História Kagome e Inuyasha - Pertencentes um ao outro - Capitulo XXXIV - Guardiã das Eras

Tsunade estava com os olhos fechados e suas mãos sendo seguradas por uma youkai azul, porém, assim que a conexão espiritual foi desfeita, a menina abriu os olhos e viu a cor da youkai mudar do azul turquesa para o vermelho sangue. Soraya fingiu ser Mariskah, apenas para enganar Kagome e Doragon.

- O que foi isso? – A hanyou perguntou confusa.

- Nada jovem amira mestiça, apenas dei uma dica errada para sua Ami... – Gargalhou vendo a mais jovem chorar. – E ela estava tão ansiosa para te ver. – Falou falsamente entristecida.

A youkai virou as costas e deixou a menina sozinha, sentada na grama aos prantos, até que a verdadeira Mariskah se aproximou preocupada.

- O que foi pequena?

- Fique longe de mim demônio!!! – Tsunade gritou, se afastando bruscamente da youkai.

- O que foi isso? Eu nada lhe fiz. – A mais velha ajoelhou-se perante a jovem de cabelos prateados, e lentamente a envolveu pelos braços.

- Ela enganou a mim! – Chorava magoada. – Enganou minha hahaue, e agora eles não virão me buscar.

- O quê? Amira explique com calma.

- A vermelha, fingiu que era você e mentiu para minha hahaue... não sei o que era, uma conexão espiritual eu acho.

- Acalme-se por favor... venha. – Mariskah pegou a mão da menina e a levou até o seu quarto, acendendo diversas velas, formando um pentagrama. Usou de praticamente todos os seus poderes, e segurou firme as mãos da menina. – Quando ver sua mãe, diga que estará nas Terras do seu prometido, porque é para lá que eles vão. – O poder da youkai azul foi drenado de seu corpo e ela sabia que poderia morrer, mas era necessário, senão o mal prevaleceria, já estava cansada por ter visto o futuro e isso talvez fosse seu fim.

Tsunade se concentrou, também fazendo um enorme esforço espiritual, naquele momento ela encontrou Kagome, e disse-lhe as únicas palavras que conseguiu até sua hahaue desmaiar.

- Vamos para as Terras do meu Prometido. – A Voz juvenil e melodiosa soou aos ouvidos da Miko, que desfaleceu por estar sozinha na conexão, da mesma maneira ficou Mariskah.

Soraya e Zayn sentiram a energia desprendida do esforço da youkai azul, e quando se aproximaram já era tarde.

- O que houve aqui? – A youkai vermelha perguntou irritada.

A jovem hanyou não respondeu, também desmaiou devido à força que fez para comunicar-se com a mãe. Zayn colocou as duas na cama, e pegou Soraya pela mão conduzindo-a para fora do quarto. Continuaram em silêncio enquanto andavam pelo corredor, as esculturas eram apreciadas demoradamente, apesar de serem terríveis gárgulas*.

Quando chegaram ao salão principal, Zayn sentou-se no sofá rubro, feito de veludo e ouro, colocando Soraya em seu colo.

- Minha amira, já é chegada a hora – Começou a cobrir de beijos, o pescoço delicado. – Não sei o que sua irmã fez, mas não podemos correr o risco de pôr tudo a perder. – Continuou com a carícia, estendendo-a até os ombros.

- Ah... – Suspirou. – Meu emir, devemos atraí-la até nós? – Perguntou com os olhos fechados, a voz saiu manhosa.

- Nem. – Suas mãos passaram a deslizar pelos ombros, depois subiram pela cintura, até alcançarem ambos os seios, demorando-se em apertá-los. – A Jóia está aqui, vamos leva-la ao lugar de origem e finalmente abrir a ponte Inter Mundos, a estrela nunca soube mas ela sempre esteve conectada ao seu tempo, apenas não estava preparada para isso.

- Depois do fim, como será? – Ela o olhou com tristeza.

- É o que vamos descobrir preciosa. – Tomou os lábios vermelhos, mordendo-os intercalando com suaves lambidas pelo queixo e mandíbula, sentindo-a mover-se prazerosamente sobre sua ereção, enquanto a envolvia possessivamente arrebentando o fecho do corpete, expondo os seios perfeitos, levando sua boca a acaricia-los com luxuria. Invadiu-a de uma vez, não poderia esperar mais, talvez fosse a última vez que se encontravam intimamente. Tiveram aquela relação como uma despedida, um último momento de amor e desejo, separaram os corpos e prepararam-se para partir.

