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História Just my luck - Walk on the wild side


Escrita por: haibalevs

Notas do Autor


OII GENTE! Como vocês tão?
Agora que minhas provas deram uma aliviada vim correndo com capítulo novo e pra vocês porque já não tava mais aguentando ficar sem escrever pra focar na vida acadêmica. q
De novo eu queria agradecer pela recepção de vocês a fanfic, porque é algo que eu nunca tive coragem de postar mas tá sendo tão bom, hahah ♥
Boa leitura! SE PREPAREM PRA CENAS FORTES

Capítulo 3 - Walk on the wild side


Youngjae não se lembrava como as coisas chegaram àquele ponto. Definitivamente Jaebum era a última pessoa com quem gostaria de estar trocando uns amassos numa noite de sexta-feira, que dirá ir para a casa dele levar as coisas mais além.

A primeira impressão que tivera do moreno quando leu sua sorte foi de que ele era um sujeito arrogante que achava que o mundo girava em torno do próprio umbigo. Obviamente ele não podia falar isso pra um cliente, mas logo suas suspeitas foram confirmadas e se tornaram piores do que pensara a princípio.

Jaebum era totalmente desprezível.

Ele falava de uma maneira pretensiosa demais até mesmo para um advogado e sempre tinha um sorriso nos lábios quando tentava diminuir os outros apontando algo que Vossa Majestade considerava um defeito. Com Youngjae o deboche foi por causa da astrologia, mas o que Jaebum não contava é que estivesse discutindo com alguém que realmente sabia das coisas.

É normal acreditarem que astrologia é um ramo de vigaristas. Youngjae já ouvira acusações terríveis à respeito de sua pessoa e ele mesmo não confiava muito nos outros cartomantes da cidade, mas seu trabalho era diferente. Por incrível que pareça era de fato bem-intencionado e, quando Jaebum lhe ofendeu daquela maneira, simplesmente não pôde ficar quieto.

Ele teria debatido por horas a fio para provar seu ponto se não fosse o beijo inesperado que o rapaz lhe deu. Nada mal, por incrível que pareça. A princípio se assustou com o gesto repentino, mas depois concluiu que ele era atraente quando estava de boca fechada (ou, nesse caso, grudada na sua).

Além do mais, era um beijo diferente de qualquer um que Youngjae experimentara antes. Não era um costume seu beijar estranhos, mas definitivamente os lábios de Jaebum pareciam mais familiares do que o da maioria deles. Era divertido contrariá-lo quando ele queria tomar as rédeas da situação; sua frustração se exprimia em cada gesto com sinceridade e isso acrescentava uma intimidade maior para o ato.

Youngjae gostava de pessoas transparentes porque ele também era assim. Essa provavelmente seria a única característica de Jaebum que o agradaria na vida, mas também foi a única que bastou para fazê-lo concordar em ir para a casa do rapaz.

Quando chegaram, não teve tempo de reparar nos detalhes do local porque Jaebum o colocou contra a parede de maneira desajeitada, mas como os dois estavam bêbados não houve tempo para protestos. O caminho no táxi foi longo e os deixou ainda mais apreensivos para se tocarem, então fizeram questão de compensar o tempo de espera.

O beijo continuava sedento. Não se parecia nem um pouco com o beijo de duas pessoas predestinadas a ficarem juntas, mas aos poucos estavam compreendendo as nuances um do outro. Jaebum aprendera que Youngjae sorria por entre o ato quando ele fazia algo que o agradava e o mais novo, por sua vez, aprendeu que Jaebum gostava de ter seus lábios mordiscados. Ele também parecia particularmente interessado em seus gemidos, a ver como sempre repetia os gestos que os provocavam.

Não era difícil arrancar gemidos de Youngjae, afinal, ele era uma pessoa transparente e, portanto, bastante sonora. Obviamente costumava se conter em primeiros encontros, mas o mais velho aprendia rápido quando se tratava de suas fraquezas. Típico de alguém tão pedante quanto ele.

