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História Just Wright - Sequestro


Escrita por: SugarMissy

Notas do Autor


Oláaaa
Sei que demorei muito, me perdoem. A vida tá muito difícil.
Espero que compreendam.
Boa leitura.

Capítulo 25 - Sequestro


O cheiro úmido de mofo e subterrâneo se fez presente antes mesmo de eu tomar consciência de que não estava sonhando, senti um cheiro diferente também, algo como ferrugem e sal, mas esse cheiro era familiar de alguma forma.

Sangue… Conclui por fim. Além de tudo tinha cheiro de sangue, meu ou… de outra pessoa. Tremi diante das possibilidades.

O cheiro assustador me fez forçar meus olhos a se abrirem. Assim que o fiz, minha cabeça - que talvez já estivesse doendo antes - começou a doer mais ainda. O teto escuro acima de mim não me era familiar e ao olhar em volta notei que nada aqui era familiar, as paredes eram cinzas em cimento, sem nenhuma janela e era possível ver infiltrações em toda parte, era tudo desconhecido. Exceto a figura encolhida no canto da sala.

Arregalei os olhos ao reconhecer os longos cabelos azuis na figura miúda e encolhida como uma bola. Ela poderia ter passado despercebida se não estivesse tremendo, provavelmente de frio.

_ Wendy.._ Minha voz saiu fraca e rouca. Minha garganta ardia, mas ela me ouviu. Sua cabeça se levantou e pude ver seu rosto com alguns hematomas e um pequeno corte com sangue seco. Meu sangue ferveu e tentei me levantar.

_ Não se mexa! _ Ela quase gritou e gesticulou com a mão para o chão. Foi quando notei que o cheiro de sangue era meu. Seja lá o que foi feito comigo, havia um corte na minha cabeça e o sangue estava fresco quando chegamos aqui. Seja lá onde for aqui.

_ O que…? _ Tentei perguntar mas minha voz estava realmente ruim.

_ Eu não sei...Me pegaram na saída do treino e eu tentei fugir, Cheria tentou me ajudar mas provavelmente pegaram ela também. Quando acordei já estava aqui e depois você chegou e te jogaram aí. Achei que estava morto.._ Sua voz falhou na última palavra e notei que ela estava chorando _ Tinha tanto sangue…

Ela não conseguiu falar mais e eu tentei me sentar novamente. Minhas mãos estavam amarradas, assim como meus pés. Percebi que Wendy também estava assim.

_ Alguém apareceu? Quem te bateu? _ Ela apenas balançou a cabeça.

_ Tem alguém aí?! _ Gritei o mais alto que pude. Esperei. Nada.

_ Tem um cara aí na porta.._ ela falou depois de alguns minutos. _ Ele me trouxe água e me levou ao banheiro… Não é longe daqui, mas ele fechou meus olhos no caminho, então não vi em que tipo de lugar estamos.

_ Faz quanto tempo que está aqui?_ Perguntei confuso.

_ Talvez agora seja quase um dia, faz horas que você está aqui também. Ficou a noite toda desacordado.

_ Que merda! Por que pegaram você? Isso não faz sentido!

Ela deu de ombros e depois se encolheu contra a parede de novo. Ele ainda estava vestida apenas com seu colã e shorts do treino de ginástica. Eu estava com um suéter. Tirei ele de maneira desajeitada e me arrastei para perto da minha irmã jogando para ela a blusa.

_ Veste isso, ou vai ficar doente.

 

~º~

 

Não sei quanto tempo se passou. Provavelmente horas. Mas minha paciência estava no limite, eu estava com medo. Realmente com medo, me lembrei da mensagem de Lis e de que não sei onde ela está. E também me lembrei que Lucy não atendia o celular. Esses pensamentos me fizeram quase perder o juízo.

Mas então ouvi um barulho na porta de madeira e esta se abriu com um rangido sôfrego. Um homem desconhecido entrou com o rosto sem nenhuma expressão, um homem forte e alto, quase tanto quanto eu, de cabelos negros e pele pálida. Ele tinha alguns pacotes na mão. O cheiro de comida invadiu minhas narinas, estou faminto.