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Kagome estava desmaiada no chão, e assim foi encontrada por Inuyasha, que a pegou nos braços deitando-a na cama do casal, observando-a agitada e tensa, murmurando coisas como se estivesse sofrendo, ou tendo um terrível pesadelo. As gotículas de suor, brilhavam em sua face e as zigomas encontravam-se rubras, como consequência da febre, no seu estado de gestante, era muito perigoso ter febre. O hanyou pediu que chamassem Kaede, e com a velha senhora vieram também as filhas de Sango e Miroku, Rin, Kohaku, e também Shippou, que estava de volta à aldeia depois de um exame de raposa, e finalmente ele havia alcançado o maior nível da classificação.

- O que você fez agora Inuyasha? – Shippou perguntou aproximando-se.

- Alguma burrice como de costume. – Kaede falou, andando com dificuldade.

- Kéh! Quanto mais velha, mais louca. Perdeu a educação velhota?

- Ela envelheceu comigo. – Respondeu finalmente.

- Quem? – O hanyou coçou a cabeça.

- Minha educação. – A velha senhora era ranzinza mas muito amorosa, apesar do tratamento que dispunha à ele, ela gostava muito do hanyou, o tendo como um filho.

A velha senhora sentou-se ao lado da Miko, fechando os olhos enquanto segurava sua mão. Sentiu uma onda forte de energia sinistra, como se ela fosse um youkai, então percebeu as tatuagens como escamas de dragão no braço dela.

- Inuyasha. Chame o dono da marca espiritual. – Ordenou ao hanyou que novamente coçava a cabeça.

Em alguns minutos chegava ao quarto o youkai-dragão, que assim que passou pelas portas, segurou-se no batente para não cair, mas mesmo assim acabou no chão, sentiu sua energia ser sugada pela Miko, que abriu os olhos e puxou o ar com força pela boca.

- O que houve aqui? – O hanyou perguntou, sentando ao lado da Miko e tomando uma de suas mãos entre as suas.

- Ela pegou minha energia para se recuperar, como somos irmãos de alma. – Doragon levantava do chão, se apoiando nos móveis, meio aturdido. – Dividimos poderes. – Enfim conseguiu se sentar em uma cadeira.

- Ela falou comigo. – A Miko falou sentando-se na cama. – Disse que está nas Terras do seu Prometido, mas eu não entendi isso direito.

- Hum... – Kaede franziu o cenho. – Ela foi dada em casamento já tão jovem?

- É mesmo! – Doragon estalou os dedos. – O prometido!

- Hai. Devo agradecer isso ao brilhante Inuyasha. – Kagome estreitou os olhos.

- Mas ela foi prometida a quem? – Dessa vez, Shippou se manifestou.

- A Kento, filho de Kouga e Ayame.  –A Miko respondeu.

- Hahaha bem feito, seus netos vão ser lobinhos fedidos. – O ruivo riu se esquivando de um cascudo, já era um adulto, muito mais forte e veloz.

- Não me lembre dessa parte. – Inuyasha falou desistindo de bater no youkai-raposa. – Mas o que eles pretendem fazer por lá?

- Não fazemos ideia, mas devemos descobrir. – A Miko quis levantar-se da cama, mas quase caiu.

- Ainda estamos fracos e se formos dessa maneira seremos alvos fáceis. – O youkai-dragão se pronunciou. – Podemos partir ao alvorecer, eu acredito que pela manhã, nossa energia já estará restaurada.

- Concordamos. – Miroku falou chegando no quarto.

- Que bom que estão aqui, espero que esta seja a última vez que enfrentamos esse maldito. – Inuyasha falou estalando as garras de sua mão.

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- Meu amor, não acha que está tudo muito calmo? – Kouga perguntou a Ayame, estavam deitados no futon conversando.

- Acho, e depois que a Seii no hōseki foi roubada, sempre fica aquela sensação de que algo ruim vai acontecer. – Ela respondeu virando-se de lado, e apoiando a cabeça com uma mão.

