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História Kairos - The End


Escrita por: AnaRachelCamren

Capítulo 30 - The End


Fanfic / Fanfiction Kairos - The End

P.O.V Camila
LIGAÇÃO ON
- Pai? - falei, com a voz trêmula, quando as chamadas cessaram, mas não houve resposta do outro lado da linha por longos segundos.
- Camila? - meu coração corria dentro do peito - Quanto tempo, minha filha. Como você está?
- Eu estou bem, e você? E a mamãe?
- Estamos bem também. Preocupados com você por não ligar esse tempo todo...até pensamos em ligar, mas... - esperou - Ficamos com medo de você não querer falar.
- Me desculpa, pai. Tanta coisa aconteceu durante esse tempo...
- Eu imagino. Você está se virando bem aí, não é? Não precisou mesmo mais do meu dinheiro...
- Pai - o interrompi - Eu vou voltar pra casa.
- Voltar pra casa? - senti sua voz falhar e pude ter certeza que ele tinha um sorriso de orelha a orelha agora - Quando, minha filha? Por que?
- É sobre isso que eu quero falar, por isso te liguei. Eu conheci uma mulher, pai. A mulher da minha vida. Só que ela não está segura aqui, por causa do ex marido, um homem muito perigoso. Ele está na cadeia agora, mas não acreditamos que ele vá ficar lá por muito tempo e ela tem medo do que pode acontecer depois.
- Se não é seguro ficar aí, venham logo. Aqui poderemos contratar o melhor advogado e contactar meus coligados caso esse canalha tente alguma coisa com vocês. 
- Isso - sorri, imensamente aliviada - Foi o que eu falei pra ela, que o senhor cuidaria de tudo.
- Sua mãe vai ficar tão feliz em saber dessa notícia...acho que durante esse tempo com você fora a gente percebeu o quanto você faz falta, o quanto te amamos. Desculpe se não fomos os melhores pais pra você.
- Eu também tenho que pedir desculpas, não fui a melhor filha. Mas agora vamos fazer tudo diferente, certo? - ele concordou com um murmuro - Eu estou doida que vocês conheçam a Lauren e os meninos.
- Os meninos?
- O Liam e o Logan, filhos da Lauren.
- Quer dizer que de brinde eu ainda vou ganhar netinhos?
- É... - ri - Emprestados, porque os de verdade só daqui a alguns anos.
- Pra mim já está de bom tamanho! Pelo visto essa tal Lauren te faz muito feliz, hum? Da para ouvir você sorrir daqui só de falar no nome dela.
- Muito, muito, muito! A Lauren foi a melhor coisa que já aconteceu na minha vida, pai. Ela me faz ver as coisas de outro jeito, sabe? Querer ser madura, responsável, protetora.
- Isso é tudo que eu sempre quis pra você, minha filha. Que você saísse daquela vida de festas, bebidas, uma mulher a cada noite...por favor diga a Lauren que eu sou muito grato a ela! Mal posso esperar para conhecê-la!
- Pode deixar que eu digo - ri fraco - Ela também está ansiosa para conhecê-los.
- Então quer dizer que eu já posso comprar as passagens de vocês, não é? Me mande as informações necessárias por e-mail que eu vou fazer isso agora mesmo.
- Pode deixar. Muito obrigada, pai. Até já.
- Até já, minha filha.                                        LIGAÇÃO OFF


P.O.V Lauren
- Ah não, por favor, eu não aguento ver esse filme de novo não - Camila protestou pela milésima vez enquanto eu, Ally e Dinah tentávamos convencê-la a assistir Cartas para Julieta com a gente. 
- Ah, amor, foi o primeiro filme que a gente assistiu juntas - fiz bico, inclinando meu rosto para trás para conseguir vê-la. Nós duas estávamos deitadas no sofá, eu bem aconchegada no meio de suas pernas, e ela com uma mão descansada sobre minha barriga e a outra, sobre minha coxa - E você amou!
- Eu sei, amor, mas vamos variar um pouquinho, não é? Assistir outro género...tem um filme de terror que...
- Nem pensar! - Ally negou com a cabeça freneticamente - Você sabe que depois eu não durmo e passo semanas tendo pesadelos.
- E drama? 
