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História KakaSaku - Uma Chance Para Nós - Objetivos


Escrita por: Vany-chan734

Notas do Autor


OLAAAAR,

Lindinhos, passei o dia inteiro ontem escrevendo e aqui está o resultado: o maior cap da fic!

Queria agradecer pessoalmente às pessoas que ultimamente tem feito meus dias mais coloridos, a Quiin no Nyah, A Tay no Nyah, a Viih na Spirit, a Eubrits na Spirit e a Jhoy na Spirit!

OBRIGADA PELOS 400 FAVORITOS! <3 <3

P.S: a Jhoy tem uma fic KakaSaku em andamento, recomendo viu?

Capítulo 32 - Objetivos


Fanfic / Fanfiction KakaSaku - Uma Chance Para Nós - Objetivos

O Sol a pino ofuscava os olhos dos ninjas a minha frente, obrigando-os a tamparem a visão com as mãos, assim como eu fazia com a minha esquerda. Todos esperavam ansiosos pelo meu discurso informal de encerramento, porque seus genins classificados já haviam adquiridos suas licenças chunins e os outros – não classificados – poderiam tentar na próxima edição, então decidi dispensá-los de vez.

- Agradeço à participação dos envolvidos na preparação do evento e aos participantes. Foi uma prova memorável e espero que Konoha tenha sido receptiva a vocês. Desejo boa viagem, e até a próxima edição – terminei sorrindo e acenando com a mão direita.

Em seguida, os Kages – cercados por seus ninjas de elite – caminharam para seus destinos e as equipes de suas Vilas os seguiam, enquanto os participantes da Folha acenavam, uns mais animados que outros, pois apenas três das cinco equipes conseguiram a licença, sendo uma delas a de Naruto.

Olhei de esguelha para Sakura, que permanecia a poucos metros de mim, sorrindo orgulhosa. No entanto, antes que pudesse caminhar até ela, percebi Gaara vindo em minha direção e Naruto ao meu lado se agitou.

- Foi bom te rever! – ele se apressou em dizer, abraçando o Kazekage.

- Faço das palavras do Naruto às minhas – comuniquei sorrindo.

Gaara sorriu discretamente e fez uma mesura, antes de lançar um último olhar esperançoso a Ino, a qual correspondeu o gesto com um sorriso tristonho e desviou o olhar em seguida, fixando-o nas próprias mãos entrelaçadas. Observei o rosto constrangido dela, da mesma forma que Gaara e suspirei pesaroso, estendendo minha mão para ele.

 

- Hokage-sama, eu... – Ino mordeu o lábio inferior, desviando o olhar.

- Sim? – incentivei, observando os gestos contidos dela dentro da minha sala, de modo bem diferente do usual.

- Ela não pode aceitar! – Sakura falou, esclarecendo o desejo da amiga.

- Certo... – entrelacei minha mãos, apoiando os cotovelos na mesa e analisei-as.

Olhei de relance para Shikamaru e ele tinha uma expressão confusa, parecia preocupado pela recusa do acordo diplomático e ao mesmo tempo aliviado por não ter a amiga indo embora. Ele podia até não dizer, mas Ino era como uma irmã para si.

- O que acha disso, Shikamaru?

- Hum – ele colocou a mão no queixo, pensativo – É um acordo muito favorável... – a expressão tranquila deixava óbvia sua opinião a cerca daquela proposta, totalmente contrária ao sentido da frase dita.

- Eu posso aceitar o casamento como uma missão... – Ino se prontificou – É meu dever como Kunoichi – apesar do tom firme, os olhos pareciam angustiados com a proposta.

- Não pode fazer isso! – Sakura intercedeu novamente – Ela não pode fazer isso! – reforçou me olhando, ao passo que mexia as mãos, dando intensidade ao absurdo que o acordo soava aos seus ouvidos.

- Sakura! Se a Vila precisa de mim, ficarei honrada em servi-la... – a loira até tentou soar decidida, mas sua voz diminuiu vários tons ao final da frase.

- Você mesma disse que não quer se casar com ele! – rebateu, nervosa.

- Por que não quer se casar com Gaara, Ino? – questionei brando.

Os olhos azuis arregalaram e ela se contraiu, sem graça.

- Eu gosto dele... – olhou para Shikamaru – Gosto muito... – voltou a me olhar – mas não o amo. Não quero ter que me casar com alguém sem amar essa pessoa...

- Não vou obriga-la a se casar com ele apenas por um acordo econômico, Ino. Konoha tem outros aliados também – proferi.

Shikamaru, assim como ela, soltou um suspiro aliviado.

- Viu, Porquinha? O Kakashi te entende! – Sakura a abraçou de lado, sorrindo.

Olhei sério para elas, embora sorrisse singelamente.

- Kakashi-sensei... – Ino chamou, claramente envergonhada – Obrigada. Eu adoraria me casar com Gaara, se o amasse como vocês dois se amam – apontou para mim e para Sakura – Ou pelo menos, se o conhecesse o suficiente para uma aproximação assim... mas estamos há pouco tempos juntos... é um passo muito grande...

