Na cozinha, Jieun tentava organizar os ingredientes que eram pegos por Jin e Rap Monster. Os rapazes tentavam auxiliá-la, visto que precisaria cozinhar para treze pessoas, e estavam se saindo muito bem até o momento.
Após saírem da quadra, ambos os grupos se encaminharam para o dormitório que pertencia aos garotos. Passariam a noite por lá, lutando por espaço, que era providenciado por Jiwon e Eunsuh. Ambas arrumavam os quartos, dividindo-os de acordo com o que haviam combinado durante o caminho de volta.
Na sala, Suga e Somi estavam distantes. Observavam enquanto V e Jimin disputavam uma partida de vídeo game, e vez ou outra seus olhares perdidos acabavam se encontrando. Tal contato fazia com que a menor corasse, enquanto Suga simplesmente desviava os olhos e assistia, totalmente desinteressado, a disputa entre os mais novos.
Um tanto quanto perdida, Minhee caminhava por um corredor que, até então, era desconhecido para a mesma. Tentava encontrar o banheiro, visto que se negou a pedir ajuda para um dos garotos, e ao mesmo tempo tentava encontrar o namorado, que havia sumido desde que adentraram o apartamento.
Explorando, já, o final do corredor, a garota suspirou. Estava cogitando voltar à sala e perguntar para algum dos rapazes onde o cômodo ficava, mas quando deu meia volta, escutou o barulho de algo batendo contra algum móvel de madeira. Nada muito alto, pois se não estivesse próxima da porta entreaberta, não teria conseguido ouvir.
Curiosa, aproximou-se da entrada. Não abriria completamente a porta, mas não pôde evitar colocar o rosto na pequena abertura presente ali. Foi então que, dessa forma, conseguiu escutar gemidos baixos que vinham do cômodo.
Foi como se, automaticamente, sua curiosidade triplicasse. Olhou diretamente para uma das cômodas que haviam no quarto, vendo, de imediato, o rosto aparentemente inexpressivo do namorado. Cerca de meio segundo foi necessário para que Minhee visse as feições de Jungkook mudarem, com o maior mordendo fixamente o próprio lábio inferior, tentando conter os gemidos.
Uma das mãos do maknae movia-se de forma contínua, deslizando ao redor do membro rijo. Parecia que não se conteria por muito tempo, e também que estava cada vez mais difícil ocultar os sons que sua garganta enrouquecida produzia.
- M-Minhee! - o rapaz gemeu de forma arrastada.
Ao ouvir, Minnie foi obrigada a deixar o local. Sentia o próprio rosto arder, o ar faltar, e não saberia explicar como suas pernas ainda funcionavam. Precisava apenas sair de perto do tal quarto, e lavar o rosto o quanto antes. Tudo o que se passava por seus pensamentos tumultuados eram conversar e desabafar com Jieun, e nesse momento, desejou fortemente que estivessem em seu próprio dormitório.
No momento em que lembrou-se da presença da mais velha na cozinha, apressou-se para chegar ao cômodo.
Jieun cortava alguns legumes, enquanto Jin e Namjoon debatiam por algo que não se preocupou em compreender. Simplesmente abordou a mais velha, tocando um de seus braços.
- O que aconteceu? - perguntou Jieun, retirando o olhar dos legumes. - Você parece que viu um fantasma.
- Vi coisa pior. - murmurou Minhee. Parecia desesperada, assustada; um misto de sensações devastadoras.
- Deus, Minhee - a mais velha parecia preocupada. -, o que houve?
Num gesto automático, Minnie segurou uma das mãos da mais velha. Isolou seu dedo indicador, e então realizou movimentos parecidos com o que viu o namorado fazer anteriormente, vendo Jieun se surpreender de imediato.
- O que? - questionou a mais velha, incrédula. - Meu Deus. O... ? Nossa. Não pode ser.
- Hm... - Minhee desviou o olhar, envergonhada. Aproximou-se da amiga, formando uma concha com ambas as mãos para poder cochichar em seu ouvido. - Ele gemeu meu nome, unnie.
- Meu Deus. - Jieun arregalou os olhos. - Não posso imaginar isso. Não posso. Minnie! Nossa!
