História Karaoke Box - All My Loving

08.07.12

— Mario?

Perguntei assim que abri a porta de nossa casa. Uau, como eu adoro poder dizer isso: nossa casa. Moramos juntos há cinco meses e eu devo dizer que foi muito mais fácil do que imaginamos, foi tudo tão natural, nos entrosamos tão bem… Fechei a porta atrás de mim empurrando a mesma com o meu pé. Vou viajar amanhã por conta do trabalho, então trouxe algumas coisas para nossa despedida. Eu vou passar um mês na Holanda, Mario disse que ia tentar me fazer uma visita, nem que fosse em apenas um final de semana para passearmos de bicicleta ou barco por Amsterdam, talvez os dois, por que não? 

— To aqui!, — Mario gritou e acredito que o som tenha vindo do nosso banheiro

Coloquei o vinho para gelar juntamente com as uvas, deixei os queijos em cima da bancada. Tirei meu paletó, lavei as mãos, peguei uma faca e comecei a fatiar os queijos. Eu estava procurando pelo recipiente certo quando Mario me abraçou por trás, ele estava cheiroso e… Molhado. Eu me virei de imediato e o beijei. Ficamos meio abraçados por alguns instantes, mas só até ele esticar o pescoço para ver o que eu estava fazendo.

— O que temos aqui? Hmmm

— Deixe de ser curioso, — Rolei os olhos, — Vá se trocar, eu já estou terminando aqui

— Sim, senhor

Ele depositou um selinho nos meus lábios antes de se afastar e adentrar o corredor que levava até o quarto. Nosso quarto. Eu continuei procurando pelos armários até encontrar o travessa, não sei o nome exato, mas era da minha mãe e sei lá, eu to meio sentimental hoje. Desde que começamos a sair, namorar, esse será o nosso maior tempo separados. Arrumei o queijo na travessa ou seja lá o nome disso, fui até a minha maleta e peguei as três velas que eu comprei depois do expediente. Fui até a sala e me agachei para colocar o prato com queijos e as velas em cima da mesinha de centro; peguei o isqueiro no meu bolso e acendi as mesmas. Voltei para a cozinha, onde peguei duas taças e o saca-rolhas; arrumei tudo em cima da mesma mesinha. Eu acho que está muito bom. 

Não, vou mudar as velas. Peguei uma das velas e a coloquei em cima da mesinha onde ficava o telefone. As outras duas eu mantive na mesinha de centro, apenas as rearrumei, deixando uma em cada ponta do móvel. Agora sim está ótimo. Eu fui até o quarto e Mario estava sentado na cama passando a toalha pelos cabelos, eu sorri ao ver a cena, me aproximei e depositei um selinho em seus lábios. 

— Promete que não vai sair do quarto antes do meu banho terminar?

— Por que tanto mistério, amor?

— Apenas me prometa que vai deixar essa bundinha linda deitada nesta cama até eu terminar meu banho

— Palavra de escoteiro

Ele mordeu o lábio inferior após sua fala e deus, como eu quis deitá-lo na cama naquele momento, beijá-lo, arrancar seu short… Mas não, eu tinha um planejamento e iria cumpri-lo, então apenas caminhei até o banheiro, onde me despi e entrei na banheira, liguei o chuveiro e tratei de fazer aquilo o mais rápido possível. Eu ensaboava meu corpo enquanto tentava não ter um ataque. Eu nunca estive tão ansioso na minha vida! Quando saí do banheiro eu encontrei Mario deitado de barriga pra cima, ele parecia um pouco entediado, então me aproximei e deixei um beijo na ponta de seu nariz. Fui até o guarda roupas e coloquei uma calça moletom preta. 

— Agora já posso levantar?, — Ele disse em um tom quase infantil 

— Espera só um instante!

Eu corri para a cozinha, peguei a garrafa de vinho e coloquei junto com as outras coisas. Em seguida fui até ele no quarto, Mario se levantou e então eu coloquei minhas mãos sobre seus olhos. Eu ri quando o ouvi resmungar.

— Não adianta fazer birra, vamos, ande

— O que você está aprontando?

Eu não respondi e ele não voltou a falar também, apenas seguimos até a sala. Eu o guiei para que ele ficasse de frente para a mesinha de centro. 

— Ok, eu vou tirar as minhas mãos… 

E então eu tirei e me posicionei ao seu lado. Os olhos dele brilhavam com a chama das velas, mas eu tive a sensação de que brilhariam mesmo se não houvesse fogo ou luz. Um sorriso enorme se formou quando ele virou o rosto em minha direção; ele entrelaçou meu pescoço e me beijou. Foi um beijo rápido, ele parecia ansioso e animado demais, não pude deixar de sorrir ao saber que ele havia gostado.

