História Keeping Promises - Nova Vida

    Eu estava em um corredor medieval e escuro, vagando sem rumo.
- Isabella? – Aro. Sua voz me fez correr e eu percebi que havia atravessado o corredor em um segundo. – Querida?
- Oi. – Respondi, notando algo errado com minha voz. Ao me virar, vi Renesmee em seu colo. Ela parecia feliz. – Ness! – Gritei.
- Mamãe, olha! Você está tão bonita! Olha, olha! – Disse ela, apontando para a minha direta. Ao me virar, vi um espelho gigantesco e me vi... Olhos vermelhos.
- Oh, não! – Gritei, apavorada.

- Bella? – Ao abrir os olhos notei que estava em um quarto parecido com o de um hospital. Edward me fitava preocupado.
- Eu estava tendo um pesadelo. – Sussurrei.
- Você precisa parar de sonhar com coisas ruins, amor. – Antes de responder, flashes da batalha voltaram em minha mente. A cabeça de Irina aos meus pés. O uivo dolorido de um lobo. Renesmee arrancando a cabeça de um vampiro. – Acabou. Nós vencemos. Todos... quase todos estão bem. – Disse ele, lendo o horror em meus olhos.
- Onde ela está? Onde eu estou?
- Renesmee está lá embaixo com Rose. Estamos na mansão. – Franzi o cenho, olhando em volta. – Carlisle montou esse lugar quando começamos a namorar, ele temia que... fosse preciso. Quando eles voltaram do Alasca, ele fez uma pequena reforma, aprimorando uma coisa aqui e outra ali.
- Eu realmente dou trabalho. – Edward sorriu, se aproximando e me dando um beijo na testa. – Realmente acabou? Aro está...?
- Sim. Carlisle terminou o serviço ele mesmo.
- Estamos salvos? – Perguntei, ainda incrédula.
- Para sempre. – Não pude evitar a onda de alívio que inundou o meu corpo. A felicidade era tanta que eu só queria saltitar por aí.
- Quem nós... perdemos?
- Leah, Irina, Kachiri e Eric, um jovem lobo. – Meu coração se apertou. Pobre Seth! Pobre Carmen! Um grito interrompeu meus pensamentos, me fazendo quase cair da cama. – Calma! É Jacob. Ele se machucou na luta e Carlisle está colocando seus ossos no lugar, digamos assim. Está tudo bem, amor. Relaxe. – Antes de eu começar a protestar, Carlisle entrou no quarto, me avaliando.
- Como está se sentindo, Bella?
- Dolorida. – Odiava ser sempre a donzela em perigo.
- Compreensível. Você quebrou o braço, fraturou as costelas, abriu a cabeça e teve um estranho sangramento... vaginal. – Eu tentei segurar a risada, mas não consegui.
- Qual a graça? – Perguntou Edward, confuso.
- É a minha cara ficar menstruada no meio de uma batalha.
- Não acho que tenha sido menstruação, Bella. – Corrigiu Carlisle.
– Quando vocês vão me transformar? – Minha pergunta pegou ambos de surpresa. Eles trocaram um longo olhar e Carlisle abaixou a cabeça.
- Bella... – Uma batida na porta interrompeu Edward. Esme entregou um envelope a Carlisle e saiu. – O que é?
- O exame da Bella. Chegou hoje do laboratório. – Disse Carlisle, abrindo o envelope e analisando os documentos.
- E então? – Antes que pudesse me responder, Carlisle arregalou os olhos e Edward voou ao seu lado. Ele voltou os olhos para mim e para o papel umas dez vezes. Comecei a me preocupar. – Se estou doente, é mais um motivo para me transformarem.
- Não acho que seja uma doença, Bella. – Disse Carlisle, abrindo um sorriso gigantesco. Edward estava petrificado.
- Terra para Edward? – Brinquei. Em menos de uma batida do meu coração, ele estava em meus lábios, me puxando bruscamente para seus braços. – Ai! – Reclamei, sentindo uma pontada nas minhas costelas.
- Desculpe, desculpa, eu só... – Ele se interrompeu, me encarando fixamente com um sorriso bobo.
- Você enlouqueceu? – Perguntei, realmente preocupada.
- Bella, você está grávida. – Disse Carlisle. Grávida?
- Grávida? – Repeti, levando minhas mãos a barriga imediatamente. Lembrei de todos os meus incidentes na clareira e gelei. – Carlisle... eu me machuquei muito na clareira. Será que...? – Ele me olhou pensativo e o sorriso de Edward murchou.
