História Kagome e Inuyasha - Pertencentes um ao outro - Capítulo III - Uma nova jornada se inicia

Deitado em uma colina verdejante do pequeno vilarejo, Inuyasha olhava atentamente para as nuvens que se formavam como lindos algodões no céu azul turquesa. A brisa suave e refrescante do verão, agitava os cabelos prateados que compunham a franja do meio-youkai. Pensou em como a sua pequena Kagome apreciaria o espetáculo que a natureza o proporcionara. “Maldição! Que saudade daquela teimosa...”

Kagome estava inteiramente dedicada a ser uma sacerdotisa e ocupar sua posição na pequena aldeia. Agora que a terrível Shikon no Tama não mais existia, ela entendia que teria que cumprir a missão altruísta de ser uma sacerdotisa. Haviam doentes, feridos de guerra e outras pobres almas, que necessitavam de seus poderes espirituais purificadores. Ainda existia muita maldade no mundo e Kagome aprendia mais a cada dia, sendo capaz de identificar muitas ervas, sabendo quais eram e para que serviam, sabendo também discernir venenos. Estava muito habilidosa com o arco, sendo capaz de atingir alvos em movimento sem nem ao menos olhá-los. Como havia amadurecido! Domava os próprios sentimentos, conseguia passar o dia sem perturbar-se com o paradeiro de Inuyasha como fazia há tempos atrás e seus sentimentos eram claros, mas não se deixaria usar como objeto de satisfação do meio-youkai. Tinha um leve toque de arrependimento em seu coração.

“Como pude perder o controle daquela maneira? Ele não é meu marido, não pediu para ser, talvez não se interesse... Sinceramente não me importo! Tenho coisas mais importantes. Quem estou enganando? Estou magoada pela falta de vontade dele de me assumir!”

 Kagome refletia sobre noite que passara com o meio-youkai há semanas atrás. Tinham conversado, se entendido, mas agora era uma mulher, não iria mais se arrastar diante dele como se estivesse desesperada, ao contrário, deixaria que ele decidisse. Expressaria seus sentimentos a ele, se acaso ele quisesse seria ótimo, caso não... Azar o dele ora!

— Kagome-Sama! Kagome-Sama!!!!! — Miroku corria em direção à sacerdotisa.

— O que houve? — perguntou preocupada.

— Muitos homens feridos chegaram à aldeia pedindo ajuda! Ainda estavam sendo perseguidos por youkais pássaros irritantes, Inuyasha e Sango estão enfrentando-os agora.

Kagome e Miroku corriam em direção à aldeia. O monge fora avisá-la a pedido de Kaede. Ele sentia-se mal por não poder mais lutar como antes, possuindo apenas os poderes de Buda para ajudá-los. Depois que Naraku foi destruído, a maldição do Kazaana fora desfeita, sendo impossível sugar os inimigos para outra dimensão.

Ao chegarem à aldeia, os invasores já haviam sido mortos e a senhora Kaede já iniciara os primeiros socorros dos feridos. Kagome aproximou-se deles.

— Vocês estão bem? — questionou ao velho senhor deitado ao chão e outros dois rapazes.

— Sim senhora… — respondeu, olhando-a com dificuldade.

— O que aconteceu com vocês?

— Somos viajantes senhora. Fomos perseguidos e atacados por estas terríveis bestas! Queriam nos devorar! –— disse o pobre senhor. — Eu sou Ichiro, estes são meus filhos Miyaco e Kazuaki.

Os rapazes estavam desacordados mas ainda tinham vida, percebeu Kagome.

— Descansem e fiquem tranquilos, estarão seguros aqui.

Inuyasha a observava atentamente. Desde quando sua frágil Kagome se tornara esta mulher decidida e totalmente capaz de resolver assuntos tão sérios de maneira tranquila? De fato, ela lembrava Kikyou em alguns aspectos, mas era totalmente diferente nos mesmos. O olhar sincero, puro e meigo dela sempre a acompanhariam. Admirável, ela sempre o surpreendia. Por mais que tentasse não poderia mais ficar longe dela, sentia uma coisa diferente e mais forte, algo que não teve tempo de nutrir por Kikyou. Por mais que a amasse no passado, ela não se comparava a sua linda e teimosa Kagome. Na meiguice e carinho ela tomou o coração do meio-youkai, que lutou muito para que o mesmo não acontecesse, mas aconteceu.

— Sango, Inuyasha, Miroku?! — Kagome chamou por eles. Shippou foi fazer outro exame de raposa, tentando aumentar sua posição.

— Kagome! — disse Sango, com seu Osso voador nas mãos.

