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História Just my luck - Night fever


Escrita por: haibalevs

Notas do Autor


Oi gente~ ♥ E aí?
Não vou me prolongar muito aqui porque, bem, to morta de sono shdkfjhg, mas fiquei mt feliz com a recepção de vocês à ideia da fanfic porque sempre quis escrever algo do tipo, então obrigada por estarem acompanhando!!
Como é uma história de 5 capítulos eles vão ser bem grandinhos pq eu me empolgo e escrevo demais (e tem mt coisa pra contar).
Enfim, boa leitura!! Eu n revisei antes de postar então me falem de algum erro se virem~~

Capítulo 2 - Night fever


A semana passou rápido e, exceto pelo fato de Jaebum continuar a se lembrar do cartomante como se ele tivesse resolvido fazer uma perseguição implacável em seus pensamentos, tudo corria bem. Nada fora do normal, sem novos amores ou intervenção divina, só a mesma vida maravilhosa de sempre, ainda que agora com uma espécie de pedra em seu sapato.

Sua estranha obsessão ainda não estava tão grave a ponto de atrapalhá-lo com seus serviços, então não era tão difícil de lidar, mas o incômodo era inegável e o deixava mais mal-humorado que o usual.

E olhe que o mau humor já era um companheiro seu de longa data, mas não dava para se conter diante de sua vontade de gritar internamente cada vez que o sorriso daquele cigano surgia do nada em suas fantasias, recusando-se a ir embora uma vez que dava as caras.

Oras, não dava para entender o que estava se passando em sua cabeça. Já estava mais do que comprovado que aquele cara era um meliante, então por que continuar a pensar nele com tamanha insistência?!

Talvez tivesse lhe lançado um feitiço, se é que magia de fato existia, mas era melhor acreditar nessa possibilidade do que em qualquer outra que envolvesse interesse de sua parte no tal Choi Youngjae. Porque, sério, não tinha a mínima possibilidade dele estar interessado, a não ser por bruxaria.

Obviamente Jaebum não compartilhou esse tipo de pensamento com Jinyoung para não dar brechas para chacota e um pretensioso “Eu te avisei”, mas estava lhe corroendo por dentro que aquele maldito cartomante tivesse chamado tanto sua atenção. A única coisa que servia para aliviar sua inquietude era o fato de que nunca mais o veria de novo; era só uma questão de tempo até que seu rosto se tornasse só mais um na multidão.

Jaebum não era um homem de guardar aspectos físicos de pessoas - pelo menos não das que não lhe dariam dinheiro -, mas, estranhamente, o rosto do tal Youngjae continuava vívido como se tivessem se visto no instante anterior. Às vezes a imagem dele parecia tão real que o rapaz ponderava se não estava alucinando. Era só o que lhe faltava...

Talvez estivesse louco de tanto cheirar incenso naquele dia. Vai saber o que aqueles hippies botavam em seus aromatizantes purificadores ou sei lá o quê.

Por sorte aquela noite conseguiria fazê-lo se esquecer disso. Álcool era exatamente o que precisava para se livrar daquela dor de cabeça. Havia marcado se se encontrar com Jinyoung, Jackson e Mark num bar que havia inaugurado recentemente na cidade. Jaebum não estava esperando muito já que foi Jackson quem indicou o local do encontro e o rapaz costumava escolher os cantos mais suspeitos para frequentar porque era onde havia as bebidas mais baratas, mas ao menos conseguiria esfriar a cabeça.

Ele foi o último a chegar, em vista que estava tendo que resolver os problemas que surgiram repentinamente. Tinha de confessar que estava surpreso com o estabelecimento aconchegante com o qual se deparara. Aquilo não era muito a cara de Jackson.

 

- Uau. Meus parabéns por não ter escolhido uma espelunca, Jackson-ah. - Jaebum acenou brevemente para todos e se sentou na cadeira livre.

- Adivinha só, hyung? - Jinyoung foi o primeiro a abrir a boca ao ver a expressão confusa de Jaebum analisando o local, ainda incrédulo. O mais novo tinha um sorriso extremamente pretensioso nos lábios que só podia indicar que uma boa fofoca estava por vir. - Jackson-hyung vai nos apresentar o namoradinho tailandês menor de idade dele!

 

Mark riu sonoramente, entrelaçando suas mãos nas de Jinyoung. Os dois estavam igualmente empolgados com a situação, enquanto o terceiro rapaz apenas rolou os olhos.

