História Just one Night (Larry Stylinson) Season 1 (em revisão) - Fear

 //POV Harry//

Abri os olhos lentamente.

Minha cabeça estava doendo um pouco e eu me sentia tonto.

Minha visão foi se acostumando e aos poucos reconheci estar no meu quarto. Respirei fundo tentando lembrar do que havia acontecido. Lentamente levantei o tronco, ficando sentado na cama. Tinha algo no meu rosto e quando toquei minha bochecha direita pude perceber que era um curativo e aquilo ainda doía um pouco.

Foi aí que tudo ficou claro.

Minha mente fez questão de recapitular todos os acontecidos: Toda a adrenalina depois de me assumir, a mãe da Alicia desmaiando, meu pai falando as coisas mais absurdas e dolorosas que se pode imaginar, o tapa que ele me deu, minha mãe chegando, eu empurrando meu pai e por fim o soco... O soco que ele acertou na minha bochecha...

Cocei os olhos e olhei ao redor, vendo que estava completamente sozinho ali. Respirei fundo e fui me arrastando na cama, até colocar os pés no chão, fazendo uma pequena força para me levantar. Eu estava com fome, me sentia sujo, provavelmente por ter dormido sem banho, e dolorido... Não faço ideia de que dia da semana é hoje, nem por quanto tempo eu apaguei, apenas sei que tem uma pequena claridade entrando pela janela.

O relógio do quarto marcava 16h56min.

Caminhei até a porta e a abri com certo cuidado.

Não havia ninguém no corredor e tudo parecia quieto. Fui até a escada e antes de descer ouvi uma voz... Ai não...

“Era a voz do meu pequeno...”

Louis está aqui...

Não consegui o proteger... Eu o queria longe para mantê-lo seguro, mas agora ele está aqui. Meu coração se apertou e senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto. Ele estava falando algo que eu não conseguia entender bem por causa da distância, ouvi a voz da Gemma e da minha mãe também.

Eu estava só de meias, uma calça preta de moletom e uma camiseta branca, mas desci as escadas mesmo assim, me segurando bem firme no corrimão, já que eu estava bem fraco. Assim que cheguei lá embaixo vi Louis sentado no sofá, minha mãe e irmã estavam ali sentadas no outro sofá, de frente para ele. Estavam bebendo provavelmente chá e falando baixo.

- Hey... - Os chamei e minha voz quase não saiu.

Os três viraram para mim parecendo surpresos. Louis largou a xícara dele na mesinha de centro de qualquer jeito e veio correndo na minha direção. Suas mãos logo rodeavam minhas costas e as minhas passaram em volta de seu pescoço. Nos apertávamos e eu sentia seu cheiro gostoso.

- Por que você voltou? - Perguntei olhando no fundo dos olhos dele e mais lágrimas escorreram pelo meu rosto. - V-você tinha prometido...

- E-eu sei. - Ele respondeu me olhando com tanto carinho que eu corei um pouco. - Mas eu prometi secretamente para mim mesmo que se algo do tipo acontecesse, eu voltaria para cá.

- Eu queria te proteger...

- E eu vou ficar bem. Fique calmo. - Acariciou meu rosto. - Vamos agora proteger você.

- Mas eu...

- Shiu. - Colocou o dedo indicador nos meus lábios. - Vamos cuidar de você, arrumar suas coisas e tirar você daqui.

- O-onde está o meu pai? - Senti minha garganta travar.

- Ninguém sabe, por isso precisamos ir logo.

- Vai me levar para sua casa? - Perguntei com um sorrisinho.

- Lógico... - Beijou minha bochecha ternamente. - Combinamos que moraríamos juntos depois de tudo.

Gemma e minha mãe se aproximaram nessa hora, me tirando dos braços do baixinho para poder me abraçar também. Depois disso encarei os três e perguntei confuso:

- Quanto tempo eu dormi?

- Desde ontem de noite quando você chegou e tudo aconteceu. - Dona Anne me respondeu. - O médico que chamamos para fazer seu curativo disse que você desmaiou por cansaço, tanto físico quanto principalmente emocional. Seu pai sumiu depois de fazer isso. - Apontou para o meu rosto. - E até agora a única noticia que temos é que ele ligou para a empresa avisando que não trabalharia hoje e todos os funcionários ficaram um pouco perdidos. - Suspirou. - Eu e a Gemma decidimos ligar para o Lou hoje cedo e ele pegou o primeiro vôo que conseguiu para voltar para cá.

- A mídia se pronunciou? - Perguntei ainda curioso sobre tudo que eu perdi.

- Os noticiários de TV já espalharam a noticia de que você e a Alicia foram encontrados, e que fugiram juntos por motivos pessoais... - Gemma me respondeu. - Só que os tablóides de fofoca estão indo bem além... Estão rolando milhares de especulações e vocês ficaram bem mais famosos depois disso. Você e a Alicia estão entre os assuntos mais comentados no Twitter. - Senti minha cabeça latejar de pura preocupação.

