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História Just one Night (Larry Stylinson) Season 2 (HIATUS) - Falling


Escrita por: neferu

Notas do Autor


Estou aqui de novo \o/

AVISO MEGA IMPORTANTE, POR FAVOR, LEIA ISSO:
Eu não imaginei que já postaria um capítulo já hoje, mas estou aqui e esse cap... Esse cap está verdadeiramente pesado, não estou brincando, estou falando muito sério... Provavelmente é um dos caps mais pesados de toda a fic, talvez seja o mais pesado de todos. Por isso eu venho aqui pedir, implorar, que, se você já sofreu ou sofre com a depressão, se você já se auto-mutilou, por favor, se você está passando por um momento difícil ou uma crise agora, não leia, por favor. Eu não recomendo que você leia o cap se não estiver bem, não quero servir de gatilho para ninguém, muito pelo contrário, quero que vocês saibam que essa não é a solução. Eu amo todos vocês e não quero que nada aqui sirva de gatilho, por isso, se esse for o seu caso, não leia, juro que não vai estragar a leitura da fic em geral se você pular esse cap. No próximo farei um mini resuminho sobre o que aconteceu aqui, bem resumido mesmo, sem detalhe algum, apenas para que ninguém fique sem saber o que rolou na história.

É esse o aviso, por favor, não o ignorem.
Se você vai pular o cap, até mais meu amor, nos vemos no próximo que sai logo!!
Bjss ^^

~Boa leitura para quem vai ler.~

Capítulo 39 - Falling


//POV Harry//

Niall, Louis e eu, passamos a noite no hospital com Alicia, que ficou se recuperando do parto. As crianças passaram por exames e tudo mais, para certificar de que estava tudo bem com os pequenos, e na manhã seguinte, eles e a Alicia receberam alta.

O pai deles realmente não apareceu e não atendeu nenhuma das nossas muitas ligações...

Isso deixou todos nós em uma grande preocupação, mas não nos impediu de fazer o que estamos fazendo nesse exato momento:

Posando para uma foto.

Alicia usava uma calça legging e seu par de sapatilhas pretas, com uma camiseta cinza que cobria até a metade de suas coxas e com um casaco vermelho aberto por cima, o cabelo comprido estava enrolado em um coque alto e bagunçado, estava com Erin no colo e com um sorriso enorme no rosto, mesmo ainda parecendo bastante cansada. Niall estava ao seu lado, fazendo uma careta engraçada e fazendo um joinha com a mão direita, Louis estava do outro lado da Alicia, com uma mão na cintura dela e a outra na minha cintura, que estava ao seu lado e segurando Isaac nos meus braços. Quem tirou a foto para a gente foi uma enfermeira.

Depois disso, fomos para casa.

Já que o Anthony não apareceu e nem ligou ou respondeu nossas ligações, fomos para a nossa casa.

Ajudamos Alicia e os bebês se ajeitarem na cama em que meu pequeno e eu dormimos e eles ficaram descansando um pouco, enquanto nós três ficamos na cozinha.

- A-ainda dá tempo de você ir para o curso. - Louis disse depois de eu e Niall nos sentarmos à mesa.

Olhei rapidamente para a hora em meu celular e vi que realmente havia tempo.

- Mas não sei se eu vou não... - Falei e meu pequeno sentou de lado no meu colo, me deixando realmente surpreso.

- Tem certeza? - Perguntou e eu suspirei corando um pouco.

- A-ainda não sei... - Respondi sem jeito.

- Precisamos achar o idiota do pai. - O irlandês se pronunciou e nós dois o encaramos.

- Deixa isso de lado por enquanto... - Pedi. - É melhor a gente ficar aqui de olho neles e ajudar nos cuidados.

- Tem o Zayn também. - Meu pequeno disse. - Liam mandou mensagem um pouco antes da gente chegar e avisou que estava indo para a faculdade. - Estranhei o fato de ele estar falando bastante, o que ele não tem feito muito nesses dias, mas fiquei realmente feliz por isso.

