História Karaoke Box - Free

06.12.12

Eu estava voltando para casa, fiz o meu caminho para dentro praticamente correndo tamanho era o frio que fazia. Mario cismou que não poderíamos dormir juntos hoje porque amanhã vamos nos casar. Ele está tão contente com tudo isso que eu nem questionei muito, mas agora chegando do trabalho e vendo a casa tão vazia e tão gelada… Fechei rapidinho a porta e corri para ligar o aquecedor. Tanto frio e nem neve estava caindo. Argh. Olhei o relógio e eram 19 horas ainda. O que eu ia fazer até amanhã, pelo amor de deus? Corri pro quarto e, embaixo das cobertas eu peguei meu celular e disquei o número do Mario. 

— Oi, amor, — Mario disse assim que atendeu a ligação

— Oi…, — Falei manhoso, — O que você está fazendo?

— Me arrumando para a minha despedida de solteiro, — Ele disse como se fosse óbvio e então eu me toquei que eu não havia preparado nada pra mim, — Você está em casa?

— Não, to saindo do trabalho e vou encontrar os caras, — Menti

— Se divirta então! Mas com moderação hein? A gente se fala amanhã, minha carona chegou!

— Quem chegou?

Eu perguntei mas ele já havia encerrado a chamada. Fiquei olhando a tela do meu celular por alguns instantes antes de ligar para o Auba.

— Você é o pior melhor amigo que existe

— Primeiramente boa noite, Reus!

— Não acredito que você não preparou nada para a minha despedida de solteiro

— Bro, você reclamou de como estava cansado e cheio de coisa pra fazer a semana inteira, achei que hoje só ia querer descansar

— Mas… Mas!

— Mas nada. Tá cedo ainda. Você quer fazer alguma coisa? Eu ligo pro Marcel e em um instante a gente passa aí pra te buscar

— Em uma escala de 0 a 10, quão patético é querer ir pro Karaoke Box?

Ouvi a risada nasalada de Auba no outro lado e acabei o acompanhando no riso.

— Por que eu não estou surpreso?

— Aaah, você sabe que eu adoro aquele lugar

— Eu sei, eu sei. Pronto, então vou falar com os caras, ver se o Robin e Dino estão livres e já já te mando mensagem, noivinho

— O que eu faria sem você, cabrón?

— Vá à merda, Reus

Pierre desligou e eu ri. Uau. Eu terei uma despedida de solteiro. Eu vou me c-a-s-a-r! Eu nem acredito que isso está realmente acontecendo. Me arrastei até o banheiro e ajustei o chuveiro para ser o mais quente possível, me despi e rapidinho entrei embaixo da corrente de água quentinha que caía. Deixei a água bater em minhas costas por alguns momentos, eu estava bem cansado e aquilo era realmente muito relaxante. Quando terminei o banho, me sequei e fui atrás de uma roupa. Escolhi uma calça de camurça preta, uma camisa branca por dentro e um suéter com listras horizontais por cima. Marcel me mandou uma mensagem quando eu já estava indo para o banheiro para ajeitar o meu cabelo: eles viriam me buscar em 15 minutos. Respondi um “ok” e peguei o gel, coloquei o cabelo para trás e em seguida borrifei um pouco de perfume no meu pescoço. Tive vontade de ligar para o Mario, mas me segurei. Desliguei as luzes e fui para a sala, esperei os caras já vestido com meu casaco grosso e preto. Desci assim que interfonaram. 

— E aaaaaí, noivinho?!, — Dino disse assim que eu entrei no carro

— Todo cheirosinho!, — Auba estava no banco do motorista e virou-se para trás para me ver

— Idiotas, — Eu me sentei ao lado do Marcel e sorri para ele, — Oi, — Falei baixinho só para ele

— Você está bonito, — Marcel disse ao se aproximar do meu ouvido, em seguida voltou para sua posição normal e sorriu

Eu e o Marcel nos conhecemos desde sempre, estudamos na mesma escola desde a quinta série e nunca nos desgrudamos. Ele se diz heterossexual, mas bem sei que nunca foi exatamente assim; já tivemos algumas experiências juntos, talvez mais curiosidade adolescente do que outra coisa. Nunca passamos de alguns amassos e carícias. 

— Cadê o Mario?, — Robin perguntou 

— Diz ele que estava indo para a despedida de solteiro dele

— Ahhh, então foi por isso que o senhor também quis uma, né?!, — Disse Auba enquanto dava partida no carro e seguia reto na rua da minha casa

— Isso não tira a responsabilidade de vocês, — Eu respondi

— Mimimi, — Disse Dino

Conversamos sobre assuntos aleatórios até enfim chegarmos ao Karaoke Box. Eu e o Marcel começamos a vir assim que o lugar inaugurou, quando eu conheci o Pierre, eu fiz questão de levá-lo lá também, assim como fiz com todos os meus outros amigos. Eu basicamente conheço todos os funcionários e alguns outros clientes frequentes. Costumo brincar que o dono, o Raphael, deveria me pagar por toda a propaganda que eu faço desse lugar. Quando chegamos eu sorri ao ver que a nossa mesa de sempre estava reservava para nós.

