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História Kairos - Agora vai!


Escrita por: AnaRachelCamren

Capítulo 23 - Agora vai!


Fanfic / Fanfiction Kairos - Agora vai!

P.O.V Camila
  Senti minha garganta queimar ao beber o resto do conteúdo em meu copo e o atirei, já vazio, para trás do balcão. Já tinha perdido a conta de quantos drinques daquele eu tinha tomado, e quando fui erguer a mão para pedir mais um, perdi o equilíbrio e quase cai. Uma das garotas que passavam tentou me ajudar, me segurando, mas eu me soltei rapidamente. Não queria ninguém me tocando.
  Tudo ao meu redor estava completamente embaçado, e o volume da música parecia dez vezes mais alto. Fui me apoiando nas paredes até conseguir chegar no jardim, e procurei com os olhos pela pessoa que eu buscava. Quando a vi de longe, dando leves goles na sua taça de vinho e rindo despreocupadamente ao lado de Dinah e Siope, cerrei os punhos de ódio. Sem pensar duas vezes, corri em sua direção e agarrei seus cabelos.
  - Sua vadia fofoqueira! Eu vou te matar! - gritei, enquanto a estapeava com todas as minhas forças.
  - Mas o que...? Sua louca, me solta! - Normani gritou enquanto tentava se desvencilhar de meus braços.
  - Camila! - Dinah tentou desesperadamente nos separar - Camila, o que você está fazendo?! O que deu em você?!
  - Essa...essa piranha já foi abrir a boca para a Ashlee de tudo o que eu contei pra vocês! É difícil pra você manter as coisas fechadas, não é, Normani? Quando não é as pernas, é a boca! - debochei e ela acertou um tapa estalado na minha bochecha. Tentei voar para cima dela de novo, mas Dinah me segurou pelos ombros e Siope foi tratar de controlar a outra.
  - Eu só estava tentando ajudar! Mas quer saber, Cabello? Eu quero mais é que você se foda! 
  - Normani, chega! - interviu, nervosa - Parem com isso, vocês são amigas! Nenhuma das duas sabe o que está dizendo! 
  - Eu sei bem o que eu estou dizendo - me soltei dela e quase cai na grama.
  - Você não está nem se aguentando em pé, Camila! Vem, vamos pra casa - tentou me ajudar mas eu me afastei. Dei as costas para os três e comecei a me afastar, saindo da casa - Camila, aonde você vai? Você não está em condições de sair sozinha por aí! Camila! 

 

P.O.V Lauren 
  Desliguei a água do chuveiro e me enrolei com a toalha de algodão felpuda que me esperava do lado de fora. Parei na frente do espelho para prender meu cabelo úmido em um coque alto, e engoli em seco ao ouvir a televisão se desligada no quarto. Os passos longos e pesados de Brad tomaram a casa e em poucos segundos a porta do banheiro, que estava encostada, foi aberta, e ele entrou. Se junto a mim em frente ao espelho e envolveu minha cintura com seus braços ásperos. Respirei fundo, tentando frear as batidas do meu coração.
  - Usou aquele sabonete que eu gosto? - sussurrou no meu ouvido, mais dando uma ordem do que perguntando, e eu assenti - Boa garota - e então senti suas mãos frias adentrando por minha toalha. Me puxou pelos quadris ate o ponto de sua ereção e quando pressionou minha bunda ali, meu rosto se contorceu de nojo.
  - Brad, por favor...hoje não. Eu não estou me sentindo muito...
  - Cala a boca - me fuzilou com o olhar - Se você começar com essa merda de novo vai ser pior pra você. Você sabe como, não sabe? - assenti e ele sorriu, satisfeito. Com uma mão arrancou com tudo a toalha que me cobria, me deixando totalmente nua e exposta, e eu me encolhi. Me olhou de cima a baixo e sorriu um sorriso sacana. Desviei o olhar, e ele acertou um tapa em cheio em minha bochecha. Gemi de dor e ele riu.
  - Cadela. Você gosta disso, não é? Gosta de ser minha cadela - balancei a cabeça, concordando, enquanto sentia o bolo se formar em minha garganta, e ele cravou as unhas em meu braço, me arrastando sem piedade para a cama.