- Como são as especulações? - Perguntei e ela suspirou.

- De todos os tipos... Que você a sequestrou e a subornou para ela não contar a verdade porque ela tem um amante e você queria matá-la, mas se arrependeu, outros dizem que você tem uma amante e a Alicia fez tudo isso para não se casar com você... Alguns estão dizendo que você a engravidou e vocês fugiram para fazer o aborto, isso que ninguém descobriu ainda que ela esta de fato grávida... Enfim, são infinitas opções uma mais absurda que a outra. No Twitter estão comentando e tentando chutar os verdadeiros motivos de vocês. - Suspirei e Louis pegou na minha mão.

- Falando nisso... Vocês sabiam desde o inicio que a Alicia estava grávida e não nos contaram, não é?! - Minha mãe disse levantando uma sobrancelha.

- Também achei isso uma sacanagem. - Gemma incluiu.

- Nós fomos os primeiros a saber e os únicos também. - Louis disse e eu sorri de lado.

- Na verdade o Lou soube primeiro, inclusive ele estava lá com ela quando ela fez o teste de farmácia e o de sangue. - Acrescentei e as duas balançaram a cabeça em negação enquanto riam.

- E o que aconteceu com ela? - Perguntei me referindo a Alicia.

- Ninguém sabe... - Gemma murmurou. - Levaram a mãe dela para o hospital ontem a noite e ela foi junto. Desde então não sabemos de mais nada.

- Estou muito preocupado com ela Hazz... - Louis disse tristemente e apertou minha mão. Aquilo fez meu coração se apertar mais um pouco e também me entristeci muito. Antes que eu falasse algo minha mãe se pronunciou:

- Eu também estou preocupada com ela, mas vocês precisam sair daqui meninos... Não sabemos quando o Des pode voltar para cá.

- Ok tia Anne, vamos subir Hazz. - Louis concluiu o assunto e me puxou lá para cima.

Quando entramos no quarto ele me encarou um pouco e sorriu triste.

- Cara... Eu nem dormi essa noite pensando no poderia ter acontecido... Passei até um pouco mal. - Ele declarou e senti meu rosto se aquecendo.

- Eu queria te ver seguro e longe de tudo, mas fico feliz que esteja aqui comigo. - Admiti e o puxei para um abraço bem apertado.

Ficamos alguns minutos ali, até que eu o afastei um pouco.

- Preciso de um banho. - Falei e ele riu.

- Ok curly. - Ele disse e bagunçou meus cabelos, que estavam compridos demais.

Ele foi até o banheiro comigo e tirou minha camiseta, jogando-a de lado. Senti tudo se arrepiar. Depois ele tirou minha calça, cueca e meias. Ele beijou minha testa levemente e foi mexer na banheira, colocando-a para encher. Enquanto isso eu usei o banheiro, lavei as mãos e o rosto e escovei os dentes. A banheira já estava cheia e com espuma o suficiente quando terminei. Louis todo cuidadoso me ajudou a entrar na banheira, até porque meu corpo ainda estava um pouco fraco. Assim que entrei ali e me sentei, fechei os olhos e deixei a água quente relaxar cada um dos meus músculos.

- Vem comigo. - Pedi para o Lou que me olhava com carinho e senti meu rosto aquecer mais ainda.

Ele sorriu de lado e começou a tirar as roupas. O assisti com bastante atenção até ele ficar completamente pelado. Assim ele entrou junto comigo, sentando de frente para mim e me encarando seriamente. Depois ele se esticou até mim e lentamente puxou o curativo que ainda estava no meu rosto. Assim que ele o tirou completamente jogou no chão do banheiro e tocou no machucado, que meu pai causou, com bastante cuidado, me encarando tristemente.

- Você não merece isso babe... - Ele disse em um suspiro e me beijou lentamente. Senti meu coração acelerar como sempre... Como se fosse nosso primeiro beijo. Logo ele parou e encostou nossas testas, roçando o nariz contra o meu. - Eu queria estar aqui e ter apanhado por você...

- Lou. - Falei e arregalei os olhos apertando firmemente sua cintura molhada. - N-não diga isso, por favor... Ele é meu pai. Não me importo que ele diga coisas horríveis para mim, que bata em mim, eu não ligo... Não vou ficar com raiva dele, ainda o amo... Mas se ele tocasse em você não sei o que eu seria capaz de fazer...

- Você é precioso demais Hazz... Mesmo depois de tudo você não está com raiva dele...

