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História Kairos - Circle


Escrita por: AnaRachelCamren

Capítulo 14 - Circle


Fanfic / Fanfiction Kairos - Circle

 

 

P.O.V Camila

Ajeitei os fones de ouvido em minhas orelhas e, rapidamente, antes que outra música começasse a tocar, cliquei em Turning Page by Sleeping At Last. Aquela música tinha um poder de me acalmar que parecia de outro mundo.

Eu já tinha acordado a um bom tempo, quase umas duas horas, mas não tinha nenhuma vontade de levantar para comer ou fazer alguma coisa com as meninas. Eu me sentia doente, como se estivesse no início de uma virose, e nem mesmo tive animo para abrir as cortinas. O sol quente no meu rosto me lembrando da vida lá fora era a última coisa que eu queria no momento.

Suspirei, pausando a música para checar meu histórico de chamadas e mordi minha gengiva com força ao me deparar com a mesma resposta de antes: sem chamadas perdidas. Segundos depois, ouvi alguém bater na porta e revirei os olhos.

- O que é?

- Surpresa, meu amor - a pessoa que estava do outro lado abriu a porta bruscamente e entrou sem ao menos pedir minha permissão. Quando vi seu rosto, bufei.

- Ashlee, o que você está fazendo aqui?

- Vim te ver, ué! Te animar! Mani me ligou dizendo que você estava fazendo birra trancada dentro do quarto.

- Fazendo birra? - perguntei retoricamente, incrédula. Fiz uma nota mental para me lembrar de matar a Normani depois - Eu só quero ficar um pouco sozinha, não estou me sentindo muito bem.

- Não está se sentindo muito bem? - franziu as sobrancelhas - Mas você parece bem. Será que é alguma coisa contagiosa? - torceu a boca, com nojo. Quem dera fosse.

- Acho que estou no começo de uma gripe, sei lá - me encolhi mais embaixo das cobertas.

- Oh, meu bebezinho. Pode deixar que eu cuido de você - enroscou os dois braços ao redor de meu pescoço, sentada ao meu lado da cama.

- Não, Ash - a afastei - O que você não entendeu quando eu disse que quero ficar sozinha?

- Sozinha comigo, ué. Só eu e você, sem roupa, dentro das cobertas... - começou a se aproximar novamente, mordendo os lábios.

- Não rola, sem clima - neguei com a cabeça e ela bufou, decepcionada.

- Camila, o que tá acontecendo com você? Você não conseguia passar dois dias sem me fuder em todas as posições possíveis e agora nunca tem mais clima pra nada, me faz ficar correndo atrás de você o tempo todo.

- Eu te faço? Agora a culpa é minha?! - ri nasalmente, sem acreditar - Será que você não entende que o problema é justamente esse? Você correndo atrás de mim! Você apareceu na praia onde eu estava e me obrigou a sair de lá com você, aparece na minha casa quando eu claramente não quero ver ninguém e ainda vem me culpar?! Que eu saiba a gente não assinou nenhum contrato de compromisso!

- Bom, talvez esteja na hora - cruzou os braços.

- O que? - forcei uma gargalhada - Você só pode estar ficando louca.

- Eu, Camila? O que parece aqui é que o problema é você que está agindo estranho a dias! - revirei os olhos - Mas quer saber, foda-se. Se precisar de mim, você sabe onde me encontrar. Tenha um bom dia, Cabello.

 

P.O.V Lauren

- Bom dia, Tay - cumprimentei minha irmã ao entrar na cozinha, bocejando, ainda em meus pijamas. Como sempre, ela havia acordado primeiro que eu, preparado o café da manhã, arrumado a mesa e servido os meninos.

- Bom dia, Laur - sorriu docemente, sem tirar os olhos da frigideira onde fritava seus tão famosos ovos mexidos.

- Mamãe! - Liam balançou os braços para que eu o abraçasse, e em seguida, deixei um beijo no topo da cabeça de Logan e de meu sobrinho.

- Mamãe, o Connor não sabe comer sozinho - meu mais velho resmungou, olhando torto para o bebê que atirava comida para todos os lados na cadeirinha, e que tinha o rosto coberto de iogurte desnatado.

- Deixe ele, meu anjo, ele ainda está aprendendo. Você também era assim a alguns anos atrás - apertei suas bochechas e ele fez uma careta emburrada.

