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História Just like that - Capítulo 3.


Escrita por: LuaBranca17

Notas do Autor


Ooi, mais um cap. E se ficou meio confuso no outro, a fic funciona assim: em cada cap um personagem diferente narrando. E o personagem é da foto 👆
Obs: amo esse filtro. Boa leitura :3

Capítulo 3 - Capítulo 3.


Fanfic / Fanfiction Just like that - Capítulo 3.

                     Chloe. 

    - Quem é você? Por que está aqui? - uma garota histérica gritava em minha frente, segurando uma vassoura velha como "arma" contra mim. 

  Revirei os olhos no maior tédio.  

  - Esse é o meu sótão. - falei e sorri convencida. 

  - Este era o seu sótão. - a face da garota baixinha mudou do medo para divertimento e ela começou a rir. 

  Ela era muito baixinha, talvez até menor do que eu. Devia ter 1,50 por ai. Os cabelos eram pretos e curtos na altura dos ombros. Os olhos eram azuis escuros, e dava para vê-los até na pouca luz que entrava pela pequena janela do teto por onde eu entrei. Ela era minúscula e parecia um pilha de tão hiperativa.

  - Como assim querida? Quer fazer o favor de vazar logo daqui? - pisquei. 

  - Quem tem que sair daqui é você. - outra voz entrou na conversa. Uma voz masculina, um pouco rouca e calma... 

  Okay, Tinha que manter a concentração.

  Um garoto entrou no sótão, nem tão garoto assim, ele tinha ar de maduro mas rosto de adolescente.  

  Ele era tão alto que tinha que se abaixar para entrar no sótão. Provavelmente 1,90 de altura. Tinha cabelos negros como os da garota. Olhos esverdeados e um físico ma-ra-vi-lho-so. Os lábios grossos e carnudos e um queixo quadrado.

  Okay, manter a concentração novamente. 

  - E por que eu teria que sair daqui? - perguntei, bufando como se estivesse com tédio. 

  - Por que a casa é nossa agora. Compramos ela. - A garota sorriu convencida que nem eu fizera alguns minutos atrás. - Meu nome é Jackieline Montgomery e esse é meu irmão Matthew. 

  - Sou Chloe Earl. Já estou me retirando do sótão de vocês. - resmunguei e me levantei do sofá velho dali, ficando sobre ele e me preparando para pular e alcançar a janela do sótão e sair para o telhado quando o cara chamado Matthew disse meu nome. 

  - Chloe. 

  - Hum? - perguntei, e mesmo sobre o sofá eu não era mais alta que ele. 

  - Não é melhor você sair pela porta da frente? - ele perguntou sorrindo. Ah que sorriso perfeito. 

  - Aff, tudo bem. - pulei do sofá e fui em direção as escadas do sótão e desci para o corredor. - Não sabia que esta casa era tão bonita. 

  Falei enquanto olhava ao redor. 

  - Nunca desceu aqui? - Matthew perguntou enquanto eu descia as escadarias para o primeiro andar. 

  - Não, a escada do sótão é trancada por fora. - falei, sem interesse.  

  - E vai continuar assim. - Jackie murmurou. 

  - Ha ha, vou invadir seu quarto e matar você enquanto dorme. - falei e virei para trás, sorrindo amigavelmente. 

  - Olha só sua Vacadela, se tentar eu derrubo você da sacada. - Jackie riu. 

  Matthew apenas revirou os olhos. 

  Paramos na porta da frente. 

  - Então, você mora na casa ao lado? - ele perguntou e sorriu de leve. 

  Meu deus que garoto maravilhoso, mas eu tinha que manter as aparências.

  - Sim, infelizmente... - suspirei e me virei. - Até nunca mais vacadiane! Espero te ver novamente senhor adulto. - ri e mostrei o dedo do meio, depois sai correndo para minha casa.

  Meu pai e a madrasta não podiam me ver chegando, afinal, eles nem sabiam que eu havia saído.  

  Já eram quase sete horas quando escalei a grande árvore que separava as duas casas e pulei para a minha sacada, abri a porta bem devagar e entrei, na ponta dos pés para não fazer barulho. 

  Ouvi passos no corredor e corri para tirar os tenis e pular em baixo das cobertas, e fingi que estava dormindo. 

  Alguém abriu a porta e a voz irritante e fina de Andréa, a madrasta, que eu tanto odiava, gritou meu nome. 

  - CHLOE! Sei que você está fingindo. Então levante logo desta cama antes que eu tenha uma conversa com seu pai. 

  - Ah Andréa, já estou indo. - levantei da cama, desejando que Andréa tivesse um ataque do coração e morresse ali mesmo. Eu odiava aquela bruxa. 

  Ela nunca ia substituir minha mãe.  

  Coloquei os tenis e passei por ela, cuspi em sua blusa e sai correndo escada à baixo, rindo, enquanto ela gritava. 

