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História Keep You Safe - Capítulo VIII


Escrita por: tabibito

Notas do Autor


Voltei com mais um cap pra vcs ;)))
Desculpem qualquer erro, capítulo não betado.
Nada a comentar...
Boa leitura

Capítulo 8 - Capítulo VIII


 

Chegaram à cidade natal do coreano e os dois estavam com fome. Havia um tempo desde que fizeram a última refeição, então seus estômagos clamavam por algo. Já que ainda estavam longe de casa e o táxi que chamaram ainda iria demorar alguns minutos, Jinyoung resolveu passar em uma loja de conveniência para comprar algumas porcarias, deixando Mark, que estava cansado demais para dar mais de um passo sem tropeçar nos próprios pés, sentado em um dos poucos bancos que tinha do outro lado da rua do estabelecimento.
 

Escolheu algumas bobagens sem enrolar muito e passou pelo caixa, pagando pela compra e logo saindo da loja. Resolveu mandar uma mensagem para seus pais avisando que já estavam na cidade, enquanto esperava o semáforo de pedestres abrir. O sonzinho característico começou a soar, alertando qualquer um ali,que a prioridade agora era dos pedestres. E o moreno foi, sem ao menos olhar para os lados para se certificar de que realmente era seguro passar.
 

E foi numa fração de segundos que tudo aconteceu. Jinyoung ouviu Mark gritando pra si, vindo correndo em sua direção, uma buzina alta chegando cada vez mais perto e uma luz forte cegando-o de qualquer coisa que tenha acontecido após o forte baque que sentiu em seu corpo e o deixando inconsciente.
 

O coreano abriu os olhos minimamente, estava deitado em algum lugar duro, desconfortável. Ouvia uma sirene soar longe. Via pessoas andando, tudo em câmera lenta, sua visão levemente embaçada não permitia-o ver de quem era o corpo deitado ao lado do seu. Piscou para limpar a visão mas sua cabeça doía muito e tudo ficou preto.

Jinyoung POV
 

-Doutor, quanto tempo ele ainda ficará assim?-uma voz feminina desesperada indagava o médico ali presente.
 

-Não posso lhe dar um prazo, ele pode ficar mais um dia, um mês ou até anos.-o homem respondia parecendo cansado daquilo.
 

Abri os olhos lentamente, vendo minha mãe chorar desesperadamente abraçada em meu pai, enquanto o médico dizia alguma coisa que não pude ouvir. Meu pai foi o primeiro a me perceber e veio correndo em minha direção.
 

-Jinyoung? Filho, consegue me ouvir?-perguntava segurando minha mão esquerda.
 

Queria responder mas minha voz não saía, sentia minha garganta seca e minha cabeça doía. O médico de antes veio correndo para me examinar. Tirou a máscara que cobria parte do meu rosto e apontou uma luzinha nos meus olhos, se certificando de que eu estava realmente acordado. 
 

-Água.-consegui dizer depois de muito esforço.
 

Minha mãe prontamente pegou um copo e encheu com o líquido que estava no criado mudo ao lado da cama onde eu estava. Bebi tudo e me senti mais aliviado. O médico fez algumas perguntas básicas como meu nome, minha idade, nome dos meus pais, e qual foi a última coisa que eu lembrava. 
 

-Eu estava com Mark voltando de Seoul, estavamos com fome, então eu fui comprar algo para comermos e ele ficou me esperando...-respondi tentando me lembrar de mais coisas mas a minha memória se limitava até aí.
 

-Precisamos fazer alguns exames.-o de jaleco branco disse alternando o olhar entre nós três e depois de dizer a data e a hora, se retirou.
 

Minha mãe desabou em meu colo. Chorava como se não houvesse amanhã, e eu lógicamente não estava entendendo o porquê de eu estar deitado numa cama de hospital.
 

-O que aconteceu?-perguntei afim de entender o que estava acontecendo.
 

-Você sofreu um acidente.-meu pai respondeu me fazendo arregalar os olhos.
 

-Um acidente? Quanto tempo estou aqui?-não tinha a mínima noção de tempo.
 

-Uma semana e meia.-minha mãe respondeu entre soluços.
 

-E onde está o hyung?-estranhei, já que era o único que não estava presente.
 

Os dois mais velhos se olharam com receio. Eles não sabiam o que responder, eu não era nenhum idiota, e eles claramente falharam na tentativa de me esconder algo.
 