Pulei de susto, despertando, de repente. Olhei ao redor, reconhecendo minha casa, o sofá e a televisão ligada em um canal qualquer da televisão. Um arrepio percorreu minha espinha e eu me encolhi. Calma, Lauren, foi só um pesadelo. 
Eu tinha deitado ali no sofá por alguns minutos para ver o final de um documentário e acabei pegando no sono. Bocejei, desligando a televisão, e quando me levantei para ir para o quarto, um barulho me parou. Barulhos de batidas na porta que começaram baixos mas foram aumentando, ficando mais desesperados. Me aproximei dela, tensa, e pensei duas vezes antes de abrir.
  - Lauren, abre essa porta! Eu sei que você está aí.
  - Camila? - reconheci a voz e abri imediatamente. Quando o fiz, meus olhos se arregalaram ao ver a situação em que ela estava. Seus cabelos estavam desgrenhados, como se tivesse acabado de acordar ou saído de uma briga, e ela usava um vestido de festa azul e apesar de descalça, tinha seus saltos na mão. Sua cara estava péssima - Por Deus, o que aconteceu com você? Onde você estava? Como você chegou aqui?
  - Eu não sei, Lauren - tentou andar e perdeu o equilíbrio - Não sei nem o que eu vim fazer aqui.
  - Camila, você bebeu? - me aproximei dela e me senti embriagada só pelo cheiro. Era pura vodca.
  - Bebi - riu - Bebi pra caralho, pra esquecer você.
  - E funcionou? - sussurrei.
  - Não - bufou. Quando tentou tirar a mão que a apoiava na parede, cambaleou e se eu não tivesse a segurado a tempo, teria caído com tudo no chão.
  - É melhor a gente entrar...vem, me deixa te ajudar - enrosquei um braço ao redor de sua cintura, para criar um apoio firme, e suspirei aliviada ao ver que ela não me afastou. Com cuidado, a guiei até o sofá e ela se sentou, com o olhar vazio.
  - Como você está se sentindo? Acha que vai vomitar? Quer um pouco de água? 
  - Não, Lauren, eu não quero nada. Eu...eu acho que vou embora - mal sentou e já pegou impulso para se levantar de novo.
  - Você não está em condições de ir para lugar nenhum, vai ser melhor se...
  - Vai ser melhor se eu for embora! Será que você não percebe? Qualquer coisa é melhor do que ficar aqui com você.
  - Por que? - meus olhos se encheram de água.
  - Porque eu te amo, Lauren - me olhou nos olhos - E você está pouco se fudendo para isso tudo que eu sinto.
  - Você...você não sabe o que está dizendo - gaguejei, trêmula - Você só está falando isso tudo porque está bêbada...
  - Não! O álcool só me deu a coragem para te falar tudo isso - me calei - Quando eu estou bêbada eu não sinto o medo.
  - Medo? - franzi as sobrancelhas. Camila sempre me pareceu uma garota segura de si, determinada. Era difícil acreditar que ela sentia medo.
  - É...medo de nunca me recuperar do estrago que você está fazendo em mim...medo do que eu sinto por você, da intensidade do que eu sinto. 
  - E o que você sente? - sussurrei.
  - Eu sinto a droga do meu coração acelerar toda vez que eu estou com você, sinto minhas pernas ficarem bambas toda vez que nos beijamos, sinto falta de você quando estou longe, falta do seu cheiro, do seus olhos em mim, da sua boca, do seu sorriso... - fechou os olhos e eu fiz o mesmo, deixando que as lágrimas finalmente escorressem livremente pelo meu rosto - Sinto um buraco se abrir no meu peito quando brigamos ou quando você me manda ir embora, sinto uma dor absurda quando você mente pra mim e deixa aquele idiota te machucar, me sinto sufocada só de pensar em não ter mais você, Lauren. Eu sinto uma coisa que eu nunca havia sentido e agora sei o quanto é forte, sinto amor... E droga, eu te amo tanto, tanto... - se encolheu.
  - Me ama? - um sorriso fraco surgiu no canto dos meus lábios.
  - Como nunca amei ninguém na vida. Mas eu sinto que estou fazendo tudo errado - correu a ponta dos dedos por seu couro cabeludo, com os olhos apertados - Tudo errado.
  - Não, você não está...o problema sou eu - funguei - Eu sou cheia de problemas, de inseguranças...por isso nunca vai dar certo.
  - Vai, vai sim! A gente passa por cima disso tudo - se aproximou - Só me dá uma chance para eu te provar - aos poucos foi chegando mais perto e se inclinou em minha direção, seus lábios praticamente roçando nos meus, mas parou antes de encosta-los. Não segurei um suspiro pesado, e ela procurou por meu olhar com o seu, como se pedisse permissão para avançar. Fechei os olhos e ela finalmente colou nossos lábios. O desejo que eu tinha por ela, por aquele beijo, me fez beija-la da forma mais intensa que pude. Naquele momento tudo parecia tão certo. Depois de alguns minutos, me afastei, e eu podia sentir o gosto forte de vodca agora em minha saliva - Acho melhor a gente continuar essa conversa amanhã. Eu...eu te ajudo a tomar um banho, preparo alguma coisa pra você comer e você descansa.
  - Só vou aceitar por causa da parte do banho - riu e eu fiz o mesmo, revirando os olhos.
  - Você não tem jeito mesmo, menina...vem, deixa eu te ajudar a levantar. Mas sem barulho porque já está muito tarde.