- Eu entendo, Ino. Fique tranquila quanto a isso... Contudo, é Gaara quem tem que ouvir essa explicação – o rosto alvo empalideceu ainda mais – Sua decisão deve ser comunicada ao Kazekage e justificada... e é você mesma quem deve fazê-la.

- O que?! – os olhos azuis se arregalaram novamente.

- Gaara tem demonstrado interesse em você desde vindas passadas a Konoha... imagino que essa proposta seja algo favorável para ele... todavia, não é para você e é Gaara quem tem que ouvir seus motivos, não eu ou Sakura ou Shikamaru – terminei com um meneio, indicando as pessoas presentes no escritório.

Ela olhou envergonhada para os companheiros e depois fitou as mãos entrelaçadas sobre a saia roxa.

- Não quero magoa-lo... – sussurrou.

- Então é melhor ser sincera, Porquinha... – Sakura afirmou, olhando para mim.

Quase uma indireta.

Ino suspirou e aceitou, assentindo com a cabeça.

- Certo. Vou convocar urgentemente a presença de Gaara à Torre e então vocês poderão utilizar a minha sala para conversarem, antes da última batalha do Exame Chunin.  

Ela concordou com um sorriso triste.

 

- Obrigada pela hospitalidade, Hokage – falava ainda a olhando, embora apertasse minha mão.

Nos soltamos e antes que ele se afastasse de Konoha, Shikamaru se aproximou.

- Kakashi – chamou, olhando para o Kazekage, pensativo – estive pensando...

- Sim? – inquiri atento, assim como Gaara que estreitou o olhar.

- O acordo é realmente propício para ambas as Vilas... talvez não fosse preciso que o Kazekage se casasse...

Sorri malicioso, já prevendo qual seria sua intervenção na proposta.

- O que está propondo? – Gaara questionou sério, atraindo a atenção de seus irmãos pela demora, os quais se aproximaram.

- Se dois ninjas de alta patente se casassem serviria como um laço oficial entre as Vilas...

- E quais ninjas você propõe, gênio? – Temari questionou ácida.

Ela estava irritada pela recusa de Ino, embora entendesse seus motivos.

- Você é a Comissária Internacional de Suna e eu sou o Conselheiro oficial do Hokage, uma união nossa poderia acabar com esse impasse – sorriu sensualmente.

- O quê?! – os olhos dela arregalaram no mesmo instante em que a boca se abriu e as bochechas coraram.

Kankuro soltou risos sarcásticos da irmã, enquanto Gaara a olhou por cima do ombro, Sakura e Ino soltaram um guincho surpreso em conjunto e eu me mantive ali, sorrindo lascivo para eles, observando a tranquilidade de Shikamaru ao pegar um cigarro e tentar acendê-lo.

- E eu já me acostumei a viver com uma problemática como você, arranjar outra mulher seria muito trabalhoso – zombou, fazendo com que Ino e Sakura soltassem risinhos atrás de mim.

No entanto, Temari se irritou e após se recuperar do choque prévio, avançou sobre ele, puxando-o pela gola da camisa preta, derrubando seu cigarro e aproximando os rostos.

- Se estiver brincando comigo, vou parti-lo em mil pedaços – ameaçou, com o cenho franzido e tocando o leque preso às costas com a mão esquerda.

Os olhos dela estavam brilhando, eu só não sabia identificar se por felicidade pela proposta ou raiva pelo comentário anterior.

- Tenho certeza que meu Conselheiro pensou muito a respeito desse convite – coloquei minha mão sobre o ombro dele de forma cúmplice, enquanto sorria para ela.

 - E então o que me diz, Tema? – Shikamaru reforçou com um sorriso para a namorada.

Temari largou a gola de sua camisa, enrubescendo novamente ao notar que ele falava sério sobre se casarem. Olhou para Gaara que continuava a fitando, dessa vez com um pequeno sorriso na face.

- Você quer aceitar? – ele questionou tranquilo.

Temari franziu as sobrancelhas novamente e olhou para Shikamaru, torcendo a boca pensativa.

- Quero tempo para pensar. Vamos voltar para Suna e falar com os conselheiros. Mando um pergaminho avisando sobre minha decisão – ela olhou séria para Shikamaru, depois se virou e começou a caminhar para sua cidade natal.

- Ouch! – Shikamaru zombou, negando com a cabeça, embora conservasse um sorriso nos lábios.

Gaara acenou com a cabeça para ele, dando por encerrada a discussão no dia, afinal, não passaria por cima do desejo pessoal da irmã e nem de uma consulta com seus conselheiros. Deu as costas a nós e partiu ao lado de Kankuro, após olhar uma última vez para Ino.

Observamos em silêncio eles se distanciarem, até Temari parar de repente e se virar minimamente para trás. Ela olhou para Shikamaru e sorriu alegre. E só com isso nós sabíamos qual seria sua decisão, meu Conselheiro acenou em resposta e então ela voltou a caminhar ao lado dos irmãos.

Estava prestes a fazer um comentário sarcástico a Shikamru, quando Ino deu um tapa em sua cabeça, fazendo com que seu segundo cigarro do dia caísse no chão.

- Você acha que é assim que se pede uma garota em casamento?! – ralhou – Só a Temari para aguentar esse seu jeito lesado mesmo!

- Argh, meu cigarro! – reclamou, se abaixando para pegá-lo.