— Liguei pro Raphael e ele não podia te deixar sem sua mesa justo hoje, né?, — Auba disse ao ver o meu sorriso 

— Vocês são incríveis!

— Eu fiz tudo sozinho

— Sh, não estraga o momento, ése!, — Empurrei o Auba com meu ombro e ri

— Eu só não vou mandar você se foder porque hoje é sua despedida de solteiro

Nós nos sentamos e logo vieram nos atender, fizemos nossos pedidos e não demorou para ter alguém no palco. Era uma moça alta e de cabelos escuros e ondulados, ela estava um pouco nervosa, mas tinha uma voz bonita. Quando ela terminou de se apresentar, eu me voltei para a mesa e peguei o Marcel me encarando. Será que…? Não sei se eu estou imaginando coisas, mas se eu não estiver, o Marcel está sim me secando. Bebi um gole da minha cerveja.

— Marcolino, o que você cantará hoje?, — Auba perguntou

— Sabe que eu não sei? Existe alguma música para esse momento?

— Provavelmente sim, mas deve ser ruim, — Disse Dino

Os outros caras começaram a fazer sugestões, mas o Marcel estava calado apenas olhando para a caneca de cerveja que estava em sua mão. Ignorei isso e logo estava pedindo mais uma rodada de cerveja, e mais outra e outra até que… 

— Vou cantar!, — Eu me levantei decidido e os caras da mesa bateram palmas

Eu caminhei decidido até o palco e selecionei a música que eu queria. Subi os três degraus e me deparei com uma plateia ansiosa, ou pelo menos é o que eu acho. O instrumental começou a tocar e já encontrei com risos. Comecei a mexer o meu quadril e a minha perna direita, assim como no clipe. 

— I want to break free! I want to break free! I want to break free from your lies, you're so self satisfied, I don't need you, I’ve got to break free, — Fiz uma pausa e sorri para o público, — God knows, God knows I want to break free!

As pessoas que ali estavam bateram as primeiras palmas enquanto Auba, escandaloso como sempre, assobiava. 

— I’ve fallen in love! I've fallen in love for the first time and this time I know it's for real, — Coloquei uma mão na minha cintura, — I've fallen in love, yeah… God knows, God knows, I've fallen in love, — Continuei movimentando o meu quadril ao ritmo da música, — It's strange but it's trueee! Yeaaah! I can't get over the way you love me like you do but I have to be sure when I walk out that door! Oh, how I want to be free, babyyy!, — Tirei o microfone do suporte para que eu pudesse andar pelo palco e vi alguns aplaudirem, — Oh, how I want to be free! Oh, how I want to break free!

Aproveitei a parte instrumental para dançar, rebolar e as pessoas parecem ter gostado. Eu sou desengonçado naturalmente, mas eu imagino como estou meio ridículo neste momento, não que eu me importe, é claro. Rodopiei algumas vezes e parei na frente do suporte do microfone, coloquei o mesmo ali e quando o instrumental acabou, eu já estava com a mão segurando firmemente o microfone. Olhei para o fundo do lugar e cantei:

— But life still goes on! I can't get used to, living without, living without, living without you by my siiiide! I don't want to live alone, hey! God knows, got to make it on my own! So baby can't you seeeee! I've got to break freee, — Voltei a mexer meu quadril e soltei o microfone, — I've got to break free! I want to break free, yeah! I want, I want, I want, I want to break freeeee, — Cantei a última parte de peito estufado e braços abertos

Auba se levantou para bater palmas e claramente os meus amigos eram os que mais faziam barulho no estabelecimento. Me curvei para agradecer os aplausos e desci do palco, eu estava extasiado! 

— I want to break free?! Isso lá é música para se cantar quando você está prestes a se amarrar em alguém?, — Auba perguntou assim que eu me sentei à mesa

— Mas também te a parte de que eu não consigo viver sem ele ao meu lado

— Ai ai, Marco, só você mesmo! 

Terminei de beber a minha cerveja e vi o Marcel se levantar para ir ao banheiro. Esperei alguns instantes antes de fazer o mesmo. Chegando lá, sorri por ver que éramos os únicos, então me aproximei o mais silenciosamente que eu pude e me posicionei ao seu lado. Marcel me olhou desconfiado e sorriu nervoso.

— Hey, — Eu disse casualmente enquanto abria a minha calça para poder urinar

— Ahn, oi, — Marcel respondeu inseguro enquanto tentava manter o olhar para a parede

— Vai me dizer por que me olhou a noite toda?

Eu quase o senti se contrair ao ouvir minha pergunta e sorri para mim mesmo. Marcel tratou de fechar a própria calça e ir na direção da pia rapidamente. Eu terminei e fiz o mesmo, mas parando atrás dele e encostando nossos corpos. Dessa vez eu realmente o senti se contrair. 

— Ou sou que estou imaginando coisas?, — Falei tão perto de seu ouvido que meus lábios roçaram em sua pele

— Mar-Marco… 

— Hm?