 

P.O.V Normani
  Nunca pensei que fosse possível acordar com uma ressaca tão forte. Toda a minha cabeça e meu corpo doíam, principalmente meu couro cabeludo que estava super sensível graças à surra que a pirada da Cabello tinha me dado ontem. Mas ia ter volta.
  Eu e Ally éramos as únicas em casa, já que Camila tinha sumido no meio da festa e Dinah tinha ficado por lá para dormir com o Siope. Ela geralmente acordava cedo, mas passei por seu quarto e ela dormia como uma pedra, sinal que ela também tinha aproveitado bastante a festa. Encostei sua porta e segui para cozinha para preparar um daqueles cafés da manhã mata ressaca que a minha mãe me ensinou. Quando estava prestes a dar a primeira mordida no meu sanduíche, a campainha tocou alto e eu bufei. Minha cabeça inteira tremeu com o barulho.
  - Que inferno - rolei os olhos, indo atender de pijama mesmo. Do outro lado, um homem alto, de cabelos pretos encaracolados e terno da mesma cor perfeitamente alinhado abriu um sorriso formal. 
  - Bom dia - não respondi, apenas resmunguei - Eu presumo que aqui seja a casa de Camila Cabello?
  - É sim, mas ela não está em casa, então faça o favor de voltar mais tarde - ia fechando a porta mas ele me impediu.
  - Na verdade, eu não vim a procura dela. Vim falar sobre ela.
  -  O que aquela vadia aprontou agora? Ela está presa, não está? - cruzei os braços e seu sorriso se abriu mais ainda.
  - Permita-me me apresentar - estendeu a mão e eu apertei, a contragosto - Meu nome é Bradley Simpson. E você, é?
  - Normani Kordei. De onde você conhece a Cabello? - fui direto ao ponto.
  - Pelo que parece ela é a nova babá dos meus filhos. A conheci ontem. 
  - Oh - arregalei os olhos - Você é o ex marido da Lauren.
  - Sim, sim. Você a conhece bem?
  - Não, não...nunca a vi na vida. Só sei o que a Camila fala dela - dei de ombros e ele pareceu relaxar.
  - Hum...e elas são próximas? 
  - Bastante - ri e ele torceu a boca. Pelo visto o babacão não sabia de nada.
  - Bastante?
  - Olha só, Brad...se você quiser saber alguma coisa da vida da Cabello, é melhor você vir aqui quando ela estiver. Aí você pergunta pra ela mesma. Que tal? - pisquei o olho e ele forçou uma risada.
  - Por que será que eu sinto que você sabe de alguma coisa, senhorita Kordei? - neguei com a cabeça e ele suspirou. Então, puxou uma carteira de couro de seu bolso e de lá tirou um monte com pelo menos sete notas de 100 dólares. Meus olhos pularam e ele se divertiu com a minha reação - Bom, talvez agora você saiba - voltou a guardar o dinheiro em seu bolso e ao invés disso me entregou um cartão preto. Era de seu escritório, com seu endereço e telefone - Se mudar de ideia, já sabe onde me procurar - e então, acenou com a cabeça e deu meia volta, entrando no elevador com um sorriso de orelha a orelha.

