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História O Oculto Sobre Os Deuses: Alpha 01 - Capítulo 3


Escrita por: VGTal

Capítulo 4 - Capítulo 3


3

 

 

Foram paisagens tão, sem palavras, as noites são tão lindas, eu me senti tão... Indescritível...

Por vários momentos me peguei pensando sobre coisas aleatórias, estava tudo tão quieto, e tão bonito que eu não conseguia me concentrar em apenas alguma coisa, seja o balançar da grama, a brisa de vento que era incrível, por mais leve que fosse, as arvores, os campos, longos campos com apenas grama, o barulho dos meus passos, minha respiração, estava tão silencioso, tão calmante, mas dento de mim estava tão barulhento e inquieto, eu não parava de me questionar sobre onde estava indo, e porque estar indo, mas não sabia a resposta.

Fiz várias pausas para descansar, e se possível comer algumas maçãs, com o tempo, minha mochila foi ficando mais leve, pois estava realmente lotada com elas, e bom, comi todas em uma noite/madrugada. Mas mesmo assim eu tive um bom progresso, por mais que sentisse que algo não estava certo, eu sentia que algo estava se aproximando, e eu precisava fugir o quanto antes, mas não entendia de quê, nem para onde.

Achei que era só algum tipo de delírio, e que o resto do caminho seria tão pacífico quanto fora aquela noite, eu estava muito enganado, estava prestes à entrar em uma zona de guerra, a cidade em meu caminho iria ser ocupada poucos minutos após minha entrada, foi uma das poucas cidades que recusou a rendição para o exército de Mitandre – o governo havia feito eles pensarem que seriam escravizados ou coisa pior – e isso levou a destruição total da cidade, que na verdade, seria salva caso não houvesse resistência. Mas, já não havia como impedir, e eu sabia que não poderia ser visto, seria interpretado como ameaça, então tive que atravessar a cidade em meio a um bombardeio sem usar meus poderes, não queria que eles me encontrassem, eles provavelmente tinham como identificar, não invadiriam uma cidade despreparados.

Então andei pelos cantos até encontrar uma saída, estava tudo indo bem, até que encontrei um “mage”, ele era tão jovem quanto eu, mas estava no meio dos escombros, chorando, segurando um a mão de alguém que estava soterrado nas pedras, não conseguia ver nada mais que o braço, o resto do corpo estava coberto por escombros, o garoto estava puxando-o na esperança de tirar a pessoa dali, talvez ele conseguisse, mas estava fazendo muito barulho, devia ser alguém muito importante para ele, então os escombros começaram a levitar, e foram disparados à uma velocidade incrível em direção à um grupo da infantaria formando um casulo, impedindo-os de sair, mas, o que estava antes soterrado, agora estava amostra, era uma mulher, ela não teve ajuda do destino, estava totalmente esmagada, sem reação, somente seu braço estava intacto, o que havia dado falsas esperanças para seu filho, que acreditou que à tinha salvo, então ele caiu e ficou de joelhos, tentando reanimar o corpo sem vida e todo ensanguentado, o rosto dela ainda estava coberto – acredito que era bem melhor assim –, ele continuava tentando chamar por ela, dizendo que estava com medo, que era pra ela acordar, então pegou a mão dela, e tentou fazer com que ela o respondesse, pedindo pra ela fechá-la, dizendo que ela não podia deixá-lo, mas, nada acontecia, nada se movia, então ele se levantou, e foi um pouco mais para frente, eu não conseguia entender por que ele tinha feito isso, então me aproximei mais, vi mais um corpo, um homem, estava em um  estado pior que a mulher, mas seu rosto não estava deformado, era o pai do garoto, totalmente inexpressivo, sua boca estava aberta, mas nenhum som era emitido, seus olhos estavam revirados, o garoto tentou levantá-lo, gritou muitas vezes, mas nada, então sentou-se, sem expressão, não acreditando no que havia acontecido.

Eu não podia, não queria ficar só olhando, sentia cada vez mais homens chegando... Deixá-lo ali... Ele seria o próximo a perder a vida, e... Não sei como dizer, meio que senti algum tipo de ligação com ele, que já tive aquela mesma sensação, e que tinha que tirar ele dali, não sabia o que fazer em seguida, nem como fazer, mas quando percebi já era tarde, estava há apenas alguns poucos passos dele, sem saber o que fazer, sendo encurralado por soldados e mages, de qualquer maneira eles me encontrariam, não havia mais porque me esconder, entretanto, porém, não entrei no meio dessa guerra, não havia porquê, e eu já estava ali no meio, então tive que me concentrar bastante para conseguir fazer uma névoa densa, infelizmente não saiu tão forte quanto eu pensei que sairia, ainda era tarde, e estava muito claro, isso havia me enfraquecido bastante, ainda mais que era um campo aberto, mas já era o suficiente para conseguir fugir.

 O garoto ainda estava ajoelhado, sem se mover, ele não viria por conta própria, então me aproximei, coloquei minhas mãos em seus ombros, e lhe disse algo, que infelizmente não lembro exatamente o que era, apenas que era sobre precisarmos sair dali, – Ainda bem aquele garoto  não era como aquelas crianças “tapadas” de filmes que teriam tentado ficar. Ah! Como eu tenho raiva disso – ele poderia ter se recusado, e tentado alguma coisa maluca, mas, ele entendia que não adiantava nada continuar ali, apenas lamentando, era uma decisão difícil, ainda mais para uma criança, então uma parede se ergueu atrás de nós, feita com os escombros, e ele se levantou, e deu alguns passos para longe, então parou e continuou de costas, ele estava com os olhos fechados, não queria ver os corpos destroçados e mutilados que ali foram expostos, não sei como me controlei para não vomitar, talvez fosse o momento em que eu não poderia perder tempo, então corri, e dei um leve tapa no ombro direito dele que me acompanhou ao sentir o toque, estávamos no meio de uma zona destruída, onde uma vez houveram grandes prédios e estabelecimentos, e em meio a esse gigante labirinto à céu aberto, precisávamos encontrar uma saída e não tínhamos tanto tempo, pois, a parede que estava nos protegendo estava sendo destruída, e à qualquer momento começaríamos a ser caçados como ratos.



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