História Kagome e Inuyasha - Pertencentes um ao outro - Capitulo XXIX

Passaram alguns dias do casamento de Rin e Kohaku, e as coisas voltaram ao normal, os ataques às aldeias estavam se tornando frequentes, e mais uma reunião de senhores foi convocada, agora com a presença do Senhor do Sul Taú, um youkai pantera que veio do continente africano há uns 4 anos para o Japão, onde com suas habilidades para a guerra, formou alianças tornando-se um dos 4 Senhores da Era Feudal.

A reunião estava marcada para depois do almoço, e eles ficariam hospedados nas Terras do Leste, domínios do casal Higurashi Thaishou, até decidirem como enfrentariam Zayn.

Durante a manhã Tsunade chamou Kagome para ficarem um pouco juntas, visto que nestes assuntos de guerra, Inuyasha não gostava que a Miko se envolvesse apesar dela ser o braço direito do marido, então ela aceitou o pedido da filha, indo para um passeio ao ar livre.

Kagome estava sentada sobre os joelhos, penteando os longos cabelos prateados de Tsunade. Estavam no campo, a jovem Hime amava os carinhos da mãe que sempre estava ocupada, então esses momentos únicos que elas tinham, onde toda a atenção da Miko era para ela, eram muito preciosos.

A mais jovem estava em sua forma hanyou, as graciosas orelhinhas brancas no topo da cabeça, haviam voltado, e volta e meia a Miko as afagava, fazendo a menina rir.

- Minha musume linda. – Dizia colocando a filha deitada no colo, um fio de tristeza passou por seus olhos.

- O que foi hahaue? – A hanyou era muito atenta, igual ao pai.

- Eu? Nada querida. – Um fina lágrima teimou em escorrer pelo olho direito da Miko.

A menina abraçou a mãe, pousando a cabeça no ombro dela enquanto lhe acariciava as costas.

- Você lembrou de alguma coisa que a deixou triste hahaue? – A Miko olhou para a filha impressionada com a percepção dela, sim realmente ela lembrara de uma coisa que a deixou triste.

A menina voltou a pousar a cabeça no colo da mãe, que voltou a acariciar os cabelos prateados levando-os próximos ao nariz e aspirando o perfume das melenas da mais jovem, um sorriso amargo brotou em seus lábios. Separou uma mecha dos sedosos cabelos claros e uniu a uma mecha das próprias madeixas, fazendo um mesclado, e dessa vez algumas lágrimas saíram dolorosas por seus olhos.

- Por que é tão teimosa humana? – A voz grave a fez olhar assustada para o interlocutor da frase.

Sesshoumaru ajoelhou-se ao lado da Miko olhando-a nos olhos.

- Por que é tão cruel youkai? – Agora as lágrimas não podiam mais ser contidas, a dor era tão grande. Foram 12 longos anos sem dirigir-lhe a palavra, discutiram friamente há alguns dias e agora isso. Ele olhava para as mechas de cabelo envolvidas, que estavam nas mãos da Miko. E como fazia antes tomou um dos cachos dela entre os dedos, e sentiu o perfume fechando os olhos por alguns minutos.

Tsunade os observava confusa, do que estavam falando? O que estavam fazendo? Achou que fossem inimigos mas agora estão tão próximos, e seu Oji San tocava nos cabelos de sua hahaue com muita intimidade, com certeza não fora a primeira vez que ele fazia isso, e as lágrimas da Miko escorrendo como bicas inundando a pele de porcelana, molhando a gola do kimono rosado. Pareciam alheios a presença da jovem hanyou, que saiu do colo levantando-se e sentando mais afastada deles, encostada em um tronco de árvore. Começou a fazer uma coroa com as pequenas florezinhas que estavam próximas à ela.

- Este Sesshoumaru não é cruel com Kagome. – Sua expressão estava fria e impassível como sempre, mas os olhos perdidos na menina distraída revelavam a dor de não ser o pai daquela filhote, não ser o dono desta fêmea tão desejada, não possuir estes amores tão invejados por ele.

- Eu não sou teimosa. – Tocou-o no rosto, o movimento fez o pulso se revelar ostentando a pulseira de ouro, com a meia lua que ele lhe dera há 15 anos atrás.

- Ainda usa este presente? – Levou a mão ao pulso delicado, segurando-o em frente às vistas.