As mãos de Jaebum seguravam o quadril de Youngjae com firmeza, ocasionalmente subindo e se enfiando embaixo da blusa do rapaz para acariciar a pele macia e o abdômen. Contudo, definitivamente a bunda do mais novo era seu lugar favorito - ele sequer fazia questão de esconder, apalpando-a descaradamente sempre que podia.

Com a fricção dos corpos, Youngjae podia perceber quão duro Jaebum estava, mas não era como se ele ficasse muito para trás. Seu corpo inteiro estava quente por conta de toda aquela provocação e o perfume do mais velho misturado com suor era estranhamente excitante.

O mais novo foi quem desfez o beijo e se dirigiu até o pescoço de Jaebum para ficar mais próximo do aroma que estava praticamente lhe enlouquecendo. Depositou beijos molhados na região enquanto uma de suas mãos acariciava a nuca do moreno, que estava mordendo os lábios para abafar os próprios gemidos.

Youngjae também gostava de mordidas, então fez questão de deixar algumas no pescoço de Jaebum, juntamente com alguns chupões. Ele era uma pessoa ciumenta, gostava de marcar o que lhe pertencia, mesmo que só por uma noite.

O mais velho parecia receptivo a todos aqueles toques, mas não achava justo ser o único afetado por aquela situação. Naquele intervalo de tempo suas mãos ergueram quase por completo a blusa de Youngjae para que pudesse estar em contato com sua pele e não demorou para que elas estivessem em contato com os mamilos rosados do rapaz. Seus dedos passaram por eles num carinho vagaroso, permitindo-se apreciá-los até que ficassem rígidos para, em seguida, beliscá-los. Youngjae gemeu com aquela atenção a uma de suas regiões mais sensíveis e Jaebum pôde sentir a respiração do rapaz pesada e quente em seu pescoço.

    

- Vou te levar pro quarto. - Jaebum sussurrou, com a voz rouca.

 

O mais velho entrelaçou as pernas de Youngjae contra seu corpo, segurando firmemente nas coxas do rapaz enquanto esse continuava a segurar sua nuca. Houve um breve período em que trocaram olhares e Youngjae pôde sentir seu rosto esquentar. Ele provavelmente estava corado por causa do álcool e da situação, mas o olhar de Jaebum fixo no seu fez parecer que o tempo parou por alguns instantes, prolongando o rubor estampado em sua face.

Jaebum tinha um olhar intimidador, mas o que chamou a atenção do cartomante foi o fato de terem duas marquinhas acima de um de seus olhos, perceptíveis mesmo com a luz fraca entrando pelas enormes janelas de vidro - porque nenhum dos dois tinha se dado ao trabalho de acender qualquer outra.

Levou uma de suas mãos até o rosto do rapaz e fez menção de tocá-lo, mas antes que pudesse foi jogado numa larga cama de casal, afundando nos lençóis brancos e travesseiros.

Logo Jaebum estava por cima de Youngjae, entre as pernas abertas do rapaz, retirando cada peça de roupa do corpo dele apressadamente, incluindo todos os pingentes que balançavam e faziam barulhos irritantes, mas que àquela altura já não mais incomodavam. A única que sobrou no rapaz foi a cueca boxer preta, que ele não permitiu que fosse removida com tanta facilidade para prolongar o momento em que estavam imersos.

Jaebum parou para analisar a visão à sua frente enquanto se ocupava em tirar a própria blusa, desabotoando cada botão de sua camisa social preta distraidamente, sem tirar os olhos de sua companhia. Youngjae sabia que aquele não era um olhar apaixonado, mas sim de lascívia, o que ficou claro quando Jaebum também ficou praticamente nu, com sua ereção evidente por baixo da cueca. Ele tinha um corpo bonito, não era definido demais, mas também não era magro como Youngjae. Definitivamente também era mais bronzeado que o mais novo, mas não que isso fosse muito difícil, uma vez que ele quase nunca pegava sol, sempre enfurnado em alguma sala escura - para estudar ou para prever o futuro dos outros.

