Giulia inventou uma desculpa, e bem esfarrapada por sinal, de que precisava pegar um livro com uma amiga e saiu logo depois do cafe da manhã, tenho para mim que ela apenas queria deixar Taylor e eu a sos.
Estávamos assistindo um filme já fazia mais de uma hora e meia, nada de mais acontecia, Taylor estava com a cabeça deitada em meu colo enquanto tinha uma tigela de pipoca sobre suas pernas.
— Você sabe por que não podemos mudar o passado sem fazer o futuro ficar completamente louco? — perguntou ela olhando para a televisão.
— Não tenho ideia. Por que, você sabe? — peguei um pouco de pipoca levando ate a minha boca.
— Eu não sei, pode ser por tanta coisa, desde que se você mudar o passado você vai fazer com que tudo que antes tinha acontecido acontecer do contrário, como se um relógio trabalhasse ao contrário, ou um rato atravessar a rua e causar uma explosão por ter roido uma mangueira de gaz minutos depois.
— Tay, você anda vendo muito filme estranho. — zombei e ela riu.
— Eu gosto de filmes. — disse ela puxando a minha cabeça para perto da dela.
Iniciamos um beijo, foi por muito pouco tempo, mas eles sempre tinham tanta melancolia que sempre parecia o primeiro.
— Você quer almoçar? — perguntei e dei um selinho em seus lábios.
— Você vai cozinhar para mim? — perguntou ela prendendo o riso, o que me fez cruzar os braços e fazer uma careta.
— Eu vou pedir no restaurante japonês. — falei rindo e me joguei para trás.
— Ok, então eu aceito. — disse ela levantando de meu colo.
liguei para o restaurante japonês e pedi o nosso almoço, não sabia se Giulia apareceria para almoçar, mas peguei comida o bastante para três pessoas.
— É o momento de falar sobre o que aconteceu? — perguntei sentando em sua frente.
Taylor atritou uma mao na outra e olhou para os lados, em seguida mordeu os labios, ela estava visivelmente nervosa.
— Avril, apenas aconteceu, a gente pode pular essa parte?
— Claro que não, Taylor, você chegou aqui desesperada, você está cheia de marcas por todo o corpo, eu sei que não fui eu quem as causou. — falei segurando a sua mão. — Taylor, eu vou dizer de novo, você pode me contar, se você precisa de ajuda você não só pode como deve me contar!
— Desculpa, Avril. — disse apos um longo suspiro. — Eu preciso ir. — falava Taylor ja levantando.
— Fala serio. — gritei um pouco nervosa, ela me olhou assustada. — Você não pode fazer isso o tempo todo, Taylor, eu gosto de você, sera que você não nota? Eu estou preocupada, eu não suporto mais essa situação, eu sempre, sempre deixo de lado porque é a sua vontade, mas isso esta fora de controle, você esta com problemas de verdade e eu estou me sentindo um lixo inútil. — gritei e vi lágrimas surgirem em seus olhos.
Taylor correu escada acima. Sentei no sofá e fitei a TV enquanto entrelaçava os meus dedos das maos uns nos outros. Suspirei enquanto enfiava as mãos em meus cabelos e levantei do sofá, subi as escada, encarei a porta do meu quarto alguns minutos antes de entrar.
Assim que abri a porta dei de cara com Taylor colocando sua mochila nas costas.
— Me desculpa por tudo. — disse ela entre lagrimas.
— Taylor, eu só quero te ajudar. — falei colocando minha mao em seu ombro, mas ela recuou com um passo para trás.
— Você não entendeu ainda que eu... — ela deu uma pausa e tentou procurar as palavras. — eu não quero a sua ajuda... — novamente uma pausa e mais lagrimas de seus olhos. — não quero você se metendo em minha vida, só fica longe. — enfim completou olhando para o chão.
Taylor passou por mim rapidamente e escutei a porta do meu quarto bater, porem eu não me movi, eu não conseguia me mover, meus olhos ardiam e minha boca estava seca, eu não conseguia digerir o que ela havia falado para mim, por que ela não queria a minha ajuda?
Quando enfim consegui me mover eu corri, corri do meu quarto para fora e em seguida escada abaixo, mas não havia nada, nada alem do vazio daquela casa enorme e do vazio em meu coração.
(...)
Vários dias se passaram e durante vários dias eu não a vi. Ela não recebia minhas mensagens, e minhas ligações eram enviadas para caixa de mensagem. No bosque ela também não apareceu, eu estive la todos os dias durante os oito dias que se passaram, e cada dia era mais angustiante.
— Ela não apareceu mesmo? — perguntou Giulia.
Virei-me e fitei a minha irma que se aproximava de mim.
— Eu estou preocupada. — falei mordendo os labios e voltando a olhar a estrada pela janela.
— Da um tempo para ela, ela vai voltar. — disse Giulia perto do meu ouvido, eu apenas assenti e a olhei novamente.
— Onde você vai vestida assim? — perguntei admirando seu vestido azul de alças com seus cabelos longos soltos e bem arrumados sobre seus ombros.
— Eu vou sair com o Foster. — respondeu com um sorriso de lado.
— Você trocou de namorado e eu não estou sabendo? — perguntei rolando os olhos.
— O Owen anda estranho comigo, o Foster me convidou para jantar e eu aceitei, alem disso ele é um ótimo amigo, me deu bons conselhos.
— O Foster te deu bons conselhos? Tudo bem, se você quer sair com ele quem sou eu para falar qualquer coisa.
— Nossa, eu estava esperando você agir sarcasticamente, começar a perguntar se eu estava louca e coisa do tipo, essa sua tristeza esta começando a me deixar preocupada.
— Muito engraçado, Giulia. — falei abrindo um sorriso sem humor.
— Fica bem, qualquer coisa você me liga. Boa noite. — disse ela. Giulia depositou um beijo em minha testa e em seguida saiu de meu quarto.
Subi na janela e sentei sobre o telhado, um carro parou em frente a minha casa, observei Foster sair de dentro dele, estava bem vestido e com uma gravata borboleta, não que tenha ficado ruim, era apenas estranho, mas tudo em Foster é estranho. Quando ele chegou a porta de entrada de minha casa eu não consegui mais o ver. Poucos minutos depois Foster saiu de braço dado a minha irma, ele abriu a porta para ela, em seguida deu a volta no carro assumindo o volante do mesmo.
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