- Nunca tirei. – O Lorde puxou-a pelo pulso, foi quando ela se afastou.

- Fique quieta. – Segurou-a com mais firmeza, e rapidamente dando uma olhada para a menina, que continuava distraída, colou os lábios aos da Miko provando da maciez deles. Depois de alguns segundos ela se rendeu ao beijo, levando novamente a mão ao rosto perfeito do youkai, o contato com os lábios finos e firmes era estonteante, em momento algum ele a desrespeitou, não ousou inserir a língua na boca rosada e doce da Miko.

Libertou-a do contato, se afastando enquanto ela levava uma mão aos lábios olhando-o assustada, depois olhando para a menina que estava de costas observando um passarinho em um ninho. Voltou a cruzar o olhar com o dele, não conseguindo decifrar o que ele queria dizer, mirando-a com aqueles orbes dourados tão intensamente, por incontáveis períodos de tempo.

- Este Sesshoumaru vai esperar. – Disse levantando-se e virando as costas.

- Não posso... você sabe que eu amo o Inuyasha. – A Miko falou levantando-se também e o tocando no ombro, onde ele levou uma mão, pousando-a sobre a dela.

- Este Sesshoumaru sabe, mas vai passar a eternidade esperando. – Virou-se segurando a mão delicada na sua, depositando um beijo em sua palma, então soltou-a e partiu deixando-a para trás segurando o próprio pulso, perdida em pensamentos.

De longe foram observados desde a chegada do youkai, até o beijo e a promessa de eternidade feita pelo Lorde. Taú estava chocado com a falta de respeito do Senhor do Oeste e da cunhada dele, para com o Senhor Inuyasha Thaishou. Sairia dali imediatamente para alertar o nobre aliado, sobre a infidelidade da tsuma e do Oni San dele.

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- Inuyasha-Sama! – Taú entrou na sala de negócios do hanyou, sem bater à porta. Estavam Kouga e Sesshoumaru sentados com ele.

- Hai? – O hanyou olhou-o com as sobrancelhas arqueadas.

- Gomennasai, mas o assunto que precisamos discutir é delicado, exijo uma reunião em particular. – O youkai-pantera manteve a expressão ameaçadora. Ele era negro como ébano, muito alto e musculoso, os dentes incrivelmente brancos com os caninos pontiagudos, não tinha cabelo o que dava uma aparência mística à ele.

- Não importa o que seja, pode falar aqui e agora. – O hanyou se ajeitou na cadeira, indicando para que o outro também se sentasse. Vestia seu traje de pelo de rato de fogo, mas com uma armadura feita especialmente para ele, com os cabelos presos em um rabo de cavalo, com a franjas na lateral do rosto.

- Com todo o respeito, mas eu duvido que queira discutir o assunto na frente deles. – Lançou um olhar de desprezo para Sesshoumaru, fazendo-o estreitar os olhos.

- Se o assunto for urgente eles devem saber. – Inuyasha insistiu.

- Ja. – Taú avançou alguns passos. – Vi sua vrou em um beijo apaixonado com o seu broer, hoje pela manhã no campo.

O Lorde rosnou para ele, nitidamente irritado com a falta de respeito daquele ser insolente. O hanyou rangeu os dentes olhando para o meio-irmão, que o retribuiu com mais um rosnado, ali ele teve certeza de que, o que havia sido dito era verdade tremendo um pouco ao juntar as mãos, respirando fundo. Kouga ficou sem jeito, ele também fora muito apaixonado pela Miko, e entendia o encanto que ela exercia sobre eles, ficou preocupado com o desenrolar da reunião, visto que eles estavam a ponto de se matarem disputando por ela. Mas a atitude do hanyou surpreendeu a todos.

Confie nela.

- Tenho certeza de que existe uma explicação. – Engoliu em seco, encarando Sesshoumaru.

- Este Sesshoumaru a quer. – Respondeu friamente. – Mas ela não deseja a este Sesshoumaru.

- Então está tudo resolvido. – O hanyou levantou-se saindo da sala deixando-os para trás.

Os três olharam-se sem entender o que havia acontecido, o Lorde também retirou-se e os outros dois que restaram ficaram em silêncio por um tempo, Kouga juntou as mãos e brincava com os polegares em seu colo, depois disfarçou e saiu também, deixando Taú sozinho.

