História Just Like Fire - Capítulo 4

Cameron:

Já se passaram três dias, depois do ocorrido em que acompanhei meu pai no cabaré, depois disso não nos falamos mais, na verdade ele está decepcionado comigo e o porque é que ante-ontem cheguei chapado em casa, não conseguia parar em pé. Eu havia ido ao beco, minha intenção era apenas pagar o que devia ao Gilinsky, porém não resisti, o que posso fazer?

— Vocês estão a três dias sem se falar? - estava Nash e Matthew em casa, Nash como sempre me questionando e dando o esporro que mereço ouvir.

— Nash... - olho bem para a cara dele, não estava aguentando mais - Já falei e não irei repetir! - digo impaciente.

— Vocês dois... - Matthew aponta para nós - Vão fazer comida para mim, porque estou faminto. - ele diz, passando a mão sobre sua barriga, taco uma almofada no mesmo.

— Vai te catar cara, não faço comida nem para mim mesmo, quanto mais para você! - dou risada da sua cara de decepção.

— Espinosa, não acredito que você atrapalhou o meu esporro do dia em Cameron para isto! - Nash diz num tom divertido, fazendo Matthew lhe mandar dedo do meio.

Decidimos ir almoçar num restaurante perto de casa, na minha opinião o melhor de Chino Hills e olha que odeio comer fora, sem ser food truck. Após comermos, decidi voltar para casa, Nash e Matthew partiram para qualquer outro lugar aí.

Passei o resto da tarde jogado no sofá e assistindo alguma merda qualquer na televisão, até receber uma mensagem de meu pai.

"Filho, estou no Cabaret Club quer vir me encontrar? Pode trazer algum amigo seu junto. xxpai"

Ele só pode estar de brincadeira com a minha cara, odiei aquele lugar, porque é que voltaria lá? No máximo para ver se encontraria Anne sentada no meio fio, sozinha e esperando algum ônibus. Por conta disso, até que não seria uma má ideia.

Decido ir, estou farto de ficar brigado com o meu pai, se eu indo lá lhe encontrar fazer com que nos resolvemos, já estarei satisfeito. Não posso ser tão ingrato assim, ele sempre fez de tudo por mim, até mesmo depois da morte de minha mãe. Nos afastamos muito depois do ocorrido, mas eu fui o culpado de tudo isso.

Visto a primeira roupa que encontro a minha frente, uma camisa xadrez azul e uma calça jeans preta, calço meu vans, pego as chaves do meu carro e sigo a estrada em direção ao cabaré.

Ainda são oito horas da noite e mesmo assim o lugar já se encontra cheio de velhotes, o foda desse lugar é isso, só velhos frequentam aqui? Tento me responder mentalmente, para ver se encontro uma explicação para isso. Encontro meu pai sentado no mesmo lugar de quando estivemos aqui, o diferente é que havia uma garota morena sentada ao seu lado e a conversa dos dois parecia divertida, pois os dois se encontravam em gargalhadas.

— Oi pai. - digo me aproximando e encaro a garota, ela era bonita, mas nem tanto quanto Anne. Porque é que estou me lembrando dela mesmo?

— Oi filho... - ele me puxa para um abraço, estranho demais para o meu gosto - Cameron está é Clark. Clark, Cameron! - ele diz apontando para mim e eu sorrio para a moça, a mesma corresponde o sorriso.

— Olá, prazer em conhecer o filho do meu amigão aqui. - ela diz dando dois tapinhas na costas de meu pai e o mesmo sorri. "Amigão"? Okay, não é mesmo.

— É a segunda vez de Cameron aqui, quando ele veio você estava de folga. - Oh claro, ela é uma das dançarinas do lugar? Dançarina e garota de programa, ou apenas dançarina mesmo? Estou confuso, confesso.

— Ah sim, bom meninos terei de ir, está na minha hora... - ela diz sorrindo - Beijinhos e foi um prazer Cameron!

— Tudo bem, vai lá e manda beijos para a loirinha! - meu pai pisca, mas que caralho é esse? Oh céus. Ela ascende sorrindo e vai se distanciando de nós.

— Quem é ela, senhor Franklin? - pergunto num tom divertido.

— Uma amiga que fiz aqui... - solto um suspiro de alívio, já falei, eu ficaria traumatizado caso ele estivesse se relacionando com alguma dessas garotas - É perceptível o seu alívio quando lhe digo isto filho. - meu pai diz rindo.

— É claro, lembra do que lhe disse! - solto uma risada - Mas e aí, porque me chamou para vir aqui?

— Não sei, queria passar um tempo com você, posso? - ele me questiona como se tivesse que pedir permissão.

— Claro que sim pai, apesar de tudo, não aguento mais discussões! - digo e lhe dou um tapa fraco nas costas, ele faz o mesmo comigo e me abraça de lado. É bom estar assim com o meu velho. Em paz.