- Eu sei minha Hime, mas pelo menos esta noite... esqueça. – O youkai aproximou-se dela, beijando lhe a bochecha e fazendo um caminho até a boca, invadindo-a com a língua fazendo-a suspirar.

Ficaram naquele beijo até batidas urgentes na porta, os tirarem de seu momento de intimidade.

- Hai? – Kouga quis saber quem era.

- É o Ginta, temos um problema.

O youkai levantou do futon e abriu a porta do aposento.

- O que houve?

- Kento não está no quarto, e Hagaku foi atrás dele, mas voltou sem notícias.

- O que aconteceu com meu filhote? – Ayame levantou correndo até a porta.

- Não sabemos onde está. – Ginta falou olhando para o chão.

- Kouga. – Ela segurou no braço do shujin, que a olhou nos olhos por um tempo, antes de virar as costas e sair à procura do filho.

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-Sssssesshoumaru-Ssssama!!!! – O youkai-sapo corria atrás do Lorde, que estava inquieto esperando Satori-Hime recebe-lo em seu castelo. O Lorde andava de um lado para o outro, aborrecido e ansioso, apesar de manter a postura altiva. – O Ssssenhor deseja uma água para acalmar os nervos? – AAAIII.

O Lorde deu lhe um cascudo e continuou com as passadas angustiadas, até finalmente um dos servos anunciarem que a Hime estava pronta para atendê-lo. Ele entrou na biblioteca sem bater, abrindo as portas de uma vez, enquanto sua mãe guardava um livro na estante.

- Gomennasai meu musuko, não podia parar de ler para recebê-lo, estava no penúltimo capítulo. – Sorriu falsamente.

- Fez a Este Sesshoumaru esperar, para que terminasse sua maldita leitura Satori? – Ele falou estre um rosnado, indicando sua profunda irritação.

- Oh meu querido, para nós que possuímos a eternidade, isso é apenas um detalhe. – Ela tinha um sorriso irônico nos lábios vermelhos e finos, que sumiu quando o viu tão próximo ao seu rosto, a ponto de sentir o hálito quente em sua testa.

- Diga a Este Sesshoumaru sem mentiras ou ironias patéticas.  – Ela ergueu os olhos e o encarou séria. – Quem é Doragon? – A youkai o olhou confusa, e foi a primeira vez que a viu assim, em toda a sua vida milenar. Estava desarmada e vulnerável como se estivesse encurralada.

- Por que quer saber?

- Quem é Doragon? – Vociferou ainda em uma distância intimidante. – Exijo uma resposta.

Ela se afastou dele, caminhando até uma janela e olhando através da mesma para o jardim. Ficou assim suspirando por um tempo, então começou a falar mas sem virar-se para encarar o filho.

- Ele foi alguém do meu passado. – Falou num fio de voz. – Amigo de seu Chichiue, ele também o viu nascer.

- O que é aquela marca de escamas que aparece quando ligado à alguém?

- Ele ligou-se a alguém? – Ela perguntou, erguendo o tom de voz moderadamente.

- Hai. Como uma tatuagem no braço esquerdo e no pulso.

Ela suspirou mais uma vez, e pelo cheiro o Lorde percebeu que ela estava sentindo alívio, como se um grande temor tivesse sumido.

- Ligou-se a um sacerdote? – Ela perguntou ainda de costas, olhando pela janela.

- Uma Miko. – Ele falou tentando não carregar a voz de emoção, mas seus instintos o traíram, e pelo cheiro dos hormônios que ele liberou, pela simples menção da jovem sacerdotisa, ela soube que a mesma representava muito para o filho.

- Uma humana atraente presumo. – Provocou-o, ouvindo-o rosnar. – Sempre haverá uma humana bonita envolvida nas tragédias dos youkais. – Murmurou cheia de amargura.

- Satori. – Ele chamou friamente. – O que são as tatuagens?

- É uma ligação espiritual, divisão de poderes. Ele possui os poderes de sacerdotisa dela, e ela os poderes de youkai-dragão dele.

- Explique. – Ordenou impaciente.

- Ela é poderosa?

- É a Miko da Shikon no Tama, que lutou contra Naraku.

- A humana do seu meio-irmão hanyou. – Ela disse cheia de sarcasmo.