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A Miko estava no aposento principal, olhando pela sacada o imenso jardim que circundava o castelo, quando o barulho das portas do quarto sendo abertas com violência, a assustou fazendo-a gritar com o coração acelerado.  O hanyou aproximou-se dela rapidamente, segurando-a pelo braço com força.

- Que história é essa Kagome? – Sacudia o braço dela com violência. – Beijando o Sesshoumaru na boca e ainda permite que meus aliados vejam uma pouca vergonha dessas? – Jogou-a na cama de forma que ela caiu de bruços sobre o leito.

- Ele me beijou. – Ergueu os olhos para encará-lo. – Disse que me queria e eu não o aceitei. – Levantou o corpo apoiada nos braços. – Mas jurou que me esperaria pela eternidade.

- O quê? – Ele passava as mãos nos cabelos, aturdido. – Promessas de amor Kagome? Ele não tem amor, não tem nada naquela carcaça fria, não tem coração!!! – Bradou chamando a atenção da servas que passavam pelo corredor. – Saiam daqui! – Gritou com as senhoras que estavam paradas observando-os discutir.

A Miko levantou-se da cama, os cabelos caíram do coque espalhando-se pelas costas femininas, enquanto ela foi até as portas fechando-as, foi surpreendida por ele virando-a de uma vez. Cheirou o rosto dela e rosnou, pegou o comprimentos dos cabelos segurando-os com força, virando a cabeça dela para trás expondo o pescoço alvo. Com as garras retalhou o kimono deixando-a nua, virou-a contra às portas, em seguida erguendo os cabelos e cravando os caninos na marca que ela tinha na nuca, marcando-a novamente pela 4ª vez durante os anos da união, ela pressionou os olhos com força gemendo com a dor provocada pela marcação.

- É minha. – Pressionou o corpo contra o dela. – Só minha entendeu? – Ela assentiu com a cabeça permanecendo em silêncio. – Minha fêmea...

Afundou o rosto no vão do pescoço macio, aspirando com força o perfume que ela desprendia, envolvendo-a pela cintura ainda de costas para ele, inclinando-a para frente para que afastasse as pernas, então deslizou para o interior dela monopolizando sua posse como seu único macho. Ela apenas submeteu-se, não adiantava discutir com ele nesse estado, a besta falava mais alto do que a humanidade que continha nele, e resistir iria deixa-lo mais nervoso ainda. Conforme mantinha o coito com a Miko, o hanyou foi se acalmando e voltando ao seu normal ao poucos, envolvendo-a pela cintura e a carregando até a cama onde a deitou delicadamente de frente para ele, afastou as coxas delicadas e novamente inseriu-se em seu interior, agora movendo-se com calma e distribuindo beijos pelo colo e seios da parceira.

- Eu nunca o trairia... – Disse encarando-o tendo o corpo sacudido com mais velocidade. Quando ele parou de repente.

- Se eu vacilar um minuto... ele me toma você. – Continuou dentro dela, porém imóvel.

- Então não vacile. – Tocou-o no rosto carinhosamente. – Eu o amo, não quero outro. Viverei ao seu lado até o fim dos meus dias.

- Eu sinto muito... pelo meu ciúme. Mas não suporto a ideia dele tocando o que me pertence. – Encarou-a sério. – Só depois de morto...

- Não fale isso, por favor. – Ela o puxou para um abraço, gemendo pela agitação em seu interior com o movimento.

- Tenho certeza de que ele seria o único capaz, de cuidar de você e de nossa cria dando a própria vida para defendê-las... – Pousou o rosto entre os seios macios, ouvindo o coração tranquilo batendo no mesmo ritmo que o seu.

- Eu não quero que pense nisso, eu sou uma humana e vou partir antes que você... – Apertou-o entre os braços. – Vamos ser felizes no tempo que nos resta.

Ele ergueu a cabeça e colou os lábios aos dela, num beijo urgente e apaixonado, voltando a mover-se em seu interior, segurando-a pelas coxas ouvindo-a gemer a cada investida, fazendo-a gritar com o prazer ao estoca-la rapidamente até senti-la contrair-se derramando-se em deleite, ficaram mais alguns momentos fazendo amor, até o mesmo gemer alto ao alcançar a própria satisfação, fazendo questão de expressar-se dessa maneira, para que ouvissem que ele estava no leito com sua fêmea. Retirou-se dela deitando ao seu lado, fechando os olhos e pensando em como transcorreria a reunião depois do ocorrido.