- Não, né, Cabello? Acho que o dia de ontem já foi drama o bastante para a Lauren - Dinah a repreendeu, firme - E acho que ninguém aqui quer passar o resto da noite chorando.
- Tem razão, desculpa. Então...então vamos para ação!
- Ação? - dessa vez eu quem torci o nariz - Ah, não. 
- Concordo com a Lauren, ação não da né - a baixinha falou, passando de um canal para outro com o controle da televisão na mão - E esse daqui? É com a mesma atriz de Cartas para Julieta!
- Desisto! - Camila bufou atrás de mim, se levantando - Quer saber, eu vou é dormir, o dia foi muito cheio hoje e eu estou um caco. E sinto muito, meninas, mas eu vou levar minha namorada - enterrou o rosto no meu pescoço enquanto dizia, e eu sorri com o arrepio que aquilo me causou.
- Mas ela não quer ir! 
- O pior é que eu estou cansada também, Ally...ontem eu mal dormi e amanhã temos um voo cedo...
- Pois é, e não esqueça da tarde que tivemos hoje lá na sua casa empacotando suas coisas e a dos meninos - Camila me cutucou.
- Bom, é verdade. Tudo bem então, vocês estão liberadas para ir - Ally brincou, triste, com a cabeça baixa.
- Eu nem acredito que você está mesmo indo embora amanhã - Dinah falou com a voz falha. 
- Ei, vamos deixar o choro para amanhã, certo? - Camila tentou ser firme mas eu pude ver pelo seu rosto e a qualquer momento ela desabaria - Venham cá - puxou as duas para um abraço apertado e eu não contive um sorriso. Eu estava tão feliz mas ao mesmo tempo tão tristes por elas. Quando se separaram, Camila deixou um beijo estalado na bochecha de cada uma.
- Boa noite, Mila. Boa noite, Lauren - Ally fungou. Estava perto de chorar - Amanhã eu acordo cedo para ir com vocês ao aeroporto.
- Certo, muito obrigada. Boa noite para vocês duas, nada de carinhas tristes! - acenei gentilmente para as duas e entrei no quarto com Camila, que bateu a porta atrás de nós. Só com a luz de um pequeno abajur nos iluminando, nos jogamos na cama, embaixo do edredom macio de Camila. 
- Eu te amo - sussurrou, com os olhos castanhos quase camuflados na escuridão.
- Eu te amo também - sussurrei de volta, fechando os olhos logo em seguida, quando senti os lábios dela se colarem aos meus. Meu porto seguro, minha rocha, minha fortaleza. Aos poucos fui cedendo espaço para sua língua, que pedia passagem, e aprofundei nosso beijo, explorando cada pedaço. Eu movia a cabeça no sentido oposto ao que ela movia, e suas mãos faziam carinhos delicados em minhas costas, em vai e vem. Minha mão, como um reflexo, foi para seu quadril, a puxando para mais perto de mim e acabando com todo a distância que ainda restava entre nós. Em resposta, Camila murmurou algo inaudível e apenas separou nosso beijo para traçar uma rota de beijos molhados por meu pescoço, descendo até meu colo com sua língua quente e eu fechei os olhos rapidamente, sentindo todo o meu corpo formigar. Quando se aproximou dos meus seios ainda cobertos, um gemido surpreso escapou por entre meus lábios.
- Oh, meu Deus, me desculpe - arregalou os olhos - Amor, me desculpa, eu não queria...eu não queria forçar nada...
- Camz, tá tudo bem - sorri, com meu coração batendo a mil - Eu sei que pode parecer loucura agora mas eu...eu quero tentar.
- Você o que?
- Eu quero...quero fazer amor com você - corei absurdamente com a reação que aquelas palavras me causaram - Isso vai ser o começo da nossa nova vida.
- Você não sabe o quanto eu quero e sonhei com isso, mas...você realmente acha que está pronta? - mordeu o lábio inferior - Eu te disse que esperaria o seu tempo, não foi?