Jaebum tomou os lábios de Youngjae novamente e esfregou sua ereção coberta contra a dele, agora muito mais próximas do que quando estavam escondidas pelas calças.

Ambos gemiam por entre o beijo, mas o mais novo era definitivamente bem menos contido, o que, por sinal, agradava muito a sua companhia.

Mas Youngjae não se resumia àqueles lábios rosados e, ainda que Jaebum tivesse certeza de que poderia beijá-los até que ficassem muito mais inchados do que já estavam só para arrancar sons deliciosamente impróprios do rapaz, havia muito mais coisas que queria fazer naquele momento, então abaixou-se até as clavículas do rapaz e perfez um caminho de beijos entre elas.

Ele também gostava de morder, talvez com mais força que o outro rapaz, e não teve o mínimo pudor ao marcar toda a região do peitoral dele com mordidas e chupões. Vez ou outra parava para observar as marcas que estava deixando e seu semblante parecia satisfeito com aquilo.

Era seu, mesmo que só por uma noite.

Também deu atenção aos mamilos de Youngjae e chupou-os devagar para aumentar o estímulo, que àquela altura já era tortura para o mais novo. O que Jaebum conseguia fazer com os lábios definitivamente lhe fazia suspirar e gemer alto o bastante para acordar a vizinhança, mas a perspectiva de que provavelmente nunca mais voltaria ali permitia entregar-se aos seus desejos despreocupadamente.

Suas mãos acariciavam os cabelos de Jaebum e o guiavam por seu corpo enquanto ele continuava a estimulá-lo, às vezes de maneira carinhosa, às vezes com uma dominância que o mais novo jamais presenciara com outras pessoas. Odiava admitir, mas aquele advogado desprezível conseguia ser extremamente excitante quando queria.

Sua ereção já estava molhada por baixo da cueca e pedia para ser tocada, mas a única coisa que o mais velho fazia era passar a mão por ela de vez em quando, como se estivesse orgulhoso de ser quem causara todo aquele alvoroço em Youngjae.

Jaebum enrolou o máximo que pôde para deixá-lo o mais vulnerável que conseguiu. Após o peitoral foi até o pescoço do rapaz lhe deixar mais marcas, distribuindo também beijos na linha de sua mandíbula e mordiscando o lóbulo da orelha do mesmo. Qualquer coisa que ele fazia era capaz de arrepiar Youngjae, que queria retribuir aquelas provocações, mas estava sendo praticamente imobilizado ao ter o corpo do mais velho contra o seu. Suas mãos estavam livres, mas não podiam fazer muita coisa além de carinhos e arranhões.

Os arranhões eram parte de sua maneira de provocar Jaebum, inclusive. Dava para ver que o rapaz gostava de recebê-los pois se arrepiava ao ter aquelas unhas arrastando-se em sua pele ora num ritmo lento, ora com força, como se quisesse puní-lo por toda aquela espera.


 

- Mm… Jaebum-hyung… - Youngjae gemeu. Não sabia se deveria chamá-lo daquela forma, mas, bem, certamente a proximidade deles havia aumentado bastante naquela noite, tanto que Jaebum estava novamente chupando seus mamilos. Ele parou o que estava fazendo e ergueu a cabeça para encarar o outro rapaz com um sorriso pretensioso nos lábios. Aparentemente o nome havia lhe agradado.

- Você tem um corpo sexy, Youngjae-ah. - Jaebum beijou o peitoral do mais novo e foi descendo até o abdômen sem interromper o caminho de beijos que iniciara, colocando uma das mãos no cós da cueca boxer do rapaz e erguendo-a um pouco. - O que acha de seu hyung tirar isso aqui pra você, hm? - Ele perguntou, com a voz suave, enquanto a mão desocupada percorria a coxa macia de Youngjae, fazendo-o estremecer. Definitivamente sabia ser bem carinhoso para um homem tão arrogante, mas talvez fosse o álcool que despertasse tal personalidade. - E eu poderia fazer mais coisas também…

- É? - Aquela conversa estava fazendo a ereção de Youngjae latejar só pelo tom de voz que o rapaz usou. Jaebum retirou última peça de roupa do corpo do mais novo com os olhos fixos nos dele, para ver sua reação ao ficar completamente exposto para alguém que acabara de conhecer, ainda que parecesse tão familiar por sua sinceridade. E talvez por outros fatores que ele não sabia dizer. - O que você vai fazer comigo, hyung?

