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História Keeping Promises - Queimando


Escrita por: lizziefyts

Notas do Autor


Olá! Desculpa a demora, mas estava viajando. Aqui vai um cap novinho!

Capítulo 19 - Queimando


 

    O tempo estava passando rápido demais. Comemoramos o aniversário de Renesmee e o meu com um bolo na mansão. Obviamente Alice queria uma festa, mas eu não deixei e Ness não fez questão.
O quarto de Thomas estava pronto, junto com todo o seu enxoval. Carlisle já tinha preparado o seu quarto-hospital para todo o tipo de parto que pudesse vir a acontecer, embora eu tenha firmemente optado pelo normal. “Temos que estar preparados para tudo” havia dito ele e quem era eu para discutir.
    Eu estava entrando na trigésima sétima semana e a partir de agora ele poderia nascer a qualquer momento.
- Edward? – Chamei.
- Oi amor, estava colocando Renesmee para dormir. Algum problema? – Ele perguntou, me analisando. Dei tapinhas na cama, convidando-o para deitar.
- O que faremos depois que ele nascer?
- Como assim?
- Edward. – Suspirei. Sabia que seria uma conversa difícil. – Eu já tenho vinte e dois anos. Pretende me transformar quando eu estiver com sessenta? – Ouvi sua respiração parar abruptamente. Isso era ridículo! Ele me amava, havíamos construído uma família que, até então, era impossível e mesmo assim ele foge desse tema.
- Achei que você iria querer focar no Thomas, por agora.
- Eu irei. Não estou dizendo que tem que ser assim que ele sair da minha barriga.
- E a amamentação?
- São apenas seis meses.
- Um ano.
- Seis meses obrigatórios, Edward. Ele será saudável sem isso, tenho certeza.
- E se... – Ele pausou.
- Se? – Insisti.
- Por que não temos mais?
- Emmett estava certo, não é? Você quer me transformar numa fábrica de bebês! – Eu disse, rindo. Ele também sorriu, mas não parecia muito bem-humorado.
- Você não tem medo? – Sussurrou Edward, quase inaudível.
- Do que?
- Eles crescem normalmente, Bella. Você não pensa que Renesmee e Thomas podem... morrer? – Sua pergunta me pegou de surpresa. Eu não tinha resposta para ela. – Eu penso que, quando eles atingirem uma idade madura, podemos oferecer a transformação. Eles podem aceitar ou não, mas sinceramente, espero que aceitem. Não sei como vou viver minha eternidade sem um pedaço de meu coração.
- Edward, ainda falta muito para isso acontecer. Não vamos pensar nisso por agora, por favor. Não gosto de imaginar.
- Ok, desculpa.
- E então?
- O que?
- Quando será minha transformação? – Ele suspirou, mas puxou meu rosto e me deu um beijo quente. Senti minhas bochechas arderem instantaneamente.
- Eu vou sentir tanta falta disso...
- Edward!
- Está bem, está bem! Pode ser após os seis meses de amamentação?
- Por mim tudo bem. – Nem acredito que finalmente eu havia vencido essa conversa. Eu mal podia esperar para conquistar a eternidade.
    Mais duas semanas se passaram e eu comecei a sentir as contrações de treino.
- Bella, você está parecendo um planeta! – Disse Emmett, arregalando os olhos assim que passei pela porta.
- O planeta mais bonito que eu já vi. – Sussurrou Edward, em meu ouvido.
- Vocês são nojentos. – Retrucou Emmett, revirando os olhos. Naquela altura eu não conseguia mais vestir nada que não fossem vestidos que, normalmente, ficariam escorregando pelo meu corpo.
- Eu estou mesmo parecendo um planeta. – Reclamei.
- Ah, tem suas vantagens. – Disse Edward, encarando o meu decote com um sorriso malicioso, me fazendo corar. Meus seios haviam duplicado de tamanho.
- Tem certeza? A quanto tempo a gente não... – Deixei a frase no ar e seu sorriso murchou. Levantei e fui até a geladeira pegar algo para beber. Uma coisa que aumenta na gravidez além dos seios – e tudo – é a sede. Enquanto bebia, senti uma pressão e uma enorme quantidade de água escorrendo pelas minhas pernas.
- Amor? – Me virei, olhando apavorada e ele entendeu o que havia acontecido. – Ou você bebeu água demais ou...
