História Just Happened - SEGUNDA TEMPORADA - Só estou dando o troco

P.o.v. Dylan

Ando em direção à parte de trás da casa da Sasha, dou alguns giros e não encontro a Emma.

Em seguida vou ao único lugar que eu ainda não havia procurado, a varanda. Chegando lá vejo-a observando o horizonte enquanto enxugava algumas lágrimas com as costas das mãos. Sinto meu coração se partir ao vê-la daquela forma.

Me recomponho e toco em seu ombro levemente, porém ela se assusta dando um pulo mas quando me vê, revira os olhos e tenta passar por mim, porém a seguro pelos braços e digo:

— Me escuta, por favor.

— Eu já te escutei, e não quero "estragar sua vida".— Diz. Vejo seus olhos ameaçarem chorar novamente e abaixo a cabeça.

— Eu não quis dizer aquilo, falei sem pensar. Você sabe que não é assim que eu penso.

— Pois é, Dylan. Para quem fala não é nada demais já que não foi você que recebeu. Dá para me soltar?— Diz olhando para minha mão segurando seu braço.

— Não, não dá. Sabe por que? Porque eu não aguento ficar nessa de eu estar certo mas você não aceitar.

— Primeiramente, me larga — Diz e eu solto seu braço contragosto. — Segundo, Dylan, tenta entender droga! Eu não consigo decifrar como isso chegou até aqui, eu sei que você não gosta do meu irmão, ele também não gosta de você, mas isso não quer dizer que ele seja um traficante que está estragando a vida de todos meus amigos. Como espera que eu me sinta?— Pergunta cruzando os braços e os apertando de maneira que a ajudasse a segurar o choro.

— Eu posso ter sido um pouco grosso e ter falado as coisas rápido demais, entendo sua confusão. Mas você me deu um tapa, Emma. Dois na verdade!

— Eu sei, eu estava nervosa... Desculpa. — Responde passando a observar meu rosto agora, que provavelmente já tinha se livrado da marca de suas mãos. — Mas o que vem ao caso é que é muita coisa para eu processar. Eu pedi para você não vir atrás de mim, então me dê um tempo, por favor!

— Emma, eu não vou te deixar sozinha até você acreditar em mim. Você está sendo enganada há tempos e não está aceitando.

— Caralho, Dylan! Entende. Você está me pedindo para escolher entre acreditar no meu irmão que eu convivo desde que me entendo por gente, desde que nasci e entre o cara que eu gosto.— Revela nervosa e tenta disfarçar a surpresa no que acabou de dizer. Sinto um estranho frio na barriga e dou um pequeno sorriso de lado pela primeira vez desde que aquela conversa se iniciou.

— Repete isso.

— Meu irmão que...— A interrompo.

— Não isso... Você sabe.

— O cara que eu gosto... Qual é, não faz diferença. — Diz desviando imediatamente o olhar do meu.

— Claro que faz!

— Não haja como se não soubesse. Eu gosto de você, isso não muda nada agora.— Responde olhando para qualquer lugar que não fosse os meus olhos.

— Ouvir você dizendo é diferente. Olha para mim.— Digo virando seu rosto delicadamente e vejo seu rosto vermelho quase da cor de seus cabelos. — Eu também gosto de você...

— Eu não sei lidar com esse tipo de situação. — Diz com a voz embargada e morde os lábios nervosamente fazendo meu olhar ir para eles involuntariamente.

— Nem eu.— Respondo.— Mas podemos tentar.

— Dylan, eu preciso de um tempo para entender o que caralhos está acontecendo. — Diz me afastando levemente.

— Quando você quer cortar um clima você consegue!— Falo revirando os olhos.

— Antes de tudo eu vou falar com o Henrique. 

— Ele vai mentir para você, Emma. Como fez em todos esses anos.

— Talvez, mas eu quero ouvir dele, não tenho certeza de nada ainda. Se põe no meu lugar, duvido que você acharia super de boa "Meu irmão está fazendo mal às pessoas? Ah, que feio! Vou ter que contar para minha mãe!", não é assim que funciona.

— Certo, eu espero.

— Obrigada.

— Mas e a gente está bem? — Pergunto receoso.

— Me diga você!

— Por mim, estamos.

— Então por mim também.— Responde calma.

— Ah, antes que pense, eu não esqueci o que você disse.— Respondo antes dela se afastar.

— Dylan, por Deus! Para com isso. Eu vou para casa.— Diz desviando o olhar e virando para saída.

— Que despedida sem graça, você ja foi mais receptiva. — Digo sarcástico vendo ela se virar com um olhar irônico.

— Eu sei muito bem o tipo de despedida que você quer.

— Ótimo. Vem cá. — Digo puxando-a pela cintura.

— Já disse que preciso ir pra casa, você consegue sobreviver umas horas sem mim, vai!- Brinca tentando fazer com que eu a soltasse, o que não estava adiantando.