- E você também... - Falei e ele me encarou.

- Não preciso não. - Murmurou e eu sorri.

- Precisa sim amor, pode parar. - Apertei sua cintura e ele ficou quieto, parecendo pensativo.

- Ok. - Niall disse. - Posso dormir um pouquinho? Viramos a noite no hospital e eu não consegui nem cochilar nenhuma vez...

- Fica à vontade. - Falei e ele levantou.

- Posso usar o quarto de hóspedes?

- Claro.

Assim ele agradeceu e sorriu, saindo da cozinha em seguida. Ele já tinha terminado tudo na faculdade, por isso não precisava mais ir.

- Hey... - Falei baixinho e mordi lentamente o braço do meu pequeno, por cima da blusa de moletom.

- O que foi...? - Ele perguntou e levou as mãos para os meus cabelos, os bagunçando.

- Está bem...? - O encarei e seus olhos azuis se aprofundaram nos meus.

Ele apenas assentiu e desviou o olhar para baixo.

- Hey... - Falei e toquei seu queixo, levantando seu rosto e mantendo seus olhos fixados aos meus. - Eu te amo. - Corei e ele arregalou os olhos por ter sido de repente, sorrindo levemente depois.

- V-você é tão corajoso Hazz... - Disse fechando os olhos e encostando a testa na minha, enquanto acariciava minhas bochechas e cabelos devagar. Suspirei e fechei os olhos também.

- P-por quê...? - Apertei sua cintura com as duas mãos e bastante força, me arrepiando de preocupação por ele ainda parecer tão magro...

- P-por amar um problema... - Sua voz era baixa e trêmula, tão triste que quase me fez congelar.

- Você não é um problema amor. - Falei firmemente e sentindo um aperto no peito. - Você não é um problema. - O apertei mais.

- S-sou sim... Você sabe que eu sou... - Sua voz era fraca e ele soluçou, confirmando que estava chorando. Com uma das mãos apertei suas costas e passei o outro braço por baixo de suas coxas, levantando com ele no colo e o colocando sentado na mesa. Abri suas pernas para me encaixar no meio delas e o encarei. As lágrimas caíam pelo seu rosto, a expressão era de perdido, as bochechas vermelhas e as mãos segurando meus ombros com força.

- Você não é um problema. - Quase não consegui conter a vontade de chorar. - Você é precioso, você é incrível, todos nós te amamos e você Louis... Você se importa mais com os outros do que consigo mesmo... As poucas vezes que se alimentou, esses dias, foi pelo Zayn, e ontem saiu de casa por causa da Alicia e dos bebês... - Suspirei sentindo a lágrima teimosa escorrer. - Eu te amo, todos nós te amamos e queremos que você fique bem... Eu estou aqui do seu lado e sempre vou estar... O seu sorriso trás alegria para todos nós e melhora o dia de qualquer um, você não é um problema Lou, você é a solução. - Meu rosto inteiro estava quente e as lágrimas não paravam de cair.

- H-hazz... - Parecia surpreso e cobriu os olhos com as mãos, encostando a testa no meu ombro e chorando mais.

O abracei fortemente, acariciando suas costas e seus cabelos e chorando junto com ele.

“Não consegui me conter...”

Eu desabei com ele de novo, mas não podia deixar assim.

- Lou... - Murmurei contra os seus cabelos. - Se eu fizesse aqueles bolinhos de carne fritos, você comeria...? - Ofereci e desci uma mão para a barra de sua camiseta, mexendo no tecido enquanto esperava a resposta. - V-você gosta muito deles... - Falei depois de quase um minuto de silencio. - Lembra aquela vez que você tentou fazer e a panela pegou fogo? - Ouvi sua risadinha baixa contra o meu ombro e sorri. - Eu sei que você gosta deles e faz tempo que eu não faço... - Continuei ainda brincando com a barra de sua camiseta. - Para comer com ketchup, alface e tomate... - Falei sugestivamente e ouvi seu risinho baixo outra vez.

- Agora é cedo para almoçar... - Murmurou baixinho.

