História Kagome e Inuyasha - Pertencentes um ao outro - Capitulo X - Corações

Inuyasha acordou antes do alvorecer, manteve-se deitado com Kagome aninhada em seus braços, observando-a dormir. Tirou uma mecha da franja teimosa que insistia em cair por sobre os olhos, rindo de como sua amada abria boca enquanto respirava.

Estava alegre como há tempos não ficava, hoje iriam decidir a data do casamento. Kagome seria sua esposa e carregaria sua marca, sendo sua para sempre. Tais pensamentos o faziam sorrir largamente, não estaria mais sozinho e a partir dali começaria uma família, a sua família.

Kagome despertou movendo-se preguiçosamente, abrindo os olhos lentamente enquanto lutava contra o sono.

- Bom dia minha querida. – O meio-youkai disse ao seu ouvido.

- Bom dia. – Ela respondeu virando-se em sua direção, envolvendo-o com o braço livre pelo pescoço.

Trocaram um beijo suave, apenas encostando os lábios e estreitando mais o abraço. A jovem sacerdotisa sentou-se com os cabelos desarrumados, despertando um sorriso divertido em seu hanyou. Também sorriu, imaginando como estaria sua aparência. Penteou os cabelos com os dedos, para em seguida levantar-se e calmamente dirigiu-se ao rio para se lavar.

Ia apenas higienizar o rosto e fazer um bochecho, mas ao tocar a água com a ponta dos dedos a achou agradável. Deu uma olhada em volta e como ainda era muito cedo, decidiu despir-se e dar um mergulho. O meio-youkai constatou que sua jovem parceira estava demorando, e quando seguiu seus passos, deu um belo sorriso ao vê-la banhar-se por completo. Achou-a corajosa por nadar em um rio, sem os raios do sol para aquecer sua pele, decidiu que tomaria essa função para si. Tirou suas vestes vermelhas depositando-as em uma pedra, e entrou na água lentamente temendo que temperatura estivesse baixa. Ficou satisfeito por estar errado e dando suaves braçadas nadou em direção de Kagome, que surpreendeu-se em tê-lo como companhia, dando um pequeno grito e em seguida rindo da situação.

- Eu não o esperava aqui! – Sorria ao dizer, enquanto o hanyou a alcançava abraçando-a pela cintura.

- Você estava demorando, eu só queria saber se estava bem.

- Hum... confesse! Achou que eu tinha fugido! – Dizia entre risos.

Ele sorriu sentindo-se desarmado, no fundo pensou sim que ela poderia ter ido embora, mas decidiu que guardaria para si a desconfiança.

- Eu só fiquei preocupado. – Respondeu, enquanto emergia uma das mãos de Kagome da água levando-a aos lábios, dando beijos no local.

- Ah! Então está bem. – ela disse suavemente, o envolvendo pelo pescoço e dando-lhe um beijo apaixonado, e no mínimo “indecente”.

Logo o corpo masculino dava sinais evidentes de excitação, o que não passou despercebido pela jovem Miko.

- Eu suponho que esteja com ideias... – Ela dizia, enquanto sentia-se incendiar com o olhar dourado a devorando. – Mas eu não acho que seja apropriado fazer isso aqui, alguém pode chegar e nos ver.

O meio-youkai olhou em volta, nada viu. Apurou os ouvidos e o olfato erguendo levemente a cabeça, e com um sorriso malicioso fez um sinal negativo com a cabeça sem nada dizer.

Segurando-a pela cintura, a teve ali mesmo. Não perderia a oportunidade perfeita que sua sorte o havia proporcionado. Entre beijos ardentes, suspiros e gemidos se saciaram de seus desejos mais uma vez. A jovem Miko sorria enquanto se desvencilhava dos braços do hanyou, mergulhando logo em seguida. Nadaram até a margem e saíram da água torcendo os cabelos. Vestiram as roupas observando o sol nascer. Inuyasha ofereceu sua mão a Kagome, que entrelaçou os dedos entre os dele. Foram caminhando na direção da aldeia, sem se importar com cabelos e roupas molhados, que evidenciariam o que haviam feito, simplesmente estavam apaixonados e decidiram aproveitar ao máximo, cada segundo que passariam juntos sem reservas.