- A muitos anos atrás - sussurrou, achando que eu não ouviria, e eu ri. Logan estava naquela fase de achar que já era adulto.

- Prontinho, quem vai querer? - Taylor voltou para a mesa, erguendo a panela e eu peguei um pouco. O que sobrou foi dividido entre seu prato e o de Liam.

- Josh não vai voltar hoje? - perguntei sobre seu marido entre uma garfada e outra dos meus ovos com bacon, que estavam deliciosos por sinal.

- Não - suspirou - A empresa pediu que ele ficasse lá por mais dois dias.

- De novo isso? - senti o desapontamento na fala dela - Ele viajou quase o mês inteiro, assim o Connor vai demorar muito para se acostumar com ele.

- Eu sei...deve ser por isso que ele é tão grudado comigo. Mas confesso que está sendo meio difícil, parece que eu estou sozinha nessa, sabe? Quando eu engravidei ele disse que tentaria reduzir a carga horária, mas parece que só piorou. Eu sei que não é culpa dele, mas eu preciso de ajuda, sabe? - assenti - Crianças dão muito trabalho, principalmente nessa fase que o Connor está. Por isso que eu estou pensando seriamente em contratar uma babá. Como está sendo com a Camila?

- Hum... - tossi - Muito bom. Quer dizer, pelo que os meninos dizem. Eu não teria como avaliar já que a gente pouco tem contato.

- Ah, eu sabia que ela se daria bem com eles. A Camila é ótima, muito talentosa...é uma pena que desperdice tudo isso tão facilmente - sacudiu a cabeça, em desaprovação.

- Como assim?

- Pouco vai às aulas, falta vários testes sem justificativa, copia trabalhos...na reunião dos professores eu era a única que tinha coisas boas a dizer sobre ela. Não sei se é porque ela se identifica com a minha matéria ou por alguma outra razão, mas ela é ótima em minhas aulas. Uma das únicas em que ela não vai reprovar, inclusive.

- Nossa, eu não sabia de nada disso - falei, pensativa - Mas talvez seja só uma fase, afinal, ela só tem 19 anos. É praticamente uma criança ainda - repeti a última parte e Taylor me olhou, sem entender.

- É... mas não sei se acredito muito nisso de fases...vai que isso é o que ela é mesmo? Nós, por exemplo, nunca passamos por nada desse tipo, sempre fomos muito esforçadas e estudiosas. Principalmente você né, que mesmo conseguindo uma bolsa para estudar naquele colégio de riquinhos mimados nunca se misturou nem se deixou levar por eles.

- Eu não podia...ser a mais velha era uma grande responsabilidade. Eu sabia que tinha que ganhar dinheiro de alguma forma para começar a ajudar em casa o mais rápido possível.

- É, mas as vezes eu sinto que você foi muito injustiçada...mamãe era a grande mulher da casa, não você, que acabou tendo que segurar todos os problemas nas costas. Não foi justo você ter que largar seus estudos para ir trabalhar tão cedo.

- A gente não tinha outra escolha, Tay - suspirei - Depois que o papai adoeceu a mamãe mau levantava da cama, você lembra? - assentiu - Alguém tinha que pagar as contas e colocar comida na mesa. Eu não me arrependo de nada do que fiz.

- É, e por sorte você conseguiu aquela vaga na empresa do Brad, que pagava muito bem para uma secretária. Apesar de eu nunca entender como você ganhava tantos extras - riu e eu engoli em seco - Bom, pelo menos era suficiente para nossa família e eu não precisei largar os estudos para ir trabalhar, como você. Eu sou muito grata por isso, Lauren. E tenho certeza que papai e mamãe também - fez o sinal da cruz ao menciona-los.

- Obrigada, Tay - sorri, sincera. Aquele era um assunto delicado pra mim - Com certeza devem estar muito orgulhosos de você também...tão jovem e já fazendo o que sempre sonhou desde criança, trabalhando em uma faculdade tão renomada.

- Mamãe, o vovô e a vovó estão no céu, não é? - Liam nos interrompeu, com o braço e o indicador estendido - Lá em cima, com os anjinhos.

- Estão sim, meu amor.

- Eu queria tanto que eles tivessem conhecido os meninos - baixou o olhar - Papai sempre sonhou com netos.