- Isso explicaria o sangramento. – Ele caminhou até o outro lado do quarto e abriu um armário enorme, tirando um aparelho parecido com uma pequena televisão. – Vamos fazer um ultrassom. – Ele ligou o aparelho, o ajustou e sorriu. – Preciso que levante a blusa. Vou passar um gel meio gelado em você, ok? – Assenti. Eu já sabia como era essa sensação. Edward mal se mexia ao meu lado e eu comecei a me sentir nervosa. Nunca havia pensado em ter outro filho, mas agora que essa possibilidade apareceu, eu não queria perde-la.
Carlisle vasculhou minha barriga por um tempo e então um som começou a sair do monitor.
- Ele está bem? – Perguntou Edward, aflito.
- Esse som é o do coraçãozinho. O bebê parece perfeitamente bem e formado. Diria que tem aproximadamente dois meses. – Uma segunda onda de alívio me inundava naquela manhã.
- E o sangramento? – Perguntou Edward.
- Não sei explicar. Acho que o bebê é bem forte. – Disse Carlisle, piscando para mim. Ele contornou a cama e saiu do quarto, nos deixando a sós. Voltei com a mão para a barriga e a alisei. Me desculpe se eu te machuquei, bebê. Pensei. Grávida? Como eu não havia pensado nisso? Vomitando, dormindo demais, chorando demais, rosto arredondado, roupas apertadas... Como eu não notei tantos sinais?
- Bella?
- Sim?
- Eu prometo que vou fazer tudo certo dessa vez. Obrigada por me permitir isso. – Havia um fervor contido em sua voz, quase uma devoção. Ele esticou a mão e limpou uma lágrima – que eu nem sabia que estava ali – do meu rosto.
- Espero que esteja preparado para lidar com os hormônios de uma grávida. – Eu ri e ele me acompanhou.
- Você não cansa de me surpreender. Eu te amo tanto.
- Eu te amo. – Ele me beijou e se curvou, dando um beijo em minha barriga. – Será que poderia buscar Renesmee? Preciso vê-la. – Ele assentiu e saiu, voltando quinze segundos depois. Ela parecia perfeitamente inteira, sem nenhum hematoma.
- Mamãe! – Disse ela, pronta para pular em meus braços, mas Edward a segurou.
- Lembra que ela se machucou muito, filha? Temos que ser cuidadosos com ela agora. – Disse Edward. Ela sorriu e sentou levemente ao meu lado, me abraçando.
- Oi meu bem. Como você está?
- Estou bem, mamãe. Sabia que o tio Emm me nomeou a mestiça mais forte de todas? – Disse ela, parecendo extremamente orgulhosa. Mestiça era meio pejorativo, mas deixei passar. – Sei que ele disse isso só porque sou a única no mundo todo. – Edward gargalhou e piscou para mim.
- Você salvou a minha vida, não tenho como agradecer.
- Salvei sim, mas papai me ajudou. Quando eu vi aquele vampiro arrastando a senhora eu senti tanta, tanta...
- Raiva? – Perguntou Edward.
- Acho que essa é a palavra. Senti uma força crescer aqui dentro e sabia que era capaz. – Disse Renesmee, presunçosa. Minha bebê já não era mais tão bebê assim. Ainda é difícil acreditar que ela matou um vampiro. Mesmo com ajuda de Edward, é muito para minha cabeça de mãe.
- Não vai contar para ela, amor? – Eu ri. Ele estava ansioso que nem criança. Ela olhou confusa para mim e para ele e esperou.
- Nessie, o que você acha de ter um irmãozinho ou irmãzinha? – Perguntei, tentando segurar as lágrimas. Chorar estava ficando ridículo.
- Eu não sei.
- É que... estou grávida. – Seus olhinhos quase pularam das órbitas. Ela olhou para a minha barriga e colocou a mão em cima. Depois, se aproximou mais um pouco e colocou o ouvido.
- Bebê? – Sussurrou ela. Eu e Edward não nos contemos e começamos a rir. Ela fez cara de brava. – Parem de fazer barulho, ele pode estar dormindo!
- Então você gostou? – Perguntou Edward.
- É claro! Serei irmã mais velha! – Disse ela, pulando da cama e fazendo uma dancinha. Edward a pegou no colo e a encheu de beijos.
- A melhor do mundo! – Afirmou ele.
- A melhor do mundo! – Concordei. Todo o perigo havia sido eliminado, Edward estava comigo e eu teria outro bebê. Gratidão era pouco para o que eu estava sentido.