- Eu sei, e eu estou pronta, confio em você. Esses últimos dias você me mostrou que veio para apagar todas as minhas lembranças ruins. Essa é mais uma delas. Quero que você me mostre o que eu nunca consegui sentir - e antes que eu terminasse a frase, ela voltou a juntar nossos lábios suavemente, sem nenhuma pressa. Como se o relógio tivesse parado e nós tivéssemos toda uma eternidade. E tínhamos. O resto da vida. Sem afastar a boca da minha, puxou cuidadosamente minha blusa para cima e em seguida a dela, nos deixando apenas de sutiã. Quando tive a visão de seu abdômen perfeitamente delineado, senti a primeira corrente de excitação percorrer meu corpo e não pude evitar  passar as unhas ali e todos os seus pelos se arrepiaram com meu toque. Voltou a beijar meu pescoço enquanto as pontas de seus dedos escorregavam em minhas costas, a procura do feixe do meu sutiã. Quando fez menção de tirar, eu me encolhi e apertei os olhos.
- Amor - com a outra mão livre tocou meu rosto - Olha pra mim. Eu não vou fazer nada que você não quiser - assenti e lentamente fui abrindo meus olhos, tentando fazer o oxigênio fluir de forma correta dos meus pulmões para as narinas e vice e versa. Sorriu, e se livrou da última peça que cobria meu dorso, expondo meus seios volumosos e tão pálidos quanto o resto do meu corpo. Passou a palma da mão por eles, parecendo fascinada, e eu mordi minha boca, controlando as sensações que aquilo me trazia - Você é tão linda. Cada pedacinho de você é tão lindo - apertou de leve meus mamilos e ao me ver revirar os olhos, segurou a base deles com as mãos e começou a chupa-los, sem deixar de me encarar.
- Oh - gemi quando a senti contorna-los com com a língua, e desajeitadamente acariciei um pouco sua pele por cima do sutiã, seus mamilos endurecidos. Também queria toca-lá. Percebendo minha agonia, se livrou do pano, e os deixou a disposição de minhas mãos. Continuou com os carinhos ali até que meus seios estavam vermelhos e marcados. Então, ela juntou nossos lábios mais uma vez e começou a beijar meu corpo bem lentamente, passando pelo pescoço, colo, braços e barriga. Me ajudou a tirar minhas calças e eu vibrei em excitação e ansiedade quando ela beijou minhas coxas e virilha. 
- Camz... - sussurrei arrastado, meu corpo quase entrando em combustão. Meu Deus, o que Camila estava fazendo comigo? Eu estava vergonhosamente molhada. De surpresa levou os lábios até o meio de minhas pernas e deixou um beijo ali, bem no meio do meu centro - Oh, céus! 
- O que foi?! - arregalou os olhos, em pânico - Eu fiz algo de errado?! Quer que eu pare?!
- Não ouse parar - foi tudo o que consegui dizer. Estava completamente anestesiada com todas aquelas sensações e emoções que eu nunca tinha sentido antes. Camila assentiu, e com as mãos trêmulas retirou minha calcinha, sem deixar de me encarar. Me encolhi um pouco por estar ali, tão exposta, mas não senti vergonha. Eu nunca teria vergonha de Camila.               Com a ponta dos dedos, contornou toda a minha intimidade como um pincel faria com uma pintura, me fazendo prender a respiração. Afundou o nariz por entre meus pelos bem aparados e aspirou meu cheiro. Em seguida, encostou a língua no meu clitoris e eu deixei escapar um gemido alto. Céus! Aquilo era como estar no paraíso. Ela sorriu sobre minha intimidade, e começou a me chupar com a boca quente, puxando a ponta do meu clitoris com os dentes suavemente de vez em quando, provocando choques intensos em todo o meu corpo prestes a entrar em combustão. Eu não conseguia dizer nada, apenas gemer por todo o prazer que ela estava me dando. Choraminguei, implorando por mais, rebolando involuntariamente em sua boca. A língua dela ia para cima e para baixo, rodeando por dentro dos grandes lábios em movimentos precisos, e eu senti meu coração acelerar de repente. Apertei os olhos quando uma onda percorreu todo o meu corpo, me fazendo estremecer. 
- Vem, amor, goza pra mim - intensificou ainda mais o vai e vem e eu agarrei os lençóis, segurando sua cabeça contra minha intimidade encharcada, em desespero. Não aguentei mais nem um segundo e me deixei desmanchar no meu primeiro orgasmo, sentindo minhas pernas tremerem assustadoramente e um líquido quente escorrer por elas logo em seguida. Camila sugou tudo rapidamente e me puxou para um beijo ainda com a boca lambuzada, e não demorou muito para que eu acordasse do meu transe e retribuísse. Minhas mãos automaticamente desceram até sua bunda coberta apenas pela calcinha vermelha, e apertei forte suas nádegas. O contraste de sua pele morena latina com aquela cor sangue estava me deixando louca - Amor, o que está fazendo?