  Eu odiava aquela bruxa. Odiava todo mundo. Ninguém me entendia e eu nem fazia questão de que entendessem. Afinal, eu nao precisava de ninguém. 

  Quando cheguei ao primeiro andar, meu pai estava sentado na ponta da mesa, lendo o jornal.

  Daniel Earl tinha 48 anos, os cabelos castanhos já um pouco grisalhos. Os olhos cinzentos, da mesma cor que os meus. 

  Vestia um terno preto que usava para ir ao trabalho. E na minha opinião, ele tinha cara de mau. 

  Estava tudo igual como nas outras noites. Mas então eu notei uma coisa diferente, meu pai tinha um copo de uísque bem cheio ao seu lado. Ele nunca bebia no jantar.

  - Oi pai. - falei, me sentando à mesa no lugar reservado para mim ao seu lado. 

  Andréa desceu as escadas, furiosa. Quase soltando folgo pelo nariz. 

  Ela tinha cabelos loiros oxigenados, horrível. Olhos escuros e cheios de rugas. Sério, ela parecia uma uva passa. 

  - O que você aprontou dessa vez, Chloe? - meu pai perguntou, ríspido.  

  Ele tomou um gole grande de uísque, deixando o copo quase vazio, e logo que largou o copo na mesa, Andréa o encheu de novo, quase transbordando. 

  Papai já estava visivelmente bêbado. 

  - Eu não fiz nada, pai. - respondi, me servindo um pouco de arroz. 

  - Ela cuspiu em mim, Daniel. E disse coisas horríveis para mim! Ameçou me machucar se eu lhe contasse! E ainda me empurrou para a escada, foi por pouco que não cai.  - Andréa falou, colocando as mãos no peito, se fazendo de vítima. 

  Aquela cena me deu vontade de vomitar, Andréa não era vítima nem aqui e nem no inferno. 

  - Você está mentido, sua bruxa! - gritei, me levantando da mesa, e apontando a minha faca na sua direção. 

  - Olhe isso Daniel. Vai deixar ela me ameaçar assim? - Andréa falou novamente. 

  - Você é bem venenosa, não é Naja? - ri cínica, ainda apontando minha faca para ela. A raiva percorria minhas veias. - Olha com o que você se casou pai! 

  Gritei para ele e logo em seguida me arrependi. 

  Sua mão voou contra meu rosto, com tanta força que eu cai no chão.  

  - Cale a boca Chloe, estou cansado de ouvir sua voz! - ele berrou comigo. 

  Minha cabeça girava por causa da dor, minha testa latejava, e eu sentia o gosto metálico do sangue na boca, o canto do meu lábio inferior ardia. 

  Fiquei atônita com a situação, meu pai nunca havia levantado um dedo contra mim.

  Meio cambaleante pela bebida, meu pai caminhou até mim me agarrou pelos braços e me levantou, me sacudindo com violência.

  - Olhe no que você se tornou Chloe! - ele rosnou, e seu hálito de álcool invadiu meu nariz.

  E então ele me jogou contra a escada, e eu bati forte as costas contra o corrimão. 

  Nada foi em câmera lenta como nos filmes, mas sim rápido demais. E tudo o que eu sentia era dor. Muita dor.

  Minha visão estava turva e eu não enxergava nada direito, apenas sentia a dor. 

  - Você devia ter morrido junto com sua mãe. - ele cuspiu as palavras e naquele momento eu o odiei. O odiei por ter me espancado. O odiei por não perceber o quando sua nova mulher me maltratou até eu começar maltratá-la tambem. O odiei por ter esquecido da minha mãe. Por ter esquecido de mim! Por falar dela daquele jeito, bêbado. 

  E eu queria que ele morresse do mesmo jeito que ele desejou para mim. 

  Meus olhos se encheram de lágrimas. Me levantei com o resto de forças que sobraram e subi as escadas e corri para meu quarto, tranquei a porta e me atirei na cama. As lágrimas rolacam pelo meu rosto, de raiva e de dor. 

  Meu corpo todo doia, mas meu coração, mil vezes mais. 

  Nunca superei a perda da minha mãe, e agora, havia perdido meu pai também. Estava sozinha.

  Puxei meu "diário" (que eu chamava de caderno da decepção) debaixo do travesseiro e me puz à escrever. Aquilo aliviava um pouco. 

 

  Querido caderno da decepção, hoje me senti horrível, pior do que nunca. Jamais imaginei que ele faria isso. Meu pai me bateu, mas nem me importo com os enormes hematomas que vão aparecer, por que o que mais me machucou foram as palavras... 

  "Você deveria ter morrido junto com sua mãe" ele disse. 

  Mas pensando agora, talvez eu ate concorde. 

  Mãe, eu queria estar com você...

  

  


Notas Finais




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