 

P.O.V Camila
  Quando abri os olhos, acordando, estranhei ao não ver o mínimo sinal de luz do sol entrando no quarto. Alguém tinha cuidadosamente fechado todas as cortinas. Me espreguicei na cama, tentada a voltar a dormir mais um pouquinho, quando a porta do banheiro fez barulho, indicando que alguém saia dela.
  - Oh, não sabia que você já estava acordada - Lauren falou - Como se sente? 
  - Por incrível que pareça, só estou um pouco enjoada - suspirei. Pela primeira vez, não tinha acordado com a cabeça parecendo uma escola de samba. 
  - Ah, ainda bem. Eu fechei as cortinas o máximo que pude quando levantei, para a luz não te dar dor de cabeça - sorriu fraco. É claro que ela tinha feito isso. Naquele momento, minha única vontade era de beija-lá até o ano que vem - Quer comer alguma coisa? - neguei com a cabeça, apesar de minha barriga dizer ao contrário.
  - Vem cá - chamei, me sentando na cama, e ela sentou em minha frente, colando nossos joelhos. Sorri, e delicadamente passei o polegar sobre seu lábio inferior, como sempre, perdida em cada detalhe de seu rosto - Me desculpa por ontem.
  - Desculpa? Por que desculpa? - de repente sua voz tomou um tom desesperado - Você não lembra de nada, não é?
  - Não, Lauren, estou pedindo desculpa por ter chegado aqui no meio da madrugada, bêbada. Mas eu lembro de tudo. De cada palavra.
  - Então o que você me disse? 
  - Que eu te amo - um sorriso fraco de alívio surgiu no canto de seus lábios - E digo agora também se quiser. Eu te amo. Não precisa ter medo, eu vou fazer as coisas darem certo. Você confia em mim, não confia? 
  - Confio.
  - Então me deixa te fazer feliz. Eu quero fazer as coisas direito, Lauren. Quero andar de mãos dadas, te apresentar pros meus amigos, assistir o por do sol com você, viajar...quero compromisso - a cada coisa que eu falava seu sorriso aumentava ainda mais.
  - Você por acaso está me...
  - Não, não aqui, não desse jeito. Já disse que vou fazer tudo direito, como você merece. Me dá essa chance.
  - Eu dou - assentiu e foi a minha vez de sorrir. Fiz um carinho em seu rosto com as pontas dos dedos e juntei nossos lábios ternamente por longos segundos.
  - Os meninos já acordaram? 
  - Já...estão brincando no quarto. Por que?
  - Tem como você deixá-los com a Taylor mais tarde? Quero te levar para almoçar em um lugar muito especial.
  - Acho que sim - sorriu - Quer que eu passe pra te buscar? 
  - Não, eu vou pedir o carro da Ally emprestado, ela nunca sai com ele dia de domingo. Aí eu passo.
  - Tudo bem então - assentiu e ao me ver me preparar para levantar, perguntou - Não vai ficar para o café?
  - Não...preciso ir pra casa tomar um banho, me arrumar...você já vai ser todinha minha no almoço, aproveita só com os meninos agora.
  - Tá bom. A gente se vê mais tarde então.
  - Certo. Passo aqui às uma da tarde?
  - Às uma da tarde - me confirmou com um sorriso e eu deixei um selinho rápido em seus lábios, indo embora.



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