Ao chegarem ao centro da aldeia já encontraram com Shippou, que estava atento a tudo, inclusive percebeu que os cheiros de Kagome e Inuyasha estavam misturados um ao outro, sendo difícil definir quem era quem apenas pelo olfato, sentia também outras coisas mas como era muito pequeno, não entendeu o que havia acontecido, mas o mesmo não deixou de ser notado por Sango e Miroku. O casal de amigos cruzou o olhar com malicia, enquanto soltavam risos animados vendo-os se aproximar, com aquela expressão de satisfação e ambos com cabelos molhados e parte das roupas úmidas.

- Hmmmm, Acho que alguém não dormiu esta noite... – O monge falava, enquanto piscava um olho para o amigo que sem jeito desviou o olhar.

- Pare Miroku, eles devem estar cansados e agora não é uma boa hora. – A exterminadora continuava a provocação entre risos.

- Do que estão falando? – Shippou questionou, nitidamente confuso.

- Não é nada Shippou! – Kagome disse sorrindo, mas suas bochechas estavam vermelhas como uma pimenta. - Onde está Vovó Kaede?

- Ainda está em casa. – Disse o pequeno youkai.

- Nós vamos falar com ela e já voltamos. – Respondeu a sacerdotisa, pegando a mão de Inuyasha o fazendo acompanha-la.

Ao entrarem na pequena cabana de Kaede, sentiram o cheiro agradável do delicioso chá de hortelã que estava sendo preparado.

- Bom dia Vovó!

- Bom dia Kagome, pra você também Inuyasha. – Respondeu a velha senhora.

- Precisamos conversar... vou direto ao assunto, nós decidimos nos casar e queremos marcar uma data para comemoração.

- Parabéns Inuyasha. – Disse apenas.

- Vovó, não vai me parabenizar também? – Perguntou confusa, a jovem Miko.

- Não está ganhando grande coisa... – A velha senhora dizia com uma expressão divertida, enquanto ria do desgosto que causara ao meio-youkai.

- Ora velhota, não mudaria essa sua opinião nem sob tortura não é mesmo? – Ele dizia estas palavras mas sem ter a intenção de magoá-la, entrou na brincadeira e até riu.

- Espero que sejam felizes, quanto à data, podemos esperar a chegada do outono.

- Mas faltam quatro meses! – Protestou o meio-youkai.

- Ah Inuyasha, o que pode acontecer até lá? – Kagome disse as palavras, com um sorriso meigo.

Inuyasha apenas assentiu, mas foi a contragosto, em quatro meses o mundo podia acabar, ou sabe-se lá o que mais poderia acontecer, sua vida não era nada convencional e com certeza esse intervalo de tempo também não seria.

.....

- Pare de correr, assim eu não posso alcançá-lo!!! – Ayame gritava, quase sem fôlego para Kouga.

- Eu sou inalcançável! – A provocava, sem parar de correr.

- Se não deixar de ser convencido, eu juro que te atiro uma faca! – E lançou em sua direção uma folha cortante, que passou rente aos pés do jovem príncipe.

Ele parou de correr e fez uma expressão de ofendido.

- Você é uma péssima perdedora e é uma criatura vingativa! – Ria, enquanto a via enrubescer.

- Eu sou mesmo e quando eu tiver condição de chegar perto, eu juro que te darei uma surra! – Ela realmente estava aborrecida, o que divertia o youkai.

Ele a deixou chegar perto, e ria mais ainda a vendo parar e apoiar as mãos nas pernas, enquanto brigava com os pulmões exigindo ar. O youkai-lobo já estava ali na Tribo do Norte há um mês, e compartilhava da companhia agradável de Ayame todos os dias. Se divertiam muito, e também aproveitavam para treinar suas habilidades, mas Kouga era um verdadeiro atleta, mesmo sem os fragmentos da joia para ajudá-lo. Ainda não teve a oportunidade perfeita para dizer suas intenções, mas pelo menos podia ter certeza, de que tomara uma decisão correta em se casar com ela, só faltava o principal... ela. Queria que ela desse a entender que o queria também, não iria se precipitar novamente.