 

- Ele é três anos mais novo, ok? Três. Parem de fazer soar como se eu fosse um pedófilo. Além de que ele não é meu namorado. Não ainda. - O loiro fez um bico. Jaebum só conseguia pensar o quanto pessoas apaixonadas eram esquisitas, elas ficavam constrangidas com as coisas mais irrelevantes. Ainda bem que isso não existia em seu mundo. - Por favor não o assustem. - Suplicou, sabendo o quanto seus amigos podiam ser extremamente loucos quando queriam.

- Quem diria que Jackson Wang algum dia pediria para nós nos comportarmos, hm? - Jinyoung parecia uma mãe orgulhosa que seu filho conseguiu sua primeira namoradinha, o que fez Jackson corar imediatamente. - Isso é muito fofo.

- Qual é mesmo o nome dele? - Mark perguntou, recostando o queixo nos ombros de Jinyoung. Aquele tipo de melosidade também estava bem distante de Jaebum, o que lhe causava um alívio tremendo. Demonstrações públicas de afeto só serviam para gerar desconforto.

- Kunpimook. - Jackson sorriu vagamente. - Ele está trazendo uns amigos também, um deles inclusive costuma ser DJ aqui aos sábados. Yugyeom ou algo assim.

 

Jinyoung pareceu surpreso.

 

- Seu namorado por acaso é famoso, hyung? Como ele conheceu o Yugyeom?

- Nah. - Jackson retrucou, dando de ombros. - Pelo que eu entendi os três são amigos de infância, mas são totalmente diferentes. Eu conheci o Yugyeom, mas Kunpi estava receoso de me apresentar o outro. Disse que ele era muito… Exótico. E pelo que eu vi nas fotos, ele é mesmo. - O loiro fez uma careta.

- Que bom que vamos conhecer os amigos esquisitos do Kunpi. - Jaebum forçou uma voz enjoada ao pronunciar o nome do suposto namorado de Jackson, o que arrancou risadas de todos na mesa, até de sua vítima. Contudo, estava um tanto insatisfeito com a situação. Não gostava de conhecer pessoas novas, ainda mais se fossem um bando de esquisitos. - Talvez ele não se assuste tanto com a gente.

- JB-hyung… - Jackson virou-se para ele. - Por favor não fique encarando o Kunpi com aquela cara feia. Eu sei que é sua cara normal, mas tente dar um sorriso pra variar, ok? Quando eu falei sobre assustá-lo, estava me referindo a você especificamente.

- Não se preocupe, Wang. Não vou fazer sua princesinha sair correndo.

 

Jackson sentiu mãos pequenas cobrirem seus olhos e todos na mesa levantaram os olhos para analisar a figura esguia que estava por trás dele, acompanhada de mais dois rapazes.

Jaebum tinha de admitir que Kunpimook era de fato adorável, ele tinha lábios carnudos e olhos grandes, além de uma aura infantil que parecia bastante receptiva. E a vez como Jackson estava sorrindo como um idiota, ele certamente fazia muito bem para seu amigo.

Era difícil que sentisse simpatia a primeira vista, mas aquele caso era excepcional.

Seus olhar pairou, em seguida, num garoto alto de cabelos avermelhados. Ele era intimidador, mas não era exótico, então talvez fosse Yugyeom. Estava com uma jaqueta de couro e grandes fones de ouvido em volta de seu pescoço. Ele parecia ser calado, como um adolescente de mau humor, mas então a terceira figura surgiu por trás dele e o fez sorrir ao segurar uma de suas mãos.

Jaebum, contudo, sentiu sua garganta ficar seca.

O amigo exótico de quem Jackson estava falando não era ninguém mais, ninguém menos que Choi Youngjae.

Ele estava radiante, literalmente. Parecia exalar um brilho natural que cegava qualquer um que o encarasse por muito tempo. Suas roupas exóticas o faziam diferenciar-se em meio a todas aquelas pessoas e, embora não estivesse com seu chapéu, estava com suas típicas roupas largas de cigano/hippie/qualquer que fosse o melhor adjetivo para descrever aquele estilo bizarro. Seus colares e brincos balançavam e sua risada era tão sonora e divertida que fazia todos prestarem atenção nele.

Jaebum odiava aquela sensação. Odiava que aquele rapaz barulhento e detestável lhe fizesse parar o que quer que estava fazendo para observá-lo.