- Quem se importa?! - Falei em tom divertido e ele levantou o rosto do meu ombro. Louis limpou o rosto molhado com as costas das mãos e me encarou.

- N-não estou com fome...

- Não foi isso que eu perguntei... Perguntei se você comeria. - Beijei sua bochecha e seus lábios em seguida. - Comeria...? - Repeti a pergunta depois de morder seu lábio inferior.

- E-eu...

- Eu dou na sua boca, igual um bebê... - Falei com uma voz mais fofinha e corei.

- M-mas eu...

- E-eu cozinho só de cueca... - Propus e ele arregalou os olhos. - Isso foi um sim. - Não esperei ele responder, apenas limpei meu próprio rosto molhado com as mãos e comecei a tirar minhas roupas em seguida. Parei só quando restava apenas a boxer branca, enquanto sentia meu rosto corar.

- H-hazz... - Ele disse mais surpreso ainda.

Prendi meu cabelo em um coque, lavei as mãos e fui na direção dos armários, para pegar tudo o que eu precisava, depois pegando o que eu precisava na geladeira. Cozinhei aqueles bolinhos sem olhar para meu pequeno em nenhum momento, para não ficar com mais vergonha ainda.

Quando tudo estava pronto, ajeitei o prato dele com três bolinhos, duas folhas grandes de alface e quatro rodelas de tomate. Temperei com sal e peguei um garfo, deixando-o em cima do prato e indo até meu pequeno. Ele parecia surpreso e curioso.

Deixei o prato em suas mãos e fui pegar o ketchup na geladeira.

Voltei para perto dele e não tirei o prato de suas mãos, apenas o garfo. Despejei o ketchup nos bolinhos e desmanchei um com o garfo, espetando o pedaço com o garfo.

- Vamos lá Lou. - Falei sorrindo e aproximando o garfo dos seus lábios. - Quer que eu faça o aviãozinho. - Ofereci e ele sorriu levemente.

- E-eu não estou com fome Hazz... - Insistiu e eu suspirei, mas não desisti.

- A-amor... O fim de semana passou, eu e Liam estaremos ocupados a semana inteira, você precisa estar forte para cuidar do Zayn e hoje a Alicia está aqui com os bebês recém-nascidos, ela também vai precisar da sua ajuda. - Ele me encarou com uma expressão de dor e segurou minha cintura nua com as duas mãos.

Louis respirou fundo e abriu a boca.

E foi assim que eu o alimentei igual a um bebê. Demorou para ele comer tudo, em alguns momentos parecia que seu corpo estava rejeitando o alimento, mas eu insisti e ele conseguiu comer tudo que eu coloquei no prato.

- Viu só! - Falei animado. - Nem foi ruim, estava gostoso, não estava?

Meu pequeno assentiu com um leve sorriso, sem mostrar os dentes, e eu respirei fundo.

- Agora, bebê, quer que eu te dê um banho? - Ofereci corando um pouco e ele assentiu depois de algum tempo.

E foi assim que eu dei um banho nele e ele escovou os dentes, enquanto eu ia até o quarto pegar roupas limpas para ele e umas para mim também. Depois de ajudá-lo a se vestir e me certificar de que estava tudo bem com todo mundo, avisei meu baixinho que ele deveria me ligar se precisasse de algo e fui para o curso.   

 

 

.............................................................

 

//POV Louis//

Harry havia ido para o curso.

Liam para a faculdade.

E Niall estava dormindo como uma pedra.

"Ficou tudo nas minhas mãos..."

Pensei aflito, sentado no chão do quarto de hóspedes e observando o loiro roncar, todo esparramado na cama.

Eu deveria acordá-lo...?

"Não..."

Ele tinha acabado de dormir.

Nós passamos a noite no hospital, sentados no corredor, sei lá por que... Nós poderíamos ter ido para casa e voltado hoje de manhã, ou só um de nós ter ficado no hospital e os outros terem voltado para casa, mas... Meio que nenhum de nós queria ir embora... 

