História Just like that - Capitulo 18.

                        Chloe.

  Acordei as dez horas, deitada na cama de hospital. O sol entrava pelas cortinas e eu sentia o corpo todo doer. 

  Eu estava "conectada" ao soro e à um monte de bugigangas e o pior de tudo: vestindo uma CAMISOLA! 

  Olhei para o lado e vi Jackie dormindo na poltrona. Ela estava encolhida de um jeito meio estranho e que obviamente não era confortável. 

  Ela vestia uma calça de moletom e uma blusa de mangas compridas lilás bem coladinha. E calçava pantufas de ursinho. 

  Então ela abriu os olhos lentamente e me olhou. Os enormes olhos azuis com olheiras profundas. E totalmente descabelada.

  Ela bocejou, se espichou e me encarou. 

  - Bom dia Clô, sua louca.

  - O que aconteceu ? - perguntei. Realmente não me lembrava de nada, somente de ir à uma balada. 

  - Você não se lembra ? Misturou remédios e bebidas e deu PT. Seu pai e seu mozão te acharam sendo balançada por um hippie que tentava te acordar. - ela falou e apoiou os cotovelos nos joelhos.

  - Ah...- realmente não me lembrava de nada.

  - Matthew queria estar aqui para pedir desculpas. - Jackie falou baixinho, me encarando. Depois se levantou e sentou junto comigo na cama. 

  - Pelo quê? - perguntei, me fazendo de desentendida. Mas eu sabia muito bem o que ele havia feito. 

  - Ângela é louca, agarrou ele, eu vi. - ela falou e vi em seus olhos que era verdade. - Ele gosta muito de você. 

  Baixei os olhos para minhas mãos. 

  - Por favor. Nunca mais faça isso. Poderia ter morrido se eles não tivessem te achado à tempo. - Jackieline segurou minha mão e sorriu. - Esta com fome? Eu tô morrendo de fome. 

  Ela chamou uma enfermeira para trazer comida pra mim e foi comprar alguma coisa para comer. 

  A enfermeira chegou primeiro que ela e colocou a bandeja ao lado da cama. 

  - Obrigada. - murmurei e coloquei um pouco da sopa na boca, só estão percebi o quanto estava com fome. 

  Quando Jackie entrou, carregando um sanduíche natural e um copo de café, eu já havia devorado a sopa e estava comendo minha gelatina azul. 

  Ela sorriu e sentou na ponta da cama e cruzou as pernas e atacou seu sanduíche também.

  - E ai, como se sente, graminha? - ela perguntou e sorriu de canto. 

  - Graminha? - indaguei. 

  - Seu maravilhoso cabelo verde. - Jackie gargalhou. 

  - Não gostou? Se reclamar pinto de verde e vermelho. - mostrei a língua. 

  - Vai ficar L I N D A. - riu mais um pouco e depois bebericou o café. 

  - Deixa de ser idiota, garota. - resmunguei, mas no fundo queria rir também. 

  - Matthew me ligou, seu pai tirou licença por uns dias e vai vir cuidar de você ate você receber alta.

  - Quantos dias vou ter que aguentar essa camisola ridícula ? 

  - Talvez uns dois ou três mais ou menos. Fizeram uma "limpeza em você ", eles tem que ter certeza de que você está 10/10. - ela fez as aspas com os dedos. - E eu achei essa camisola super fashion, será que se eu pedir eles conseguem uma para mim? 

  Rimos um pouco e depois eu fui dormir mais um pouco. Aquele negocio que estavam injetando no meu braço dava um sono do caralho.

  Quando acordei já passavam das três da tarde, e Jackie estava sentada na poltrona, desenhando alguma coisa num caderninho. 

  - Eu. Estou. Entediada. - resmunguei e bati os pés contra o colchão. 

  Ela pegou minha mochila e fuçou la dentro e puxou meu MacBook. 

  Colocou sobre meu colo e voltou a desenhar no caderninho. 

  Entrei no meu Facebook, Twitter e todas as outras coisas mas não tinha nada interessante. Fui ver um filme, mas parei na abertura por que não me interessou. 

  Continuei sentada e comecei a bufar. 

  - Que foooi agora ? - Jackie me olhou. 

  - Não tem nada legal no computador. - falei fazendo beicinho e ela revirou os olhos.

  - Quando você puder sair desse hospital, você me paga. - ela riu. - Que bixa mais insuportável, não consegue apagar o fogo no cu não? 

  - Escuta aqui smurf. Me respeita que sou 2 centímetros mais alta que você. 

  Ela mostrou a língua e levantou. Calçou o tênis e puxou a cadeira de rodas que estavano canto do quarto. 

  - Vem, vou te levar dar uma volta. - ela me ajudou a levantar da cama e me levou para o corredor do hospital, que estava vazio. Exceto por dois garotos.

  O mais velho e incrivelmente gato estava empurrando o mais novo que devia ter uns doze anos e estava com a perna enfaixada. 

  Estávamos andando na mesma direção, mas seguidamente eles passavam na nossa frente. 

  Jackie começou à ir mais rápido pra alcança-los. 

  - Vrummmm... - ela murmurou, talvez um pouco alto pois o garoto ouviu. 

  -Vruuuummm.. - ele falou também. 

  - As suas marcas, preparar, JÁ!  - falou o menininho. 

  Ai ai, eu tô fodida, pensei.

  Ela me empurrou cada vez mais rápido com o cara correndo do nosso lado. 

  O garotinho ria, se divertindo com a situação, e eu estava agarrada na cadeira com medo de cair. Mas aquilo estava realmente se tornando divertido. 

  Estávamos disputando um racha com cadeiras de rodas! 

  Estávamos na frente, por um corredor que parecia não ter fim e Jackie ria por ter ganhado e continuamos numa velocidade mais ou menos quando de repente Matthew aparece na nossa frente. 

  Jackie tenta segurar a cadeira e acaba caindo e eu continuando voando em sua direção. 

  Ele segura a cadeira com as duas mãos e nos encara: 

  - Que Porra é essa!? - seus olhos estavam totalmente verdes hoje e emanavam raiva.

  Apontei para Jackie e disse que a ideia foi dela e ela apontou para mim e disse o mesmo. 

  - Não quero saber, as duas para o quarto. Agora. - Jackie se levantou e foi e Matthew foi me empurrando.

   Passamos pelos garotos e eles sorriram. 

  Matt ficou mais puto ainda.

 Quando pensei que ele iria me xingar, ele apenas disse: 

  - Como você esta ? 

  - Estou bem melhor. 

  - Desculpe pelo o que você viu. 

  - Tudo bem, Jackie já me explicou. - sorri e levantei a cabeça em sua direção. 

  Ele afagou meus cabelos e beijou minha testa. 

  - Matt?  - chamei.

  - Fale, Clô.

     - Fica aqui comigo hoje ?