Atraindo a atenção dos rapazes, Jieun mordeu o canto interno da bochecha. Rap Monster fez menção de questioná-las, mas Jin interrompeu-o antes que pudesse fazê-lo.
- Eu não estou bem. - Minhee murmurou, deitando suavemente o rosto contra o ombro da mais velha.
- O que aconteceu, Jagi*?
Ao escutar a voz do namorado, a garota estremeceu. Levantou rapidamente o rosto, vendo-o secar os cabelos úmidos com uma pequena toalha que estava sobre seus ombros.
Petrificada, Minhee voltou a usar Jieun como apoio. Percebendo a chegada do maknae, a mais velha olhou-o por cima do ombro da líder.
- Coisas de garotas. - murmurou. - Vou roubar sua Jagi um pouquinho.
Ambas as garotas deixaram o local. Para trás, Jungkook permaneceu duvidoso, olhando para os mais velhos.
- E o que seriam ''coisas de garotas''? - perguntou inocentemente.
- São coisas de garotas, ora. - o líder riu, assumindo o lugar de Jieun e passando a cortar os legumes.
Jin, que parecia não acreditar na resposta do líder, suspirou. - Basicamente, qualquer tipo de coisa que você não deveria saber. - completou, coçando a nuca.
Jieun carregava Minhee de forma que a mesma parecia uma criança adoecida. Ao passarem pela sala, imediatamente receberam os olhares de todos os presentes no cômodo.
Ao finalmente encontrarem o banheiro, Jieun fez com que Minhee se encostasse em uma das paredes enquanto certifica-se de trancar a pontar. Abriu a torneira, molhou as mãos e cuidadosamente passou-as sobre as bochechas quentes da mais nova, tirando alguns fios de cabelo de seu rosto.
- Unnie - Minnie suspirou. -, por que ele fez isso? Eu não entendo por qual razão, justo quando estamos aqui!
Terminando de secar o rosto de Minhee, a mais velha suspirou. Precisaria encontrar palavras que não parecessem grosseiras, ou até mesmo vulgares.
- Você aprontou. Basicamente, é isso. - ao perceber o olhar duvidoso da mais nova, acabou rindo baixinho. - Lembra do jogo de mais cedo? Aquela situação não foi nada agradável pra ele. Bom... em partes, até que foi. - tentou se corrigir. - Esse é o motivo.
Confusa, a líder suspirou. - Eu já imaginava. Mesmo assim... não consigo ''desver'' isso. Nem mesmo sei como reagir. Toda a vez que olhar pra ele, vou imaginar aquela mesma expressão de alguns minutos atrás. - parecia ansiosa, voltando seu olhar para o chão.
- Foi uma expressão tão ruim assim? - a mais velha perguntou, colocando a toalha no lugar.
- Foi uma expressão linda! Esse é exatamente o problema!
- Prefiro não imaginar. - comentou, rindo. - Sua mini-safada.
- Unnie! - reclamou a mais nova, cruzando os braços.
- Só estou brincando. Sem manha. - preocupada com o tempo suspeito em que estavam no cômodo, Jieun destrancou a porta. - Está mais calma?
- Na verdade não muito. - respondeu. - Mas não posso ficar trancada no banheiro com você pra sempre.
Rindo, ambas saíram e retornaram à cozinha.
Encostada na porta do cômodo, Minhee olhava distraidamente para as costas do namorado. Foi então que o mesmo se virou e, preocupado, direcionou-se à mais nova.
- Você se sente melhor, pequena? - perguntou em tom baixo.
De algum jeito, a garota não conseguia vê-lo de forma ruim. Riu, e então se acomodou num abraço apertado, sentindo Jungkook apertar levemente seu corpo, como se tentasse protege-la através do contato.
- Me desculpe. - pediu num sussurro.
Confuso, o mais velho desviou o rosto, de modo que pudesse fitar o de Minhee. - Hm?
- Você não precisa saber. Só... bom, me desculpe. - novamente pediu, e em seguida beijou carinhosamente a bochecha do maior.
Percebendo o quão estranho estava o comportamento da namorada, Jungkook preferiu não questioná-la. - Não tenho o que desculpar. - murmurou, rindo baixinho. - Boba.