 

Jaebum abriu as pernas de Youngjae ainda mais com suas mãos e depositou alguns chupões na parte interna das coxas do rapaz sem parar de encará-lo com seu olhar provocativo. Sempre chegava próximo a ereção dele, mas nunca a tocava de fato.

O mais novo estava mordendo os lábios com impaciência. O jogo que estavam fazendo definitivamente era sensual, mas seu pau já estava latejando e algumas gotas de pré-gozo escorriam dele, implorando por algum estímulo além do que já estava recebendo.

 

- Eu quero sentir como é dentro de você, Youngjae-ah. - Jaebum tocou a ponta da ereção do mais novo para, em seguida, envolvê-la por inteiro com as mãos e começar a masturbá-lo num passo lento, atento aos gemidos necessitados que ele deixava escapar. - Com a língua. - Deu um beijo numa das coxas do rapaz sem interromper os movimentos de vai e vem, àquela altura mais rápidos do que no princípio.

 

Youngjae arfou, mas terminou por assentir. Parecia ser impossível recusar qualquer oferta de alguém que encarava como Jaebum fazia, era hipnotizante e doce, ainda que seu tom fosse autoritário.

Ele era um controlador nato e, aos poucos, estava tomando conta de cada um dos sentidos do mais novo com suas provocações.

 

- Vou fazer você gemer meu nome até que esqueça o seu.

 

Youngjae sorriu com a pretensão do rapaz, mas permitiu que ele fizesse como gostaria. A mão dele se afastou de sua ereção para segurar suas coxas, erguendo seu quadril até que sua entrada estivesse visível. Um dos travesseiros foi colocado por baixo do corpo de Youngjae para mantê-lo naquela posição confortavelmente.

Sentiu o indicador de Jaebum acariciar sua entrada sem penetrá-la. No entanto, logo a provocação foi substituída pela língua do moreno passando em volta da mesma, umedecendo a região enquanto suas mãos separavam o quadril do rapaz para deixá-lo mais exposto possível.

Youngjae arqueou o corpo quando a língua de seu mais recente hyung o penetrou devagar, se movimentando, a princípio, para dentro e para fora, até finalmente colocar-se por completo dentro de sua entrada apertada, sem aviso prévio.

Jaebum reverberou em deleite, mas não mais do que o outro rapaz, que deixou escapar um gemido de pura satisfação com a sensação quente dentro de si, arrepiando todo o seu corpo. O toque firme do mais velho em sua pele também contribuía para aumentar seu tesão, pois ele não o largava por um instante sequer, como se fossem se distanciar para sempre caso o fizesse.

Dessa vez ele não demorou para iniciar, ao passo que Youngjae começou a se masturbar à medida que o ritmo rapidamente aumentava. A língua de Jaebum, pouco a pouco, ia aumentando a sensação prazerosa de finalmente se tocar após tanto tempo sendo provocado. Estava melado e mais sensível do que o usual por causa do estímulo em sua entrada. A sensação era incrível; sentia sua visão ficar turva ao se entregar ao momento, preenchendo-se com estrelas.

Era o mais próximo de enxergar constelações que conseguia ficar.

Jaebum definitivamente estava saboreando-o por completo, penetrando-o profundamente para causar mais e mais reações em Youngjae, que ofegava enquanto deixava escapar os sons mais adoráveis aos ouvidos do mais velho, ocasionalmente chamando seu nome num tom doce, ainda que falho.

Jaebum estava conseguindo causar a desordem que havia pretendido desde o princípio.