Mas o pior de tudo era ter de encontrá-lo de novo. Não bastava que ficasse durante todos aqueles dias divagando sobre o rapaz, agora lá estava ele, em carne e osso se não tivesse ficado completamente louco.

 

- Adivinha quem é? - Kunpimook perguntou, próximo ao ouvido do namorado, removendo suas mãos dos olhos dele e sorrindo ao encará-lo. Eles deram um selinho rápido em seguida. - Esses são Yugyeom e Youngjae. - Disse, apontando para seus amigos que pareciam absortos numa conversa particular. Eles imediatamente se voltaram para as pessoas na mesa.

 

Jinyoung obviamente encarou Jaebum de relance apenas para ver que seu amigo continuava com os olhos fixos em Youngjae, esforçando-se para não parecer assustado com a presença do rapaz.

 

- Prazer em conhecê-lo. Kunpinmook, certo? - O moreno perguntou com um sorriso amistoso e o rapaz assentiu. - Eu sou Park Jinyoung, este é meu namorado, Mark Tuan, e o rabugento do outro lado é Im Jaebum. Por favor o ignore.

 

Youngjae riu sonoramente ao ouvir as introduções que Jinyoung fez e Jaebum pôde sentir suas sobrancelhas se unirem num gesto de pura insatisfação. É, definitivamente o plano de não fazer cara feia não ia funcionar. Ao menos o tal Kunpimook tivera a decência de rir discretamente.

 

- Você pode me chamar de Bambam. É meu apelido, ainda que o Jackson insista em me chamar de Kunpi.

- É adorável. Fico feliz que ele esteja cuidando bem de você… - Jinyoung fez uma pausa breve, virando o rosto na direção de Youngjae. Jaebum estava com vontade de socá-lo por saber que aquilo estava sendo feito propositalmente. - E… Youngjae-ssi? Você se lembra de nós?

 

Youngjae saiu de trás de Yugyeom e sentou-se na cadeira ao lado de Jaebum. Inconveniente para dizer o mínimo, mas o mais velho não se daria ao trabalho de reclamar. Pelo menos não em voz alta.

 

- Claro que me lembro! Uma aura violeta é sempre inesquecível. - O rapaz respondeu animadamente. - E seu namorado é azul celeste. É realmente uma combinação harmônica!! Você está rodeado de pessoas azuis, não é, Jinyoung-ssi?

- Você pode me chamar de hyung. - Jinyoung respondeu, e em seguida virou o rosto para Mark, que estava distraído demais encarando seus lábios. - Sim, nós nos damos muito bem. Foi assim desde a primeira vez, mas talvez seja porque nós dois somos virginianos.

- Eu também sou virginiano. É um signo asseado, mas eu diria que sou mais adepto à bagunça. - O rapaz riu, distraindo-se e parando para encarar o bar ao seu redor. - Esse lugar é tão legal... Gyeomie nunca me deu cortesia pra vir aqui beber de graça, hoje é a primeira vez.

- Yugyeom é um DJ incrível. - Mark disse, pela primeira vez parando para analisar o cartomante. - Aparentemente vocês dois são famosos por essas bandas, hm?

- Ah, eu não sou famoso. - Youngjae gesticulou visivelmente sem graça. Jinyoung estava atento a cada reação que Jaebum esboçava ao reparar nos comportamentos do rapaz, mas não podia se manifestar em voz alta naquele momento, então apenas deu um cutucão leve em seu amigo. - Ser cartomante é só um hobby que deu certo por acaso, mas não é algo que farei pra sempre.

- Então você estuda? - Foi a vez de Jaebum se manifestar, inquisitivamente. Era surpreendente que o rapaz não pretendesse ser um trambiqueiro pelo resto da vida, mas ele ainda não estava impressionado.

- Sim, estudo Física, mais especificamente no campo da Astronomia. Eu gosto muito do universo, como dá pra perceber. - O rapaz apoiou os cotovelos na mesa e encarou Jaebum fixamente, como se quisesse desafiá-lo a falar mais alguma coisa.

- Não tem como ser um astrônomo sério sendo um astrólogo. - O moreno zombou, cerrando os olhos e esboçando um sorrisinho pretensioso.

- Você é astrônomo ou astrólogo?

- Claro que não. - Jaebum riu. Não tirava o mérito da Astronomia, até porque estava entrelaçada com Física, mas o lance da astrologia, cartas e tudo o mais era simplesmente patético. Ele jamais se dignificaria a uma carreira daquelas. - Sou advogado.