- Eu quero te retribuir - falei, sentindo minhas bochechas torrarem.
- Não, não precisa...
- Mas eu quero, Camz. Por favor? - pedi, distribuindo beijos por toda a extensão de seu pescoço e ela pareceu relaxar completamente. Entenderia aquilo como um sim.               Continuei meu caminho por seu corpo a arranhando com minhas unhas que, apesar de curtas, poderiam fazer um estrago, e fiz questão de marcar aquela barriga durinha. Ela me ajudou a tirar sua calcinha, e eu suspirei ao ver sua intimidade exposta para mim. Estava molhada e quente. Posicionei dois dedos ali, meu indicador e dedo do meio, pela parte de fora, vendo Camila revirar os olhos de prazer e sussurrar algo em espanhol para si mesma. Eu poderia ficar a noite toda ali. Levei meu polegar até seu clitoris inchado, massageando-o em movimentos circulares com um pouco de pressão e ela se contorceu na cama, com a boca entreaberta, procurando por ar. Seu corpo estava como se estivesse sido colocada em um forno.
- Amor... - gemeu e eu entendi o recado, começando a pressionar meus dedos em sua entrada apertada.   Coloquei mais um dedo dentro dela, que mordeu a boca de prazer, e comecei a movimenta-los lá dentro, dando leves estocadas sem parar com o estímulo do lado de fora - Céus, Lauren! Isso...mais rápido! - pediu desesperada entre um longo gemido e eu a obedeci na mesma hora. Aumentei as estocadas, tirando e colocando meus dedos, com seu quadril indo de um lado para o outro junto comigo - Eu estou vindo! Eu vou...eu vou...oh! - cravou as unhas em meu ombro enquanto gemia alto, e eu senti suas paredes internas se apertarem ao redor de meus dedos, e em seguida seu líquido quente escorreu sobre eles. Levei os três à boca, lambendo-os na frente dela. Seu gosto era maravilhoso. 
- Você foi perfeita - sussurrei, afastando algumas mechas suadas que grudavam em seu rosto - Muito obrigada. 
- Quem tem que te agradecer sou eu, depois disso - falou ainda ofegante e eu ri baixinho, me aninhando mais a seu corpo nu e nos cobrindo totalmente com o edredom. Me deu um selinho e então começou um carinho inocente por toda a extensão do meu braço. Fechei os olhos, relaxando, e ficamos por longos minutos assim, sem falar nada, apenas ouvindo nossas respirações entrarem em sincronia - Dormiu?
- Ainda não, mas não vou conseguir ficar acordada por mais muito tempo, você me cansou - ri fraco - Por que?
- Nada...só queria falar que te amo, e que não vejo a hora de construir toda uma vida com você, nossa família, nossos filhos...
- Nossos filhos? - aquilo me pegou de surpresa - Amor, nós já temos dois meninos que valem como uns seis!
- Tem razão - foi sua vez de rir, com certeza lembrando de alguma arte de Liam e Logan - Mas pelo menos mais um. Quer dizer, uma. Uma menininha.
- Uma menininha - sorri, imaginando uma mini Camila. Só de me imaginar gerando uma criança de Camila, fruto do nosso amor, borboletas voavam por todos os cantos do meu estômago  - Os meninos amariam ter uma irmãzinha. 
- Muito. Mas só depois que a gente casar.
- Casar? A gente vai casar? 
- Claro que vai, tenho certeza que minha mãe vai contratar os melhores organizadores de eventos de Cuba para a festa - riu.
- Sempre sonhei em casar na praia... - pensei alto.
- Casaremos na praia então. E a lua de mel, Brasil?
- Ué, e Paris? A cidade do amor...
- Qualquer lugar se torna a cidade do amor se você está nela - acariciou meu rosto delicadamente - Agora mesmo, o que é Paris perto de Miami?
- Boba - dei um tapinha em seu ombro, rindo. 
- Por você, minha coisa linda! Mas falando sério, quero muito levar vocês no Rio de Janeiro, São Paulo...ah, tem um parque aquático em uma cidade chamada Fortaleza que os meninos vão amar! E nossa, você tem que provar brigadeiro.