Anthony não apareceu... Não viu os filhos nascerem, não estava lá nesse momento importante e até agora não havia dado notícia... Isso me quebra...

Dói demais imaginar o quanto Alicia deve estar mal por isso.

Meu coração parecia estar sendo espremido de tanto que eu me sentia angustiado... Uma angústia que eu já deveria estar acostumado... Esses dias, esse tem sido o sentimento mais comum dentro de mim.

Eu me sinto tão mal, vazio, frio... É tão estranho, eu não sei o que fazer... Sinto o ar querendo faltar e as lágrimas querendo escorrer a todo momento.

Me dá vontade de gritar e ao mesmo tempo de nunca mais abrir a boca.

É sufocante e eu não sei como fazer isso parar.

A comida parece não ter gosto de nada e eu me sinto tão triste... Uma tristeza que vem lá do fundo e que parece estar grudada a mim, sem planos de ir embora...

Dói...

Dói demais...

Ver aquelas crianças nascerem foi algo tão bonito... Eu nunca havia assistido a um parto e não imaginava que era tão emocionante... Nós literalmente vimos duas novas vidas chegarem ao mundo.

Me deixou tão feliz presenciar aquela cena, pegar um dos bebês no colo, pouco tempo depois de ter nascido, me fez sentir tão esperançoso, me fez sentir revigorado e pareceu tudo tão incrível... Porém, agora, eu só consigo pensar que são apenas mais duas vidas que vieram ao mundo para sofrer...

É tão triste...

No mundo tudo é tão violento, as pessoas são tão frias, tão sem amor e é tudo tão complicado, tão problemático... Essas duas vidas já chegaram sem o pai por perto e, provavelmente, esse pai vai ser um cara distante, que não liga para os filhos, vai causar problemas e ser um completo idiota, só para gerar mais tristezas em suas vidas.

As lágrimas começaram a escorrer, antes que eu pudesse controlar... Meu  corpo inteiro doía e eu queria gritar, mas também não queria incomodar ninguém...

Tudo parece tão sem sentido...

"O que eu estou fazendo?"

Qual o sentido de continuar sendo um problema para todos à minha volta?

Eu nem tenho mais vontade de sair daqui, desse chão, e o Zayn precisa de mim...

Ele sempre cuidou de mim e eu não tenho capacidade de ajudá-lo mais... 

"Eu sou tão inútil..."

Harry cozinhou para mim e parecia tão animado, mas aqueles bolinhos, que eu sempre gostei, pareciam tão sem graça... Ele ficou de cueca, pra lá e pra cá pela cozinha, e eu nem fiquei excitado... Será que nem isso eu consigo mais? Nem para dar prazer a ele eu sou mais capaz?

"Mas no dia do sorvete..."

É... O dia do sorvete realmente mexeu comigo, mas foi só, depois de fazê-lo gozar eu me senti tão vazio e tão sem vontade de nada...

Harry disse que me amava, lá na cozinha e falou outras coisas bonitas, mas eu não o correspondi...

"Eu não respondi ao 'eu te amo' que ele disse."

Eu não disse que também o amo... Ele deve ter ficado magoado comigo, eu tenho certeza, o Hazz é tão sensível, ele deve ter ficado chateado...

"Eu sou tão inútil..."

Eu não mereço o Hazz, ele é bom demais para mim... Eu fiquei sem banho por dias, eu estava fedido e nojento, mas mesmo assim ele me abraçou e me beijou...

Eu não mereço ele... Eu não mereço a amizade do Zayn, não sou nem capaz de retribuir a tudo que ele me fez... Eu não mereço nem minha família... Como eu posso não aceitar de uma vez a ideia de perder aquela casa para o bem da nova vida que Mark e Miranda merecem construir juntos, por quê? Por que dói tanto? É só uma casa, minha mãe se foi e eu já deveria ter aceitado isso, mas continuo preso nisso...