- Ah… - Youngjae pareceu pensativo por alguns instantes. - Então é por isso que você não sabe de nada.

 

Ok. Agora Jaebum ficara realmente ofendido. Anos de experiência acadêmica, pós-graduação e todas aquelas coisas para um moleque pedante chegar e desmerecer tudo em uma só frase com o sorriso mais simpático do mundo nos lábios. O mais velho queria arrebentar a cara dele, mas obviamente se conteria, pois, diferente de um certo alguém, ele tinha modos.

O resto da noite passou rápido uma vez que o álcool começou a surtir efeito em seu corpo. Ele terminou por ficar conversando com Jackson e Bambam enquanto Jinyoung, Mark e Yugyeom perdiam seu tempo falando com Youngjae. Jaebum tinha de admitir que ficava incomodado ao ver o cartomante em sua visão periférica, sobretudo porque, quanto mais bebidas ele ingeria, mais íntimo de Yugyeom ia ficando. Não que eles chegassem ao ponto de se agarrar, mas a tensão sexual era notável e isso embrulhava o estômago de Jaebum bem mais do que ele gostaria - ou admitiria.

Por sorte ele estava alterado o bastante para ignorar e, de fato, a companhia de Jackson e Bambam era muito agradável. O tailandês era divertido e Jackson era naturalmente um de seus amigos mais próximos, então a conversa fluía bem. Jaebum descobriu que os dois se conheceram na fila do supermercado quando o loiro se ofereceu para pagar a conta do rapaz, que havia esquecido sua carteira em casa. Mais tarde Jackson descobriria que aquele era um hábito comum, principalmente quando saíam para comer carne - mas talvez essas vezes tivessem sido propositais.

Também descobriu que Bambam não saía muito para comer carne porque Youngjae era vegano e Yugyeom não gostava de gastar dinheiro com qualquer coisa que não fossem CDs ou equipamentos eletrônicos. Era notável o quanto os três eram diferentes, mas pareciam ter um laço muito forte. Algumas vezes durante a noite a conversa envolveu todos do grupo e Youngjae costumava ser o responsável por contar histórias embaraçosas sobre seus amigos de infância, sempre enfatizando que Yugyeom costumava correr pelado em volta de sua piscina de plástico e que Bambam sempre comia todos os seus biscoitos favoritos.

Todos riam. Mesmo o Jaebum birrento tinha de se segurar para não esboçar um sorriso com a naturalidade do rapaz. Tinha de se manter focado no quanto ele era detestável para continuar com o semblante sério caso o contrário provavelmente já estaria dando sua risada de dinossauro - como Jinyoung gostava de chamar.

À medida foi ficando mais tarde, os casais começaram a ir embora. Mark e Jinyoung foram os primeiros porque, como o típico casal idoso que eram, eles estavam loucos para ir para casa assistir um filme que alugaram - provavelmente era Wall-E ou algo do tipo, em vista que eram fãs de filmes infantis.

Jackson e Bambam, por sua vez, iriam para uma festa luxuosa em que Yugyeom iria ser DJ, então os três decidiram ir juntos para não perderem tempo.

Jaebum fez uma careta quando Yugyeom se despediu de Youngjae com um beijo na testa e outro na bochecha e o moreno pediu para que ele se comportasse e voltasse para a casa cedo. Era tão óbvio que eles eram um casal que Jaebum se impressionara com o fato de Bambam ter omitido um detalhe tão importante.

Por fim, só Youngjae e Jaebum sobraram naquela mesa, encarregando-se de tomarem as cervejas que restaram da cortesia daquela noite. Eles bebiam em silêncio; o clima estava demasiadamente constrangedor porque nenhum dos dois sabia o que falar sem soar minimamente ofensivo. Era evidente que não iam com a cara um do outro, mas é claro que não iriam se atacar num lugar público, então apenas permaneceram calados apreciando suas bebidas e ficando mais tontos à medida que o tempo passava.

 

- Por que você não foi com seu namorado pra festa? - Jaebum perguntou, depositando a lata vazia de bebida em cima da mesa desleixadamente, junto de várias outras.

 

Finalmente tomou coragem para quebrar o silêncio, uma pena que só tivessem sobrado duas latas de cerveja e os dois já estivessem se encaminhando para a saída com elas em mãos, bebericando-as ocasionalmente. Youngjae provavelmente havia chamado um táxi e Jaebum faria o mesmo logo em seguida. Não trouxera seu carro pois sabia que não conseguiria dirigir naquele estado. Era mais seguro contar com outro tipo de transporte.