Sakura e eu rimos. A amizade deles era algo cômico de se presenciar.

- Vou tacar fogo nesse maço inteiro! Sabe que faz mal! – ela colocou as mãos na cintura enquanto batia os pés nervosamente no chão.

Sakura gargalhou enquanto se apoiava em mim.

- Deixe que Temari faça isso, Ino. Ela com certeza o colocará na linha – alfinetei.

Ele me lançou um olhar desgostoso, mas logo tragou o cigarro e relaxou a expressão.

- Tem razão, eu quero ver quando a Tema morar definitivamente aqui – comentou, cruzando os braços e sorrindo diabolicamente para o amigo.

Shikamaru suspirou pesaroso e nós voltamos a rir dele.

 

(...)

 

Semanas se passaram e o pergaminho enviado de Suna constava a concordância com a proposta de Shikamaru, então oficialmente eles estavam noivos e as exportações de minérios do País do Vento teriam Konoha como principal compradora, enquanto nós exportaríamos alimentos por um valor mais acessível.

- Shikamaru, soube que as meninas vão se reunir hoje à noite para conversar sobre seu casamento... – comentei, lendo um relatório de uma missão gennin.

- O meu? Ora, Hokage-sama, o seu também será uma pauta – rebateu sarcástico, embora continuasse focado no outro pergaminho a ser analisado.

Soltei um riso nasalado.

- Este será o último relatório que lerei hoje, depois disso o dispenso. Se encontre com os meninos em algum bar...

- Como você vai fazer? – ele ergueu os olhos para mim, sorrindo.

Minha resposta foi um sorriso discreto. Ele anuiu e após terminarmos nossas leituras, cruzamos a porta do escritório e cada um seguiu sua direção. Meu Conselheiro provavelmente iria para casa ou deitar sob alguma árvore para observar as nuvens passando no céu, enquanto eu iria para outro local, bem mais costumeiro... pelo menos, para mim.

Caminhei pelas ruas de Konoha e senti os olhares avaliadores dos civis, embora não cochichassem diretamente, eu sabia que ainda falavam de mim e de Sakura. A diferença entre nós era a minha posição como Hokage. Ninguém teria coragem de me afrontar e por isso eu continuava caminhando tranquilamente pela Vila, lendo meu Icha Icha sem nenhum remorso.

Cheguei ao Memorial de Pedra no fim da tarde, observando as pedras pretas dele refletirem os raios solares do poente. No entanto, diferente das outras vezes, nessa eu não estava sozinho.

Sasuke estava ali e olhava fixamente para a Pedra negra. Me aproximei cauteloso, estudando a postura do meu pupilo e me questionando o motivo que o trouxera ali, afinal, Sasuke nunca fora de homenagear os mortos.

- Kakashi – ele cumprimentou, ao seu modo.

- Sasuke – me posicionei ao seu lado e fitei a pedra – Tudo bem? Tenho o visto pouco.

Ele deu de ombros. E ficou óbvio para mim que ele não estava bem. Havia dito para Naruto deixar o amigo em paz, dá-lo tempo, porém mesmo com tempo parecia haver uma angustia constante sobre ele. Olhei o de esguelha e esperei por alguma tentativa de diálogo, mas Sasuke não começaria nada. Ilusão minha pensar algo do tipo.

- O que veio fazer aqui? – questionei após um tempo indeterminado.

- O mesmo que você – ele respondeu, sarcástico, lembrando-se da última conversa que tivemos nesse lugar.

Sorri.

- Eu vim visitar um amigo, mas até onde sei, seu melhor amigo está vivo e a essa hora está provavelmente comendo uma tigela de Ichiraku lámen.

Sasuke bufou e revirou os olhos.

- Aquele Dobe... Ele foi te incomodar para vir atrás de mim? – olhou-me finalmente.

- Não. Eu costumo vir aqui normalmente... – respondi calmo e ele assentiu – Entretanto, concordo com Naruto sobre seu estado. Você não está bem, Sasuke.

- Tsc – ele voltou a fitar a pedra.

- O que o aflige? – perguntei franco.

Meu ex-aluno trocou o peso de uma perna para outra, em conflito se falava acerca do que o atormentava ou não. Por fim, suspirou e disse:

- O nome dele não está aqui. Nunca vai estar.

Entendi de imediato sua frustração. Itachi.

- Os nomes aqui são simbólicos, Sasuke. Itachi mais do que ninguém serviu a Konoha sem esperar recompensa.

- É exatamente por isso que ele deveria ser reconhecido – rosnou, fechando as mãos em punhos.

- Seu irmão tinha apenas uma preocupação, e ela era você. Para ele, um nome cravado numa pedra não tinha significado se você não estivesse bem.

Sasuke passou a mão pelo rosto nervoso.

- Você não entende. Nenhum de vocês entendem! – ele se virou, pronto para ir embora.

- Então nos faça entender. Não fuja novamente! – falei firme, fazendo-o parar no meio da campina.

O Sol havia se posto completamente, deixando o ambiente mais escuro e iluminado apenas com o luar e os vagalumes que voavam por ali, rodeando-nos.

