Mais um dia chato de aula. Vai ser o mesmo de sempre, aulas chatas, pessoas repetitivas e desnecessárias e eu tentando ainda me encaixar nesse meio.
Já faz um tempo que me mudei pra Overland, Kansas e tá sendo bem difícil de me adaptar, é uma cidade muito pequena, não que eu goste de cidades grandes, mas é tudo diferente de New York. Em New York eu tinha amigos, pessoas que me entendiam, não ficava sozinha, minha vida já não é fácil pelo fato de morar com meus tios que não dão a mínima pra mim. Além de lembrar todos os dias que meus pais me abandonaram quando eu era um bebê. Mas, não gosto de pensar assim, não gosto de ser coitadinha de quem as pessoas sintam pena. Tenho que aguentar até ano que vem pra poder sair de casa e viver minha vida bem longe de tudo isso. “ Calma Amber” é tudo o que eles sabem dizer.
Viemos morar aqui porque meus avós deixaram uma mini pensão pro meu tio e ele decidiu nos trazer pra fazer companhia. Andam acontecendo umas coisas estranhas aqui, semana passada minha vizinha morreu tricotando. O que pra mim foi muito estranho, eu não a conhecia direito só meus tios a conheciam e falavam com ela, ela era meio louca, falava umas coisas estranhas sobre fantasmas. Bom, como minha vó sempre dizia “Coisas estranhas nunca são realmente estranhas”.
[...]
Estava indo pra casa e pensei ter alguém me observando então apressei meus passos, sou muito medrosa. Quando cheguei perto de casa tinha um carro antigo na porta, era preto, um Impala, eu acho.
- Soraya Che... – Parei de falar quando vi dois caras sentados na mesa. Um era muito alto e tinha o cabelo comprido e o outro parecia o Ken, marido Barbie.
- Amber querida, já falei pra você para de fumar. Meu amor, isso faz muito mal. – Minha tia tinha essa mania de me tratar super bem na frente dos outros, mas por trás era como se eu nem existisse.
- Tanto faz ! – Falei indo em direção ao meu quarto.
- Querida, volte aqui. Temos visita.
Deixei minha bolsa no quarto e decidi ir lá. Aliás, os caras eram lindos.
- Oi, tia ! Oi ? – Falei apontando pros dois.
- Smith e London. – O boneco Ken me disse dando um sorriso malicioso. Babaca!
- Continuando senhora, o que mais ela disse a senhora sobre estar sendo atormentada ? – O alto perguntou pra tia Sophie.
- Ela era louca, tinha problemas sérios. – Falei interrompendo.
- Ela não era louca. – Minha tia disse me olhando feio.
- Por que acha isso ? – O alto me perguntou.
- Ela falava umas coisas muito loucas sobre fantasmas. Ela espalhava incenso pela casa inteira pra “ purificar” de acordo com ela.
- E como você sabe ?
- Eu já vi ela fazendo essas coisas.
- Ô amorzinho, deixa sua tia falar. Creio que esse não seja assunto pra criança. – O loiro disse.
- Idiota, eu tenho 18 ! Pode perguntar o que quiser pra ela, não sabe de nada mesmo. – Falei passando a mão na cabeça, me levantando e saindo sem olhar pra trás.
Fui pro meu quarto e ainda fiquei com raiva por aquele idiota ter dito aquilo, sempre odiava que me chamassem de criança.
Decidi ir pra Colina que era o único lugar mais tranquilo daquela cidade pra relaxar e quando desci minha tia estava feliz da vida, aquela desgraçada, não podia ver um homem que se derretia toda.
Quando estava saindo de casa avistei os dois e tentei andar rápido, fingindo que não os tinha visto.
- A boneca vai pra onde ? – O loiro disse piscando e dando um sorriso.
- Não te interessa ! – Falei virando o rosto.
- Aiii. Doeu em mim. – O alto disse.
- É sério, pra onde você vai ? – Ele insistiu.
- Não te interessa, flw ? – Disse indo pra rua enquanto eles entravam no carro. Acelerei meus passos mas não adiantou.
- Tem certeza que não quer uma carona ? – O loiro disse andando com o carro na mesma velocidade que a minha.
- Para de me perseguir, seu maluco. É da policia por acaso ?
- Sim. – Ele parou o carro, saiu e veio em minha direção – FBI, se isso for autoridade pra você. – Me mostrou um distintivo.
- E o que o FBI tá fazendo em Overland ? Alienígenas vieram pra cá ? Estragaram a plantação do vizinho ? – Disse irônica.
- É sobre o assassinato da Sra. Samantha. Não foi acidente, e achamos que o assassino ainda está a solta.
- Claro ! O meu papo com autoridade já excedeu o limite de hoje. Tchau. – Falei sorrindo falso e me virando.
- É bom você aceitar a minha carona, mocinha. Medida de proteção. – Ele disse segurando meu braço.
- Me solta !
- Vem ou não ? - Sua Sobrancelha arqueou.
- Tá. Eu vou. – Falei vencida entrando no carro.
- Desculpa pelo meu parceiro. – O alto disse.
- Tudo bem, sou acostumada com pessoas grossas. Tô indo pra Colina. – Falei pro alto.
- Vai fazer o que lá ? – O loiro perguntou.
- Nada que te interesse. – Disse ríspida.
- Tá bom. - Ele passou a do carro e arrancou.
Depois de uns dois minutos chegamos lá. Eu agradeci a carona e fui relaxar, como sempre faço.
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