 

- Ahn… J-Jaebum-hyung… - Youngjae continuou a movimentar sua mão enquanto seu corpo era percorrido por espasmos ocasionais. Sua cabeça estava levemente inclinada para trás, afundando-se nos travesseiros. - Eu vou gozar logo…

- Mhm. - Jaebum assentiu sem interromper o que fazia.

 

O moreno continuou até que chegar ao orgasmo, com o líquido esbranquiçado sujando seu abdômen e os lençóis da cama de Jaebum devido a perda de controle momentânea, gemendo o nome do mais velho enquanto o fazia.

Embora soubesse o quanto aquilo amaciaria seu ego enorme, não pôde se conter.

Seu corpo inteiro relaxou. A estranha sensação de familiaridade continuou ali mesmo quando Jaebum retirou a língua de sua entrada e se ergueu para limpá-lo - o que, por sinal, fez novamente com a boca. Youngjae estava aéreo demais para corar mais do que já estava, mas sentia que não parariam por ali.

E não pararam, mas antes de retomarem o beijo Jaebum o encarou por alguns instantes, mantendo os rostos milimetricamente afastados. A respiração descompassada de Youngjae aos poucos se estabilizou, mas seu coração continuava a bater rapidamente, não importando o quanto tentasse se acalmar.

 

- Não pense que vou te deixar descansar, Youngjae-ah. - Jaebum sorriu, dando um beijo na bochecha do rapaz e outro em seus lábios. - Eu ainda tenho muito pra fazer com você.

- Quem disse que eu quero um descanso? - Youngjae riu brevemente, ignorando o cansaço de seu corpo para puxar o mais velho para um novo beijo.

 

Mas quaisquer que fossem as outras fantasias pretendidas para aquela noite, elas não foram concretizadas.

Talvez fosse a sonolência natural que o álcool causava, talvez os Jaebum estivesse mais cansado do que aceitasse admitir (o que seria normal, levando em consideração o estilo de vida caótico que o moreno levava), não dava para saber.

O que se sabe é que ele caiu no sono no meio de uma sessão de beijos com Youngjae para retomarem os ânimos, deixando seu corpo pesar por cima do mais novo sem aviso prévio, fazendo-o suspirar de frustração por não chegarem nos finalmentes.

Para ser sincero, Youngjae também estava exausto depois da primeira rodada, então não tardou para que adormecesse também.

Mas não sem antes seu resquício de sobriedade ponderar como as coisas seriam no dia seguinte.

Era provável que nunca mais fossem se ver de novo, então o saldo da noite podia ser considerado positivo.

Definitivamente não queria ter de lidar com a personalidade difícil de Jaebum.

 

(...)

 

Jaebum acordou com as pálpebras pesadas e a cabeça latejando, flashbacks da noite anterior bombardearam sua mente tão rápido que sequer teve tempo de se preparar para a realidade que o aguardava a partir do momento em que abrisse os olhos.

O cheiro de panquecas e a música vindos da cozinha estavam ali para confirmar seu pior pesadelo.

Choi Youngjae.

O mais velho imediatamente encarou seu corpo praticamente despido e se lembrou das coisas constrangedoras que falou na madrugada. Lembrou-se de Youngjae gemendo seu nome como um gatinho, de tê-lo masturbado, chupado, feito absolutamente tudo o que tinha direito e, o pior de tudo, de ter gostado de cada minuto. Mesmo após tudo já ter acontecido ainda sentia seu corpo reagir só com algumas imagens desconexas da noite anterior e imediatamente chacoalhou a cabeça para afastá-las.

Ou ele ainda estava bêbado, ou estava louco, ou enfeitiçado. Talvez as três alternativas. Não tinha outro motivo para ter aproveitado a noite passada. Sequer conseguia se lembrar se tinham transado, mas a ver como as coisas tinham ido, era altamente provável que sim.

Como conseguira ter a ousadia de transar com o detestável Choi Youngjae? Era para ser só um beijo para irritá-lo, não um passe livre para abrir o portal do inferno.

