Sara Walther Miller
" Impressão sua. "
Nicolas era lindo, ele tinha os olhos castanhos claros, parecia um par de mel, e toda vida que eu o encarava, era como ir aos céus. Diferente de mim, ele era popular, mas nunca deixou de se meu amigo, ele sabia como me apoiar e quando via meus cortes, ele me ajudava.
Mesmo sendo popular, ele se cortava, se mutilava. Nicolas tinha uma visão diferente do mundo, ele só se sentia triste, a ponto de não querer viver, a ponto de não existir. Todas as vezes que ele chorava e dizia:
" Faça a dor parar por favor."
Meu coração quebrava, porquê nós dois sentíamos a mesma dor, como eu iria cura-lo se eu estava mais quebrada que ele?
— Você está muito aérea hoje. — Nicolas murmurou e paramos nosso skate quando chegamos em frente ao inferno, mas conhecido como colégio.
— É só que, você sabe...Eu odeio a volta as aulas, odeio vir ao colégio, já tentei conversar com meus pais sobre isso e eles insistem me deixar aqui. Só espero no dia em que eles vão me encontar morta, e sinceramente? Espero que esse dia chegue logo. — Suspirei e virei meu olhar para Nicolas que tinha um semblante decepcionado, preocupado.
— Hey, não diz isso. — Ele me abraçou rápido de lado, acariciando meu rosto. Nós entramos no colégio e percebi Nicolas ficar tenso, e olhar para mim, com rabo do olho. — Eu amo você, e eu te prometo que vai ficar tudo bem. — Ele murmurou e eu assenti sorrindo fraco.
Ele tinha o poder de me deixar feliz e triste em questão de segundos.
Olho com rabo do olho para o colégio. Havia mais alunos esse ano, e eu não poderia deixar de notar que havia um loiro, dos olhos azuis, ele tinha um rosto poderoso. Suas curvas eram marcadas por uma regata branca e longa, que cobria sua calça preta e sua jacketa preta, escondia seus braços, ele me encarava profundamente, parecia me desvendar e por um momento vir seu olhar vacilar do meu, o estranho olhou para meu braço, dando a entender que ele sabia dos meus cortes.
Segurei o mesmo, balançando negativamente a cabeça. Porém sentir algo bater forte contra meu corpo, o impacto foi tão profundo que meu corpo bateu contra o chão. Sabe aquele momento em que você deseja ser uma bactéria? Bem pequena e inútil, ou deseja estar em seu quarto e nunca mais sair de lá? Esse é o meu momento.
Levanto meu olhar dando de cara com Stacey, uma das meninas mais ricas do colégio, só perdendo para a empresa do meu pai. Ela tinha um sorriso sarcástico no rosto e todos nos olhavam agora.
— Lugar de lixo é aí, e vê se da próxima olha por onde anda, vou ter que mandar a roupa pra lavenderia, você fede a mofo.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.