-  Só não esquece que eu não tenho mais o pique das crianças e nem o seu de 19 anos...já tenho 30 - falei, e em seguida um bocejo me interrompeu.
- Nossa, quem vê até pensa que você já tá idosa, perto de morrer - revirou os olhos, rindo - Mas enfim, vou te deixar dormir agora. Amanhã vamos acordar bem cedo.
- Você não vai dormir também?
- Vou, mas preciso fazer uma coisa antes - deixou um beijo em minha testa antes de levantar da cama para vestir um roupão - Eu já volto - assenti, a vendo sair do quarto e poucos segundos depois, desisti de lutar contra o sono e deixei que meus olhos pesados se fechassem.

P.O.V Camila
 Depois de fechar a porta do meu quarto onde Lauren dormia, liguei a televisão em um volume baixo enquanto esperava, sentada no sofá. Pelas minhas contas, ela deveria estar chegando a qualquer momento. E não deu outra, alguns minutos depois, ouvi o barulho das chaves na fechadura e Normani entrou em casa, segurando uma grande garrafa de champanhe e uma bolsa nova de marca na outra mão. 
- Boa noite, Normani - falei e ela tomou um susto quando percebeu que eu estava ali.
- Caralho! Vai assustar sua mãe, Cabello! O que faz acordada essa hora? A namoradinha te deu um pé na bunda e você está aí chupando o dedo? 
- A Lauren está dormindo no meu quarto, mas eu estou sem sono - menti - E você, festa de novo?
- É, fui em uma balada nova que inaugurou aqui perto - jogou o cabelo pra trás.
- Essa semana foi bem agitada, você não parou em casa, praticamente comprou o shopping inteiro... - ergui a sobrancelha observando de canto de olho seus saltos e vestido também novos - Engraçado que você sempre reclama na hora de pagar o aluguel...da onde está tirando tanto dinheiro, Normani?
- Ué, pirou? - riu, irônica - Toma conta da sua vida, garota.
- Fala a verdade, Normani. Você estava vendendo informações sobre eu e a Lauren para o Brad, não é? - levantei, ficando cara a cara com ela.
- O que? Quem é Brad? Olha só, se você pensa que vai me acusar...
- Eu achei isso aqui no seu quarto hoje - atirei o cartão e ela revirou os olhos - O cartão do Brad, com o telefone e endereço dele. Meu computador estava descarregado e eu precisava mandar um e-mail importante para o meu pai então pedi o da Dinah emprestado. Ela disse que você tinha usado na noite anterior, que era pra eu pegar no seu quarto. O cartão estava embaixo dele - respirei fundo, sentindo um bolo se formar na minha garganta - Por que, Mani? 
- Ele veio aqui em casa e me ofereceu muito dinheiro - cruzou os braços - Não me culpe, ok? Ele só queria algumas informações sobre a ex mulher, provavelmente ainda gosta dela e estava com ciúmes, sei lá.
- Não, Normani. O Brad batia na Lauren, e depois que você contou para ele que nós duas estávamos juntas ele foi lá para estuprar a Lauren. A sorte foi que eu e a Ally chegamos a tempo e conseguimos impedir. 
- O que? - seus olhos arregalaram - Ele...ele tentou estuprar ela? 
- Nada do que ele já não tenha feito em todos esses anos de relacionamento abusivo - ri, irônica, com os olhos cheios de água e ela cobriu a boca - Eu só queria saber porque você fez isso. O porque de todo esse ódio por mim a ponto de querer prejudicar o meu namoro e colocar em risco a vida da mulher que eu amo.
- Camila, calma aí, em momento nenhum eu sabia que ele ia fazer isso com ela! Não vai jogando tudo pra cima de mim não!
- E você quer que eu jogue pra cima de quem, Normani? 
- Você quer mesmo saber o motivo da minha raiva, Camila? - cerrou os dentes - Antes de você chegar, tudo era perfeito por aqui. Eu, a Ally e a Dinah. Melhores amigas! Eu nunca quis que a gente recebesse uma outra colega de apartamento, e fui contra até o fim, mas eu era minoria. Quando você chegou, você virou a queridinha! Se metia em todos os nossos planos, em todas as nossas saídas...vocês viraram o trio perfeito, e eu, fui excluída.