— Não sabia desse seu lado romântico, Reus…, — Mario disse enquanto pegava uma almofada para que pudesse se sentar no chão ao lado da mesinha; eu fiz o mesmo logo em seguida, me sentando assim ao lado dele

— Eu sou um homem de surpresas, Götze, — Abri meu sorriso de lado e logo depois peguei a garrafa de vinho, — Aceita?

— Oh, sim, por favor

Mario pegou uma taça enquanto eu abria a garrafa, a servi e logo enchi também a minha. Voltei a deixar a garrafa na mesinha, peguei minha taça e levantei a mesma, Mario fez o mesmo.

— Estamos brindando ao que?

— Ao nosso amor

Bebemos o primeiro gole sem quebrar nosso contato visual. 

— E então, tudo isso tem um motivo?, — Mario perguntou depois de depositar a taça ao seu lado na mesinha de centro

— Apressado, — Coloquei de lado minha taça e peguei um cubinho de queijo, — Como foi o seu dia?

— Cansativo, foi uma loucura lá no escritório hoje, mas deu tudo certo… E você?, — Mario bebeu mais um gole de seu vinho

— Algumas reuniões, últimos preparativos para a viagem e para o encontro de engenheiros que vai rolar… Essas coisas

— Está animado para a viagem?

— Posso ficar mais

— Ah é? Como seria isso?, — Mario pegou um cubo de queijo para si

— Você está muito curioso hoje, sabia?

Roubei o cubo de sua mão e comi o mesmo, Mario me olhou fingindo estar indignado e então, depois de mastigar é claro, eu me aproximei e o beijei. Nossas línguas se encontraram e era tudo tão perfeito, era como se fossemos feitos para nos beijarmos. A mão dele correu pela lateral do meu corpo e me arrepiei ao sentir seu toque, seus dedos estavam um pouco gelados. Mario se aproximou e quando percebi ele já estava prestes a sentar-se em meu colo, então encerrei o beijo antes que eu não tivesse mais forças para fazer isso. Eu o ouvi bufar em desaprovação e então eu sorri para ele.

— Tenha fé

— Ainda tem outra surpresa? 

Percebi que ele não ia sossegar até descobrir o que eu estava tramando, então me levantei e em seguida ofereci a mão para que ele também se levantasse. Ele me olhava desconfiado quando eu me virei e caminhei até o nosso aparelho de som. 

— O que você está fazendo?

— Shhh

O CD correto já estava no aparelho, apenas coloquei na faixa certa e corri para onde Mario estava. Por pouco eu não chego atrasado. 

— Close your eyes and I’ll kiss you, tomorrow I’ll miss you, — Peguei uma de suas mãos, puxando-o assim para a dança. Estiquei meu braço e ele fez o mesmo, entrando no clima, — Remember I’ll always be true and then while I’m away, I’ll write home everyday, — Eu cantei junto com a música, sem deixar o sorriso em meus lábios escapar. O puxei para mim, colocando seus braços em volta do meu pescoço e minhas mãos em sua cintura, continuamos nos mexendo ao ritmo da canção, — And I’ll send all my loving to youuu, — Selei nossos lábios apenas o tempo para próxima estofre, — I’ll pretend that I’m kissing the lips I am missing and hope that my dreams will come true, — Mario sorria para mim de um jeito que eu não saberia explicar, ele sorria com os olhos, — And then while I’m away, I’ll write home everyday and I’ll send all my loving to youu! 

Eu me afastei e peguei em uma de suas mãos, fiz com que ele rodasse e por fim terminasse novamente em meus braços a tempo de eu sussurar “all my loving, darling, I’ll be true”. Aproveitei que a parte instrumental se iniciava para me afastar um pouco dele, então comecei a dançar: eu mexia meus ombros e meus quadris acompanhando o ritmo da música enquanto também mexia meu pescoço para um lado e para o outro, sendo completamente dominado pela música. Mario agora ria do meu jeito estabanado de dançar, mas pelos seus olhos eu sabia que ele estava amando. Voltei a me aproximar, puxando sua cintura para junto da minha; ele colocou suas mãos em meus ombros. 

— Close your eyes and I’ll kiss you, tomorrow I’ll miss you… Remember I’ll always be true and then while I’m away, I’ll write home everyday and I’ll send all my loving to youu

Aproximei nossos rostos, mais precisamente nossas bochechas; eu fechei meus olhos e posso arriscar dizer que ele também fechou os dele. Nós nos movíamos para um lado e para o outro devagar, sentindo a música e a companhia um do outro; aproveitando cada segundo daquele momento. 