_ Quem é você? O que quer conosco? _ Ele me olhou por um segundo e se aproximou de Wendy, deixou a sacola no chão e mostrou a faca que tinha na mão. Me assustei por um segundo e meus batimentos foram a mil. Fiz menção de me levantar mas então percebi que ele estava cortando as cordas nas mãos dela.

_ Coma primeiro. Depois vou te levar para o chefe, ele acabou de chegar com mais companhia para a baixinha. _ Me assustei com o que ele disse, mas relaxei assim que ele cortou as cordas em minhas mãos. Vi que haviam marcas vermelhas em meus pulsos,estavam esfolados. Tremi de raiva ao olhar que Wendy estava da mesma forma, seu rosto estava cada vez mais roxo, as marcas da violência que infligiram a ela estavam ainda mais evidentes.

Ela começou a comer sua marmita com vontade, provavelmente não comia nada desde antes de seu treino, ou seja a quase 36 horas. Comi metade da minha e passei o restante para ela, que nem pensou em recusar e comeu tudo. Logo em seguida tomamos toda a água, o que foi um erro considerando que não sabíamos quando ele traria água novamente.

Pouco depois ele entrou novamente e olhou para minha irmã.

_ Você vem comigo._ Falou simplesmente e foi até ela puxando seu braço.

_ Solta ela! _ Gritei irritado e tentando me levantar, mas meus pés ainda estavam amarrados. _ Deixa ela em paz!

_ Você cala a boca! Não me obrigue a machucar esse lindo rostinho de novo. Chefe vai ficar irritado se eu estragar ainda mais o rosto dessa bonequinha. _ Falou passando a mão no queixo dela e levantando o rosto para perto de si, dando um sorriso malicioso em seguida.

_ Se encostar mais um dedo nela, eu juro que…

_ Cala a boca! Ou sua irmã e suas namoradinhas vão ficar mais roxinhas do que já estão. Entendeu? _ Ele olhou para mim de forma desafiadora e então eu entendi. As mulheres da minha vida estavam sendo reféns, com meus filhos. E esse imbecil bateu na minha irmã e provavelmente bateu nas outras duas. Encarei seus olhos negros com fúria, mas não disse mais nenhuma palavra.

Mais algum tempo se passou quando ele voltou, dessa vez com mais um homem e ambos me levantaram sem dizer nada e colocaram uma venda em meus olhos. Senti meus pés se soltarem e um deles me empurrar. Comecei a andar de acordo com o caminho para o qual me empurravam. Hora ou outra ouvia o cara novo dizendo que havia degraus e continuamos. Andamos apenas alguns metros e percebi mesmo através da venda que estava claro, provavelmente eu e Wendy estávamos enfiados em algum porão.

O tecido que cobria meus olhos caiu e pude ver que agora estava em pé no centro de uma sala de estar. Uma poltrona em minha frente estava ocupada e havia um sofá atrás de mim.

_ Sente-se Natsu.._ O homem sentado na poltrona indicou o sofá atrás de mim. Seu rosto me era estranho. Eu tinha certeza de que nunca havia visto aquele homem, mas ao mesmo tempo, era totalmente familiar. Ele não tinha cabelos a pele era morena, mais escura do que a minha e os olhos verdes, frios e calmos eram desconcertantes, seu semblante de paz me fez pensar que ele estava quase sereno.

_ Quem é você? _ Perguntei ao não reconhecer aquele homem.

_ Ora Natsu, seu sucesso é tão absoluto que não se lembra sequer do meu rosto?

Sua pergunta obviamente foi retórica, mas me fez procurar em todos os cantos de minha mente um rosto parecido com o seu. Foi então que notei que tal rosto seria o meu. Minha respiração ficou pesada. O homem em minha frente… Mas porque isso? O que ele quer comigo?