Finalmente ela conseguiu levantar o tronco, e encher os pulmões por completo, dando um longo suspiro. Ele a observava em silêncio, mas o desejo de gargalhar da cara dela era absurdamente grande então, não se conteve.

Hahaha ahhhhhhh! Agora EU fico sem ar... hahaha... – ele ria tanto, que saiam lágrimas dos olhos. Parou imediatamente, ao vê-la se virar e começar a chorar.

Se sentiu um verdadeiro idiota por tê-la feito se sentir tão mal.

- Por favor Ayame, me desculpe eu não tive a intenção de magoá-la, eu só estava brincando. – Dizia as palavras de forma suave, e seguiu na direção da jovem para abraça-la. Quando chegou perto ela virou-se de repente, e num movimento rápido, espremeu em seu rosto suco de amoras roxas, o pintando da testa ao queixo, quase o fazendo aspirá-las pelo nariz. Agora a linda ruiva ria de sua situação, e se pôs a correr e se esquivar enquanto ele corria atrás dela, para faze-la pagar pela malcriação.

- Volte aqui!!!! – Ele gritava, tentando limpar o rosto e tirar os pedaços de fruta dos olhos. – Eu vou lambuzar sua cara, venha aqui você vai ver!!!

Ela ria do jeito desnorteado dele ao persegui-la, dando voltas sem saber ao certo para onde ia. Finalmente ele conseguiu retirar dos olhos, os resíduos das frutinhas roxas que lhe foram esfregadas na face, e correu até o arbusto que as continha, feito isso, encheu uma das mãos com as mesmas indo em seguida na direção de Ayame, que ainda ria e tentava fugir dele.

O jovem príncipe a alcançou sem esforços, segurando seu braço e a fazendo sentar no chão.

- Pare com isso!!!! – Ela protestava, tentando se soltar.

- Não, eu disse que você iria pagar, então é isso o que irá acontecer. – Comunicava à jovem, enquanto sorria.

- Isso não é justo! Você é muito mais forte! – Ela segurava as mãos dele.

- Então não devia usar de sua fraqueza para me surpreender, que coisa feia fingiu que chorava! – Em tom divertido ele se fazia ofendido. Ela começou a rir da expressão que ele fazia, como foi fácil enganá-lo.

Kouga decidiu que era hora de pagar a brincadeira na mesma proporção, mas Ayame também era forte apesar de ser uma fêmea e resistia segurando suas mãos. O youkai-lobo depositou as amoras ao seu lado e segurou os dois braços da jovem fazendo-a deitar no chão, em seguida sentou-se em cima dos seus quadris, e sobrepôs os joelhos nos braços dela.

- Agora, peça perdão. – Ordenou, enquanto a via enrubescer fazendo uma força absurda para se desvencilhar.

- Nunca!!! – Ela respondeu o desafiando.

- Muito bem, você é bem orgulhosa e por isso não terei misericórdia. – Dizia isso, enquanto pegava as frutas e espremia no rosto dela, pintando as bochechas, testa e nariz com o liquido arroxeado.

Ayame se deu por vencida, não adiantaria mais fugir, ele concretizara sua “vingança” e gargalhava pelo feito.

- Isso não foi engraçado. – Protestou quando foi libertada.

- Eu achei muito engraçado, pelo menos essa parte em que eu pintei seu rosto. – Respondeu sentando ao lado dela.

- Você vai ver.... – Ayame disse essas palavras pulando em cima dele, tentando fazer novamente a malcriação, mas ficou imóvel ao perceber o que estava acontecendo.

O youkai-lobo não estava rindo, estava a admirando enquanto a via sobre si. Ele a achou linda, toda vermelha e com o rosto manchado pelas frutas, com aquela expressão de aborrecimento. Podia sentir seu perfume, enquanto vislumbrava o corpo feminino. A pele muito clara contrastando com a sua, enquanto o vento balançava os cabelos vermelhos, que agora estavam soltos e eram muito compridos, trazendo a flora toda a feminilidade daquela jovem youkai. Os olhos num verde impressionante, cheios de inocência e carregados de sentimentos. Sentimentos que o agradaram muito perceber.