- Isso não é verdade - chacoalhei a cabeça diversas vezes.
-  É sim! Não diga que não é porque você não passou por isso, não sabe se é verdade ou não!
- Isso é loucura - corri meus dedos pelo meu couro cabeludo que formigava - Antes quer dizer que foi tudo por ciúmes? Mani, eu nunca vou tomar o seu lugar no coração das meninas! Ninguém vai, nem mesmo a próxima colega de apartamento de vocês! Vocês já eram melhores amigas a anos antes de eu chegar! 
- Próxima colega de apartamento? - franziu as sobrancelhas.
- Eu vou embora, Mani. Vou voltar para Cuba. 
- O que? Uau, por essa eu não esperava...olha, Camila, se isso for por minha causa...
- Não! Não é - a interrompi - Vai ser melhor para a Lauren, e o que é melhor pra ela é melhor pra mim também. 
- Entendi. Mas e o Brad? 
- Por sorte eu e a Ally chamamos a polícia no caminho para a casa da Lauren e ele foi preso em flagrante. Mas isso não garante nada, ele é muito poderoso, deve contratar um bom advogado nos próximos dias e se livrar. Esse é o nosso medo.
- Meu Deus, como eu fui idiota! - apertou os olhos - Olha, se tiver alguma coisa que eu possa fazer para ajudar a manter ele na cadeia...
- Não, não quero que se envolva mais nisso. A gente vai dar um jeito quando chegar em Cuba.
- Que dia vocês vão?
- Amanhã cedo - falei e ela assentiu. Parecia arrependida - Você provavelmente vai estar dormindo quando eu sair.
- É, provavelmente. Bom, faça uma boa viagem.
- Obrigada, Mani - sorri - Se cuida - acenei com a cabeça mas ela me surpreendeu me puxando para um abraço. Até mesmo dela eu sentiria falta. 

...

Eu observava atentamente Lauren dormir, enquanto fazia um cafuné em seu cabelo. Eu tinha acordado muito antes do nosso despertador tocar, e não consegui pegar no sono de novo. Agora era finalmente a hora que combinamos de despertar, e Lauren começou a abrir os olhos lentamente quando eu a chamei.
- Bom dia, meu amor - sorriu, coçando os olhos um pouco vermelhos.
- Bom dia, minha princesa. Dormiu bem?
- Muito! E você?
- Também.
- Já é hora de se arrumar?
- Já sim. Por isso te acordei - sorri fraco e ela franziu as sobrancelhas.
- Camz, tá tudo bem? Você está estranha.
- Eu...eu preciso te contar uma coisa. Não sei como você vai reagir, mas... - mordeu o lábio e eu levantei da cama com um pulo. Meu coração acelerou.
- O que aconteceu? Foi alguma coisa com os meninos? - arregalei os olhos. 
- Não, não, os meninos estão bem! - me tranquilizou e eu consegui soltar o ar dos meus pulmões - Foi com o Brad.
- Com o Brad? O que aconteceu com ele?
- Ele morreu, amor - falou e eu balancei a cabeça, sem conseguir processar direito. Morreu. 
- Co...como assim morreu? Como? 
- O delegado não me explicou direito, ele apenas disse que aparentemente ele se envolveu em uma briga ontem mesmo quando chegou e um dos presos não deixou barato. Parece que é comum acontecer esse tipo de coisa com acusados de estupro...os outros presos não aceitam bem esse tipo de coisa - falou e eu apenas assenti, me sentindo petrificada - Amor, por favor, fala alguma coisa.
- O que você quer que eu diga? Apesar de tudo, ele era o pai dos meus filhos...eles vão ficar devastados.
- Eu sei que é um choque agora, mas Brad teve o final que mereceu. Nós vamos dar todo o apoio necessário para os meninos, até contactar um psicólogo para acompanhar eles lá em Cuba, se for preciso. Eu vou fazer de tudo para que você e os nossos meninos fiquem bem, ok? Isso é só mais um obstáculo que vamos conseguir superar.
- Eu sei, Camz, eu sei - suspirou e eu me aproximei dela, a envolvendo em meus braços. Brad tinha sido espancado e esfaqueado até a morte por dois homens dentro da própria cela, mas não quis entrar em detalhes para não deixar a Lauren ainda mais nervosa. Ela já tinha sofrido tanto e agora seria um recomeço. 