— Você vai, depois que me der um beijo.— Respondo afastando os cabelos de sua nuca e depositando um beijo no local, vendo-a fechar os olhos, o que me incentiva a continuar com os beijos. Desta vez com algumas mordidas e escuto a Emma arfar quando mordo o lóbulo de sua orelha, me incentivando a dar um chupão em sua nuca.

— Dylan... - Me chama, porém sua voz sai mais como um gemido.

— O que foi?— Pergunto inocente subindo e descendo os beijos e as mordidas pela sua nuca.

— Eu... — Passo a língua pelo seu pescoço e vejo seus pelos arrepiarem.— Preciso... Hm, ir para casa.

— Para de falar um pouco. — Respondo com os lábios próximos ao dela.

— Vamos logo com isso.— Emma me puxa pelos cabelos e cola nossos lábios.

Em poucos segundos nossas línguas já estão entrelaçadas e suas mãos estão em meu cabelo. Minhas mãos vão para sua cintura por baixo do tecido fino da blusa que está usando. Ela tira a jaqueta que eu estava usando, sem parar o beijo e desce suas unhas lentamente pelas minhas costas por cima da camisa, me deixando excitado com aquele simples toque.

Quando a aperto mais forte contra meu corpo, ela morde meu lábio inferior de um jeito lento e sexy enquanto se afasta e ajeita os cabelos que estavam bagunçados.

— Pronto, você ganhou seu beijo. Agora tenho que ir.— Ela me dá um selinho e vai em direção à saída me deixando "daquele jeito", parado e a observando partir.

P.o.v. Tyler

Estou caminhando com a Vitória e paramos em frente ao café, entramos e logo fizemos o pedido ao garçom.

— Então, o que te trouxe você à esbarrar em mim com aquele péssimo humor? — Pergunta com um sorriso sincero.

— Tá tudo dando errado na minha vida!

— Deixa eu adivinhar, brigou com a Ashley?— Fala como se fosse óbvio, e depois pega o café que o garçom nos trouxe.

— Sim, mas não foi só uma briga. Nós terminamos. — Respondo em meio a um suspiro.

— Vocês o quê? — Questiona surpresa. — Não é possível! O que houve?

— Longa história...— Digo e ela olha em seu relógio dando um sorriso depois.

— Tenho tempo de sobra!

Resumo para ela, sem muitos detalhes, o que aconteceu e ela me encara compreensiva e começa a dizer:

— Primeiro: eu sinto muito. Segundo: qual seu problema, Tyler?

— Como assim?

— Eu que pergunto! Como você briga com ela sem nem mesmo ouvir a garota? Ela tem razão de ficar puta com você.

— Até você? Já recebi sermão demais por hoje, só esperava sair para esfriar a cabeça e espairecer...

— Vocês precisam conversar. Se você quer seguir em frente, nunca irá conseguir com uma história inacabada, e se você resolver ouvi-la e vocês voltarem, é outro passo bom para você.

- Acho a segunda opção menos provável...— Revelo suspirando.

— Por que está aí se lamentando? Cadê o Tyler que eu conheço? Levanta a cabeça e vai de divertir! Sem fazer besteira, claro.

— Quer sair?

— Você está me chamando para sair?— Pergunta incerta, bebendo um gole do seu café.

— Entenda como quiser.

— Vou entender que somos dois amigos saindo para espairecer a cabeça. Feito?

—Feito.— Confirmo com um sorriso e levantamos da mesa, pagamos a conta e vamos para fora da estabelecimento.

P.o.v. Ashley

— Caralho Shay! Já disse que não quero falar sobre isso.- Digo repetindo pela milésima vez para a Shay que não quero tocar no assunto "Tyler Blackburn".

— Você estragou todo o esquema, tem noção? — Pergunta indignada.

— Do que você tá falando?

— Do que a gente combinou, Ashley! Você tentar agir NORMALMENTE. 

— Sinto muito te informar, mas eu não tenho sangue de barata pra aguentar essa palhaçada calada.

— Ashley, nós sabemos que o Tyler errou, no fundo até ele sabe. Mas vocês dois são cabeças duras e orgulhosos. Então, haja paciência!

— Não vem jogar culpa pra mim não! 

— Certo. Não vou brigar contigo, acho que vocês deveriam conversar civilizadamente.

— Você fala como se eu não tivesse tentado conversar antes! — Falo revirando os olhos, louca para que aquela conversa acabasse.

— Tentou, tentou sim. Justamente nas horas que a cabeça de ambos estavam quentes. Um concelho: espera a poeira abaixar.

— Shay, eu tenho cara de quem corre atrás? Ele errou, ele que peça desculpas!

— Parabéns, você acabou de ganhar o troféu "orgulho".— Diz sarcasticamente.— Faça assim, aproveite que minha paciência hoje está enorme e escute que lá vai outro concelho, lembre-se dos momentos bons, principalmente da amizade de vocês.

