Sara Wather Miller
San Diego/ Califórnia
" Vadia estúpida bastarda."
Agarrei os lençóis na tentativa falha de me sufocar até a morte, a pior parte do dia sempre vinha a tona. Eu odiava ir ao colégio, odiava apanhar e me tentar me sufocar todos os dias, odiava ser olhada por todos e além de tudo isso, eu me odiava.
Contra o travesseiro, amasso meu rosto no mesmo, merda. Eu nunca deveria ter nascido. Sinto passos andando até a cortina, abrindo a mesma. A claridade entrou no quarto, incomodada, me revirei colocando o travesseiro em meu rosto.
— Sara? As férias de verão acabaram, hoje é seu primeiro dia de aula, vamos levante. — Minha mãe fez questão de me cutucar me deixando extremamente inquieta.
— Já levantei. — Murmurei e ela saiu do quarto fechando a porta forte atrás de si. Acho que ela odiava olhar pra mim.
Senti minha vista escurecer e me apoiei na parede, ultimamente, esses episódios de tontura só aumentam, mas isso não vai me fazer parar.
Vou até o banheiro e me olho profundamente no espelho, criando força, coragem, para não desistir. Sim, eu sei que vou apanhar hoje, mas se eu deixar isso me abater, vou viver sempre na escuridão.
Após um belo banho tomado, vesti uma moletom grosso, as férias de verão acabaram, junto com o sol que se foi. O inverno e frio toma conta de San Diego. Respiro colocando uma calça grossa preta e penteando meu cabelo, após colocar meu all star, desci as escadas vendo a então "família perfeita"
— Liam me passa suco. — Lara, minha patética e valentona irmã, murmurou para meu outro irmão, Liam.
— Ah,sim claro.— ele lhe passou a jarra de suco e eu me sentei em um canto separado da mesa.
— Dormiu bem filha?. — Meu pai perguntou me encarando e eu sorri irônica.
Não, passei a noite me preparando psicologicamente para apanhar que nem uma vadia bastarda porquê você é covarde de mais para ver o quão eu estou mal e o quão eu estou doente. — pensei em dizer, porém me segurei e lhe dei o sorriso mais falso que poderia dar.
— Sim papai, eu dormi estupidamente bem. — murmurei atacando o suco, e o virando de uma só vez em minha garganta.
— Filha eu e seu pai estávamos pensando..— Os gritos de Nicolas foram ouvidos do lado de fora lá da casa, interrompendo o teatro família, fui até meu skate e o peguei junto com minha bolsa.
— Bye. — Silibei vendo Nicolas sorrir pra mim.
— Vamos?. — perguntei
—Vamos. — murmurou.
Nicolas é meu melhor amigo, desde o ensino fundamental nós praticamente vivemos juntos, sempre compartilhando todos os segredos e ajudando um ao outro quando algo ruim acontece, ele também sofre o mesmo problema que eu, por isso nós somos tão amigos.
Ele sempre foi meu curativo após os cortes.
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