- Explique Satori, Este Sesshoumaru não tem tempo para suas provocações. – Bradou, obrigando-a a falar.

- Ela pode ler corações e dominar as chamas, pode usar todo o poder de Issa e Shinrai, e ele pode usar os poderes purificadores dela em toda sua plenitude, potencializando os dele. Uma mistura perigosa, deve-se admitir.

- Como funciona essa, “marca”? – Hesitou na última palavra.

- Não é como uma marca de acasalamento, se é o que quer saber. – Ela ouviu o coração dele bater mais rápido. – Pode ser desfeita a qualquer momento, liga os corpos mas é somente pela mescla dos poderes, e somente isso. – A respiração dele pesou um pouco, ela percebeu que ele tentava conter essas expressões. – Youkais-dragões marcam suas fêmeas, cravando as garras no pulso esquerdo, o lado do corpo onde bate o coração.

Ele virou as costas e estava saindo, mas Satori o chamou fazendo-o se aproximar novamente, porém, ela ainda estava olhando pela janela.

- Ela será sua perdição meu musuko, humanas sempre serão a perdição dos youkais. – Ele permaneceu em silêncio, o que somente a fez ter certeza absoluta, de que o mesmo estava perdidamente apaixonado. – Ela morrerá ao lado dele, aceite e siga sua vida com isso.

- Este Sesshoumaru não é capaz disso. – Ela virou-se espantada, abrindo mais os olhos e pousando uma mão no peito.

– Esse sentimento infeccioso, só trará dor e sofrimento.

- Este Sesshoumaru julga que isso é irrelevante. – Ele desviou os olhos, envergonhado por admitir isso.

- Eu amei uma vez, há muito tempo. – Uma única lágrima venceu a barreira de gelo, do coração da youkai. – E decidi pela tradição e nome do nosso clã, de nada adiantou. – Aproximou-se dele, tocando-o no rosto, ele por sua vez não se afastou. – O amor será sua ruína, do jeito que foi a minha e a do seu Chichiue. Mas ainda assim, talvez seja a melhor decisão.

O Lorde assentiu com a cabeça, tirou a mão da mãe que pousava em seu rosto, depositando um beijo em sua palma. Sem nada dizer, virou as costas e saiu em passos rápidos, descendo as escadas do castelo de Satori, com o irritante Jaken em seu encalço.

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Kagome e Inuyasha seguiam juntos nas costas de Doragon em sua forma original, Sango ia com Miroku em Kirara, e Shippou seguia transformado em um grande balão. Seguiram para as Terras do Norte, alheios ao sumiço do herdeiro do clã Otsuka. Foram dois dias de viagem e ao chegarem, encontraram com Kouga e Ayame desesperados.

- Inuyasha, Kagome! – Ayame correu abraçando a Miko, em meio às lágrimas. – Meu musuko!

- O que houve com ele? – O hanyou quis saber.

- Sumiu. – Kouga aproximou-se deles.

- Sinto a presença dele. – Doragon pronunciou-se.

- Eu também.  – O monge falou. – Mas não somente dele.

- Eles estão aqui. – A Miko completou, correndo como nunca na direção da montanha.

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Music 1 Play*

Começaram a subir, Doragon pousou a mão no ombro da Miko, fechando os olhos e se concentrando. Ambos se fortaleceram, e começaram a escalada. Não podiam diminuir o percurso voando, a montanha sagrada não permitiria. A cada metro que conseguiam vencer, mais forte ficava a energia dos mais jovens. Ansiosos, temerosos, porém, inundados na coragem que os pais tem em proteger seus filhos, Kouga, Ayame, Inuyasha, Kagome, Sango e Miroku subiam. Shippou e Doragon tinham o dever de proteger e ajudar os amigos queridos, mais um pouco de bruma espessa, os rostos suados, e algumas gotas de sangue caindo nas pedras pontiagudas da montanha rochosa, chegariam ao cume, onde a batalha era eminente e decisiva.

A Miko e a youkai-lobo choravam, conforme alçavam na distância que as separavam de suas crias indefesas, as lágrimas de temor e alívio, ansiedade e prudência, num momento sinestésico que somente as fêmeas que conceberam uma cria poderiam entender, morreriam, matariam, lutariam por seus filhos, até o fim e quanto a isso não existe um limite.