— All my loving, I will send to you, all my loving, darling, I’ll be true, — Eu falei baixinho perto do ouvido dele e senti seus braços descerem de meus ombros para minhas costas, abraçando-me e apertando-me, — All my loving, aaall my loviiing, all my loving, I will send… To… You… 

Deixei um beijo perto em sua bochecha e me afastei somente o suficiente para poder olhá-lo, seus olhos estavam marejados e eu não pude deixar de sorrir imensamente ao ver aquela cena. A próxima música já estava começando, então me libertei de seus braços e fui até o aparelho de som para desligá-lo. Mario me acompanhou com o olhar e franziu a testa ao ver que eu estava indo até a minha pasta, mas ele não questionou nada, apenas continuou me observando com atenção. Eu segurei a surpresa em minhas mãos, atrás das minhas costas e voltei a caminhar até ele. Quando eu me ajoelhei na frente dele, eu pensei que o peito dele fosse explodir, parecia que ele havia prendido a respiração ao me ver naquela posição e essa reação só me disse o quão certo eu estava em fazer isso. Coloquei a caixinha de veludo na minha frente, abri a mesma e olhei para cima, diretamente em seus olhos. Os olhos castanhos amendoados que eu tanto amo estavam úmidos e um sorriso enorme estava em seus lábios. 

— Mario Götze, você quer se casar comigo? 

Eu achei que meu coração fosse pular pela boca, pois ele demorou alguns instantes sem demonstrar qualquer reação. Eu já estava pensando no que eu deveria fazer quando então ele se ajoelhou também e me puxou para um beijo ágil, molhado, confuso, mas intenso e devo dizer que talvez tenha sido o melhor beijo da minha vida. Havia necessidade das línguas ali se encontrarem e se entrelaçarem, as mãos dele vieram de encontro às minhas costas nuas, ele me puxou contra ele e não demorou para ele fazer com que eu me deitasse no chão com ele sobre mim, com uma perna em cada lado de meu corpo. Eu nem percebi quando a caixinha de veludo caiu do nosso lado, eu estava ocupado enlaçando a cintura dele com as minhas pernas. Eu já estava ficando sem fôlego, então encerrei o beijo por alguns instantes. Mario parecia sedento por mais, então começou a trabalhar na pele de meu pescoço, ele me chupava e mordia; eu pendi minha cabeça para trás e fechei meus olhos para apreciar as carícias. 

As mãos de Mario corriam pela parte exposta de minha pele, não demorou também para ele começar a friccionar seu quadril contra o meu, ou melhor dizendo, sua ereção na minha. Ele desceu os lábios para meu peitoral e então folguei o enlaço em sua cintura para que ele pudesse se movimentar melhor. Com a língua, ele desceu do meu peito até o meu baixo ventre, fazendo com que eu me contraísse e soltasse um gemido de aprovação. Mario levou as mãos até a barra da minha calça e puxou a mesma até as minhas coxas. Sem mais delongas ele tomou o meu pênis em sua boca, novamente gemi ao sentir a umidade e a quentura de sua boca em volta do meu membro. As movimentos começaram já ágeis, me arrancando suspiros e gemidos. Levei uma de minhas mãos aos cabelos dele para tentar controlar a velocidade com que ele subia-e-descia sua boca, eu não estava com pressa e ele pareceu entender isso depois. Mario se afastou um pouco e quando eu menos esperava ele passou sua língua por toda a extensão do meu pênis, dando atenção especial a glande. 

Mario agora já estava sem fôlego e então subiu seu corpo até que nossos rostos ficassem próximos, ele sorriu para mim e eu sorri de volta. Passei meu polegar carinhosamente sobre sua bochecha antes de o beijar novamente, dessa vez foi um beijo calmo, diria até que exploratório. Encerrei o beijo e sem desgrudar nossos lábios, eu sussurrei “isso foi um sim?”, Mario riu e retomou o beijo, invadindo minha boca com sua língua autoritária fazendo-me dançar ao seu ritmo, não que eu estivesse reclamando. Eu me sentei e ele fez o mesmo, continuando de frente para mim e entrelaçando minha cintura com sua pernas. Eu levei meus lábios até seu pescoço e beijei toda a sua extensão. Senti seu suor e passei a língua por sua pele, absorvendo seu gosto. Mario pendeu a cabeça para trás e comecei a chupar a pele de seu pescoço, mas não muito forte para não marcá-lo. As mãos de Mario subiam e desciam pelas minhas costas como se precisassem daquele contato para viver. Eu afastei meus lábios de sua pele e ele logo voltou a olhar para mim, tinha um sorriso no rosto e suspiramos para recobrarmos o fôlego. 

— Eu te amo tanto, — Ele enfim disse, — É claro que eu quero me casar com você!, — Mario levou uma das suas mãos aos meus cabelos e entrelaçou seus dedos nos fios 

Mario se levantou e em seguida me ajudou a fazer o mesmo. Ele retirou o short que estava vestido e jogou em mim quando já estava um pouco longe, a caminho do nosso quarto. Eu consegui agarrar a peça e sorri pela provocação, é claro que não demorei mais nenhum instante para segui-lo.