Ele permaneceu parado, de costas para mim, refletindo sobre o que eu disse, sobre o que havia dito antes e as consequências de suas ações até então.

- Itachi gostaria que eu vivesse aqui... – começou, com o timbre rouco e relaxando os ombros – Mas não consigo me sentir bem em Konoha sabendo tudo que ele sofreu por amar esse lugar.

- Itachi até poderia ser fiel a Konoha, mas amor ele sentia apenas por você, Sasuke – pontuei gentil.

O silêncio perdurou por algum tempo. Achei necessário não incomodá-lo por alguns instantes, fazendo-o absorver minhas palavras e reiniciar a conversa quando estivesse disposto, embora fosse uma conversa necessária. Urgentemente necessária.

- Você tem pesadelos? – ele cortou o silêncio.

- Desculpe? – franzi o cenho, não entendendo o sentido de sua pergunta.

E então ele se virou para me olhar. A expressão abatida me dava a certeza que ele estava arrependido por tudo que tinha feito.

- Você tem pesadelos com a morte dos seus amigos?

Arregalei meus olhos minimamente. Eu não sabia como ele havia descoberto essa informação, principalmente que eu fora o culpado por elas acontecerem, porém entendia que aquela pergunta se referia mais a ele próprio do que a mim.

- Sim, mas a frequência diminuiu consideravelmente com os anos.

- Hum – ele desviou o olhar e fitou o Memorial novamente.

- Você precisa se perdoar, Sasuke – aconselhei.

- Tsc. Não fode... – ele revirou os olhos.

Olhei-o repreensivo e sua expressão mudou novamente, ficando levemente irritada.

- Desculpe – resmungou contrariado.

Levei a mão a nuca e massageia-a. Aquela conversa era tensa.

- Nós nunca estamos preparados para nos perdoarmos completamente... – falei, com falso desinteresse – Mas achei que sua caminhada de redenção era por isso.

Ele passou a olhar as nuvens, parecendo nostálgico e depois de um tempo respondeu:

- Sair da Vila foi confortável, porém eu não tinha um lugar ideal para ir... aproveitei a oportunidade para conhecer o mundo com outros olhos, mas ainda faltava algo. Há sempre algo que falta e que me atormenta.

- E acha que isso está na absolvição de Itachi? Oficialmente, quero dizer.

Eu tentava entende-lo, mas quando os olhos negros se voltaram para mim, percebi que não conseguia e não conseguiria. Mesmo que tentasse e que ambos tivéssemos passados turbulentos, eu não conseguia entender Sasuke, simplesmente porque não sentia suas aflições tão profundas.

- De nada me adiantaria a absolvição oficial dele. Viver sozinho é um martírio – as íris negras revelavam muito mais do que aquela simples frase.

- Eu sei que é... – sorri tristemente.

A lembrança do rosto do meu pai sorrindo atingiu-me fortemente e senti o gosto amargo de bile na boca com a mesma intensidade.

- Minha família está aqui, digo, as lápides do Clã Uchiha estão aqui, sinto que é para onde devo retornar, que é o desejo de Itachi, mas me sinto incomodado de continuar nesse lugar. Nem vocês suprem o vazio que sinto – cerrou os olhos e passou a mão impaciente no cabelo.

Eu entendi sua referência ao time 7, e apesar de saber que para Naruto a nossa equipe fosse suficiente, não era para ele. Sasuke tinha uma família e então houve uma chacina, diferentemente de Naruto, que cresceu sozinho e só depois criou laços e descobriu a verdade a cerca de seus pais. Eram realidades diferentes. Dores diferentes.

O silêncio pairou novamente e o vento da campina movimentava nossos cabelos, enquanto os insetos noturnos deixavam o som do local aconchegante. Voltei a massagear a nuca tensa e pensei momentaneamente em pedir a Sakura uma sessão de massagem terápica no dia seguinte.

E foi quando o insight me veio. Sakura era o meu pilar no momento. Era a pessoa que conseguiu substituir o vazio que ele se referia e não pude deixar de pensar na primeira conversa que tive com eles quando jovens. Ela, ainda bobamente apaixonada, tinha como sonho conquistar o coração de Sasuke e ele queria vingar seu clã para depois reconstruí-lo.

Muitas coisas aconteceram e seus objetivos mudaram, porém Sakura ainda sonhava em construir uma família – mesmo que não me dissesse diretamente, eu conseguia perceber seu “instinto materno” – e Sasuke só havia completado parte de seus objetivos.

Sim, objetivos.

“O que eu tenho não é um sonho, porque eu vou torná-lo uma realidade. Vou restaurar meu clã, e matar um certo alguém."

Ele sabia exatamente o que queria e fez o possível para aquilo.

- Lembra da primeira apresentação do time? – questionei, olhando para o céu estrelado – Você tinha objetivos muito claros...

- Tsc. Eu era um garoto estúpido – falou, dando de ombros.

- Era um garoto com objetivos – corrigi, atraindo seu olhar – Porém só cumpriu parte deles...

Meu pupilo franziu o cenho.

- Fui um vingador. Matei Itachi. O que mais você quer? – rebateu com irritação.

- Ainda falta a reconstrução do seu clã – pontuei com um sorriso discreto.