Tsunade e Kento sentiram os cheiros conhecidos dos familiares, e a agitação colocou Zayn e Soraya em alerta, Mariskah também estava com eles, acorrentada como os mais jovens, as mãos amarradas para trás os imobilizando, pelo menos a hanyou estava com eles agora.

Quando o grupo finalmente chegou ao topo da montanha, contemplaram uma imensidão de espectros e youkais demoníacos de todos os tipos, muitos eram gigantes e grotescos, feras raivosas que escorriam de suas mandíbulas veneno e miasma. Eram milhares de “monstros” contra eles que mal tinham como se defender, logo quando elas alcançaram a superfície de ar rarefeito, entre a neblina as figuras animalescas se revelaram.

Kagome criou um barreira permitindo que os demais subissem, mas eram muitos e à estavam arrastando com barreira e tudo para o penhasco, que terminava com as pedras pontiagudas no rio que corria ferozmente, com a correnteza inclemente, circundando toda a extensão da cordilheira das Terras do Norte.

Doragon assumiu sua postura original tornando-se um grandioso dragão, lançando chamas ardentes de sua boca, abrindo espaço entre os demônios que os atacaram numa primeira investida, Kagome revestiu-se completamente de energia espiritual, Sua Katana brilhava e pulsava assim como a Tessaiga, em seu brilho dourado empunhada pelo hanyou guerreiro, que tinha todos os músculos contraídos na tensão do combate, Sango lançando seu Osso Voador com maestria, parecia que os anos não haviam passado e ela lutava como a jovem exterminadora de sempre, Miroku bloqueava os espectros emanando energia espiritual, usando também de seus pergaminhos, Shippou envolto nas chamas turquesa do fogo de raposa, dando um ar místico à batalha, guiando o grupo quanto a localização de cada um, e os defendendo na reta guarda. Ayame protegendo as costas de Kouga com as lâminas cortantes das folhas de diamante, e ele usava Goraishi com extrema fúria e habilidade em seus ataques contra os inimigos.

- Não! – Sango gritou vendo Miroku ser lançado contra um rochedo, correndo até ele e o protegendo.

- Inuyasha!

- Eu estou bem Kagome, continue firme eles são muitos... Não podemos nos distrair. – O hanyou colou-se às costas dela, a preocupação com ela, a cria, e a filhote mais velha.

Eles sentiam os cheiros dos filhos, mas os mesmos estavam ocultos em um campo sinistro de Zayn e Soraya, que assistiam ao combate, esperando um momento propicio para atacar com deslealdade, alguma distração estava sendo aguardada. Eles criariam uma.

- Vamos lá seus velhotes! – Shippou gritava, enquanto criava ilusões perturbadoras para os oponentes. – Estou fazendo tudo sozinho.

Zayn resolveu desequilibra-los, e o fez tirando Shippou da batalha o surpreendendo com suas habilidades de super velocidade, praticamente se tele transportando, poder típico dos Jinns. Passou o machado de ouro em seu abdome, fazendo-o cair de joelhos e em seguida desmaiar.

- SHIPPOU! – A Miko gritou em desespero correndo aturdida na direção do youkai-raposa, quebrando a formação e ficando totalmente exposta.

Com esse movimento, Zayn avançou contra ela girando o machado no ar, passando a centímetros do rosto dela. Doragon se jogou na frente, afastando ao Jinn que ficou gigante, aumentando seu tamanho incontáveis vezes, tendo a força necessária para segurar com firmeza a cauda de Doragon em sua forma natural de dragão, e o lança-lo contra o hanyou, deixando o youkai-dragão desmaiado e Inuyasha preso, abaixo do imenso ser místico.

- CHICHIUE! – Tsunade conseguiu tirar a mordaça da boca, gritando em desespero preocupada com o pai, que estava prensado contra as pedras, abaixo de muitas toneladas do imenso dragão. O seu grito deixou a Miko desnorteada, olhando para o lados à sua procura.

- KAGOME CUIDADO! – Kouga tentou se adiantar, mas muitos monstros cercaram Ayame e ele, de forma que não puderam ajudar.