Os dois permaneceram na calçada e Youngjae recostou-se na parede de concreto mais próxima, encarando o mais velho na hora de dar sua resposta. Seu olhar ainda conseguia ser extremamente penetrante ainda que ele estivesse bêbado, mas a ver como ele estava apoiado era notável que estava zonzo.

 

- Talvez porque eu não tenha namorado? - Youngjae rebateu depois de algum tempo, fazendo o moreno balançar a cabeça negativamente.

- Yugyeom não é seu namorado? - Franziu o cenho.

- Claro que não. Eww. É asqueroso pensar nisso. - O moreno fez uma careta e estremeceu de uma maneira adorável, embora Jaebum não quisesse admitir. Ou talvez quisesse. Ele estava se sentindo alterado o bastante para ficar confortável com o pensamento. - Mas nossas mães sempre brincavam que nós iríamos casar porque ele me protegia das crianças outras crianças e me carregava de um lado pro outro. Depois de um tempo virou uma espécie de piada interna nossa.

- Parece bem real. Vocês se encostam bastante. - Jaebum se queixou.

- E você pelo visto não encosta em nada, hein? - O mais novo deu uma risadinha despretensiosa, passando a se fixar no céu estrelado. - Nem um sinal da minha previsão se concretizar? - Ele fez um bico insatisfeito ao formular o questionamento, como se aquilo não acontecesse com frequência.

- Pff. - Jaebum rolou os olhos. - Você não realmente acredita nas coisas que você fala pros outros naquela espelunca, certo?

 

Youngjae arregalou os olhos, claramente afetado por aquelas palavras.

 

- Não é uma espelunca! - Exclamou. - E é claro que eu acredito! Tudo o que eu falo é verdade. Não é “trazer a pessoa amada em três dias”, é o universo trabalhando.

- O universo não trabalha. - Jaebum franziu o cenho, levando a frase para um sentido literal demais por culpa do estado em que se encontrava. Seu tom de voz estava mais arrastado e rouco do que o de costume, mas aparentemente Youngjae estava exaltado demais para achar aquilo sexy. - E aquele não é um trabalho de verdade, fala sério. Você ganha dinheiro pra falar umas palavrinhas amigáveis pra gente desamparada e, ok, não é exatamente o meio mais limpo, mas é o seu jeito de fazer as coisas… Só não venha me dizer que funciona. Não funcionou comigo e duvido que funcione com alguém.

- Para a sua informação, sempre funciona. - O mais novo uniu as sobrancelhas, tomando um longo gole da cerveja, como se estivesse fazendo aquilo para criar coragem. - Sei que existem pessoas que estão nesse ramo só pra se aproveitar dos outros, mas eu realmente estudei pra isso. Além de, é claro, ser uma pessoa naturalmente sensitiva. Eu não sou como esses ciganos mercenários, eu sou um cartomante. Não é como se eu tivesse poderes nem nada, mas eu sei o que estou fazendo e uso isso pra ajudar os outros. Não pra arrancar dinheiro deles.

- Estudou? Pra ler umas cartinhas esquisitas e dar conselhos motivacionais? - Jaebum zombou, deixando escapar uma risada sonora. - Pra um físico, você é meio burrinho, não acha?

- Melhor do que ser um advogado ignorante que nem você! - Youngjae retrucou rispidamente. - Vocês acham que sabem tudo porque conhecem essas leis de merda, mas todos são insignificantes diante da lei natural das coisas. Seu trabalho é uma merda, não tem valor nenhum se comparado a grandeza real das coisas... Deve ser por isso que você é tão frustrado que nem o universo quer atuar ao seu favor. É o que acontece com quem se acha o centro do mundo. - Ele fez uma pausa breve, respirando dificultosamente ao dizer todas aquelas palavras. - Juro que nunca quis que minhas cartas estivessem erradas, mas espero que dessa vez você tenha razão. Eu tenho pena de qualquer um que seja forçado a ficar com uma pessoa que nem você.

 

Jaebum estava realmente irritado com todas aquelas palavras, um de seus punhos estava cerrado e a veia em sua testa latejava; o ódio transparecia por todos os seus poros, mas as coisas não ficariam daquele jeito.

Youngjae realmente não sabia o que estava falando ou com quem estava se metendo, mas ele com certeza teria seu troco. Ele sequer podia esperar o que o aguardava.