- É, eu também. Mas mamãe estaria tão chateada que nenhuma de nós teve uma menininha para ela encher de laços e vestidinhos. 

- Oh sim, ela estaria puta da vida - riu fraco - Mas agora chega dessa conversa porque eles não iam gostar desse ar de funeral, tudo de novo - coçou os olhos para aparentar estar bem, mas era claro que não era assim que ela se sentia por dentro. Logo em seguida levantou da mesa para começar a recolher os pratos e eu a ajudei, colocando tudo no lava louças - Vocês vão ficar para o almoço também?

- Não, não...na verdade, já temos que ir.

- Ué, mas já? Ainda está tão cedo! Lançou um novo filme da Pixar nos cinemas, nós poderíamos levar os meninos mais tarde.

- Hoje não dá...não estou muito legal, acho que vou gripar. Só quero deitar e não sair de baixo do edredom nunca mais - sorri fraco.

- Bom, se você quiser eles ficam comigo e eu deixo eles lá mais tarde - deu de ombros e eu aceitei na mesma hora - É bom que você descansa direito. Qualquer coisa me liga, tá? Fica bem - agradeci e ela se despediu de mim com um beijo na bochecha. Os meninos ficaram tão animados com o fato de que iriam no cinema que nem se preocuparam em se despedir de mim. Tentei dar um abraço nos dois, mas fui praticamente ignorada - Melhoras, Laur! - Taylor gritou, acenando enquanto eu me afastava já dentro do carro, e subitamente a minha única vontade era de colocar meus fones de ouvido, me deitar na cama e não levantar mais essa semana.

 

DIA SEGUINTE

P.O.V Camila

Meu despertador tocou alto pela terceira vez naquela manhã, fazendo mais barulho do que nas primeiras vezes, como se para me lembrar de que eu não podia mais adiar o fato de que eu teria que levantar. Soltei um rugido alto quando o fiz, sem ter outra escolha, e finalmente tive a coragem de sair da cama. Rapidamente peguei meu celular, ansiosa para checar o histórico de chamadas, mas encontrei a mesma resposta de sempre: sem chamadas perdidas. Encarei a tela por alguns longos minutos, somente subindo e descendo meu polegar sobre ela, sem saber o que pensar. Meu lado racional sabia que ela não ligaria, mas o emocional teimava em me fazer esperar. 

Suspirei, devolvendo o celular ao criado-mudo e fui tomar uma chuveirada gelada. Pelas minhas contas, já havia perdido as duas primeiras aulas, felizmente, as mais chatas do dia. Depois do banho, prendi meu cabelo em um coque alto meio bagunçado, já que estava sem a minima paciência e tempo para arruma-lo, embalei um sanduíche de atum, alimentei os gatos que miavam desesperadamente na frente do pratinho deles e sai, bem a tempo de pegar o próximo ônibus.

Quando cheguei na faculdade faltavam 4 minutos para a próxima aula, e eu corri para dar tempo de pegar meus livros no armário e um bom lugar na sala, longe dos babacas, que, no caso, era praticamente todo mundo ali. Logo depois que eu sentei, o professor de mídias digitais, o senhor Parker, entrou, e entregou a todo mundo uma apostila sobre análise de comportamento de consumo online. Uma rajada de entusiasmo esquentou o meu corpo ao ver aquele tema, que eu sempre quis estudar, e eu me senti verdadeiramente interessada por aquela matéria pela primeira vez. Aquele tipo de estudo era uma das coisas que me fascinavam no jornalismo e me fizeram escolher o curso: nos davam a capacidade de estudar as pessoas e entende-las como um tempo.

Quando o professor ia começar o texto de introdução da aula, ouvi meu celular vibrar na mochila, me despertando dos meus pensamentos. Estava pronta para apertar o botão vermelho, mas quando vi quem era, gelei, e um sorriso de lado inevitavelmente brotou no canto dos meus lábios. Lauren.

Perdi permissão para sair da sala e corri para dentro do banheiro na velocidade da luz, para que nenhum barulho atrapalhasse nossa conversa.

 

LIGAÇÃO ON

- Alô? - tentei falar calmamente, mas tive medo que ela pudesse escutar os batimentos do meu coração, de tão forte que estavam.