- Por você. - completou a mais nova, arrancando um sorriso tremendamente alegre do maknae.
- Eu vou vomitar. - J-Hope comentou ao passar próximo do casal.
Carregava algumas sacolas, onde haviam os ingredientes que outrora Jieun pedira. Em resposta ao olhar que recebeu de Kookie, o mais velho riu, entregando as compras para a garota.
- Não me olhe assim, moleque. - debochou.
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Não demorou para que o jantar estivesse pronto. Enquanto organizavam o local onde comeriam, todos pareciam satisfeitos com o cheiro que vinha da comida.
Durante a refeição, acabaram comendo rapidamente devido a fome e ao cansaço. Ao terminarem, organizaram parcialmente a pequena bagunça e novamente foram à sala, combinando um filme.
Acomodaram-se de modo que todos pudessem estar confortáveis. O filme mal havia começado quando alguns bocejos foram ouvidos, e não demorou para que a cabeça de Jieun tombasse para o lado, rendendo-se ao sono.
- Vou levar a Jieun. Ela precisa dormir direito. - comentou o líder, sussurrando para que não acordasse a mais nova.
Os outros simplesmente assentiram.
Com a garota em seus braços, Namjoon levantou-se e rumou para o quarto onde Jieun dormiria. Tentava carrega-la com cuidado, evitando que acordasse, o que era fácil devido ao seu tamanho pequeno e delicado. Impossível seria não fazer sequer um mínimo ruído, mas acabou conseguindo leva-la em segurança e sem acordá-la.
A cama já havia sido organizada pelas outras garotas mais cedo. Devagar, pousou o corpo frágil no colchão macio, vendo a mais nova se mexer no instante em que seus braços não mais seguravam seu corpo.
Jieun resmungou. Os braços da garota apalparam a cama, como se estivessem procurando por algo que o rapaz imediatamente reconheceu: o pequeno dinossauro de pelúcia, que estava fazendo falta para a menor.
Foi então que, decidido, o rapaz se deitou ao lado da garota. Não demorou para que sentisse os braços da menor rodearem sua cintura, abraçando-o fortemente. Foi só então que notou Jieun se tranquilizar, e não ousou se mover com medo de novamente acordá-la. Planejava ficar ali até que a mais nova estivesse mais calma, mas nem tudo saíra de acordo com seus planos.
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Eram 2:06 da madrugada quando Jieun acordou. Sentiu certa agitação na cama, e então acabou se assustando pelo brusco modo de despertar.
A garota imediatamente ergueu o tronco, de modo que pudesse ver onde estava. Lembrava-se de ter adormecido ainda na sala, mas trocara de cômodo supostamente durante a noite e agora, na cama, sentia Rap Monster se movimentar como se estivesse em meio a sonhos ruins.
Tais ações não lhe surpreenderam tanto. Jieun já havia lido em diversos lugares sobre os péssimos costumes noturnos de todos os membros. Vez e outra, o corpo do rapaz voltava à inércia e permanecia assim por poucos segundos, logo após começando a se mover novamente.
A mais nova temia acordá-lo. Não sabia como lidar com crises assim, visto que nenhuma das companheiras possuía algo parecido, então o fato de que sentia-se receosa não era surpreendente.
Foi então que, no momento em que tentou sair, Jieun sentiu sua cintura ser puxada. Com a intensidade do puxão, acabou ficando com boa parte do corpo sobre o do mais velho. O impacto pareceu acordá-lo, pois o maior remexeu o corpo, resmungou e, em seguida, coçou preguiçosamente os olhos. Quando os abriu, o rapaz assustou-se com a proximidade dos rostos, resmungando mais uma vez ao também notar o leve peso sobre seu peito.
- Oi. - murmurou a mais nova, rindo das reações de Namjoon.
Desajeitadamente, o maior acomodou melhor o próprio corpo. Ainda sonolento, bocejou e sorriu logo em seguida. Num gesto automático, passou os braços ao redor do corpo de Jieun, acolhendo-a junto a si.
- Eu juro que não pretendia dormir aqui. - tentou justificar. A voz rouca falhou variadas vezes devido a falta de uso.
A garota riu, baixinho. O silêncio evidenciava que o restante do grupo dormia, e não queria acordá-los.