Sango estava protegendo Miroku, também cercada por uma grande quantidade de youkais e espectros, não podendo ajudar nem avisar sua amiga do perigo.

Uma horda de opositores atacou à Miko de uma vez, da mesma forma que Midoriko foi atacada quando a terrível Shikon no Tama foi gerada, Zayn usou a Seii no hōseki que brilhou intensamente, e aliada ao poder místico da montanha sagrada da Tribo do Norte, um portal formou-se diante deles.

Do outro lado prédios, carros, pessoas. O mundo de Kagome, a nossa Era estava aberta ao exército demoníaco do Jinn, que sorria sabendo que seu plano estava dando certo, ela sozinha emanando tanta energia abriu a Ponte Inter Mundos, um grande círculo como um Meidou que ligava as duas Eras, ela sempre teve esse poder mas somente dessa maneira, a fazendo usar seus poderes com intensidade foi possível quebrar o lacre que ela mesma pôs no Poço, inconscientemente.

A Sacerdotisa Guerreira, Hime Kagome Higurashi Thaishou, guardiã das Eras. Esse era o verdadeiro título da Miko, que veio para usufruir da grandeza, não como uma cópia de Kikyou, mas sim como uma forma refinada, perfeita. Assim Mariskah vislumbrou em Kagome a própria reencarnação da Deusa Kwan Yin, ela não era reencarnação de Kikyou. Ela era a essência da Deusa, não foi sorte que a fez herdar Isa e Shinrai, foi o destino grandioso traçado antes do seu nascimento, a prometida guardiã preferida dos deuses.

Kikyou era o pentagrama, a flor do inferno incompleta em cinco arestas, e Kagome o hexagrama, o capricho do universo que em conspiração do cosmos, gerou a sacerdotisa perfeita. O hanyou estava certo quando disse uma vez que fora feito para ela, e que ela fora feita para encontra-lo. Estava escrito nas constelações, se amariam de um jeito que Kikyou jamais saberia compreender, Kagome era mais, sabia mais, podia mais, amaria mais.

Não podia falhar, não mais uma vez. Virou as costas e viu o Jinn baixar os braços em uma ordem expressa de açoite à ela, que pensou que seria seu fim, diante dos olhos de sua filha. Inuyasha fazia força, mas não conseguia tirar o youkai-dragão adormecido de cima do seu corpo, então Kagome ergueu a espada pronta para morrer pelo que mais amava, seus amigos e sua família.

Um uivo ao longe, o tremor da terra com o peso das passadas e a presença poderosa e altiva.

- Não pode ser.... o que ele faz aqui? – Zayn sussurrou olhando para o horizonte.

Saltou diante de Kagome, um grandioso Dai-Youkai em sua forma natural de Cão Branco, com a meia lua no centro da cabeça, entre os olhos rubros. Destruindo os demônios que tentavam atacá-la, reduzindo-os a pedaços com suas presas afiadas e cheias de veneno, ela ficou de boca aberta por um tempo vendo-o lutar, assombrada e encantada com sua força e poder.

- Sesshoumaru... – Balbuciou aliado ao pranto de alivio. Piscou algumas vezes, deixando de lado o fascínio por aquele ser bestial, correu até Doragon, dividindo seu poder espiritual com ele, que levantou voo em seguida, e assim também o hanyou empunhou sua espada voltando ao combate, curou Shippou do corte profundo em seu abdômen, e foi até Miroku, colocando ele e Sango de volta à batalha, e logo Kouga e Ayame voltaram também a ajudar.

Doragon veio ao seu lado em sua forma humanoide, e antes que fossem atacados, combinaram seus ataques em uma imensa seta de energia lilás, envolta em chamas, destruindo dezenas dos inimigos. Deram as mãos e concentraram-se, encontrando Kento e Tsunade em uma barreira energética. Ela pegou seu arco e uma flecha de dentro da aljava, mirando com precisão contra o fluxo maligno, rompendo a prisão sinistra que mantinha os jovens em cativeiro. Correu até lá, soltando-os das mordaças e correntes.

- Tsunade! – Abraçou sua filha, enquanto chorava.

- Hahaue... – A jovem hanyou estava em prantos de alegria, feliz também por ver Ayame correr ao encontro filho, praticamente gritando de emoção. – Solte-a também. – Apontou para Mariskah, e Kagome assim o fez.