-Estou esperando.-ditei impaciente.
 

-Ahm, ah...-mamãe abriu a boca algumas vezes sem conseguir formar uma frase completa.
 

-Está em casa.-meu pai tomou frente, minha cabeça doía, então deixei aquilo de lado, mas sem pensar em como eu estava com um péssimo pressentimento sobre aquilo.
 

Dois dias se passaram e eu estava recebendo alta, depois de todos os exames revelarem que eu já estava fisicamente curado do acidente. Eu ainda não tinha encontrado com Mark, estranhamente ele não veio nenhuma vez me encontrar e eu estava com saudades.
 

Chegamos em casa mas a mesma estava completamente escura, mostrando que ninguém se encontrava no local, exceto Coco, que veio feliz ao meu encontro. Aquilo era estranho, meu namorado não gosta de sair sozinho, se tivesse ficado aqui, com certeza permaneceria aqui.
 

-Leve suas coisas para o quarto, querido, vou preparar algo para comermos.-minha mãe disse indo em direção da cozinha.
 

Entrei em meu quarto na esperança de encontrá-lo ali, deitado em minha cama lendo algum livro, mas o cômodo estava totalmente escuro e minha cama vazia. Susperei pesado, deixando a pequena malinha ao lado da escrivaninha, acendendo a luz. A luminosidade revelou diversas fotos nossas penduradas em formato de varal, na parede onde minha cama ficava encostada. Fiquei encarando cada uma ali, lembrando-me de cada momento. De repente, uma forte dor de cabeça me tomou e, como flashes, memórias do dia do acidente voltaram. 
 

A última cena que apareceu me assustou muito. Olhei de novo assustado para o loiro que sorria suavemente nas inúmeras fotos. Um desespero me tomou e lágrimas brotaram em meus olhos. Desci correndo(andando, mas o mais rápido que o meu corpo debilitado permitia) até o cômodo onde meus pais estavam.
 

-Onde o Mark está?-perguntei aflito, esperando uma resposta que negasse todas as evidências.
 

-Ele foi dar uma volta.-mamãe respondeu de frente para a pia, de costas para mim.
 

-Sozinho? Logo hoje que eu voltaria para casa?-o desespero tomava meu corpo a cada segundo.-Mãe, onde é que ele está?-tentei ficar calmo.
 

-Ele deve estara por aí-ela respondeu como se isso fosse acabar com a minha preocupação.
 

-POR QUE ESTÃO MENTINDO PARA MIM??-gritei, meu rosto já estava totalmente molhado pelas lágrimas que escorriam sem parar. Ouvi minha mãe suspirar e vir ao meu encontro me abraçando confortavelmente, me fazendo chorar mais ainda. Meu pai chegou assustado com o meu grito.

 Me sentaram no sofá e me deram um copo d'água, não sei quem foi, só sei que fizeram isso. Depois de mais calmo, meu pais se sentaram na poltrona da frente e me encararam sérios.
 

-Me diz que é mentira.-pedi apoiando os cotovelos nas pernas e a cabeça nas mãos, olhando para baixo.-Me diz, por favor, que ele foi apenas caminhar e que a qualquer momento ele irá entrar por aquela porta e virá me abraçar dizendo  que está com saudades e que tudo voltará ao normal. Me diz que isso é só um pesadelo, por favor.-disse a última parte num sussurro.
 

-Sinto muito, filho.-minha mãe disse com a voz embargada, logo começando a chorar também.
 

Aquilo só podia ser uma brincadeira de mal gosto. Levantei dali e saí procurando pelos cômodos da casa o loiro que deveria ter aparecido há muito tempo. Gritava seu nome desesperadamente entre o choro, e um medo crescia dentro de mim a cada espaço vazio que me deparava.
 

Meu pai veio atrás de mim, me abraçando na tentativa de me acalmar. Eu batia o pé em desespero, como uma criança fazendo birra. Meu choro alto ecoava pela casa quase vazia, deixando-o mais desesperador. Meu peito doía e minha cabeça não parecia funcionar direito, a imagem do acidente ficava se repetindo, como se quisesse me atormentar. 
 

Fui levado para o quarto e sentei no chão ainda chorando. Papai tentou me colocar na cama mas eu não tinha mais forças para me aguentar nem por um segundo em pé. Fiquei sentado sobre o tapete fofinho que tinha no centro.
 