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O hanyou banhou-se deixando a Miko adormecida no quarto, e a mesma despertou com o barulho das servas limpando, recolhendo o Kimono rasgado e preparando o banho, pôde ouvi-las conversando sobre como os encantos da sua senhora deixavam o senhor enlouquecido, e de como o dominava com alguns minutos na cama. Aborreceu-se com os comentários que mesmo sussurrados foram possíveis de serem ouvidos. Ela apenas continuou a fingir que estava dormindo, até ficar sozinha novamente quando levantou para banhar-se. Chegou ao quarto de banho avaliando o próprio corpo, os pulsos vermelhos e as manchas avermelhadas pelo colo e pescoço, a marca na nuca ardia por ter sido novamente refeita. Respirou fundo, entrando na água morna da banheira, relaxando o corpo dolorido. Secou-se e foi ao quarto onde já haviam deixado um kimono sobre a cama, e um bilhete com a letra do hanyou onde dizia que ela deveria vestir aquele traje que ele mesmo escolhera.

Era um lindo kimono de pura seda lilás, totalmente estampado com arabescos de diversas tonalidades, porém decotado na frente e nas costas de forma que iriam aparecer as marcas no pescoço e na nuca. Era exatamente o que ele queria pois veio ao seu quarto uma criada que fazia penteados, então ele pretendia esfregar na cara de Sesshoumaru que haviam acasalado e que ela fora marcada novamente. A Miko revirou os olhos, mas acataria. Em sua Era esse tipo de coisa é uma vergonha a ser mostrada, mas para os youkais representa posse e domínio, virilidade e fertilidade, era normal as fêmeas casadas aparecerem sempre com marcas de acasalamento, era a prova de que os machos eram viris e as fêmeas férteis.

Saiu do quarto pronta para o jantar, quando encontrou o hanyou a esperando no quarto da filha, que estava linda. Sorriram ao vê-la aproximar-se, o hanyou oferecendo um braço para a Miko se enlaçar e a mão livre para a filha.

- Está linha hahaue. – Tsunade admirou a beleza da mãe, sorrindo com o olhar apaixonado que o pai lançara para a Miko.

- Realmente eu tenho a tsuma mais bela do Japão. – Falou ao entrarem no salão de jantar, onde estavam os outros Senhores e seus familiares. Kouga, Ayame e Kento. Taú e sua fêmea Dakarai. E Sesshoumaru que estava sozinho, o hanyou sentou-se na ponta da mesa com a Miko à sua direita e Tsunade à sua esquerda. A menina não pôde deixar de notar os olhares que seu tio lançava na direção de sua mãe, mas logo distraiu-se nos olhos verdes de Kento, que sorriu ao ser notado, fazendo-a enrubescer.

A Miko sorriu para Ayame eu correspondeu encolhendo os ombros, Kouga ergueu as sobrancelhas para o hanyou que cruzou os braços e fazia que não com a cabeça, arrancando risos de todos, menos do Lorde.

- Pelo que percebo, teremos alianças do Norte com o Leste em breve. – Dakarai pronunciou, ela era uma magnífica Youkai-pantera, em sua forma humana deslumbrante. Negra com os olhos verdes e os cabelos cacheados e longos, negros em um tom azulado.

- Kouga que segure a cria dele longe da minha filhote! – O hanyou falou em um tom divertido, mas totalmente sincero. – Ainda é muito cedo para pensar nisso.

- Hum... está bem, mas deveríamos deixar isso certo, a Hime Tsunade é belíssima igual Kagome. – Kouga falou levando um beliscão de Ayame. – Eu quis dizer que uma jovem tão bela terá muitos pretendentes.

- Lindas fêmeas sempre terão pretendentes. – O Lorde se pronunciou pela primeira vez. – Melhor que escolham por amor, a união torna-se indissolúvel. – As palavras dele fizeram a Miko erguer os olhos e encará-lo.

- O que quer dizer? – Taú o provocou, apoiando o antebraço na mesa, inclinando-se na direção do Dai-Youkai.

