História Just Like Fire - Capítulo 36

Cameron:

— A intenção do senhor era me internar em uma clínica ou em um hotel cinco estrelas? - pergunto ao meu pai, colocando minhas malas sobre a cama e abrindo as mesmas.

— Nem eu sabia que a clínica era assim, Cameron! - se senta e me observa - Quem escolheu foram teus amigos... - sorrio quando ele diz isso - E de certo, eles quiseram lhe arranjar um bom lugar.

— Eu amo esses caras. - sorrio e vejo meu pai fazer o mesmo.

— Não esqueça de agradecê-los quando sair daqui. - apenas concordo.

— Você acha que poderei receber visitas? - estava com isto matutando em minha cabeça.

— Ainda não me informei, sei que eu posso vir quando quiser! - responde - Verei e te falo como é o controle das visitas.

— Okay. - digo e começo a colocar minhas roupas no pequeno armário que tinha em meu quarto. Não trouxe muita coisa e então caberá tudo tranquilamente.

— Filho, terei de ir. - levanta e se aproxima de mim - Sei que ficará bem aqui e nunca se esqueça que te amo muito! - me abraça.

— Ficarei sim pai, não se preocupe... - digo ainda abraçado com ele - Também te amo, muito, e obrigado por tudo! - nos afastamos e ele bagunça meu cabelo - Diga a Lise que a amo, por favor. - ele concorda e vejo-o saindo porta afora de meu mais novo quarto.

Enquanto assimilava que a partir de agora, passarei dias trancado neste quarto, acabo por arrumar o armário e me deito um pouco na cama. Várias vezes toquei em meu bolso, para ver se encontrava meu celular e ligaria para Lise, mas foi em vão, aparelhos eletrônicos não eram permitidos a entrada e até mesmo para não atrapalhar em meu tratamento.

É Cameron, quem mandou se envolver com o que não devia. O sono veio e em meus sonhos, eu estava junto de Lise.

Annelise:

Prometi a Franklin que ficaria em sua casa até voltar da clínica, para também fazer companhia a Jax. O pessoal já havia ido embora, estavam preocupados comigo e queriam que eu fosse junto, mas não faria isto com o meu sogro.

Sentada no sofá, observava cada canto daquela casa, era como se neles houvessem uma parte de Cameron ali, eu ainda conseguia sentir seu perfume impregnado neste cômodo e a saudades vinha como um tiro em meu peito. Em meio a todas estas perturbações em minha cabeça, ouço o telefone tocar e penso se devo atender ou não, opto por atender, vai que é Franklin.

— Alô? - digo assim que ponho o telefone em meu ouvido.
— Dallas? - uma voz grossa do outro lado da linha dizia e posso jurar que já havia ouvido ela antes.
— Não, aqui é a Anne!
— Ora ora... - solta uma pequena gargalhada - Se não é a namoradinha que banca a durona de Cameron! - Nate, como me esquecer deste imbecil?
— Nate... - respiro fundo - O que você quer? - curta e grossa.
— Cadê teu namoradinho de merda? - minha vontade era de dar um soco na cara desse filho da mãe.
— Não está! - não direi nada sobre Cameron para ele.
— Espero que você não esteja mentindo, gostosinha. - que caralho esse cara pensa que é?
— Se eu to falando que não, é porque não, babaca! - estava mais do que irritada.
— Ih, a princesinha ficou nervosa é? - ouço sua risada sarcástica - Então avisa teu namoradinho aí, se ele não resolver as paradas dele com a gente por bem, resolverá por mal. - não conseguia nem se quer dizer alguma coisa - Até mais! - encerra a ligação.

Volto a me sentar no sofá e fico tentando imaginar o que eles poderiam fazer. O que eles poderão fazer? Cameron está internado em umas das melhores clínicas de reabilitação de Chino Hills, eles não conseguiram encontrá-lo, não tem porque eu me preocupar!

Suspiro aliviada por me lembrar que Cameron está seguro. Ouço um carro estacionar na frente da casa Dallas e logo em seguida Jax começa a latir, Franklin. Não posso me esquecer disto! Franklin pode estar correndo perigo, ainda mais depois de ter denunciado aquele inferno de beco. Será que eles são capazes de fazer algum mal à ele?

— Oi Lise.. - diz assim que abre a porta de sua casa - Achei que havia ido embora! - sorri e faço o mesmo de volta.

— Não, resolvi ficar um pouco com Jax. - digo me aproximando do pequeno cãozinho, que parecia mais um urso de tão fofo que era.

— Ah sim! - observo Franklin ir até a estante, abrir uma gaveta e tirar uma papelada de lá - Quando quiser levá-lo para sua casa, me avise, para deixar as coisas dele arrumadas. - sorri, enquanto ajeitava sua maleta.

— Pode deixar... - digo ainda abraçada com Jax - Terei de ir agora, preciso descansar e mais tarde encarar o cabaré! - me levanto e vou até o sofá pegar minha bolsa.

— Oh claro... - diz - Também vou nessa, o dia hoje está cheio! - seu semblante era triste e eu poderia ver a dor que ele estava sentindo em ter que ficar sozinho nesta casa enorme.

— Tchau amorzinho da mamãe, tio Nash vem lhe buscar mais tarde. - eu dizia com a famosa voz de bebê, para Jax e conseguia ouvir a risada de Franklin, dou um beijo no meu filhote e vou até meu sogro - Até mais, Franklin... - lhe dou um curto abraço - Qualquer novidade ou algo que precisar, pode me ligar! - sorrio.

— Até mais Lise e pode deixar, se cuida, obrigado por tudo! - apenas assento. Já estava prestes a sair da casa quando ouço me chamar - Lise... - me viro para olhá-lo - Cameron pediu para lhe dizer que te ama muito! - sorri. Só de ouvir que Cam lhe pediu para dizer isto, meu olhos se enchem de água, e antes que eu chorasse na frente de Franklin, sorrio e saio de sua casa.

Sigo até meu carro, entro e coloco minha bolsa no banco do passageiro, com o vidro fechado observo como aquela casa ficará sem cor sem Cam ali na porta acenando e me mandando beijos. Meus dias sem Cameron Dallas, não serão mais os mesmos!

Dou partida no carro e começo a seguir até meu prédio. Evitei de falar a Franklin que Nate havia ligado, talvez ele arranjaria mais problemas, a minha preocupação agora é em como irei protege-lo!