Se o Eli estivesse vivo, com certeza estaria decepcionado comigo, com o inútil egoísta que eu me tornei, ou não, porque o Eli era uma pessoa boa demais para se decepcionar com algo ou alguém. Ele sempre via o lado bom de tudo, tudo mesmo. Ele também era bom demais para mim... Foi errado ele ter perdido os últimos anos de vida dele comigo, ele merecia alguém muito melhor do que eu.

Harry disse que eu me importo mais com os outros do que comigo mesmo, mas ele está errado... Eu sou egoísta, estou apenas pensando em mim... Eu queria que o Hazz estivesse aqui agora, ou que o Zayn estivesse bem, ou a minha mãe ainda estivesse aqui, ou o Eli... Algum deles saberia o que fazer, certo?!

"Por que eu me sinto tão preso?"

Por que não levanto daqui e cuido do Zayn, ou vou até o quarto ver se a Alicia e os bebês precisam de algo?

Por que esse chão parece o melhor lugar na Terra agora?

Por que meu corpo inteiro está doendo?

Por que eu me sinto tão sufocado?

Eu queria gritar por ajuda, mas eu sinto que não mereço ajuda.

"E eu não mereço mesmo..."

E nem preciso...

"É... Eu não preciso."

Levantei daquele chão me sentindo completamente quebrado e dolorido, mas não era dor o suficiente, eu preciso de mais... Eu mereço mais. Eu sou tão errado...

"Eu! Eu! Eu!"

Tudo 'eu'!

Sou tão egoísta...

A vida de todos eles seria tão melhor sem que eu estivesse aqui, para incomodá-los e atrasá-los e aborrecê-los...

Não sei como, pois meu corpo todo está tremendo, mas eu consegui chegar ao banheiro, usar minha pouca força para quebrar uma das giletes, que estavam em uma das gavetinhas da pia, arrancando a lâmina e a encarando. Era tão pequena, provavelmente não era o suficiente para aliviar essa dor interna, mas já era um começo...

Ergui meu braço esquerdo e ele foi o meu alvo.

“Ah... Isso é tão bom..."

Como eu senti falta dessa dor, como eu senti falta desse sentimento tão gostoso, isso é tão prazeroso...

"Não! Não pode ser prazeroso!"

É uma punição!

Tem que doer!

Tem que marcar!

Se for bom será apenas mais um egoísmo meu...

"Idiota... Você é tão idiota Louis, tão patético, tão inútil!"

Foi concentrado nisso que eu coloquei mais força e velocidade nos movimentos. O sangue tingia a pia branca com seu vermelho vivo e aquilo era tão bonito. Meu coração estava acelerado, meu estômago parecia se revirar dentro de mim e eu não queria parar aquilo de jeito nenhum.

Eu só parei quando senti um gosto ruim é amargo na minha boca e tive que me ajoelhar no chão e vomitar no vaso sanitário. E colocar tudo para fora, o pouco que eu comi, e água, até o momento em que apenas uma gosma estranha descia e depois aquela sensação no meu estômago parecia pior, como se eu quisesse colocar algo a mais para fora, mas não tinha mais nada, eu estava realmente vazio. Minha garganta doía muito e aquele era um bom sinal, a punição estava funcionando, só que ainda era pouco.

Aquela lâmina escorregou das minhas mãos e eu passei as costas da minha mão direita nos lábios, levantando completamente mole em seguida e cambaleando para fora daquele banheiro.

"Eu precisava da cozinha..."

Os remédios da casa estão lá...

Eu preciso deles...

Eu preciso de um monte deles, os do Zayn principalmente, são bem fortes...

O caminho pelo corredor parecia demorar uma eternidade e, mesmo me segurando nas paredes, eu perdi o chão, minha vista escureceu e, quando ela voltou a clarear, eu estava sentado no chão e minhas costas e bunda doíam um pouco. Levantar dali parece ter demorado anos e, quando finalmente consegui, meu corpo foi parado por duas mãos que apertaram meus ombros e viraram meu corpo, fazendo com que o meu colidisse com o seu, que era da mesma altura que o meu. Seus braços passaram pelo meu pescoço, me apertando em um abraço.

- Louis! - Sua voz saiu alta e com sofrimento.