Jaebum estremeceu ao se lembrar de mais cenas constrangedoras. De como sua língua percorreu literalmente cada milímetro do corpo de Youngjae sem o mínimo pudor. Costumava ser contido com relação a sexo - é a regra quando não se quer ter nada sério com ninguém -, no entanto, Youngjae lhe despertara vontades que sequer sabia que existiam. Suas reações eram tão evidentes, tão fáceis de se ler… Como era possível que alguém se entregasse com tanta facilidade num momento como aqueles? Ainda mais para um completo estranho?

Contudo, Jaebum não sentia como se fossem estranhos. A noite passada não pareceu uma noite com qualquer um, nem mesmo uma foda bêbada qualquer. Havia algo além, um sentimento que ele não sabia qual era, tampouco de onde vinha, mas que tornava tudo diferente. Era uma diferença desconfortável porque parecia familiar e, supostamente, tal familiaridade não deveria existir.

Só podia ser bruxaria.

Levantou-se sem se preocupar em tomar um banho e arrastou-se até a cozinha ignorando sua ressaca - física e moral. Tinha de expulsar aquele meliante de sua casa o quanto antes porque dessa forma ele poderia sumir de sua vida para sempre.

Quando o avistou, ele estava dançando animadamente uma música que saía de um celular (provavelmente o dele, a ver pelos pingentes anexos) enquanto fazia panquecas no fogão. A cozinha não estava bagunçada, então Jaebum conseguiu conter seu grito de pavor ao se deparar com aquela cena.

Na realidade, ficou observando Youngjae por mais minutos que gostaria, uma vez que o rapaz sequer notou sua presença e prosseguiu com a receita. Ele estava vestido apenas com a blusa da noite anterior, deixando suas pernas expostas. Havia marcas roxas nas partes internas tão escuras que Jaebum ficou chocado por ter sido quem fez aquilo. Pareciam marcas de violência doméstica, mas tinha de admitir que contrastavam bem com a pele aveludada do rapaz. Por sorte ele não parecia incomodado com aquilo.

 

- Ah, ah, ah… Staying alive… STAYING ALIVEEEE... - Youngjae rodopiou e seus olhos se arregalaram ao se deparar com Jaebum encostado na porta da cozinha. - AAH!! VOCÊ QUER ME MATAR?! - Gritou num tom de voz tão estridente que Jaebum tapou os ouvidos.

- Quero. - Jaebum respondeu, cruzando os braços e arqueando as sobrancelhas. Era uma resposta razoável. - O que você está fazendo na minha casa? E ouvindo essa música horrorosa? - Perguntou, se referindo a balada estrangeira que estava ecoando pelo recinto.

- Isso é BeeGees, não é horroroso. E foi você quem me convidou, hyung. - O mais novo deu uma risadinha, desligando o fogão enquanto despejava as panquecas em um prato, formando uma pilha alinhada. - Mas não se preocupe, eu já estou de saída.

- Agora eu sou hyung, é? - Jaebum perguntou, num tom de voz debochado e mal-humorado, enquanto observava o rapaz decorar as panquecas com calda de chocolate e algumas frutas. Ele sequer sabia que tinha aquilo em casa.

- Jaebum-ah é íntimo demais, mas acho que depois de ontem não posso mais te chamar de Jaebum-ssi. - Retrucou, constatando o óbvio.

- Você está bem saltitante pra alguém que transou comigo na noite passada. - Era verdade. Não que costumasse se gabar em relação ao seu tamanho, mas, bem, era grande. Talvez Youngjae também fosse adepto a sexo casual e já estivesse acostumado, mas mesmo assim, era estranho.

 

Mais estranho ainda foi quando o rapaz deu uma gargalhada tão alta que preencheu todo o recinto. Mesmo Nora, sua gata, que até então estava escondida sabe-se lá onde, encaminhou-se até a cozinha para averiguar o que estava acontecendo - e beber um pouco de leite.

 

- Essa parte foi fruto da sua imaginação, porque você dormiu antes de transar comigo. - Youngjae constatou, fazendo Jaebum ficar indignado.