- Minha bolsa estourou. – Afirmei, ainda chocada. Edward pareceu congelar no lugar. – Vai ficar aí parado? Carlisle! – Gritei. Ele estava ao meu lado em meio segundo. Sem esperar pelo filho, Carlisle me pegou cuidadosamente e me levou até o quarto-hospital.
- Ai! – Gritei, quando a primeira contração real e dolorosa me atingiu.
- Bella, apesar da bolsa ter estourado e você estar com contrações, ainda não dilatou o suficiente. Precisamos esperar mais um pouco para começarmos verdadeiramente. – Disse Carlisle, me cobrindo novamente.
- Onde está Renesmee? Quero vê-la. Edward? – Sussurrei, em meio a dor.
- Vou chama-los. – Aquilo não parecia certo. Eu me recordava minimamente da dor do parto de Renesmee. Era doloroso, mas não insuportável; agora o ar me faltava.
- Mamãe? – Ouvi Renesmee chamar e abri os olhos. Ela estava no colo de Edward e ambos me olhavam com pena. – Vai demorar? Vai doer?
- Eu... não sei. – Eu disse, com dificuldade. A dor simplesmente não passava. Estava errado. – Me dá... um beijo. – Ela se aproximou, me deu vários beijos e um abraço apertado.
- Eu amo você. Vai dar tudo certo. – Ela sorriu, confiante.
- Amo você. – Sussurrei.
    Eu não sabia se horas ou minutos se passaram, mas as contrações estavam insuportáveis. Estava me controlando ao máximo para não expressar e deixá-los preocupados.
- Como estamos? – Perguntou Carlisle, entrando no quarto para me checar pela quinta vez. – Ótimo! Está dilatada o suficiente. – Ah, finalmente! Senti Edward apertar minha mão e beijar minha testa.
- Vai dar tudo certo, amor. – Notei que Esme estava ali, mas até então não tinha visto-a entrar. Ela parecia uma enfermeira.
- Bella, Edward e Esme irão segurar suas pernas. Faça força somente quando eu mandar, ok? – Assenti com a cabeça. Alguns minutos se passaram e ele pediu para empurrar. Empurrei. Tem algo errado! Gritava a minha mente. Parecia que algo estava me rasgando, completamente diferente de Renesmee.
- Vamos, querida! – Ouvi a voz de Esme, mas parecia distante demais. - Ok, descanse agora. Bom trabalho! – Respirei. Sentia o cabelo grudado em minha testa por conta do suor e tudo girava. Meus pulmões doíam e meus braços pareciam pesar uma tonelada.
- Novamente! – Pediu Carlisle e eu o fiz. Dessa vez não consegui segurar o grito que explodiu em minha garganta. Tudo parecia em câmera lenta ao meu redor. – Pausa! – Parei de empurrar, puxando o ar com dificuldade.
- Está tudo bem, Bella? – Perguntou Edward.
- Não. Tenho. Certeza. – Eu disse, pausadamente. Sentia como se fosse vomitar.
- Mais uma vez! – Pediu Carlisle. Eu empurrei com toda força que tinha, perdendo a consciência em alguns segundos. – Isso, Bella! A cabeça já está para fora, só mais um pouco. – Eu não sabia o quão mais meu corpo aguentaria, mas obedeci. E então, um choro estridente ecoou. Abri meus olhos, subitamente consciente. Edward caminhou até ao meu lado, com um sorriso enorme e me entregou um pacotinho ensanguentado. Nosso pacotinho. Toda dor havia ido embora, dando lugar a um sentimento resplandecente. Thomas.
Ele já havia parado de chorar e me olhava com atenção, igual Renesmee.
- Oi Thomas. – Sussurrei. O pequeno bebê sorriu em resposta. – Você é tão lindo... Este é seu pai. – O bebê desviou o olhar e encarou Edward.
- O quanto ele entende? – Ouvi o choque em sua voz.
- O suficiente. – Sorri.
- Oi, filho. – Disse Edward, com paixão. O bebê sorriu para ele também e voltou a me encarar. Nos fitamos por um momento imensurável.
- Edward? Tem algo de errado. – Ouvi urgência na voz de Carlisle e levantei a cabeça, me arrependendo automaticamente. Tudo começou a girar e o ar pareceu ficar preso em minha garganta.
- Edward... pegue-o. – Implorei. Não queria desmaiar com ele nos braços, poderia ser perigoso. Através da visão embaçada, vi Esme leva-lo para fora do quarto.
- ... muito sangue. Não tem como parar. – Disse Carlisle.
- Tem que ter um jeito! – Edward gritou. Seu grito me fez estremecer e eu perdi a consciência mais alguns segundos.