Sesshoumaru sorveu um gole de Saquê, olhou Inuyasha nos olhos e começou:

- Satori e meu Chichiue foram casados por conveniência e alianças em tempo de guerra, ele encontrou o amor em uma Hime humana, e nos deixou. – Respirou fundo sem alterar sua expressão gélida. – Morreu para protegê-los.

Todos ficaram em silêncio, ele sabia chocar a “plateia”.

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Um estrondo fortíssimo os chamou a atenção, Inuyasha puxou-as para debaixo da mesa, a tempo de desviarem dos ataques dos espectros de Zayn, que os atacaram aproveitando a reunião dos 4 Senhores. Segurou o rosto da filha entre as mãos olhando-a nos olhos.

- Fique com sua hahaue, não importa o que aconteça eu tenho certeza de que ela irá protege-la. – A hanyou apenas assentiu, gatinhando acompanhando a Miko, enquanto os Senhores lutavam com as sombras. A Miko puxou-a pelos braços, erguendo-a no colo enquanto corria em meio às lascas de madeira que voavam, e as criaturas da escuridão que as perseguiam, mas eram interceptadas por Inuyasha que estava com a Tessaiga nas mãos.

A Miko chegou ao seu aposento, abrindo o armário tirando o Kimono delicado e vestindo Issa com Shinrai em sua cintura. Também pegou o arco e a aljava com flechas. Segurou a mão da filha que gritava com os sustos que tinha a cada novo ataque dos espectros contra o castelo. Elas foram perseguidas, até a Miko ser bloqueada por Soraya que tinha uma lança de ouro nas mãos.

- Que saudade Sacerdotisa. – A youkai vermelha dizia observando-a atentamente. – Que linda amira você concebeu com o mestiço... pena que ela vai morrer.

A Miko sentiu o coração acelerar, mas manteve a calma. Tinha que proteger sua filha nem que custasse a própria vida. Esperou Soraya ataca-la, bloqueando o golpe com Shinrai machucando os ouvidos com o estrondo do metal se chocando, em uma dança de golpes que soltava faíscas luminosas a cada investida. Girava o corpo desviando-se dos golpes, atenta a cada movimento praticamente sem piscar concentrada em sua batalha. O grito de Tsunade a desesperou, ela estava sendo levada por dois espectros enquanto Soraya gargalhava.

- Está vendo? Perdeu sua filha.

- Não mesmo vadia vermelha. – A Miko deu uma forte cabeçada na youkai, que caiu sentada incrédula. Kagome pegou o arco e apontou a flecha respirando fundo, não podia errar. Soltou a seta acertando o espectro que carregava a hanyou, correndo na direção dela, puxando-a e voltando a correr, até que encontraram os outros em uma batalha desigual.

Um verdadeiro exército contra eles, os youkais-pantera em sua forma original rugindo de forma ensurdecedora, Kouga lutava com a Goraishi que era uma arma dotada de poderes espirituais, o que dissipava os espectros tornando-os uma fumaça escura, sem que reconstituíssem.

- Sesshoumaru! – Chamou-o vendo-o cercado por centenas de sombras. – Venha aqui por favor.

O Lorde apareceu pouco tempo depois.

- Use a Tenseiga. – Ela dizia enquanto Shinrai pulsava em sua mão, e Tenseiga também começou a responder ao chamado da Katana da Miko.

Ele apena assentiu, desembainhando a espada. A Miko aproximou as lâminas, dando a Shinrai o mesmo poder de Tenseiga, ele afastou-se matando centenas, milhares de espectros.

Conseguiu encontrar o hanyou, que protegia Ayame e Kento, que estava ferido no braço. Fez uma barreira ao redor deles para que ele conseguisse lutar mais tranquilo, enquanto ela protegia sua reta guarda com flechas incandescentes repletas de poder espiritual, as vezes tendo que abandonar o arco e usar sua Katana para afastar as sombras que se aproximavam delas.

- Vamos sacerdotisa infiel. – Soraya apareceu atrás delas, mas chamando a atenção de todos. – Lute comigo... – Desfez a lança, transformando-a em dois punhais afiadíssimos.

- Olha só se não é concubina de Zayn... – Sorriu de forma debochada.

- Não sou concubina sua meretriz! – Vociferou irritada. – Sou a amira dele.

