História O Oculto Sobre Os Deuses: Alpha 01 - Capítulo 2

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Ao chegar ao topo daquele morro, avistei uma cidade logo após a descida, eu me senti muito aliviado, mas ainda um pouco apreensivo, quando “entrei” nela, comecei à procurar algum lugar pra comprar algo para comer, passei por várias pessoas na calçada, eu poderia ter perguntado à elas, mas eu estava tão apreensivo e inseguro que não o fiz, então continuei vagando em busca de algo para comer, era só o que eu pensava, nada mais vinha a minha mente.

Já estava ficando de noite, tudo estava se fechando rapidamente, não era algo normal, mal eram 6 horas, e cada vez menos carros passavam por mim, as ruas estavam lentamente ficando desertas, não conseguia ver ninguém à qualquer distancia, então eu vaguei pela cidade em busca de algo para comer, mas cada rua que entrava a minha esperança se esvaía, não conseguia achar um resquício sequer de algo para comer, apenas o cheiro que saia de algumas das frestas de algumas janelas, eu quase conseguia sentir o gosto, mas, mesmo que eu procurasse, não encontrava de onde vinha, as lâmpadas de todas as casas estavam aparentemente desligadas, as únicas luzes que eu conseguia ver eram das estrelas, da lua e de alguns postes, mas minha visão estava começando a ficar inconstante e embaçada, mal conseguia manter os olhos abertos, estava muito cansado, sentia que a qualquer momento eu ia desmoronar, então continuei andando mesmo sem saber onde estava, ou onde iria parar, até finalmente desabar de cansaço e tudo ficar escuro.

Acordei totalmente desnorteado, eu estava deitado ao pé de uma árvore, não sabia onde estava e como fui parar ali, só que continuava com muita fome, e estava no meio da floresta, sem saber como voltar, sem comida, sem água, eu estava muito fodido – sem querer ser deselegante, mas é a palavra que melhor define como eu estava – e provavelmente morreria ali, mas pelo menos dessa vez eu estava com sorte, um pouco pelo menos, após andar um pouco meio sem rumo, e ver que algumas das árvores eram diferentes, decidi observar melhor elas, e descobri que entre elas, havia uma delas, cheia de frutas, maçãs pra ser mais exato, então peguei várias e comi algumas, ah como aquilo me deixou feliz, eu também adorei o sabor, depois que já não sentia mais fome, peguei algumas e coloquei na mochila, seria muito útil tê-las, então desci da árvore, e segui em frente, até encontrar um pequeno riacho, então senti minha garganta seca, muito seca, fazia bastante tempo que eu não tomava água, e o cantil que ficava do lado de fora da mochila estava vazio, me ajoelhei ao “pé” do riacho e bebi um pouco da água dele, e enchi o cantil, e depois dessa pequena pausa, olhei para o meu relógio, eram 2 horas da tarde, eu só tinha horas de Sol, “acabei dormindo demais, não tenho muito tempo para encontrar uma estrada” foi o que eu pensei, então voltei a vagar sem saber para onde estava indo.

Depois de andar por uns 20 minutos, acabei estrando “naquela mesma cidade, sabe?”, então percebi o quanto que eu ainda tinha conseguido andar mesmo estando zonzo. Ela estava cheia, haviam muitas pessoas nas ruas, muitas mesmo, assim como muitos carros, motos, vans, caminhões, era uma cidade tão agitada esse horário – não fazia sentido ficar tão vazia à noite –, então eu entrei em uma cafeteria, comprei algo para comer e me sentei em uma cadeira que estava lado de fora, pensei que ouviria algo sobre a noite anterior. Fiquei ouvindo conversas sem sentido para mim e observando o chão de madeira por um certo tempo até finalmente escutar o que queria, eram dois homens conversando, um de jaqueta branca e calça preta, e outro com uma camisa verde e uma calça jeans azul, eles estavam 2 mesas à minha frente e 1 à esquerda, o que usava jaqueta, disse algo mais ou menos como: “Acabou que nos escondemos à toa ontem, muitos disseram que não viram nem sinal dele, eu acabei tendo que ficar na casa do sogro sabe, foi bem desconfortável”, tirando essa parte final que foi um pouco inútil,  alguém fazia os moradores se esconderem, com medo, bom, eu já tinha o que queria, então tomei um gole de café, que eu achei amargo demais por acaso, mas tomei todo, eu já tinha comido, então me levantei, e voltei a seguir meu rumo, não havia nada naquela cidade para mim, e eu também não havia gostado dela em si.

Olhei meu relógio, 6 horas, a cidade ficaria vazia novamente, mas bom, eu estava indo embora mesmo, então voltei para a estrada que eu estava seguindo anteriormente, eu só tinha uma pergunta, quem era “ele”, e bom, ela estava prestes a ser respondida, rapidamente tudo ficou escuro, todas as luzes da cidade foram apagadas, e uma sombra densa se arrastava por toda ela, as poucas pessoas que ainda estavam nas ruas ainda se abrigaram em lojas, então a névoa começou à vir em minha direção, então parei e olhei para a direção de onde ela vinha, a paisagem estava bem escura, mas com um toque único, noturno, que à deixava linda, seu cabelo era muito bonito, era longo e castanho claro, mas então percebi que a névoa não estava atrás de mim, e sim da garota que eu parei para observar, “por que ela estava parada?” eu me perguntei, senti que devia fazer algo, então as sombras pararam, e um homem foi jogado de dentro delas, ele usava um moletom cinza e calças jeans, bem rasgadas, e uma mascara vermelha, além de uma espada bem longa e fina, sua lâmina tinha um aspecto de sangue seco, ele ficou parado, provavelmente tentando fazer a névoa negra encobri-lo, mas simplesmente não acontecia, por esse motivo provavelmente, ele ficou bastante descontrolado, talvez nunca tivesse acontecido, os poderes dele tinham falhado, não, não tinham falhado, senão as sombras teriam se dissipado, eu só estava roubando um pouco do trabalho dele, não que eu tenha roubado o poder dele, só assumi o controle do que ele tinha criado, e ele não podia fazer nada, mas por tudo que ele provavelmente tinha feito, e por aquilo que ele queria fazer, ele pagou com a vida, pelos mesmos meios que ele fez outros sofrerem, e por fruto de seu próprio poder, ele era fraco, fraco demais, porque esse poder demanda demais, sabe? Ou você o controla, ou você e consumido, e ele foi consumido, era um perigo para todos.

Voltei a olhar para onde estava a garota, ela estava observando o homem morto, era o que eu imaginava, então ela começou a correr em direção à névoa que se esvaía, na verdade ela estava atrás de um garotinho pequeno, que estava lá no meio, eu havia sentido ele em meio às sombras, ele estava asfixiando, eu havia aberto uma brecha para que ele pudesse respirar, mas, era pequena, ele não poderia passar por ela, talvez fosse o garoto que o homem queria, não poderia arriscar. A garota havia abraçado ele tão forte, talvez fosse seu irmão ou algo do tipo, eu até queria ir lá, pelo menos perguntar se estavam bem naquele momento, mas não consegui, apenas segui automaticamente o meu caminho, achei que nunca mais veria ela, mas passei por ela esses dias, longa história.

Dessa vez era de noite, talvez eu me cansasse um pouco mais rápido, mas a iluminação noturna do céu era tão bonita, e tão hipnotizante, foi uma linda jornada noturna, graças às paisagens, e foi assim por um tempo.