_ Nate…

_ Prefiro que me chame de pai _ Ele respondeu sorrindo e meu corpo ferveu ao lembrar de todo o meu passado e ainda de Wendy encolhida no canto do sótão. Com frio. Com fome.

_ Você não tem direito algum de se chamar de pai! _ Gritei e senti mãos me segurando. Não percebi que estava em pé, meus punhos estavam cerrados e eu estava pronto para lhe dar um soco.

_ Hey! Se acalme garoto _ Sua risada ecoou _Eu queria fazer um reencontro da minha família!

_ Diga de uma vez o que quer! Você machucou a minha irmã!

_ Bom...se você continuar me estressando ela não vai ser a última.

_ Me responde. _ Falei tentando conter a raiva dentro de mim.

_ Quero dinheiro…

_ Certo. E então vai soltar minha irmã?

_ Digamos que quero uma quantia considerável. Soube que aquela belezinha loira está esperando um filho seu, e veja só, a outra bonitinha também está _ Falou com um sorriso no rosto andando pela pequena sala. _ Andou muito ocupado meu filho.

_ Como tem coragem? Você é um dissimulado!

_ É. Tanto faz _ Fez um gesto de desdém com as mãos. _ Eu estou com as três aqui. _ colocou um celular em minhas mãos mostrando um vídeo de Lucy, Cheria e Wendy sentadas numa cama de solteiro abraçadas e Lissana na outra cama encolhida. _ Quero cinco milhões.

_ Pelas quatro?

_ Por cabeça.

_ Vinte milhões?

_ Na verdade são trinta milhões, tem mais duas crianças ali não tem?

_ E onde vou arrumar esse dinheiro?!

_ Acho que um cara com seus contatos e poder, pode conseguir uma pequena quantia como essa.

_ E como vou conseguir preso aqui?

_ Ora meu filho. Não está preso! De forma alguma.

_ Claro que não.

_ Vamos te dar uma carona até sua casa e de lá vai poder resolver seus problemas financeiros. Mas sabe como é que funciona não é? Se envolver a polícia os meus amigos ali _ apontou para os dois caras que estavam parados atrás de mim no sofá _ Vão atirar na cabeça das garotas e jogar os miolos delas em algum lugar. Você terá três horas para conseguir o dinheiro. Ouviu bem? Dinheiro! coloque o dinheiro nas bolsas que vão deixar com você. Nós vamos estar te observando. Ao fim das três horas vamos te ligar e passar as coordenadas de onde faremos a troca. As garotas pelo dinheiro.

Ele terminou de falar e em seguida saiu da sala sem esperar nenhuma resposta. Eu pensei em gritar algo sobre como Nate é um ser humano repugnante, mas me senti ser segurado e depois um tecido úmido de cheiro forte foi colocado em meu rosto. E assim tudo apagou novamente.

Quando acordei pela terceira vez, estava em minha casa. O rosto preocupado de minha mãe estava pairando acima de mim.

_ Onde você estava?! _ Ela gritou antes de qualquer outra coisa.

_ Estava..._ murmurei confuso. Eu não sabia bem a resposta.

_ Sua irmã sumiu faz quase dois dias. E a única informação que tive foi essa maldita carta! _ Gritou jogando o papel para cima de Natsu. Que sequer deu importância para aquilo

naquele momento.

_ Estou desacordado á quanto tempo?

_ Isso importa?! Onde está sua irmã Natsu? Onde está Lucy? Sabe como eu fiquei ao ler isso? Ler que qualquer envolvimento da polícia e vocês estariam mortos?

_ Mãe! Se quer ver sua filha outra vez, vai ter que cooperar comigo. _ Os olhos cheios de água de Grandine estavam confusos e assustados. Seu rosto inchado revelava que passara horas chorando.