- Não sou digno de tal coisa – não havia pesar vitimista na sua colocação, era apenas uma conclusão cética dele.

- Você é mais que um ninja em remissão, Sasuke. Há muito que se viver ainda – aconselhei.

Sasuke refletiu por alguns segundos e então me olhou sério.

- É bom que esteja com Sakura... eu nunca conseguiria corresponde-la com essa agonia constante. É mais do que ela poderia fazer. Ninguém pode.

Foi a minha vez de absorver suas palavras. Havia muito a ser dito ainda, porém as entrelinhas revelavam a dor que cada um de nós sentia. Eu não queria e não podia falhar novamente com ele, me sentia em débito consigo. Fechei os olhos, tentando pensar em uma solução, e foi com a brisa da noite que meus pensamentos foram iluminados.

- Todos os shinobis possuem algum trauma... seria bom que houvesse algum tipo de tratamento para eles.

- Tsc – ele mudou o peso da perna – Não vou me drogar para esquecer meus pecados.

- Não quis me referir à medicação.... – ele me olhou cético – Embora essas olheiras embaixo dos seus olhos revelem que você precisa de soníferos – sua carranca retornou no mesmo segundo.

- Kakashi... – avisou, desgostoso.

- Estou falando de acompanhamento psicoterápico, Sasuke – ignorei-o e continuei a falar, mesmo com sua expressão incrédula – Ino está fazendo um ótimo trabalho na Clínica...                       

- Não sou uma criança - interrompeu, trincando o maxilar.                       

- Sei que não é, mas todos precisam de ajuda – coloquei a mão sobre seu ombro – Não há mal nenhum em admitir isso. Se não quiser falar com Ino, fale com Naruto, ele está preocupado contigo – retirei a mão e caminhei para a saída do Memorial. 

Meu conselho já havia sido dado e agora eu tinha um projeto novo para inaugurar, e já sabia qual Kunoichi comunicar para comandá-lo. Caminhei determinado para a saída do local, porém fui parado por sua voz, um pouco mais sutil que o tom anterior.

- Kakashi – chamou.                       

Esperei pelo que ele tinha a dizer, sem me virar para olhá-lo, e fui surpreendido com o que ouvi:

- Obrigado.

Sorri satisfeito e voltei a andar, sabia que - dessa vez - ele me ouviria.

Caminhei de volta para a Torre, entrei na sala rapidamente e logo estava montando um projeto de auxilio psicológico para os shinobis. Eram tão comuns missões de sequestro e assassinato que não pensávamos em como isso afetava nossos ninjas, pessoal e profissionalmente. Baseado na minha própria experiência e na dos meus alunos traumatizados, escrevi velozmente a ideia inicial do projeto e quando terminei, o relógio da sala já marcava 20h34.

- Amanhã eu convoco Ino... – falei para mim mesmo, enrolando o pergaminho e o guardando na primeira gaveta de minha mesa.

Estralei o pescoço e massageei novamente a nuca, decidido a pedir uma massagem para Sakura no próximo dia.

Saí da sala e resolvi passar rapidamente em um bar, tentando livrar-me daquela tensão. Retirei meu Icha Icha do bolso do colete e comecei a lê-lo enquanto me dirigia ao local, parei em um dos pontos noturnos mais conhecidos de Konoha e me dirigi rapidamente para o balcão, embora pudesse ouvir resmungos insinuantes a meu respeito.

O balcão era de madeira maciça e o homem por trás dele, mexia uma coqueteleira rapidamente para depois despejar um líquido róseo em um copo enfeitado e dá-lo a uma moça, em seguida me olhou, esperando meu pedido.

- Saquê, por favor – falei, apesar de manter o olhar no livro.

- Aqui, Hokage-sama – o homem proferiu, colocando a dose da bebida em um copo a minha frente.

Aquiesci e – utilizando meu Icha Icha para cobrir o rosto – bebi. Pedi mais uma dose com um gesto manual e no segundo seguinte meu copo já estava cheio. Bebi novamente, sentindo o álcool começar a me relaxar.

- É o Hokage bebendo? – um civil falou se aproximando de repente e se apoiando no balcão ao meu lado.

- Boa noite – respondi, sem realmente desejar.

Observei que ele estava completamente bêbado, tanto pelo cheiro de álcool que exalava, quanto pela sua postura apoiada.

- Me diga, a menininha já o chutou? Por que sabemos que você não dá conta daquela mulher – falou, moldando um corpo imaginário com as mãos e sorrindo maliciosamente.

Franzi o cenho com o “menininha”, entendendo que ele se referia a Sakura, enquanto o homem sorveu sua bebida, que julguei ser cerveja pelo odor, ainda com aquele sorriso debochado no rosto.

- Não é porque você sofre de disfunção erétil, meu caro, que todos temos esse probleminha – pontuei, tão ácido como ele poderia ser.

Minha resposta fez com que ele engasgasse e chamasse a atenção das pessoas ao redor. Alguns chegaram a rir da sua expressão avermelhada e da cerveja derrubada na camisa branca.

- Eu não quero a minha filha treinando com um aproveitador como você! – bradou, batendo o copo no balcão e estilhaçando-o.