- Hm... Você jura? - questionou-o. O tom de voz da mais nova indicava dúvida, com uma pitada de sarcasmo.
O mais velho arqueou uma das sobrancelhas em desafio à garota. Foi então que Jieun sorriu, envergonhada, fitando carinhosamente os olhos doces que pertenciam ao rapaz.
À visão de Jieun, Rap Monster poderia ser facilmente confundido com uma escultura. A beleza presente em seus traços sutis era tanta que, às vezes, a menor duvidava de sua naturalidade. Porém, bastava vê-lo sorrindo para que seus pensamentos tomassem outros rumos; onde o pensamento dominante era que ninguém, absolutamente nenhum outro ser humano existente possuía um sorriso como o de Kim Namjoon. Haveriam parecidos, talvez, mas o do maior era totalmente único; isso, aos olhos de uma garota completamente apaixonada.
Com cuidado, os dedos de Jieun acariciaram a bochecha macia do mais velho. Percorreram uma pequena trilha, que iniciava-se pouco abaixo da mandíbula e teve seu fim ao chegar no pescoço exposto. O pomo-de-adão moveu-se lentamente; e apesar de mínimo, o movimento fora suficiente para fazer com que a mais nova imaginasse imoralidades.
- O que foi? - perguntou o rapaz, sussurrando.
A voz enrouquecida provocara incontáveis arrepios à pele frágil de Jieun. Um pouco surpresa, desviou o olhar.
- Eu gosto de te olhar. - respondeu, sem jeito.
Namjoon, mais uma vez, sorriu com a resposta.
A mão do mais velho buscou pelos fios lisos da menor. As pontas dos dedos longos perderam-se entre o emaranhado de fios negros, desgrenhados graças ao sono recente.
Viu Jieun fechar os olhos, como se estivesse querendo sentir ainda mais intensidade na carícia. A expressão no rosto da garota fez o maior morder o lábio inferior, tamanha era a delicadeza presente no semblante extasiado; e tudo por um gesto tão simples.
- Eu gosto mesmo de você. - sussurrou, ainda acariciando levemente o couro cabeludo da mais nova.
Notou-a se aconchegar em seus braços. A cabeça aninhou-se em seu peito, e de repente, a seu ver, Jieun tornou-se tremendamente frágil. Uma flor melindrosa, tão bonita e, ao mesmo tempo, tão vulnerável.
- Quero namorar você, Choi Jieun. - finalmente deixou escapar.
As bochechas, já rubras, tornaram-se ainda mais quentes. A garota conseguia sentir claramente enquanto a temperatura de seu corpo subia, e pôde jurar que também sentiu quando suas mãos se tornaram frias, contrariando totalmente o sentido em suas reações.
Ultrapassando os obstáculos causados pela vergonha, Jieun olhou diretamente para os olhos do rapaz. Deixou-se ser absorvida pela imensidão escura, onde conseguia enxergar tanta graça e inocência quanto também havia nos olhos de uma criança.
A expectativa era bastante notável às feições de Namjoon. Vê-lo de tal forma fez com que o interior da mais nova fosse preenchido por carinho, e também por uma infinita vontade de amá-lo e protege-lo.
Sem conseguir elaborar uma resposta, a garota ajeitou o próprio corpo. Impulsionou o rosto para cima, tomando os lábios pequenos do rapaz em um beijo breve e doce. Permitiu que seus lábios ainda ficassem próximos quando, delicadamente, acariciou a lateral do rosto de Rap Mon.
- Nan niga joha*, Kim Namjoon. - ciciou contra os lábios do mais velho.
Um sorriso alegre automaticamente iluminou o rosto do mais velho. Tão feliz, tão puro que Jieun precisou acompanha-lo e sorrir também.
- Você é minha, Jieun. - sussurrou, abraçando o corpo da garota.
A sensação de finalmente desvendar parte da complexidade do amor era, para Jieun, devastadoramente boa. Entre os diversos nós que formavam-se em seus pensamentos, um deles poderia facilmente ser desfeito com a certeza de que, mesmo com todas as diversas outras dúvidas, o amor que sentia pelo rapaz seria capaz de resolver todos os empecilhos que encontrassem.
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