- Alô, Camila? Aqui é a Lauren - falou e eu soltei uma risada cínica para mim mesma. Como se eu não soubesse - Desculpe te ligar durante o seu período de aula, mas é que a diretora da escola dos meninos ligou e disse que teve um problema com o Logan e ela precisa de um responsável dele lá, só que eu estou no meio de uma reunião do outro lado da cidade. Você poderia, por favor, ir lá ver o que aconteceu? Eu te pago um extra por isso.

- Sim, sim, claro, Lauren. Mas não precisa me pagar nada.

- Eu insisto - cortou, fria - Obrigada, Camila.

- De nada, não se preocupe - respondi e então, pelos onze segundos que se seguiram, nenhuma das duas disse uma palavra. Minha boca abriu e fechou quatro vezes sem que eu conseguisse emitir som algum - Hum...Lauren, eu...

- Bom, eu tenho que voltar para minha reunião, até mais, Camila

E desligou.

LIGAÇÃO OFF

 

- Boa reunião, Lauren - sussurrei de cabeça baixa ao ver a ligação ficar muda, e me encostei por um momento na parede do banheiro vazio - Idiota, idiota, idiota! - repeti diversas vezes, batendo minha cabeça no azulejo. O que você achava que ela ia dizer, Camila? Ela provavelmente já até esqueceu daquela noite, já que, claramente não significou nada pra ela - Foda-se, só foi a merda de um beijo, Camila! Por que você está se importando tanto? Também não significou nada pra você. Nunca significa - falei para mim mesma, e antes de voltar para a sala para pegar minha mochila, joguei um pouco de água gelada no rosto. Aproveitei a deixa quando o professor saiu da sala para pegar um material na biblioteca para ir embora sem ser vista. É claro que ele ia dar falta de mim, a aluna que pediu para ir no banheiro mas nunca voltou, e cuja mochila sumiu repentinamente, mas não era como se eu me importasse.

Peguei o mesmo ônibus que eu pegava para a casa da Lauren para ir para a escola dos meninos, já que era relativamente perto, e cheguei lá em poucos minutos. A escola, que tinha apenas dois andares, toda nas cores amarela e laranja, possuía um jardim bem na frente com grandes estátuas coloridas em tamanho gigante de animais e uma quadra com uma grade alta mais pro fundo, mas os meninos que brincavam nela aparentavam ser bem mais velhos que Logan e Liam.

Entrei pela porta de vidro em no grande comodo principal, de paredes laranjas cobertas por desenhos dos alunos, e me dirigi até uma loira sentada em uma mesa, que digitava concentradamente em um mini computador portátil. Ao me ver me aproximando, levantou a cabeça e abriu um largo sorriso.

- Olá! Como posso ajudar?

- É...eu estou aqui para ver a diretora - cocei a cabeça. Não sabia bem o que dizer - Parece que houve algum tipo de incidente envolvendo um dos meninos que eu tomo conta. Hum...a mãe dele pediu para que eu viesse em seu lugar.

- Oh, entendo. Qual o nome dele?

- Logan Jauregui - falei e ela assentiu, digitando no computador em seguida.

- Hum...não consta nenhum Logan Jauregui aqui nos registros - estranhou e eu franzi as sobrancelhas, confusa - Qual o nome do outro? Talvez eu consiga acha-lo pelo nome do irmão.

- Liam Jauregui - disse e ela voltou a correr os dedinhos pelo teclado.

- Estranho. Também nada - suspendeu as mãos do teclado e as manteve imóvel no ar - Talvez o nome da mãe...

- Lauren Jauregui - respondi, já impaciente. Que tipo de escola era aquela?

- Oh, sim! Você quis dizer Liam e Logan Simpson! - sorriu amigavelmente para mim - A diretora está esperando por você na sala dela - me indicou uma portinha no final do corredor e eu segui o caminho. Bati na porta e quando fui autorizada, entrei. Lá dentro, uma mulher baixinha, gordinha e grisalha de aparentemente uns 65 anos tamborilava as unhas em sua mesa de madeira, de frente para Logan e uma menininha de longos cabelos loiros. Quando os dois se viraram em minha direção, arregalei os olhos ao ver a situação da pobre garotinha: sua bochecha estava completamente arranhada, e sua pálpebra direita, visivelmente roxa e inchada. A diretora, ao ver meu espanto, sacudiu a cabeça como se para mostrar que compartilhava do mesmo sentimento.