 

- Mesmo? - Jaebum perguntou, dando um passo para frente até ficar frente a frente com o rapaz. - E se eu quiser que seja você quem vai ficar comigo?

 

Os olhos de Youngjae se arregalaram quando o mais velho o envolveu num beijo que a princípio foi completamente repentino, desajeitado e provavelmente incômodo. Seus lábios se uniram com os do cartomante tão rapidamente que tinha certeza de tê-lo machucado, mas não se incomodou. Suas mãos envolveram a cintura dele de um modo que o manteve imobilizado e incapaz de se afastar - o que, acredite, ele tentou. Youngjae tentou se debater loucamente antes de finalmente corresponder ao beijo, mas é como Jaebum havia dito previamente:

Ele não sabia com quem estava se metendo.

Demorou para que os dois achassem um ritmo compassado ou minimamente harmônico; parecia que mesmo o menor de seus toques queimava vigorosamente.

Eles eram tão incompatíveis… Enquanto o beijo de Jaebum era dominador e sedento, Youngjae fazia as coisas de seu jeito e não correspondia com a pressa exigida pelo moreno, o que o frustrou imediatamente. Era difícil achar um meio termo entre aqueles dois extremos, principalmente levando em consideração que se meteram naquela situação por pura teimosia e nenhum queria ceder aos gostos do outro. Não conseguiam saborear suas nuances ou ficarem inebriados pela doçura de seus lábios. Estavam em guerra.

Mas era uma guerra excitante.

À medida que Youngjae foi dando passagem para a língua de Jaebum, o mais velho sentiu-se vitorioso ao arrancar um gemido do rapaz por entre o beijo. Ele não era nem um pouco receptivo e se recusava a permitir que seu acompanhante fizesse o que quisesse com ele. Lutava por sua dominância com determinação, o que tornava o alvoroço que ali ocorria muito mais sensual aos olhos de Jaebum.

Não, o moreno não gostava de desafios, mas estaria mentindo se negligenciasse o calor de seu corpo com aqueles toques repletos de um misto de desejo e agressividade que ele nunca havia experimentado antes. Tinha em mente a certeza de que Youngjae era a última pessoa do mundo que gostaria de beijar e, contudo, era impossível se desvencilhar daqueles toques, dos gemidos discretos do rapaz misturando-se com os seus próprios, daquela colisão praticamente explosiva que ali ocorria.

Ele não queria dominar Youngjae. Queria aquele embate até que um deles desistisse e se resignasse a derrota enquanto ofegava, mas nenhum dos dois aparentava ter a intenção de interromper aquele beijo tão cedo.

Mesmo quando o táxi do mais novo chegou e buzinou várias vezes, ele permaneceu concentrado em pressionar seus dedos na nuca de Jaebum e acariciar seus cabelos, enquanto o moreno agarrava seus quadris com força e o pressionava contra si, aumentando a fricção de corpos que já estavam colados.

De fato eram polos opostos. Uma vez que se uniram, parecia impossível que se separassem novamente.

Mas o taxista não estava muito feliz com aquilo.

 

- SERÁ QUE TEM COMO VOCÊS CONTINUAREM ISSO EM CASA?! - O taxista berrou ao abrir uma das janelas.

 

Os dois se separaram milimetricamente, ainda encarando um ao outro com olhares indecifráveis. Jaebum continuou a depositar beijos breves e sedentos nos lábios de Youngjae.

 

- Na sua casa ou na minha? - Jaebum sussurrou, zonzo por causa do álcool, por causa das estrelas que se formavam em seus olhos e por causa do rapaz que estava a sua frente e que ele não parava de beijar, mesmo que estivesse tentando lhe fazer uma proposta. Ele não estava fora de si o bastante para não ter consciência do pedido que estava fazendo, mas talvez usar a embriaguez como resposta não fosse tão mal.

- Na sua. - Youngjae respondeu e finalmente se separou.

 

Era justo que fosse o primeiro a se desvencilhar.

Era ele quem estava pagando o táxi, afinal de contas.


Notas Finais


O que acharam?? Me digam nos comentários!!~~
Td o que posso dizer é: YOUNGJAE IS SHOOK
Also, tive que colocar um Jackbamzinho pq nao resisti, esses dois sao fofos :3
Espero q tenham gostado, os proximos capitulos vao render fortes emoçoes, prometo dskjfhg.
Beijosssss


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