- Olhe para ela, filho. Está tão branca quanto nós e seu pulso está ficando fraco. – A verdade daquela frase me atingiu como um soco no estômago. Eu estava morrendo. Não! Eu não poderia abandonar minha filha ou meu... filho. Eu acabei de conhece-lo e já era completamente louca por ele. Eu não queria não fazer parte de sua vida.
- Eu não quero morrer. – Sussurrei, debilmente.
- Não irá, meu amor. Me perdoe pela dor que irei lhe causar. – Antes que eu pudesse perguntar, senti seus dentes afundando em meu pescoço. Me debati em protesto, mas parecia inútil. Senti seus dentes afundarem do outro lado do meu pescoço, em meus pulsos, minhas juntas... Ele estava tentando me salvar ou estava me comendo? Um calor estranho começou a circular por meu corpo. Era agradável. Alguns segundos depois, o calor passou para a temperatura da pele de Jacob. Ele estava ali? Não conseguia abrir meus olhos para checar.
Mais tempo se passou e o calor aumentou exponencialmente. Eu não sabia como era arder no fogo, mas com certeza seria assim.
Ouvi um guincho de dor machucar meus ouvidos.
-Ei, Bella, estou do seu lado. Vai ficar tudo bem, meu amor. – Ouvi a voz de Edward, no fundo de minha mente. Me dei conta que aquele guincho havia sido meu. 
    A dor era agoniante. Eu não sabia há quanto tempo estava assim, mas o calor ainda parecia aumentar. Me matem, por favor! Eu queria gritar, mas não encontrava minha voz. Não havia nenhuma parte de mim que não estivesse queimando no fogo. Era a pior coisa que eu já senti.
Será a pior coisa que você já sentiu. Ouvi em minha mente. Carlisle já me alertara sobre aquilo, o que significa que eu estava... transformando. É claro. Uma pontada minúscula de alívio me atingiu, pois eu sabia que aquilo acabaria em algum momento e então eu viveria para sempre ao lado de meus filhos e meu futuro marido. Ao invés de tentar me debater ou escapar, apenas aceitei a dor. Ela me proporcionará tudo o que eu sempre quis, como posso reclamar?
Ao aceita-la, um espaço novo e consciente se abriu em minha mente, me dando tempo para pensar. A dor ainda estava ali e ainda era a pior coisa que eu já havia sentido, mas eu não precisava focar nisso.
- Quanto tempo? – Perguntou Edward. Meus ouvidos estavam começando a captar melhor os sons. Eu sabia onde ele estava precisamente.
- Só tem vinte e quatro horas ainda. Seja paciente. – Ouvi a voz de Alice. Ela estava sorrindo. – Consegue ver? Ela ficará maravilhosa. – Edward suspirou ao meu lado.
- Ela sempre foi. – Minha mente registrou dois fatos importantes: Apenas um dia se passou e eu ficaria maravilhosa. A ansiedade tomou conta da minha pouca consciência.
    Mais um punhado de tempo havia se passado e a queimação começava a diminuir na altura das juntas, mas aumentara em meu peito. Como aquilo poderia ficar pior? Por outro lado, eu conseguia ouvir tudo. Absolutamente tudo. Desde uma mosca pousando na janela a os três corações batendo no andar de baixo. Uma das batidas era compassada e dura, enquanto as outras duas pareciam asas de beija-flor. Renesmee e Thomas. Antes que eu pudesse me concentrar na imagem de meus filhos, uma dor nova me atingiu. Aparentemente, uma tonelada acabara de cair em meu peito, que bombeava freneticamente. A queimação – que já era surreal - aumentou em vinte vezes. Por um momento me entreguei. Arranquem meu coração, eu imploro! Eu gritava em minha mente. Nada valia aquela dor, nada parecia que a pararia.
- Amor? Amor! – Ouvi Edward, ao meu lado. – Eu estou aqui, já está acabando. – Alguém pegou minha mão e apertou gentilmente. Edward, pressupus, mas seu toque estava errado; não parecia estar gelado.
Ouvi meu coração perder uma batida. Ahhhhhhh! Não existem palavras para descrever a dor que me atravessava naquele momento. Ele perdeu mais uma batida e bateu fracamente mais uma vez. A dor desapareceu. Silêncio.
E então, eu abri os olhos. 


Notas Finais


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