Inuyasha olhou Kagome dentro dos olhos por alguns momentos, ela retribuiu, porém muito calma como se estivessem se cumprimentando.

 — Estes youkais pássaros perseguiram estes pobres homens para devorá-los! Disse Sango com desprezo aos monstros cruéis.

— Sim, mas eles estão muito longe do ninho! — concluiu Inuyasha. —Esses youkais sempre estão aos bandos, estranho apenas dois aparecerem aqui. Sentiria o cheiro deles à quilômetros!

— Sim parece mesmo muito estranho. — Miroku dizia, pensativo.

— Estavam perseguindo outra coisa e provavelmente encontraram essas pessoas em seu caminho. — Kagome disse, refletindo.

Imediatamente Inuyasha ficou agitado e claramente aborrecido, erguendo as narinas e fazendo caretas de nojo ao inalar o ar que sentia. Cheiro simplesmente insuportável. “Maldito lobo fedido! Como chegou até aqui???”

Passados alguns instantes sentiram a presença de youkais se aproximando, e de maneira desafiadora e intensamente irritante para Inuyasha, surgia em frente Kagome, Kouga e seus acompanhantes youkais lobo.

— Olá Kagome! Sentiu minha falta? — disse moreno de olhos azuis e cabelos longos, segurando as mãos da jovem.

— Senti, moderadamente. — respondeu, tentando ser imparcial.

— HÃ! Como poderia ela sentir saudade de um idiota como você? — esbravejou Inuyasha, totalmente irritado.

— Estando perto de você ela sentiria saudades de um afogamento. — o lobo disse, provocando o meio-youkai. — Não ligue para o “cara de cachorro” Kagome, eu já estou aqui. — dirigiu-se à ela, encarando-a intensamente.

Kouga a olhava atento, Kagome estava diferente. Parecia outra garota, mais madura com certeza, mas ainda assim tinha o olhar meigo. “Com certeza um lindo espécime de fêmea”, pensou.

Provavelmente sua alma era transparente, pois Inuyasha soltou um grunhido de descontentamento com tamanha ousadia do lobo, estava estampado em sua cara o interesse aumentar por ela.

“Esse maldito! Como ousa tocar em Kagome? ELA É MINHA! Eu vou matá-lo, idiota infeliz!!! Ela é minha mulher, nojento!!! Eu a fiz mulher, não vai tomá-la de mim...”

— Ei Kagome! Vai deixar esse idiota tocar em você? Onde está sua cabeça? — o meio-youkai gritava, olhando indignado para Kagome, entrando entre os dois empurrando Kouga com violência para longe dela.

— Não me toque seu vira-lata estúpido! — o Príncipe dos lobos protestou.

Kagome sentiu-se mal, que situação idiota e patética. Ela ignorava um fato importante e totalmente relevante dos youkais e também meio-youkais. Eles eram bestas humanoides, tinham aparência humana e eram racionais, porém, metade de sua essência era puro extinto. Para Kagome, os homens de sua Era já eram machistas e possessivos, mas ela não fazia ideia de como um youkai podia ser. Depois que se apaixonam e selam esse sentimento se unindo a alguém, eles definem um companheiro para a sua existência, não existe divórcio, não existe separação. O que existe é intensa disputa até a morte, enquanto a fêmea não decida quem deseja. É assim no reino animal e é assim para os youkais.

— Kagome eles vão se matar! — gritou Miroku, preocupado.

— Eu vou tentar separá-los usando o Osso voador! — Sango disse, já se preparando para lançar sua arma na direção deles, mas foi impedida por Kagome que caminhou até os dois machos enfurecidos.

- Eu EXIJO que parem!!! — disse com alto tom de voz gritando ao comando dado. — Kouga, o que veio fazer aqui? Isso é muito mais importante. Inuyasha!!! Já chega, você e eu devemos conversar mais tarde. — disse a última frase olhando com extrema irritação o mestiço.

Os dois pararam com a disputa imediatamente, com leve constrangimento por terem se deixado levar daquela maneira ainda mais na frente dela.

— Bem, estávamos seguindo youkais pássaros! Eles estão atacando outras tribos de lobos e perseguindo os humanos. Não sabemos o que estão planejando tão longe de seus ninhos.

— Entendo. Isso explica os dois youkais que atacaram os viajantes na estrada. Eram apenas dois. — Miroku disse, raciocinando.

— Então temos que investigar! — a exterminadora exclamou com alegria, há tempos não viviam uma aventura.

Kagome assentiu com a cabeça, logo começariam uma nova jornada.

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