- Bom dia - estendi minha mão para cumprimenta-la - Eu sou Camila, babá do Logan. A mãe dele...

- Minha secretária já me explicou tudo, senhorita - me cortou, apertando minha mão de volta.

- Meu Deus, o que aconteceu? Alguém machucou você também, meu anjo? - sentei ao lado de Logan, checando cada milimetro de seu rosto, a procura de hematomas.

- Não - abaixou a cabeça, com os braços cruzados firmemente.

- Você quer contar para a Camila o que realmente aconteceu, Logan? - falou calmamente e eu me afastei, sentando ereta na cadeira e olhando diretamente para ele. Na mesma hora, se encolheu.

- Eu fiz isso com ela - sussurrou e eu parei por um momento, pensando não ter ouvido direito.

- Você o que? - repetiu, e antes mesmo que terminasse de falar, eu fiquei extremamente nauseada. Olhei para aquela menininha encolhida na cadeira, com lágrimas escorrendo sem parar por seu rosto arranhado e inchado, e meu coração apertou.

- Nós ficamos tão surpresos quanto você, Camila. Logan nunca mostrou nenhuma atitude agressiva antes, e a professora jura que já o viu brincar com Amber várias vezes - oh, então aquela era Amber.

- Logan, por que você fez isso? - o forcei a levantar a cabeça e me olhar nos olhos - Me diz, o que ela fez pra você fazer isso com ela?

- Mas eu não fiz nada de errado, Camila! 

- Não fez nada de errado? - o encarei, incrédula - Você bateu em outra criança e acha que não fez nada de errado, Logan?

- Não. Eu só fiz igual ao papai fazia com a mamãe!

- O...o que? - engasguei e meus olhos arregalaram. Levei algum tempo para conseguir falar novamente - O seu pai fazia isso com a sua mãe?

- É - chacoalhou a cabeça diversas vezes - E ele disse que quando eu tivesse uma namorada eu ia poder fazer isso também - depois que ela continuou a falar tão calmamente, por mais que eu abrisse e fechasse a boca, nada saia. 

- Isso é ridículo - a diretora riu nasalmente - Eu conheço o senhor Simpson e sei que ele nunca faria algo desse tipo, é o homem mais gentil e carinhoso que eu já conheci! Você sabe como é, Camila, crianças dessa idade tem uma imaginação e tanto - continuou achando tudo aquilo divertido.

- Mas a verdade! A mamãe ficava igual à Amber, mas ninguém conseguia ver nada porque o papai mandava ela passar maquiagem! É verdade! 

- Logan, é muito feio colocar a culpa no seu pai, sabia? - o repreendeu - Com certeza ele viu isso em algum programa de TV ou videogame. Ele joga? - me questionou e eu assenti com a cabeça, sem conseguir nem ao menos formar uma palavra - Tá vendo? É isso. Os videogames de hoje em dia estão tão violentos...sugiro que você converse com a mãe dele sobre isso, Camila. Quem sabe dar um tempo nesses jogos - assenti lentamente - Mas infelizmente vou ter que suspende-lo por dois dias - nos olhou com pena - Tem alguma coisa que você queira dizer para a Amber, Logan?

- Desculpa - praticamente cuspiu, rolando os olhos, e a menininha se encolheu, passando as mãos pelo rosto para enxugar as lágrimas, mas quando encostou sem querer em um dos arranhões, soltou um gemido de dor baixinho. Naquele momento a única coisa que eu queria fazer era abraça-la e dizer que sentia muito.

- Perfeito! Vocês estão liberados - cantarolou, levantando de sua grande cadeira de couro preta - Venha, Amber, vamos te levar até a enfermaria - deu a mão para a garotinha loira que ainda soluçava baixinho e a guiou para fora da sala.

- Nós vamos para casa agora? - Logan perguntou e eu fiz que sim - Eba! Vem, eu sei onde é a sala do Liam - se aproximou, tentando pegar minha mão, mas quando senti tocar minha pele, puxei minha mão inconscientemente. Pela primeira vez, foi como se eu não o reconhecesse, e eu passei a entender mais daquela situação do que eu desejava.

 



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