       Depois de algum tempo ali, Lauren disse que já se sentia melhor e finalmente começamos a nos arrumar. Tomamos banho, café da manhã, chequei o apartamento uma última vez para ver se eu não estava esquecendo nada importante e seguimos para a casa da Taylor, com o carro praticamente lotado com nossas malas. Quando ela veio atender a porta estava com a cara inchada e vermelha, denunciando que tinha passado a noite inteira chorando. Meu coração apertou quando vi aquela cena, e os olhos de Lauren marejarem ao ver a irma. A até pouco tempo, a Taylor era tudo que ela tinha. 
- Mamãe! - Liam correu para agarrar as pernas de Lauren quando nos viu, já pronto para viajar. Em seguida, veio até mim e eu o peguei no colo. Logan também o seguiu, com alguns brinquedos na mão.
- Eu expliquei pra eles ontem a noite aonde eles vão morar agora. Mostrei Cuba no mapa e algumas fotos da cidade. Também passamos a madrugada assistindo uns desenhos em espanhol, até que pegamos no sono no sofá - fungou - Venham cá, um abraço de despedida na titia - se abaixou, estendendo-nos braços, e os meninos se aconchegaram ali. 
- Você sabe que isso não é um adeus, não é? Nunca vai ser. A gente vai estar logo ali do lado, e vai se ver sempre! Quando bater saudade da sua irma mais velha é só ligar, por telefone ou Skype - Lauren também soluçava, mergulhada em lágrimas, e a mais nova assentiu - Eu nunca te deixaria aqui se não tivesse certeza do quanto você é forte e capaz de se cuidar sem mim.
- E eu nunca te deixaria ir se não tivesse certeza que você vai ser infinitamente mais feliz lá - sorriu - Eu te amo, Laur.
- Eu te amo também, Taytay.
- E você, senhorita - se virou pra mim, enxugando o rosto com a palma da mão - Quem diria que aquela minha aluna rebelde ia se tornar minha cunhada, não é? Vê se não para de escrever nunca, eu ainda quero ver muito dos seus artigos publicados!
- Pode deixar! - a abracei forte.
- Nós temos que ir agora - Lauren coçou o nariz, completamente vermelho, abraçada com o pequeno Connor que gargalhava em seu colo. Deu um beijo demorado em sua bochecha e então o entregou para Taylor. 
- Tchau, tia Taylor! Tchau, Connor! - os meninos acenaram uma última vez pela janela do carro, enquanto nos afastávamos.
- Meninos, qual é a primeira coisa que vocês querem fazer quando chegarmos na casa nova, em Cuba? - perguntei.
- Comer muitos tacos! - Logan esticou os braços e nós rimos.
- E você, meu pequeno? - Lauren cutucou o mais novo.
- Quero que a gente viva feliz para sempre!
- Ué, felizes para sempre? - franzi as sobrancelhas.
- É! Agora que a princesa Lauren conheceu a princesa Camila, é assim que a história tem que terminar, com um final feliz!
- Um final muito, muito feliz - sussurrei para Lauren, a puxando suavemente pelo queixo para selar nossos lábios antes de estacionarmos na frente do aeroporto. E tudo bem, a gente podia não estar em um conto de fadas como o das histórias do Liam, mas naquele momento eu tive plena certeza que eu já estava vivendo o meu "e viveram felizes para sempre"...                                               


Notas Finais


Fim. Simples assim.
Antes de dizer adeus, tenho que agradecer imensamente a vocês, que construíram essa história comigo, que me apoiaram e me incentivaram a escrever ela até o final, principalmente minha amiga Cynthia (você sabe que essa fic é tanto minha quanto sua). Se eu pudesse, continuaria por muitos outros capítulos, mas devido a algumas questões, vou ter que finalizar hoje, com o coração partido. Eu sempre costumo dizer que escrever é minha válvula de escape, e acho que escrever fanfic juntou as duas coisas que eu mais amo fazer (escrever e viver no mundo da lua, com a cabeça nas nuvens). Cada fic que eu escrevi e postei nesse site foi um pedacinho de mim, e sempre vão ser. MUITO obrigada por tudo, amo vocês ❤️


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