- Eu não sou meretriz seu demônio! – Gritou de volta, tirando a aljava e arco jogando-os no chão. – Sou a Senhora do Leste Higurashi Thaishou. – Falou de um jeito que fez Inuyasha e Sesshoumaru sorrirem. Revestiu sua espada com energia espiritual, caminhando lentamente até o campo aberto.

Soraya ergueu os braços batendo palmas três vezes, então os espectros pararam de atacar, assumiram posição ereta cravando as espadas no chão, apoiando as duas mãos no punho das espadas olhando para frente. A youkai vermelha queria espectadores.

Os demais olharam para o hanyou, que somente ergueu o queixo confiante e quando a Miko olhou para ele, o mesmo assentiu com um sorriso.

Kagome voltou seu foco para a inimiga, que estudou-a por alguns segundos a rodeando, mas ela permanecia calma esperando o confronto iminente. A youkai correu contra ela atacando-a com os punhais, mas a Miko apenas girou o corpo desviando erguendo Shinrai no ar e provocando um corte no braço de Soraya, que avançou sobre ela diversas vezes, conseguindo apenas cortes.

- Vou te dar uma vantagem. – A sacerdotisa cravou Shinrai no chão. – Pode continuar com as lâminas.

O hanyou alargou o sorriso, chamando a atenção dos outros que assistiam à luta perplexos.

- Ela não pode fazer isso! – Ayame falou mostrando a Miko abrindo mão da espada.

- Agora ela vai vencer com mais facilidade. – Inuyasha respondeu orgulhoso.

- Não sei como isso pode ser possível. – Kouga disse preocupado.

- Então aprenda. – O hanyou continuava com os olhos fixos na Miko. – Ela vai mostrar como se faz. – Cruzou os braços.

O Lorde apenas observava, sua expressão fria e indiferente, mas estava admirado pela força e coragem daquela mulher que parecia ser tão frágil, mas era uma oponente à altura até mesmo para ele.

Soraya avançou novamente contra ela, mas só batia contra barreiras. Quando Kagome cansou de brincar com ela, irradiou energia espiritual por todo o corpo, e a cada golpe que acertava na youkai provocava queimaduras, segurou-a pelos cabelos queimando lentamente os fios vermelhos, ouvindo-a gritar de desespero.

- Hahaue! Pare por favor... – Tsunade implorou impressionada com a cena violenta que assistiu.

A Miko soltou a Youkai, que afastou-se sumindo em um piscar de olhos, junto com todos os espectros. Kagome caiu sobre os joelhos, exausta pela quantidade de energia espiritual que gastou, sedo amparada pela filha. Sesshoumaru ia aproximar-se mas um rosnado do hanyou o afastou, enquanto o mesmo correu para amparar a sacerdotisa.

- Meu amor... – O hanyou a ergueu nos braços.

- Inuyasha... – Ela abriu os olhos recebendo o sorriso orgulhoso com que ele a presenteou. – Ela vai voltar...

- Eu sei... – Continuou a caminhar com ela desfalecendo em seus braços, acompanhados por Tsunade, que segurava-se à manga da burausu vermelha do pai.

Eles tinham total consciência de que o acontecimento desse dia, coroava o início da verdadeira guerra. O ódio que fora desperto nos poderosos inimigos, seria vingado e eles precisavam estar prontos para o que viriam a enfrentar. Entraram no que restou do castelo, cuidando dos ferimentos e descansando, nenhum deles sabia o que viria a acontecer ao certo, até ouvirem o grito da Hime Tsunade que num momento de descuido foi raptada por um espectro, deixando todo um clã em profundo desespero.

- Hahaue!!! – Levaram-na em um instante, e ela só teve tempo de chamar pela mãe desacordada, que não pôde protege-la naquela maldita hora.

- Malditooo! – O hanyou gritava olhando para o céu, tremendo em desespero. Não sabia onde procurar, nem o que fazer. – Minha princesa! Minha Filha!

Naquele momento houve uma trégua, e Sesshoumaru segurou o irmão entre os braços, tão chocado quanto ele mas precisava ser o mais forte mais uma vez.

- Este Sesshoumaru vai encontrá-la. – A voz grave ecoou pelo salão destruído. – E vai matar com as próprias mãos aquele maldito bastardo.

- Pobre Kagome. – Ayame murmurou sabendo que a Miko entraria em desespero, ao acordar e saber que sua pequena cria, estava nas mãos dos inimigos mais cruéis que poderiam enfrentar.

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