O barmen olhou-nos assustado, assim como os presentes no bar, que estavam chocados com a atitude do homem e esperavam pela minha resposta. Olhei rapidamente pelo ambiente e percebi que alguns concordavam com sua afronta, trinquei os dentes e olhei para ele, há tempo de vê-lo se estabilizar nas próprias pernas, sem precisar de apoio.

- Eu não permito que fale da minha vida ou da dos meus subordinados dessa forma – ditei, alto o suficiente para todos ouvirem – Os shinobis são honrados e não vai ser um bêbado que manchará a postura deles – meu tom firme fez com que muitos desviassem o olhar – Já que se preocupa tanto com sua filha, deveria estar em casa com ela e não se embriagando em um bar qualquer.

A óbvia repreensão fez com que sua carranca irritadiça se agravasse. Nesse momento, as conversas paralelas dentro do bar já haviam cessado e todos focavam em nós.

- Você come a sua aluna e vem falar de honra pra mim?! – praticamente gritou.

Minha expressão séria se agravou ainda mais.

- Acho melhor se calar, antes que se arrependa – resmunguei, começando a me irritar.

- Não aguenta ouvir? Você é um pedófilo de merda! – ele se aproximou, ficando perigosamente perto de mim.

- Se afaste – ordenei.

- Senhor... – o barmen tentou em vão chama-lo.

Eu percebi sua intenção de me socar, todavia, antes que ele tentasse me acertar – e consequentemente, eu me defender – quatro ANBU’s apareceram subitamente. Um deles segurou o braço do homem, puxando-o para trás e impulsionando o corpo para o balcão, um estalo alto foi ouvido com o choque de seu corpo com a madeira. Outros dois ANBU’s me rodearam, cada um cuidando de um lado meu, com as catanas em mãos, e o último estava em cima do balcão com senbons prontas para serem lançadas, caso alguém tentasse interferir.

- Argh... – o bêbado ainda tentou se mexer, mas o agarre do ANBU permaneceu firme, impulsionando-o contra a madeira.

- Devemos leva-lo, Hokage-sama? – a ANBU ao meu lado direito perguntou.

Pensei rapidamente na situação e cogitei libertar o homem, mas ao olhar para os expectadores, não podia deixar que uma afronta tão grande passasse sem nenhuma punição. Estralei o pescoço, refletindo sobre a exaustão daquele dia.

- Seu degenerado! – gritou, ainda tentando se soltar.

Tensionei o maxilar, extremamente irritado com suas ofensas.

- Um mês preso por desacato na prisão de Konoha – ordenei, e no segundo seguinte ele e os ANBU’s desapareceram.

As testemunhas olhavam vidrados para mim e aproveitei a ocasião para me impor definitivamente.

- Esse homem me desrespeitou, além dos meus ninjas e da minha futura esposa. Se algum de vocês, civis ou não, repetirem o ato, vão ter a mesma pena que ele. Não quero mais nenhuma afronta a mim e a minha noiva dentro dessa Vila, e isso é um decreto!

Os presentes acenaram rapidamente, entendendo perfeitamente a ameaça que havia deixado. Minha pose altiva também os intimidava, porém desviei o olhar e pedi mais duas doses de saquê ao barmen, fui atendido prontamente e logo virei os copos.

Senti uma mão familiar em meu ombro e nem precisei fazer a leitura do chakra pertencente ao sujeito.

- Genma – cumprimentei, bebendo mais uma dose de saquê.

- O que foi isso, companheiro? – perguntou risonho, enquanto pedia uma dose do mesmo saquê que eu tomava para o barmen.

Suspirei e cerrei os olhos, tentando me acalmar pelo estresse momentâneo.

- A parte boa é que vão parar de importunar Sakura com isso agora... – comentei fitando as bebidas dispostas na prateleira do bar.

- Imagino... soube que ela quase bateu em duas mulheres... – ele bebeu sua dose, fazendo uma careta pelo sabor.

- É... Sakura tem o pavio curto. Não a julgo, eu mesmo queria bater naquele homem – ri nasalado.

Genma riu também e se apoiou no balcão, de frente para um grupo de mulheres.

- Sabe... já que você está com Sakura, poderia tentar marcar um reencontro entre mim e Ino, não acha?

Olhei-o de esguelha malicioso.

- Ah, e por que você mesmo não marca? – questionei, fingindo não saber o motivo.

Ele riu sacana.

- Ela me deu o fora antes, justificando que eu era muito cafajeste... – comentou sorrindo para a garçonete ruiva que passava com uma bandeja de comida.  

- Claro, como não pensei nisso antes? – respondi com sarcasmo. 

 

(...)

 

Acordei no dia seguinte com uma forte dor de cabeça, me levantei do sofá da sala cambaleando e me lembrei que havia parado ali pela ajuda de Genma, prometendo que o ajudaria a conseguir o telefone da garçonete ruiva do bar.

Esfreguei os olhos rapidamente, tentando enxergar os remédios de ressaca na caixa de primeiros socorros que tinha e após engolir dois comprimidos brancos, tomei um banho rápido, indo diretamente para a Torre, em seguida.

Shikamaru me viu entrar sorrateiro com uma sobrancelha levantada, como se questionasse o porquê de eu estar chegando apenas às 10h13 na sala, sorri como resposta e logo me afundei nos arquivos que precisavam de vistoria.