- Não... Eu não consigo... - Meu peito doía muito e senti as lágrimas começando a cair dos meus olhos. - N-não consigo odiá-lo... E-eu o amo muito... Eu amo demais o meu pai... Não consigo sentir raiva dele... - As lágrimas aumentaram e Louis me abraçou com força, acariciando minhas costas. - S-só que doeu muito ouvir tudo que ele disse Lou... Ele disse coisas muito feias, muito dolorosas... - Minhas palavras saiam um pouco confusas por causa do choro que eu não conseguia e nem queria conter. Eu precisava desabafar um pouco. - M-machucou muito... Eu não queria que fosse assim, não queria que ele fosse assim... Queria que ele nos apoiasse, queria te apresentar para ele, falar o quanto você é incrível e me faz feliz... M-mas não é assim e nunca vai ser... Dói tanto Lou...

- Hey babe... Calma... - Ele passava os dedos por meus cabelos um pouco molhados. - Vai ficar tudo bem. Você vai ver só... Eu sei que está doendo, mas calma... Eu estou aqui e vou cuidar de você. - O apertei com bastante força e enfiei meu rosto em seu peito, sentindo seu coração bater acelerado e sua respiração calma contra meus cabelos.

Ficamos daquela forma por um tempo, até que consegui parar de chorar e então nos beijamos, lenta e delicadamente, sem línguas, apenas nossos lábios se encaixando perfeitamente, como se fossem feitos para estarem unidos. O beijo foi parando aos poucos e Louis disse que deveríamos tomar o banho logo porque a água estava começando a esfriar. Eu sorri grandemente para ele e comecei a lavar os cabelos dele, enquanto ele passava a esponja com bastante sabonete no meu pescoço, braços e peitoral.

- Meninos! - A voz da Gemma ecoou na porta do banheiro, que estava escancarada, e nós dois nos assustamos e olhamos rapidamente para ela, que ria do nosso susto. - Mamãe me mandou subir para ajudar a arrumar as coisas do Harry, ela já está subindo também, só foi avisar para as empregadas prepararem um lanche para vocês... Daí eu chego aqui e vocês ainda estão no banho... - Ela riu mais uma vez e eu senti meu rosto corar muito por ela ter nos visto assim... Tudo bem que a espuma está escondendo o que ela não deve ver, mas ainda assim é vergonhoso.

- Já estamos terminando cunhada. - Louis disse e soltou uma risadinha.

- Gemma? - Minha mãe chamou do quarto e eu corei mais ainda. - Vocês ainda não começaram a arrumar as coisas?

- Os dois pombinhos ainda estão no banho. - Gemma respondeu sorrindo.

- Desde àquela hora?! - Minha mãe parecia indignada. - E o que você está fazendo aí espiando?! - Completou se aproximando da porta e com uma mão cobrindo os olhos.

- Eles são tão fofinhos mãe... - Ela disse sorrindo e eu corei até as orelhas.

- Cala a boca! - Gritei envergonhado e as duas riram. Minha mãe tirou a mão dos olhos bem lentamente e sorriu nos vendo na banheira. Louis pegou o shampoo e começou a lavar meus cabelos, ignorando toda a cena vergonhosa que ocorria ali. - I-isso é tão estranho... Saiam daqui! - Pedi corando cada vez mais, se é que isso era possível.

- Então não demorem! - Minha mãe disse animada e também um pouco corada. - Nós já vamos começar a arrumar as coisas. - Ela concluiu puxando a Gemma pelo braço e as duas finalmente saíram dali.

- Que vergonha... - Falei em um suspiro quando elas saíram. Louis riu e nós terminamos aquele banho bem rapidamente. Depois que eu me enrolei na toalha, corri para o quarto pegando roupas limpas para vestirmos, voltei para o banheiro e nos vestimos. Assim saímos do banheiro do meu quarto e uma empregada trouxe nosso lanche aqui no quarto. Gemma e minha mãe tinham pegado todas as malas que elas encontraram e estavam enfiando minhas roupas todas ali, enquanto eu comia e Louis fazia um curativo novo no meu rosto. Quando ele terminou se aproximou delas e disse:

- O Harry tem muita coisa e infelizmente meu guarda-roupa tem pouco espaço, então não exagerem aí. - Ele riu. - Não acho que ele vá precisar de tudo agora. - As duas concordaram e ele as ajudou a pegar só o necessário. Assim que terminei de comer fui os ajudar também.

Mais ou menos meia hora depois já havíamos terminado e estávamos guardando tudo no carro do Louis. As duas garantiram que se meu pai aparecesse, elas segurariam as pontas e meu baixinho disse que queria conversar com meu pai amanhã. Eu senti medo, muito medo mesmo, mas ele insistiu que queria. Minha mãe disse que se o visse diria para marcar uma reunião com o Louis amanhã à noite e nos avisaria.

Medo era pouco para definir o que eu estava sentindo.