- Não dormi não. - O mais velho uniu as sobrancelhas. Por um lado, sabia que deveria se sentir aliviado por não ter tido nenhum tipo de conjunção carnal com aquele meliante, por outro, havia certa frustração lhe invadindo pelo mesmo fato.

- Dormiu em cima de mim, inclusive. Achei que fosse morrer sufocado com seu peso. - Youngjae provocou. - Sabia que desmaiar exaustão na hora do sexo é sinal de que-

- Não. Eu não sabia e não me interessa. - Jaebum interrompeu antes que pudessem a falar de maneira íntima demais daquele assunto constrangedor. - Independente do que aconteceu noite passada... Bem, pode ter sido estranho, mas não vai se repetir. Eu te garanto.

- Claro que não vai. - Youngjae rolou os olhos, embora mantivesse o bom humor. - Você só é agradável de boca fechada, mal acordamos e eu já relembrei por que sua presença é insuportável.

- O sentimento é recíproco. - Jaebum retrucou, torcendo o nariz.

- Mas eu fiz panquecas pra você. - Youngjae levou o prato até a mesa e Jaebum teve de admitir que parecia apetitoso. Ele não era muito fã de coisas doces porém aquelas panquecas estavam com uma cara irresistível e, em outra situação, poderia dizer o mesmo de quem as preparara, mas agora já estava sóbrio o bastante para que a lucidez o impedisse. - Diferente de certas pessoas, eu não sou ingrato, então considere isso um “obrigado por ontem e até nunca mais” da minha parte. - Sorriu.

- Então elas não eram pra você? - Jaebum estava confuso com a gentileza vinda alguém que ele supostamente odiava. Talvez estivessem envenenadas.

- Não, mas eu cuspi no prato, se quer saber. - Youngjae brincou, caminhando para fora da cozinha no ritmo da música que estava saindo de seu aparelho no repeat. - Mas agora eu realmente preciso ir, então será que você pode abrir a porta pra mim depois que eu colocar minhas calças, hyung?

 

Jaebum concordou, mas não sem antes dar uma garfada nas panquecas apenas para verificar que elas estavam, de fato, tão apetitosas quanto pareciam.

Youngjae se arrumou rapidamente e se despediu. O clima entre os dois não estava tão estranho quanto o mais velho achou que estaria, na realidade, havia sido bem fácil lidar com ele - sequer tivera de expulsá-lo de sua casa porque ele decidira ir embora voluntariamente.

Jaebum nunca gostava do dia seguinte à uma noite de sexo casual porque as coisas sempre ficavam esquisitas, no entanto, elas fluíram naturalmente naquela manhã. Talvez porque o sexo em si não tenha se consumado ou apenas porque Youngjae era sem noção o bastante para agir naturalmente diante daquela situação. Até fizera panquecas para alguém que dificilmente veria de novo! Era óbvio que ele não tinha nenhuma pretensão de compromisso além dos amassos que trocaram na noite anterior e Jaebum deveria se sentir satisfeito por ter mais uma dor de cabeça poupada.

Mas, ao invés disso, ele se sentiu confuso.

Quando Youngjae se despediu com um sorriso e saiu com seus colares balançando, ele se sentiu mais perturbado ainda.

Quando sentou-se para comer suas panquecas, já estava completamente desnorteado.

O café da manhã se seguiu silencioso, exceto pela música esquisita tocando aos fundos incansavelmente.

Quando Jaebum se levantou para desligá-la, estava prestes a arremessar o celular pela janela, mas uma constatação o fez parar imediatamente.

Aquele era o celular de Choi Youngjae.


Notas Finais


ENTÃÃO, O QUE ACHARAM? [Se joga da ponte]
Sinceramente achei que deveria guardar o melhor pro final, como toda boa autora, mas foram quase 3k de semi-smut então imaginem como vai ser quando rolar mesmo. kjdfhg
Aliás, a música que o YJ tava ouvindo é Staying Alive - BeeGees: https://www.youtube.com/watch?v=_Vj092UgKwQ
Me avisem se acharem algum errinho!! Eu revisei mt rapido pra postar!
Até a proxima, beeijosss ♥


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