— Okay, okay. Vou tentar!

— Acho bom. Agora vamos voltar para sala que estão todos nos esperando.— Diz me puxando pela mão e chegamos na sala.

— Então pessoal, chegou a hora de vocês vazarem da minha casa, não acham? Preciso dormir!— Anuncia Sasha de um jeito bem "carinhoso".— O dia foi bem cheio hoje.

— Nisso eu concordo.— Responde Lucy.— Obrigada pela delicadeza ao nos expulsar, querida amiga.— Completa sarcasticamente.

— Não há de quê! — Ironiza Sasha mandando beijinhos — Vão pela sombra. Amo vocês!

— Estamos indo... Dorme lá em casa, Shay?— Pergunto para a mesma que confirma e vamos em direção à minha casa que não era longe dali.

No caminho, acabo voltando meus pensamentos para alguns anos atrás quando eu conheci o Tyler e começamos nossa amizade.

Flashback on

— Então aqui está o celular da sua amiga.— Diz Tyler me entregando o celular da Shay, tentando ser discreto na biblioteca. — 35 dólares.

— Ainda acho um roubo. — Digo tirando o dinheiro da carteira contragosto e vejo a dona Eleanor, bibliotecária, reclamar da elevação na voz com um sinal de silêncio, mas o Tyler ignora e volta a falar.

— Mas o trabalho foi bem feito, não está mais travando e está sem vírus. — Responde orgulhoso de si mesmo e pegando o dinheiro da minha mão.

— Onde você aprendeu a concertar esses troços?

— Por que a princesinha está tão interessada?— Responde com outra pergunta, desviando do assunto.

— Curiosidade.— Respondo simplesmente.

— A vida me ensinou.

— Você gosta de um mistério, não é? — Pergunto olhando fixamente para ele com um sorriso debochado. — Algo me diz que por baixo de toda essa sua pose de "não me toca", você é uma pessoa interessante.

— Interessante? — Ri debochado e eu afirmo com a cabeça. — Eu sou simpático, só com quem merece.

— Sério? Porque eu super mereço e você me tratou como se fosse um troglodita.— Digo irônica e movo meu olhar para minhas unhas bem pintadas.

— Você é uma patricinha mimada isso sim!

- Ei, me respeita! — Diz lhe dando um fraco peteleco.

— Vocês dois, cansei de mandar sinais para calarem a boca. Saiam da biblioteca, vão conversar em outro lugar.— Diz a bibliotecária nos expulsando de lá.

— Desculpa, dona Eleanor. Eu realmente preciso pegar um livro prometo fazer silêncio. — Digo com a maior inocência que posso.

— E você, rapazinho?— Diz se referindo ao Tyler que só levanta as mãos em rendição e volta a falar comigo quando ela sai.

— Odeio essa mulher. Ela já me bateu com um livro porque eu falei alto.

— Ela é de idade, respeite os mais velhos, Tyler.— Digo séria, apesar de querer rir.

— Tudo bem, senhorita politicamente correta. Acho que vou indo nessa, tenho outras entregas...

— Olha só, parece até um traficante.— Brinco.

— Não me meto nessas coisas não! O que você tem comigo? Tá admirando minha presença e não quer me deixar sair?— Ri debochado enquanto pergunta.

— Nem nos seus melhores sonhos.

— Meu limite chegou. — Diz a bibliotecária com raiva.— Os dois para detenção. Vamos, vamos.

— Olha o que você fez, idiota! — Exclamo irritada.

— A culpa é sua que fica dando escândalo e não me deixa sair, patricinha.

- Me poupa, Blackburn.— Reviro os olhos e entro na sala de detenção logo depois dele que senta numa cadeira e atrapalha minha passagem com o pé. — Vai me deixar passar ou tá difícil?

- Só estou dando o troco.— Debocha e eu dou a volta irritada, sentando na cadeira do outro lado.

— Vocês dois são novos aqui na detenção, o que aconteceu?— Pergunta o professor que estava responsável para cuidar da gente alí.

— Ela fez um escândalo na biblioteca.

— Ele ficou fazendo palhaçada na biblioteca. 

 Respondemos ao mesmo tempo e o professor anota algo num papel.

— Liberados por hora, toda sexta-feira vocês isso arrumar os livros das prateleiras com a supervisão da dona Eleanor. Boa sorte.— Diz entregando um papel para cada um de nós que bufamos e vamos para lugares diferentes.

Flashback of

Mal sabíamos que aqueles "encontros" faria nós nos aproximarmos e que iriamos começar uma grande amizade.

— Ash? Tá no mundo da lua? Chegamos.— Diz Shay quando estamos na frente de casa.— Estava pensando em quê?

— Estava seguindo seu concelho, fui tentar lembrar da minha amizade com o Tyler.— Respondo nostálgica. 

Continua...