O olhei pelo espelho e ele parecia quase assustado, mas ainda incrivelmente adorável. Envolvi sua cintura com os meus braços, fazendo então com que não existisse mais nenhum espaço vazio entre nós. 

— O que você está fazendo?, — Marcel enfim conseguiu dizer

— Nada que você não queira

Eu disse enquanto começava um caminho de beijos por seu pescoço; ser mais alto era uma vantagem, principalmente nessa posição. Marcel contraiu os músculos ao sentir meus beijos; comecei a passear com as minhas mãos por seu abdômen, ainda que por cima da roupa que ele usava. Marcel pendeu o pescoço para trás, o que só me deu mais espaço para explorar com meus lábios e agora eu distribuía também algumas mordiscadas pela região. 

— Awn, Mar… 

Eu o soltei repentinamente e o virei para mim, espalmei minhas mãos no final de suas costas e voltei a colar nossos corpos. Ele olhava para cima para que nossos olhares pudessem se encontrar, nossas respirações se misturavam devido a nossa proximidade e estava mais do que claro o que ia acontecer em seguida. Eu tomei a iniciativa de beijá-lo e devo dizer que ele não era mais o adolescente tímido que eu beijei anos atrás; nossas línguas se entrosaram rapidamente e logo moviam-se com velocidade, eu chupava a língua dele vez ou outra, até que me afastei um pouco e, antes de me afastar completamente, eu mordisquei seu lábio inferior. Ele me olhava sem compreender o que havia acontecido para eu interromper o beijo, então eu pisquei para ele e me virei, caminhei até uma das cabines que tinham ali no banheiro e não demorou para o meu melhor amigo me seguir.

Marcel adentrou o cubículo e fechou a porta atrás de si. No instante seguinte nos devorávamos novamente enquanto nossas mãos iam explorando o corpo um do outro sem timidez alguma. Eu fui o primeiro a começar a me despir; Marcel beijou meu peitoral e quando estava começando a distribuir mordidas, eu o afastei e voltei a beijar-lhe os lábios. Não queria que ficasse nenhuma marca. Enquanto minha língua dançava com a dele, eu desci as minhas mãos e apalpei sua bunda, apertando-a com força. Voltei a interromper o beijo e Marcel grunhiu em desaprovação, o que me fez sorrir. Levei minhas mãos agora até o botão de sua calça e habilmente abri o mesmo; logo a peça estava no chão juntamente com sua cueca. Me esgueirei na cabine para conseguir me ajoelhar e então poder chupar o meu amigo de infância. Arranquei um gemido de Marcel quando lambi a extensão de seu pênis enquanto segurava firmemente em suas coxas. Ele levou as mãos aos meus cabelos, puxando os fios vez o outra, mas logo também ditando a velocidade dos movimentos. Ouvi a porta se abrir e eu olhei para ele, mas percebi que ele não poderia estar se importando menos, então voltei ao que eu estava fazendo.

Eu parei e me levantei antes que ele se desfizesse em minha boca. Sem muita delicadeza, já em pé, eu o virei de costas pra mim e o fiz se inclinar para a frente. Marcel espalmou as mãos nas laterais da cabine para se apoiar enquanto eu tentava me encaixar atrás dele; assim que encontrei uma posição, segurei firmemente em sua cintura e agora sim, com delicadeza, eu o penetrei. Marcel se contraiu e vi o esforço que ele fez para não fazer tanto barulho. Mais algumas pessoas entraram no banheiro enquanto eu fazia meus movimentos de vai-e-vem. Assim como ele, eu não poderia me importar menos. Nós nunca tínhamos chegado a esse ponto, não que eu não tivesse vontade, mas ele dizia que não queria, que isso já era demais para ele e então eu respeitei sua decisão. Poder agora tê-lo é praticamente a realização de um sonho juvenil. Talvez até melhor do que no sonho. Nunca na minha vida eu imaginei que eu comeria o Marcel no banheiro do Karaoke Box, muito menos na minha despedida de solteiro, mas aconteceu.

Quando eu enfim me desfiz dentro dele, me afastei e ele pode então endireitar-se. Marcel se virou para mim e nós sorrimos, nossas respirações ainda desreguladas e nossos cabelos desgranhados denunciavam exatamente o que estávamos fazendo aqui. Me abaixei para pegar minhas roupas e ele subiu sua calça que estava em seus tornozelos. Antes de abrir a porta da cabine, eu passei minha mão pelos cabelos dele, arrumando-os e ele em seguida fez o mesmo comigo. Colei nossos lábios pela última vez e enfim deixamos o banheiro. Assim que saímos vimos que Robin estava no palco e Aubameyang filmava a apresentação. Eu e Marcel nos sentamos e não sei se nossos amigos não notaram a nossa ausência ou se preferiram ser discretos, de todo modo, logo estávamos rindo do Robin cantando Justin Bieber e, para falar a verdade, agora eu estava me sentindo muito mais leve. Tinha sido gostoso foder o Marcel no banheiro, mas também me fez perceber como o Mario é especial e como a nossa química é incrível. Agora sim eu estou pronto para me casar.