Ayame era uma jovem inexperiente, mas percebera a mudança que sua atitude provocou no youkai a sua frente. Fez um movimento para levantar, mas ele a envolveu pela cintura enquanto mergulhava em seus olhos. Nada se comparava àquele momento, estavam muito próximos podendo sentir a respiração um do outro, a pele morena em contato com a sua, enquanto observava os olhos profundamente azuis, invadirem seu coração.

Com uma das mãos, Kouga acariciou o rosto da jovem, dando um sorriso enquanto tentava tirar os resíduos das frutas das zigomas femininas, se aproximando mais e diminuindo a pequena distância entre os dois rostos. Passou levemente, o polegar nos lábios carnudos e avermelhados da linda youkai, antes de os colar aos seus em um beijo suave, levando a mão a nuca da jovem, enlaçando os dedos aos fios vermelhos, provocando nela um arrepio.

Enquanto trocavam aquele beijo, Kouga percebeu o quanto Ayame era inocente, e como ela ainda nutria sentimentos por ele. Com certeza, este era o seu primeiro contato com um macho, de maneira tão intima. Sentiu-se lisonjeado por estar sendo presenteado com este privilégio. Afastando os lábios para respirar, o youkai - lobo notou o sorriso tímido da jovem, mesmo ela estando com a cabeça baixa. Enquanto corava as bochechas, Ayame levantou a cabeça lentamente e o fitou dentro dos olhos.

- Eu quero que me beije, mais uma vez antes de ir...  Sei que está aqui há um mês, mas imagino que a qualquer momento vá embora. – Ela pedia, quase que em um sussurro.

- Por que está pedindo isso? – Ficou curioso.

- Não sei quando nos veremos novamente, e eu gostaria de ter essa lembrança... – Sentia-se boba por pedir isso, mas ainda o amava, ela havia se prometido a ele, mas sabia que era impossível o relacionamento que desejava. – Não posso te esperar para sempre...

- Eu sei que está apaixonada, dá pra ver nos seus olhos e perceber pelo seu cheiro, mas eu quero ouvir de você. Diga Ayame, você ainda me ama?

- S-sim... eu ainda o amo. – Respondeu, sentindo o coração saltar do peito.

- Eu espero que um dia você possa me perdoar por tê-la decepcionado.

- Eu já perdoei, não foi sua culpa eu ter sido boba e ter me apegado nisso... eu era só uma criança.

- É. Você era uma criança, mas hoje é uma mulher... e eu quero saber se você quer, ser a Minha mulher? – O youkai perguntou, enquanto tomava uma das mãos de Ayame entre as suas, com um sorriso terno no rosto.

Uma fina lágrima brotou no olho esquerdo de Ayame, e a sensação que teve, era a de estar fora do corpo, sonhando com aquele momento que imaginou um milhão de vezes. Levou a outra mão aos lábios, como se não acreditasse e ficou assim por um longo período.

- Diga outra vez... – Sussurrou, pedindo ao youkai-lobo.

- Você quer ser a minha Hime? – Ele disse também em um sussurro.

A jovem se jogou nos braços fortes a sua frente, enquanto chorava emocionada com o que estava vivendo.

- Sim, sim, sim!!!! – Respondia eufórica, enroscada ao pescoço do jovem youkai-lobo, cobrindo de beijos todo o rosto moreno.

Desequilibrando-se, ele apoiou uma das mãos no chão, enquanto via a linda moça se desmanchar em caricias e sorrisos. Ficaram ali, abraçados por um tempo, ouvindo o coração e a respiração um do outro.

Kouga aprofundou o rosto no pescoço de Ayame, entre os sedosos cabelos vermelhos, e ficou ali sentindo o perfume eufórico da jovem, sendo beijado incansavelmente, aproveitando a deliciosa sensação de se sentir amado. Enquanto sorria, pensava no quanto isso era bom.