Não sei por quanto tempo fiquei ali no chão depois de ter chorado litros. Estava deitado, com o olhar fixo num ponto aleatório, as lágrimas não saíam mais, era como se eu já tivesse chorado tudo e chegado em meu limite. Estava cansado, respirava pesado e ainda soluçava. Aquilo era um pesadelo.
 

Meu pai voltou em algum momento que não percebi, perguntando se eu queria comer algo. Minha fome havia desaparecido como mágica, parecia que tinha acabado de comer, mas na verdade fazia mais de 8 horas que não colocava algo na boca. Apenas neguei com a cabeça e meu pai assentiu, me ajudando a levantar e me colocando na cama.
 

Deitei abraçando o travesseiro que era dele, inspirando o perfume que ele havia deixado. Permaneci daquele jeito até adormecer. 
 

Sonhei com o garoto loiro. Ele estava sorridente, como sempre. Perguntei o motivo de ter me deixado, e como resposta, ele sorriu e respondeu um 'vai dar tudo certo.'.
 

Quando pensei que as lárimas haviam secado, estava totalmente enganado. Acordei sentindo um aperto no peito, as lágrimas havia voltado com tudo, e a vontade de segurá-las se igualava a zero. Desabei, segurando com força o travesseiro apertando mais ainda contra meu corpo. Apoiei a cabeça ali tentando abafar o som alto que soltava mas falhei ao perceber que minha mãe entrara no quarto e estava sentada ao meu lado, afagando meus cabelos carinhosamente.
 

Fui cessando o choro aos poucos, mas ainda não estava calmo, sentia meu coração acelerado e o desespero ainda era grande. Não queria levantar. Meu corpo estava dolorido e eu estava com medo de encarar o mundo. Estava com medo de encarar a vida. Não estava com ânimo de saber como seria dali para frente.
 

E o meu maior medo era ter que encarar sozinho esse mundo vazio. Porque era assim que ele seria agora. Vazio, sem graça e sem cor. 
 

Os dias seguintes foram parecidos. Eu acordava no meio da noite com um espaço vazio ao meu lado, começava a chorar e adormecia daquele jeito. No dia seguinte, eu acordava quase de tarde, não tinha vontade de sair da cama, comer ou qualquer coisa que me obrigasse a sair do meu quarto. Passava o dia inteiro dentro de casa, o sol eu via apenas pela janela do quarto, e só quando minha mãe abria as cortinas, se fosse por mim, elas estariam coladas uma na outra.
 

Uma semana havia passado desde o meu surto. Aquela havia sido a  pior semana da minha vida. Em algum dia que eu não me lembro, JB hyung e Jackson hyung me ligaram para saber como eu estava. Jackson não podia sair de Seoul por conta de seus treinos e JB estava viajando. Contei tudo o que havia acontecido, emitindo apenas o fato de eu namorar meu anjo da guarda, e eles me consolaram da melhor forma possível. Talvez esse deve ter sido o dia menos 'pesado' desde então.
 

Apesar de ainda não ter ânimo para fazer nada, estava cansado de ficar olhando para o teto branco do meu quarto. Sentei e passei a mão nos lençóis brancos que estavam esticados ali. Passando e repassando as lembranças que agora, ficariam apenas como lembranças, memórias boas que ficaram como memórias. Me tiraram uma das pessoas mais importantes da minha vida mas os momentos que passamos juntos seriam apenas meus e ninguém tiraria aquilo de mim. Abracei Coco que me olhava triste, como se também sentisse todo o meu sofrimento e com certeza, também sentia falta do loiro.
 

Me levantei e fui tomar um banho para ver se o desânimo dava uma trégua. Mas ele fez exatamente o contrário que eu queria, ao ver na pia do banheiro, duas escovas de dente. Estava cansado e nem conseguia mais chorar. Só suspirei pesadamente e me arrastei para dentro do box.
 

Saí depois de uns trinta minutos. Olhei para o meu reflexo e estava com olheiras profundas, os olhos cansados e havia emagrecido consideravelmente, poderia ser facilmente comparado a um doente em sua fase terminal. Mas não estava com vontade nenhuma de mudar aquilo. Desci para a sala arrastando os pés, era incrível com Mark havia ido e levado junto toda a minha força, meu ânimo e minha vontade de viver.
 