_ Eu encontrei a carta ontem à noite, quando eu já estava com o celular na mão pronta para ligar para a polícia. Wendy não tinha dormido em casa e não veio pela manhã. Ela não me ligou e não atendeu nenhuma ligação, nem você, nem Erza. Eu já estava á ponto de ter um ataque, quando vi esse envelope _ Ela apontou para o chão ao lado do sofá, onde o envelope estava caído. _ No chão perto da porta. Eu entrei em desespero, não sabia o que fazer! Então vim para a sua casa e esperei. Você foi deixado aqui faz uma meia hora.

Droga! Então haviam se passado 30 minutos. Agora só me restam duas horas e meia.

_ Mãe, vamos ter que conseguir dinheiro. Ele quer um resgate pelas meninas e pelos meus filhos.

_ Ele quem? Calma! Você disse filhos? _ Puta merda, esqueci que minha mãe não estava sabendo sobre as duas grávidas. Aliás pouquíssima gente está sabendo.

_ Hã… Sim, eu disse… é uma longa história. Você vai ser vovó _ Um punhado de emoções passou por seu rosto. Surpresa, felicidade, medo e então desespero.

_ Meu Deus, sequestraram uma pessoa grávida! Quanto eles querem?

_ Trinta milhões.._ Falei devagar e vi seu rosto assumir uma máscara sem expressão.

_ Não temos isso, pelo menos, não sem negociar algumas coisas.

_ Temos que resolver isso em duas horas no máximo.

_ Vou começar a fazer umas ligações para os bancos. Você liga para Erza primeiro, precisamos da sua irmã.

Os olhos de minha mãe se tornaram determinados. Sabíamos que era possível conseguir o dinheiro. Mas isso levaria tempo e levantaria suspeitas. E tinha o fator principal que me senti obrigado a compartilhar com ela.

_ Mãe… quem sequestrou as garotas… foi o Nate.

Minha mãe desmaiou no segundo seguinte.

 

Lucy

 

Com as duas crianças sendo amparadas por meus braços, eu rezava para que esse pesadelo acabasse. E principalmente, rezava para que Natsu fosse inteligente e não se deixasse enganar pelas mentiras que o tal Nate diria a ele. Ele não pode cair nesse golpe.

_ Natsu não é idiota. _ Falei para o monstro postado á minha frente girando um revólver na mão.

_ Ah Lucy.. Você sabe que ele é sim. E que ele vai fazer tudo o que Nate mandar sem nem mesmo contestar.

_ Você não tem vergonha? Olha o que está fazendo mentindo desse jeito! Eu realmente não significo nada pra você? Depois de tudo o que passamos?

_ Me poupe de seu sentimentalismo! Você está grávida dele. Você também está tentando dar um golpe!

_ Golpe? Meu Deus você está realmente louca! Sequer deve estar grávida de verdade, você odeia crianças!

_ Bom… na verdade eu estou sim, esperando um alien sair de mim, que veio bem a calhar até._ Ela andou de um lado para o outro enquanto falava, e cada vez que chegava perto de nós as meninas se encolhiam em meu peito _ sabe qual é a parte engraçada? Se Natsu quiser fazer um exame de DNA com meu pirralho, provavelmente vai dar algum grau de parentesco. Bom eu não entendo nada disso a médica aqui é você, mas o meu bebê é tão sobrinho desse nojentinha aí com você, quanto essa aberração crescendo em você.

Assim que ela disse isso, o homem de cabelos pretos, que me deixou cheia de hematomas entrou, segurou a cintura de Lissana e lhe deu um beijo de língua nojento. Senti ânsia na mesma hora.

_ E então amor está se divertindo? _ Ele perguntou nos olhando de forma estranha. Mas Lissana estava tão fora de órbita que sequer notou.

_ Essas idiotas estão quase se mijando de medo. Elas acham que Natsu não vai cooperar.

_ Ah mas é claro que vai. Meu irmão não parece ser um cara tão burro assim. _ Falou medindo a garota de cabelos platinados. _ Se bem que pra deixar você ir embora assim, ele talvez seja mesmo um imbecil.

_ Ah Zeref, Você sempre diz a coisa certa _ Ela respondeu se jogando em cima dele,

 

 

 

 

 


Notas Finais


E aí ??
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