- Você está acabado – ele pontuou – Quer que eu chame alguém?

Ri nasalado e resolvi aceitar, já que a dor de cabeça continuava forte o suficiente para não me deixar ler as papeladas com a devida atenção.

- Chame Sakura, preciso de uma massagem...

- Kakashi, você está horrível. Acha mesma que conseguirá...?

O olhei chocado. Dessa vez, eu estava realmente sendo inocente e era ele quem maliciava minhas ações, ao perceber isso, Shikamaru coçou a nuca sem graça e saiu da sala dizendo:

- É claro, vou chama-la pessoalmente.

Pisquei duas vezes para a porta fechada e então ri dele. Voltei a ler os arquivos da minha mesa e depois de meia hora Sakura apareceu. Ela deu a volta na mesa, beijou meu rosto rapidamente e então sorriu, apoiando uma perna na mesa ao cruzar os braços.

- Soube que quer uma massagem... – falou sensualmente, com uma sobrancelha erguida, como se me desafiasse.

Ri nasalado dela e acariciei sua perna apoiada.

- Eu adoraria esse tipo de massagem, mas estou realmente com dor.

Vê-la enrubescer pela vergonha ao cogitar sexo quando eu apenas queria cuidado médico foi deveras cômico, contudo, tentei disfarçar da melhor forma possível minha satisfação ao perceber seu desejo por tal atividade, já que mantínhamos uma frequência regular.

- C-claro! O-onde d-dói? – ela se empertigou, endireitando a postura.

- Testa e base do pescoço – informei direto, olhando-a.

Sakura assentiu e então canalizou chakra nas palmas das mãos, fazendo com que brilhassem verde, em seguida encostou-as nas áreas citadas e em poucos minutos, pude me sentir aliviado.

Sorri agradecido e recebi um beijo singelo nos lábios como resposta.

- Vamos almoçar juntos? – convidou – Hoje só tenho pacientes após às 13h00.

Concordei e então saímos da minha sala. Almoçamos rapidamente no Ichiraku, encontrando Hinata e Naruto, que desabafaram desejarem se casar, já que a família Hyuuga os davam pouco tempo juntos e com a possível posse do meu aluno, esse era um sonho próximo.

Felicitamos o casal e fomos embora, passamos pela rua mais movimentada de Konoha e nenhum cidadão ousou nos olhar de forma depreciativa, Sakura notou a diferença súbita de tratamento franzindo o cenho.

- Então é verdade? – questionou – Prendeu um bêbado ontem?

Suspirei.

- Isso ocorreu ontem à noite. Como você sabe?

Sakura riu suave.

- As enfermeiras do hospital estavam fofocando nos corredores de manhã.

Aquiesci e continuei caminhando com a mão entrelaçada a sua.

- Ele me ofendeu, ofendeu meus homens e a você também. Não podia bater nele, mas podia prendê-lo, então foi o que fiz.

Ela riu novamente e se pendurou no meu braço esquerdo.

- Fico feliz que tenha nos defendido.

Olhei-a e sorri.

- Vou defende-la sempre – garanti gentil.

Seu sorriso aumentou ainda mais e ela me abraçou, no meio da multidão. E mesmo os mais curiosos evitaram olharem-nos descaradamente, afinal, ninguém queria ser preso. Me afastei dela e retomamos nosso caminho, deixando-a na porta do hospital.

- Pode pedir que Ino e Tsunade vão me ver? Preciso falar com elas, uma de cada vez.

Os olhos verdes arregalaram minimamente e assentiu.

- Claro! – olhou para seu relógio de pulso – A Porquinha deve estar almoçando agora, mas a Shishou ainda deve estar aqui, irei avisá-las, então. Boa tarde – se despediu, beijando minha bochecha e depois entrou pela porta de vidro do hospital.

Acenei para a recepcionista do dia e voltei para meu trajeto. Cheguei a minha sala e comecei a reler o pedido de aposentadoria de Tsunade, concordando com seus termos, principalmente com aquele que deixava a função administrativa do hospital para Sakura.

Em poucos minutos reconheci o barulho de seus saltos no corredor e então a Godaime entrou na sua antiga sala.

- Kakashi – ela parecia levemente bêbada – Do que precisa?

Sorri cordial e indiquei que ela se sentasse.

- Estava relendo sua carta de aposentadoria e decidi aceita-la, afinal, você já fez muito pela Vila, Tsunade-sama, merece seu devido descanso.

A expressão irritada dela se desmanchou no mesmo instante, parecendo aliviada.

- Quer dizer que vou poder continuar minha viagem pelo mundo? – bradou, batendo a mão na sua antiga mesa.

Cocei minha cabeça constrangido e concordei.

- Sim, a senhora será recompensada por toda serventia à Konoha.

- Ainda bem! Eu não aguento mais ouvir a ladainha daqueles médicos novatos – revirou os olhos.

Ri nasalado.

- Está certo. Por mim, como atual Hokage, concordo com os termos que você requisitou, apenas peço que faça uma carta oficial colocando Sakura como futura diretora do hospital... sabe, para evitar qualquer boato.

