos ao seu redor, não tenha pena dele ter que pagar por isso na cadeia, longe de você e qualquer outra pessoa que ele possa matar.


-Você tá certo. Vamos logo, eu quero dormir e esquecer esse problema.


-Certo - falou abrindo a porta para mim, antes, beijando minha testa.


A viagem de volta foi toda em silêncio, eu não queria conversar sobre nada, só dormir e acordar com o fim de tudo. E graças a Deus, Yixing me entendia sem eu ter que explicar isso verbalmente, então não tinha tentado puxar assunto comigo, me deixando feliz com meu silêncio.


Ao entrar em casa, a primeira coisa que eu fiz foi ir até o quarto, me jogar na cama e fechar os olhos com força, esperando o sono vir mesmo que o cansaço que eu sentia era meramente psicológico.


Acordei com meu celular vibrando embaixo da minha cabeça, me causando um bom susto, e ao olhar para a janela vi que já tinha escurecido. Resolvi ignorar a provável notificação de uma rede social, e me sentei na beirada da cama enquanto me espreguiçava.


Percebi que as luzes da casa estavam todas apagadas e deduzi que estava sozinha, então fui até o banheiro tomar um banho e botei uma roupa confortável e leve, o verão aqui era especialmente quente e usar qualquer coisa que não fosse um short e regata era um suicídio.


Enquanto eu tentava entender o que se passava em um programa de variedade que passava, ouvi a porta abrir e logo a imagem do Yixing com a chave do carro na boca, carregando diversas sacolas apareceu.


-Nossa, pra que tanta coisa? - falei levantando para ajudá-lo.


-Não tinha muita coisa aqui, aproveitei o dia pra comprar as coisas. - respondeu fechando a porta com pé.


-Você podia ter me chamado pra te ajudar.


-Não queria te acordar, você parecia tão relaxada.


-E você comprou o que? - perguntei ficando na ponta dos pés para apoiar o queixo no ombro dele.


-Coisas que realmente vão te deixar saudável. - falou tirando um ramo de brócolis da sacola.


-Você tem uma fixação que eu não me alimento bem, já percebeu?


-Já, você sempre compra comida ou come ramen. Você precisa comer melhor, e eu vou fazer você entrar na minha dieta.


-Ahhhhhhhh nãooooooo, pessoas que se exercitam só comem batata doce e frango, eu quero mais coisas. - reclamei encostando minha testa nas costas dele.


-Eu não como só isso, eu defendo a ideia de um prato colorido.


-Hum…


-Eu vou cozinhar. Quer ajudar? - perguntou virando a cabeça um pouco para o lado e eu concordei ainda com a testa nas costas dele.


-Quero.


-Corta isso pra mim - disse mostrando uma bandeja com uma das melhores carnes vermelhas da Coréia.


-Oppa! Isso é muito bom! - falei enquanto ele enchia uma panela com água e colocava arroz.


-Eu achei que você merecia isso.


-Por isso eu te amo - falei com um sorriso e pulei com os braços ao redor dos ombros dele e dei um beijo na bochecha dele.


Peguei a bandeja e comecei a cortar os pedaços da forma mais proporcional que consegui.


-Você ainda vai precisar sair do país? - perguntou depois de alguns minutos de silêncio enquanto fazíamos os preparos para a janta.


-Não, já fechou o contrato. Eu só vou precisar ir uma vez a cada 6 meses.


Assim que joguei os pedaços de carne cortados na panela, senti ele me envolver pela cintura com um braço.


-Parece que minha garota agora é internacional.


-Nossa Yixing, você podia ter nos poupado disso. - comentei rindo sobre a piada ruim que ele havia acabado de fazer, o fazendo rir também. 


-Eu tô muito orgulhoso e feliz por você  - disse me olhando nos olhos, com um dos sorrisos mais sinceros que já o vi dar.


-Vai queimar, mexe isso - disse para quebrar o contato que me deixou envergonhada, segurando a mão dele e mexi a carne.


-Certo mamãe.


Depois de terminar de cozinhar, comemos em paz, vendo TV e tomando um vinho branco que segundo ele tinha uma “harmonia perfeita” com o prato.


Enquanto víamos um filme americano qualquer, me dispersei da história e fiquei o olhando. Ele era realmente apaixonante, não apenas fisicamente, ele me passava uma calma inexplicável, e sempre estava ao meu lado, e disso eu tinha certeza.


-O que foi? - perguntou me olhando depois de um bom tempo que eu fiquei o encarando.


-Nada - respondi sorrindo e dei um beijo rápido nele.


-Se você quiser me beijar, não precisa ficar me encarando como uma psicopata - brincou também sorrindo e eu dei três tapas no peito dele.


-Obrigada. - agradeci depois que acabei minha pequena demonstração de carinho e ele me olhou espantado.


-O que?


-Obrigada por me entender durante isso tudo.


-Sabe por que eu agi assim?


-Por que?


-Porque eu te amo.


-Obrigada - agradeci mais uma vez, selando nossos lábios.









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