- O lenço, livre-a do lenço. É ele que nos separa minha deusa. – Mariskah falou com certa dificuldade, antes que Zayn aparecesse atrás dela, golpeando com força sua cabeça.

- Maldito... – A Miko se pôs em posição de enfrentamento. – Inuyasha!

- Não estrela, seremos só nós dois. – O Jinn disse, transportando-os de lugar. Eles apareceram novamente, próximos de onde Sesshoumaru estava lutando, na forma de Grande Cão Branco.

O Jinn atacou-a com o machado dourado, fazendo-a usar muita força, e logo surgiu atrás dela Soraya, com uma lança. A Miko teve que defender-se dos dois e não daria conta, se Sesshoumaru não tivesse jogado a youkai vermelha longe entre seus dentes, depois voltando à sua forma humanoide, e lutando com a Bakusaiga contra Zayn.

- Emir desgraçado, porco herdeiro daquele cão infernal. – Zayn vociferava, defendendo-se dos ataques da poderosa espada do youkai.

- Não insulte o Chichiue deste Sesshoumaru com sua boca imunda. – Fez um corte profundo no braço esquerdo do Jinn, mas acabou distraindo-se ao ver Kagome ser perfurada pela lança da youkai vermelha, que a surpreendeu por trás. – Não! – Nesse instante, Zayn inseriu no abdômen do Dai-Youkai um punhal repleto de miasma e areia, impedindo-o de curar-se. O lorde caiu de joelhos, e teve o peito chutado pelo Jinn, tombando de costas.

- Sesshoumaru! – A Miko gritou, lançando uma imensa e poderosa esfera de energia contra o Jinn, e golpeando Soraya queimando-a, mas a youkai vermelha fugiu voando ao longe. Foi quando a Miko estreitou os olhos e viu com perfeição o lenço vermelho em seu pescoço, foi isso o que Mariskah disse, para livrá-la do lenço.

Kagome pegou novamente o arco e uma flecha, tornando-a lilás, a revestindo com seu poder espiritual.

- Não posso errar. – Ela sussurrou, mirando a seta entre seus dedos, fechou os olhos por um instante buscando o equilíbrio interior. – Inuyasha, proteja Tsunade. – Pelo canto do olho viu o Jinn se aproximar, mas não podia perder essa oportunidade, respirou fundo. E no que pareceu acontecer em câmera lenta, soltou a flecha que abaulou-se no arco, e a pena passou próxima a sua face, arranhando a pele delicada da zigoma, arrancando-lhe um filete de sangue. O alvo foi acertado com perfeição, e o lenço vermelho se desfez do pescoço da youkai, que caiu ao solo de uma só vez, a Miko sorriu levemente, antes de ser ferida profundamente em seu peito, a milímetros do coração, olhando nos olhos do Jinn, antes de ser jogada penhasco abaixo.

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Sua última energia foi usada para lançar-se contra o nada, e encontrar nas profundezas do rio sua Miko, sim sua Miko. Por mais que não fosse seu companheiro, sabia que sua alma estava nas mãos dela, pela eternidade.

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Music 2 Play*

O vento provocado pela queda, maltratava sua face cansada, o corpo caía em uma velocidade absurda, até bater contra a água gélida do rio que circundava a montanha. Kagome afundou, seus olhos abertos observando a superfície se afastar, e desaparecer na escuridão das profundezas da cristalinidade fria, que envolvia seu corpo no seu último fôlego de vida. De fato, antes de morrer toda a sua vida passa diante dos seus olhos, seu nascimento, sua família, seus amigos, seu shujin, seus filhos, sim o bebê em seu ventre, que a acompanharia na passagem para a eternidade.

Ela já tinha aceitado a morte, mas a mão pálida encontrando com a sua não estava nos seus planos, seu protetor a estava tirando do fenecimento mais uma vez. Conforme era puxada para fora da água fria, podia perceber os contornos alvos, e os cabelos prateados cintilando entre as gotículas de água, a meia lua brilhando em sua testa, e o negro sangue saindo de seu corpo forte, ele estava à beira da morte, arriscando o último fio de vida para salva-la, novamente.