Eu senti como se tivesse levado um tapa.

- A-alicia...? - Minha voz saiu como um sussurro.

Ela soluçou alto e seu abraço se tornou ainda mais apertado.

- E-eu ouvi um barulho, meio longe, d-de alguém vomitando, mas eu estava meio dormindo, meio acordada. Quando eu realmente acordei, não tinha barulho nenhum, daí achei melhor ir conferir, aí te encontro assim Lou... - Disse em meio ao choro e soltou o abraço, ergueu meu braço esquerdo em seguida. - Lou... - Falou carinhosamente e depois arregalou os olhos. - Lou... - Pareceu perdida por alguns segundos e de repente me puxou pelo outro braço, me arrastando para o banheiro.

Eu tentei resistir, mas meu corpo parecia leve como uma pena. Ela se assustou quando viu a pia, mas mesmo assim ela mexeu nas gavetinhas, achando o pequeno kit de primeiros socorros. Suas mãos tremiam enquanto molhava um pedaço grande de gaze em água oxigenada. Ela parecia completamente perdida, enquanto tentava limpar os muitos cortes.

"Olha aí, mais uma vez causando aborrecimento nos outros."

Alicia está chorando e tremendo por culpa minha.

"Sou tão inútil..."

Tão egoísta...

Desabei em lágrimas outra vez, enquanto tentava me soltar dela.

- P-por que eu não posso morrer...? - Minha voz saiu baixa e fraca demais, mas Alicia ouviu. Suas mãos vacilaram, sua expressão era de susto e eu consegui me soltar dela e sair dali.

Mas meu corpo não estava ajudando, era lento demais e logo fui abraçado por trás.

- Louis! - Ela gritou e aquilo foi como um soco na minha cara.

"Eu sou tão inútil..."

- Por favor... - Murmurou.

- Eu só quero morrer, por que não posso...? Me deixa, você ta' parecendo o Zayn! Ele nunca me deixou, por favor, eu preciso ir, não aguento mais...

- Não, não vou deixar... Todos nós te amamos e ninguém vai te deixar ir.

- Mas eu quero! - Gritei com a voz rouca e querendo falhar. - Por favor, me deixa... E-eu só preciso dos remédios, um montinho deles e vai ficar tudo bem, vocês vão ser livres...

- V-vocês quem Louis?! A vida de ninguém faz sentido sem você...

- Mas eu quero ir...

- Não. - Disse mais firme e uma porta se abriu, revelando um Niall com os cabelos bagunçados e todo amassado.

- O que está... - Ele iria perguntar, mas não conseguiu. Encarava nós dois com os olhos arregalados.

- Que demora! - Alicia gritou com ele. - Não ta' ouvindo não?! - Estava irritada e isso me deu calafrio.

- N-não... - Niall estava assustado demais e se aproximou de mim tão rápido que eu achei que ele fosse me bater, mas, ao invés disso, ele me abraçou também. - E-eu ouvi o grito que o Lou deu agora, me desculpem, eu estava dormindo muito profundamente.

Eu estava prensado no meio dos corpos dos dois e isso me fazia sentir sufocado e ao mesmo tempo aconchegado.

- Lou... - O loiro murmurou e pegou meu braço esquerdo. - Lou... - Disse baixo e suave, mas com a voz denunciando que estava prestes a chorar.

E então não vi mais nada. 


Notas Finais


Então é isso...

Se você leu espero que esteja bem, de verdade, auto-mutilação ou suicídio não devem ser romantizados, eu tentei mostrar à vocês da forma mais humana, real e verdadeira possível e espero ter conseguido. Minha mensagem aqui é: Não se machuque, não desista. Você é especial para mim e com certeza para pessoas que você nem imagina, ninguém está sozinho nessa, estamos todos juntos. Essa mensagem é para todos nós, inclusive para mim mesma... Temos que aguentar firme, pedir ajuda e se ajudar, estamos todos juntos, devemos nos apoiar. "Darling just hold on" <3

Até o próximo!
Bjss ^^


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