- Claro... – ela apoiou os cotovelos na mesa e o queixo nas mãos unidas, sorrindo de lado – E pensar que você negava estar envolvido com ela – estreitou os olhos castanhos.

Soltei um suspiro derrotado e olhei para o teto.

- Muita coisa mudou, Tsunade-sama. Mas não me arrependo de nada, exceto não tê-la assumido antes – declarei, convicto.

Tsunade sorriu satisfeita e se levantou.

- Vejo-o no seu casamento, Hokage. Estarei viajando até lá – acenou dando as costas e antes que cruzasse a porta, Ino entrou no recinto.

- Ino? – ela questionou com uma sobrancelha arqueada.

- Boa tarde, Tsunade-sama! – sorriu.

- Tsunade – chamei-a – providenciarei sua licença de viagem, agora tenho um assunto a tratar com Ino.

Ela me olhou por cima do ombro desconfiada, mas em seguida aceitou e saiu da sala.

- Hokage-sama – a Yamanaka se aproximou alegre, sentando em uma das cadeiras disponíveis a minha frente.

- Ino, como andam os seus horários?

- Hã? Como assim? – os olhos azuis demonstravam confusão pela pergunta peculiar.

- Você trabalha como médica no hospital e psicoterapeuta na Clínica Infantil. Queria saber se ainda há disponibilidade para um projeto novo.

- Projeto? – franziu as sobrancelhas.

- Tsunade está prestes a se aposentar, e provavelmente será Sakura a ocupar seu cargo, isso fará com que sua carga horária na Clínica aumente para suprir a falta dela – Ino assentiu, sorrindo orgulhosa pela amiga – Todavia, gostaria de montar um projeto de acompanhamento psicológico para os ninjas da Vila e como o clã Yamanaka é especializado na mente humana, pensei em você para comandar o projeto.

Os olhos azuis se arregalaram.

- Oh! Quer dizer... eu? Na frente de um projeto?

- Podemos começar antes que assuma a liderança oficial do seu clã, assim poderá se dedicar exclusivamente à Clínica e ao projeto.

Ino piscou os olhos nervosamente, abriu e fechou a boca três vezes sem proferir nada.

- Tem certeza? – perguntou incerta, após se recuperar do choque inicial.

- É a kunoichi mais qualificada para essa missão – sorri.

Ela suspirou surpresa, levando a mão ao peito e por fim sorriu, aceitando a proposta com um meneio de cabeça.

- Ótimo – sorri – Vou preparar um pedido de repasse dos seus pacientes para Shizune e logo enviarei a documentação fundamental do projeto para você, pode fazer os ajustes que achar necessário.

- Claro! – concordou entusiasmada – Será um prazer trabalhar em conjunto com o Hokage.

Eu sorri e me levantei, estendendo a mão direita para ela, como uma forma de selar nosso acordo. Ino levantou-se em um pulo e apertou minha mão empolgada, em seguida passamos a discutir a base do acompanhamento proposto. Terminamos a conversa em dez minutos porque ela precisava voltar para o hospital, porém antes que saísse pela porta, chamei-a novamente.

- Ino.

- Sim? – virou-se parcialmente.

- Um dos seus pacientes iniciais será Sasuke e talvez Naruto, já que ele pode ser um incentivo para o amigo.

- O Sasuke-kun? – questionou, tombando a cabeça levemente.

- Vou obriga-lo como shinobi a participar das suas sessões de terapia, peço paciência para lidar com ele e se sentir necessidade, prescreva alguns fármacos. Será um processo lento e gradual – avisei.

- Mas... ele não fala... bem, não é aberto como as crianças são... – ela se remexeu incomodada.

- Não, ele não é – concordei parcialmente – mas você pode ler a mente dele com sua habilidade de telepatia.

- Kakashi, isso é invasão de privacidade – ela rebateu, claramente incomodada.

- Ele não terá escolha, Ino. Ou fala, ou tirarei a licença shinobi dele – argumentei sério.

Os olhos dela arregalaram novamente.

- Mas... ele...

- Precisa de ajuda e não quer aceita-la – interrompi – Então vou obriga-lo a aceitar.

Ino franziu as sobrancelhas irritada com a minha intromissão no assunto, mas logo seu semblante suavizou.

- Farei o meu melhor! – ela garantiu com um sorriso aberto, já tocando na maçaneta da porta.

- Seu pai estaria orgulhoso – comentei, vendo seus olhos marejarem.

Ela aquiesceu em silêncio e então saiu da sala.

Permaneci sentando na minha cadeira e fitei o retrato de Minato-sensei.

- Estou tentando, sensei...


Notas Finais


SHUAASUHSU Eu gosto de iludir vcs né? Gente, eu sou loca! HAHAAH Sem GaaIno oficial.
Lembrem que eu tenho o enredo todo montado há tempos, e esse ainda não era o final dela! Além disso, tudo na fic tem um motivo e esse acordo era pra obrigar o Shikamaru a se casar UHSUHSAUAH Eu realmente imagino que ele é tao preguiçoso que tenha sido um pedido cômico entre eles....
Ah, NaruHina se oficializando e tals... <3
Todo mundo vai casar pq essa é a época em que eles ficam noivos/casados na temporalidade do original! ok?

Beijocas <3 <3


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