Sesshoumaru saiu do rio cambaleante, sentando no chão duro, com a Miko ferida em seus braços. E pela primeira vez em toda a sua vida, ele chorou, não poderia livra-la da morte. Já usara Tenseiga nela uma vez, e agora de nada adiantaria, era o fim, a ruína de sua alma de youkai, sua garganta bradou com agonia.

- KAGOME. – O eco da voz grave carregada de sofrimento, chamou a atenção dos outros, que logo chegaram ao cenário de terror.

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- Soraya! – Mariskah gritou ao encontrar o corpo alanceado de sua irmã, que estava deitava, porém, com vida em meio ao choro de arrependimento. – Venha. Você está pronta?

- Nem.

Mariskah fechou os olhos e abriu os braços, de sua boca e dos seus olhos saiam luz. Quando Soraya levantou-se imitando seus movimentos, ambas se fundiram em uma só. Assim Chie, filha da deusa Kwan Yin, tomou sua forma original, cabia a ela restaurar o equilíbrio.

Chie fechou o portal das Eras, fez desaparecer os youkais e todos os espectros demoníacos, libertando as almas que os mantinham.

Aproximou-se de onde Zayn estava, quase a ser morto pelo hanyou ajoelhando-se ao seu lado.

- Chega Nahan, retorne para o inferno.

O corpo do Jinn debateu-se violentamente, e de dentro da boca dele saiu uma massa negra, energia maligna do pai de Zayn que possuiu o corpo do filho. Nisso o Jinn tornou-se uma criança pálida, dando um aceno de despedida com uma mão, e sumindo no céu como uma luz brilhante.

Todos se aproximaram Sango, Miroku, Kouga, Ayame, Shippou, Tsunade, Kento e Inuyasha, quando ouviram o grito de Sesshoumaru correram desesperados. Chie ergueu seu corpo, sabendo que iria interferir no destino da reencarnação de sua mãe, a própria divindade Kwan Yin.

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Inuyasha aproximou-se do irmão, e ficou em choque quando viu em seus braços o corpo inerte de Kagome, o Lorde a segurava visivelmente perturbado, balançando o próprio corpo para frente repetidas vezes.

- Sesshoumaru... – O hanyou tocou-lhe o ombro, ajoelhando-se do lado dele enquanto o Lorde colocava a Miko em seus braços. – Não minha Kagome... – As lágrimas correram por seu rosto abatido, e apenas um sussurro saiu dos seus lábios. – Por que tem que ser assim?

- Hahaue. – Tsunade caiu sobre os joelhos em um pranto compulsivo, em meio a gritos, enquanto Sango que também chorava a envolveu em seus braços, ajoelhando ao lado da menina.

Ayame e Kouga abraçavam a Kento, que chorava também. Miroku consolava Shippou que pranteou como um filhote, afinal a Miko foi a única mãe que conheceu.

Chie caminhava entre eles silenciosamente, apenas seu poder era sentido, todos ergueram os olhos para ela, que serenamente se aproximou da Miko nos braços do hanyou, ela olhou para Tsunade e sorriu.

- Minha pequena Hime, darei a sua hahaue e ao seu Otouto, o presente que lhe dei. – A jovem hanyou teve o rosto iluminado.

Chie fechou os olhos e de sua boca saiu uma esfera que brilhava em forma de luz, esfera esta que ela pegou entre os dedos, levando ao coração da Miko, que absolveu a energia radiante.

- Inuyasha... – Kagome abriu os olhos e abraçou o hanyou.

A alegria os tomou, e até mesmo Sesshoumaru esboçou um sorriso, ela estava viva e era isso o que importava, mal sabiam o que fazer tamanho era o contentamento.

- Olá Hime Kagome. Eu sou Chie. – Falou olhando-a nos olhos. – Você é a encarnação da essência de Kwan Yin, e agora você cumprirá seu destino. – Sorriu.

- Arigato. – A Miko sentou sobre os joelhos. – Eu estava morta, vi quando deixei meu corpo. Como é possível?

- Ora minha deusa. – A divindade agachou-se na mesma altura da Miko. - Dei a você e ao seu musuko, o presente que dei a sua musume.

- E que presente é esse? – O hanyou perguntou franzindo o cenho.

- A vida eterna. – Respondeu, antes de sumir em uma claridade radiante e dourada.

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