Meu pai tentava puxar algum assunto comigo e minha mãe constantemente perguntava se eu queria comer algo. Não estava com fome, só o cheiro de comida estava começando a me dar enjôo.
 

-Quero ir visitá-lo.-disse afim de sair de lá, meus pais se olharam a assentiram.
 

Estávamos os três no carro indo em direção do cemitério. Eu olhava a paisagem mas minha mente estava longe. Não conseguia fixar minha mente em nada, era como se ela tivesse tirado uma folga depois de tantos anos trabalhando sem parar, me deixando aéreo de segundo a segundo.
 

Só percebi que havíamos chego quando minha mãe me chamou. Desci do carro e segui-os, sentindo minhas pernas falharem vez ou outra. Minha mente estava dando as graças novamente e eu estava começando a ficar nervoso. Nunca imaginei que fosse reencontrá-lo em frente a seu túmulo. Ainda era muito surreal.
 

Andamos mais algumas quadras e paramos em frente à um túmulo onde não tinha nome nem foto, apenas a data de falecimento.
 

-É aqui?-perguntei olhando para a placa vazia.
 

-Aham. Não nos deixaram colocar o nome e foto porque ele não tinha documentos.-minha mãe explicou, eu assenti.-Vamos esperar no carro, fique o tempo que precisar.-disse depositando um beijo em minha testa.
 

Esperei eles sumirem de vista e voltei a visão para a frente. Não sabia o que fazer, Mark estava ali, na minha frente mas eu não podia se quer encostar nele. Estava tão perto mas ao mesmo tempo tão longe. 
 

-Mark...-passei a mão pela pedra gelada.-Mark!-falei mais alto, como se isso fizesse ele vir até mim.-Por que? Porque me deixou aqui?-perguntei esperando uma resposta, que óviamente não viria.-Como vai ser daqui pra frente? O que vai virar a minha vida? Ela perdeu totalmente o sentido!-minha visão começava a embaçar.-Você levou junto toda a graça de viver, não tem mais graça, as coisas não tem mais cores. Nada mais é divertido.-limpei algumas lágrimas que ameaçavam cair.-Onde você está agora? voltou a ser anjo? Continuará sendo o meu anjo? Não quero você protegendo outras pessoas. Mas se por acaso você for, não cometa o mesmo erro que cometeu comigo. Não se torne um humano por nehum outro, você é o meu anjo.-ri sem humor do meu próprio comentário.-Sinto a sua falta.-sussurrei, olhando para o céu, sentindo um nó formar na garganta.-Sinto tanto a sua falta.-dei ênfase na segunda palavra, sentindo lágrimas aparecerem novamente.
 

Não sei quanto tempo depois, voltei para o carro. Meus pais me esperavam pacientemente, entrei no automóvel e voltamos para casa em silêncio. 
 

Antes de chegarmos em casa, meu celular, que eu nem lembrava de ter pego, começou a tocar dentro do meu bolso. Peguei o aparelho para checar quem era, e para a minha surpresa era o Presidente da JYP. Atendi na hora, curioso para saber do que se tratava.
 

-Alô?-disse baixo.
 

-Jinyoung? Aqui quem está falando é Park Jinyoung.-ri discreto de como aquilo havia soado estranho.-Como você está? Me desculpe estar te ligando só agora, mas eu estava mantendo contato com seus pais para saber de sua saúde..-disse rápido.
 

-Ah, sim, não tem problema. Eu...estou bem, na medida do possível.-respondi incerto.
 

-Será que você pode vir aqui para Seoul amanhã? Precisamos conversar sobre algumas coisas.
 

-É sobre o debut?-fui direto.
 

-Sim, queria saber se você ainda está disposto a debutar e se estiver, se já está em condições de fazê-lo.-já previa isso.
 

-Eu posso pensar um pouco?-perguntei depois de alguns segundos em silêncio.
 

-Claro, mas me dê uma resposta definitiva até semana que vem, por favor.-me despedi e desliguei a chamada.
 

Guardei o celular no bolso e percebi o olhar de meus pais sobre mim. Havia me esquecido totalmente da presença deles. Já tínhamos chegado em casa e eles pediam silenciosamente que eu lhes contasse o que estava acontecendo.
 

-Não sei mais se eu estou preparado para esse debut...
 


Notas Finais


Foi isso...;)
Até o próximo
XOXO


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